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Doutrina


A COLETA DOS SANTOS (I CORÍNTIOS 16:1-2)

Ao longo dos séculos, católicos e evangélicos garimpam as escrituras em busca de sustentação para santificarem o domingo, contudo, não encontraram provas genuínas ou Assim diz o Senhor. Desse modo, recorreram ao plano dois, remover passagens de seus legítimos contextos. Dois textos se destacam, segundo entendimento de evangélicos, Mórmos e católicos o domingo foi elevado à categoria de dia santo em comemoração a ressurreição de Cristo, e o Sábado relegado ao judaísmo. A famigerada tese é visivelmente retratada no manual, Princípios do Evangelho, dos Mórmons, defendendo a esdrúxula tese católica, eis o texto:

Até a ressurreição de Jesus Cristo, Ele e os discípulos guardavam o Sétimo dia como dia santo. Após a ressureição, o domingo foi considerado como dia do Senhor, em lembrança de sua ressurreição naquele dia (ver Atos 20:7; I Coríntios 16:2). Desde aquele tempo, seus seguidores estabeleceram o primeiro dia da semana como dia do Senhor. Nos dois casos, haviam seis dias de trabalho e um para descanso e devoção.
Manual, Princípios Evangélicos, pág. 61

Trata-se da doutrina da sétima parte do tempo, levantada por Nicholas Bound em 1595 d.C., amplamente defendida pelo catolicismo e resgatada pelos Mórmons para sustentar o sábado cristão. Leia-se, segundo a famigerada doutrina, Deus instituiu o Sábado na criação, vigorando até a cruz. A partir da ressureição o domingo passa a vigorar como sábado cristão. Segundo a teoria, é preciso haver um dia entre sete para ser sábado, destarte, Cristo ressuscitou domingo, contando sete dias a partir de segunda-feira, a sétima parte do tempo cai no domingo, configurando, segundo a cambaleante teoria sábado cristão.

Em linhas gerias, é fácil apontar a fraude acostada nos argumentos levantados por mórmons, evangélicos e católicos. Segundo a famigerada tese, logo após a ressureição os apóstolos passaram a guardar o domingo. Trata-se de inverdade, os discípulos continuaram guardando o Sábado até sua morte. O domingo só ganhou corpo de dia santo no terceiro século na igreja latina, os outros pilares do cristianismo como Ásia menor e Antioquia, continuaram guardando o Sábado, não cederam aos enganos de Roma, Igreja Católica.

Embora o supracitado texto defenda a tese da sétima parte do tempo, inovou apresentando dois textos bíblicos, I Coríntios 16:2 e Atos 20:7, como fundamento para embasar a santificação do domingo. Deslocando o contexto de lugar pretendem provar por suposição a igreja apostólica congregando domingo como dia santificado. Esqueceram um fato, o domingo não foi adotado logo após a ressureição, foram longos anos de infiltração do insolente dia no cristianismo, os apóstolos faleceram sem reconhecer o domingo como santo.

Com esse importe, se faz necessário analisar os textos elencados pelos defensores da guarda do sábado espúrio (domingo), a primeira prova alegada da suposta mudança encontra-se no livro de I Coríntios, eis o texto Paulino: "Quanto à coleta para os santos, fazei vós também como ordenei às igrejas da Galácia. No primeiro dia da semana, cada um de vós ponha de parte, em casa, conforme a sua prosperidade, e vá juntando, para que se não façam coletas quando eu for" Coríntios 16:1-2. A princípio convém relatar, os irmãos não estavam congregados na igreja domingo, não se trata de ofertas regulares dos cultos. O motivo do pedido Paulino se ancora na previsão de grande fome na Judéia: "Naqueles dias, desceram alguns profetas de Jerusalém para Antioquia, e apresentando-se um deles, chamado Ágabo, dava a entender, pelo Espírito, que estava para vir grande fome por todo o mundo, a qual sobreveio nos dias de Cláudio" Atos 11:27-28. Sobrevindo o cumprimento profético, a fome se alastrou exigindo intervenção dos apóstolos, pedindo ofertas em socorro dos irmãos: "Os discípulos, cada um conforme as suas posses, resolveram enviar socorro aos irmãos que moravam na Judéia" Atos 11:29. Paulo solicitou ofertas dos irmãos, contudo, pediu para cada um por de parte a oferta em casa e não na igreja, portanto, não estavam congregados santificando o domingo, pelo contrário, como dia de trabalho o apostolo passou domingo na casa dos cristãos recolhendo as ofertas. Conforme comprovado, há abissal distorção do contexto apresentado pelos Mórmons e o contexto apresentado em I Coríntios 16:2.

