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Doutrina


AS DUAS FASES DA EXPIAÇÃO


O Sacrifício Expiatório de Cristo


A Encarnação de Cristo



A prisca eras, sabe-se dos adocicados efeitos da natureza divina cobrindo Adão, fomentando amor, obediência e perfeição, enchendo o Éden de alegria e felicidade. A conspiração luciferiana no céu concebeu o pecado, brotando mistérios incompreensíveis ao vil e caído pecador. Valendo-se de Sua onisciência, o Senhor forjou o Plano de Redenção antes do pecado de Adão: "Mas falamos a sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos séculos para nossa glória." I Coríntios 2:7. Leia-se: antes dos séculos, em outra tradução, antes dos mundos; entende-se, antes da criação do homem. Destarte, o Plano de Redenção não foi concebido após Adão cometer pecado, mas antes do casal edênico cair. Na visão de Andreasen, com base nas Escrituras, mesmo quando Lúcifer pecou, o plano não estava completamente revelado, foi mantido em silêncio no viés do tempo: "Ora, àquele que é poderoso para estabelecer, segundo o meu evangelho e a pregação de Jesus Cristo, conforme a revelação do mistério mantido em segredo desde o início do mundo. mas que agora se manifestou e pelas escrituras dos profetas, segundo o mandamento do Deus eterno, se fez conhecido a todas as nações para obediência da fé." Romanos 16:25-26. A esse respeito, o apóstolo Paulo prossegue asseverando: "Isto é, o mistério que me foi dado a conhecer por revelação, como já lhes escrevi em poucas palavras. Ao lerem isso vocês poderão entender a minha compreensão do mistério de Cristo. Esse mistério não foi dado a conhecer aos homens doutras gerações, mas agora foi revelado pelo Espírito aos santos apóstolos e profetas de Deus." Efésios 3:3-4. Conclui-se, com segurança, o Plano de Redenção não foi forjado posterior ao pecado, mas antes de Adão cair.

Se o homem fosse vencido por Satanás, originador do pecado, Jesus, como fiador, pagaria o preço da transgressão; neste sentido, manifesta-se o Espírito de Profecia:

Antes que os fundamentos da Terra fossem lançados, o Pai e o Filho se haviam unido num concerto para redimir o homem, se ele fosse vencido por Satanás. Haviam-se dado as mãos, num solene compromisso de que Cristo se tornaria o fiador da raça humana. Esse compromisso cumprira Cristo quando, sobre a cruz soltara o brado: 'Está consumado'.
WHITE, Ellen Golden. O Desejado de Todas as Nações. 14. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 1986. pág. 834

Cristo se ofereceu para restaurar o pecador, caso o mundo criado por Deus fosse contaminado pela miséria, enfermidade e morte causadas pela queda do homem. Adão pecou, e sua transgressão aterrorizou as hostes celestiais. Cristo, o Fiador, em concerto com o Pai, havia apresentado um meio de livramento para o transgressor. A esse respeito, esclarece o Espírito de Profecia:

Logo o vi aproximar-se da luz extraordinariamente brilhante que cercava o Pai. Disse meu anjo assistente: Ele está em conversa íntima com o Pai. A ansiedade dos anjos parecia ser intensa enquanto Jesus se comunicava com seu Pai. Três vezes foi encerrado pela luz gloriosa que havia em redor do Pai; e na terceira vez ele veio de seu Pai, e podia-se ver a sua pessoa. Fez então saber à hoste que um meio de livramento fora estabelecido para o homem perdido. Dissera-lhes que estivera a pleitear com seu Pai, e oferecera-se para dar sua vida como resgate, e tomar sobre si a sentença de morte, a fim de que por meio dele o homem pudesse encontrar perdão; que pelos méritos de seu sangue, e obediência à lei divina, ele poderia ter o favor de Deus, e ser trazido para o belo jardim e comer do fruto da árvore da vida.
WHITE, Ellen Golden. Primeiros Escritos. 3. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 1988. pág. 149

Cristo pagaria o preço do pecado, formaria um caráter justo ao pecador unindo o esforço humano com Sua divindade, pleitearia em favor do pecador com Seu sangue, limparia o santuário e o universo da impureza do pecado, pacificando o céu e a terra. Para cumprir a supracitada obra, o Plano de Redenção foi criado e executado em duas fases, a saber, Cristo, vítima sofredora na cruz, tipos do primeiro advento, e, após vencer Satanás, ressuscitando, seria entronizado como rei vencedor e sumo sacerdote para cumprir os tipos do segundo advento.

Na visão de Ellen White, cunhada na página 129 do livro A Maravilhosa Graça de Deus, o propósito e plano da graça existiram desde a eternidade. Navegava em perfeita harmonia com o determinado conselho de Deus antes da fundação do mundo e das obras da criação. O homem foi criado à semelhança de Deus, dotado com poder para fazer a vontade divina. Mas a queda de Adão, com todas as suas consequências, não era desconhecida do Onipotente, e, todavia, ele não o impediu de levar avante o seu eterno propósito; pois, o Senhor estabeleceria o seu trono em justiça. Deus conhece o fim desde o princípio. Portanto, a redenção não foi um recurso posterior.

Com a concepção do pecado, o homem perdeu a natureza divina, o poder de fazer a vontade de Deus; caído, foi jogado no esgoto da natureza pecaminosa, escravo de Satanás. O Plano de Redenção consiste no pagamento do preço exigido pelo pecado, a morte. O Salvador rendeu a vida na cruz para pagar o preço exigido pela transgressão da lei e restaurar o perdido pecador, emprestando sua natureza divina para o homem adquirir novamente poder, capacidade e força espiritual de não transigir com a tentação, vencendo o pecado com a Justiça de Cristo imputada. Destarte, o homem volta a alimentar esperança de retornar ao Éden revestido de justiça divina, semelhante à natureza doada pelo Senhor em sua criação, reconciliando-se com os céus.

Em todo o Universo, apenas Cristo poderia assumir o lugar do transgressor para expiar o pecado, purificar o Santuário celestial e imputar Sua justiça para restaurar o pecador à santidade confiada antes da queda, reconciliando-o com Deus e os céus. O Filho de Deus desceria à Terra, morreria na cruz, cumprindo os tipos expiatórios do primeiro advento, resgatando este mundo caído das garras do tirano usurpador. Entrementes, Lúcifer levantou hipótese maliciosa, visando minar a obra de Cristo, semeou dúvidas na obra expiatória do Salvador, questionando qual natureza Cristo desceria à Terra: humana ou divina?



Em Qual Natureza Cristo Encarnou?



Visando contaminar a pureza do Plano de Redenção, Lúcifer teceu teses para arruinar o sucesso de Cristo, levantando suspeitas quanto à Sua encarnação e imunidade. A seu ver, se Cristo desceu à Terra imune ao pecado, usufruindo de Sua divindade, o plano seria uma fraude. Com natureza divina, Cristo venceria facilmente o pecado; não estava na mesma condição caída do pecador para suportar a prova e pagar o preço do resgate