Com efeito, a citada passagem (I Coríntios 16:1-2) não endossa a citação dos católicos, Mórmons e evangélicos. Jesus e os discípulos não congregaram domingo, muito menos mudaram a guarda do Sábado para o domingo. A Bíblia afirma uma coisa e eles deturpam em outra totalmente distorcidas. Contudo, utilizam o aludido texto para acorrentar seus membros no elo do erro, fundamentando com ilações, comparações e suposições vazias ao arrepio das Escrituras, ao seu viso, Paulo ordenou a coleta domingo porque os santos estavam congregados, e ofertas são coletadas nas escolas dominicais e cultos da igreja, em assim sendo, supõem a igreja reunida em adoração domingo, com isto, tentam provar sem sucesso a mudança do Sábado para famigerado domingo.

Não obstante, após detida leitura do texto, restou comprovado, Paulo ordenou efetuar a coleta das ofertas em casa, e não na igreja. Os defensores do domingo agem de má fé, excluindo em algumas traduções dos textos originais, a expressão "em casa" para macular o sentido do texto, fazendo crer estarem reunidos na igreja domingo. No entanto, Paulo congregava-se Sábado segundo seu costum: "Paulo, segundo o seu costume, foi procura-los e, por três sábados, arrazoou com eles acerca das Escrituras, expondo e demonstrando ter sido necessário o Cristo padecesse e ressurgisse dentre os mortos; e este, dizia ele, é o Cristo, Jesus, que eu vos anuncio." Atos 17:2-3. No texto apresentado Paulo enfatiza a ressureição de Cristo, aqui seria ótima oportunidade do ínclito apóstolo persuadir os judeus a guardarem o domingo pautado na ressureição de Cristo. Contudo, não o fez, porque domingo era dia comum, Paulo guardava o Sábado bíblico. No Sábado seguinte e não domingo, toda a cidade se juntou para ouvir o apóstolo dos gentios: "No Sábado seguinte, afluiu quase toda a cidade para ouvir a palavra de Deus. Os gentios, ouvindo isto, regozijaram-se e glorificavam a palavra do Senhor, e creram todos os que haviam sido destinados para a vida eterna." Atos 13:44;48. O Sábado é instituição divina e não judaica, após a conversão dos gentios, Paulo continuou ensinando e guardando o Sábado da Lei do Senhor: "No Sábado, saímos da cidade para junto do rio, onde nos pareceu haver um lugar de oração; e, assentando-nos, falamos às mulheres que para ali tinham concorrido." Atos 16:13. O apóstolo dos gentios, guardava e ensinava os novos conversos santificar o Sábado do sétimo dia, se o domingo substituísse a guarda do santo Sábado, com certeza Paulo o teria mencionado. Observa-se no texto elencado, o apostolo se reunindo para adorar, no Sábado e não domingo para receber ofertas. Em verdade, Paulo e os discípulos não mencionam o domingo como dia de guarda, porque a guarda do Sábado era doutrina pacifica no cristianismo primitivo, todos guardavam o Sábado, nessa época, o domingo era venerado por povos pagãos, a saber, Germanos, Gregos e Romanos, Paulo continuava guardando a Lei escrita por Deus, contendo o Sábado no quarto mandamento: "Porém confesso-te que, segundo o caminho, a que chamam seita, assim eu sirvo ao Deus de nossos pais, acreditando em todas as coisas que estejam de acordo com a Lei e nos profetas." Atos 24:14. Com efeito, a guarda do domingo não está de acordo com a Lei de Deus, muito menos com escritos dos profetas, segundo a expressão de Paulo, ele repudia a guarda do domingo, porque esse dia não consta na Lei escrita pelo Senhor, a qual ele acreditava. O legislador do domingo foi o papa, tentando mudar os tempos e a Lei, séculos após a morte do apóstolo. Quanto ao segundo texto apontado como prova da mudança do Sábado, será analisado no próximo capítulo.



Autor: Pr. Walber Rodrigues Belo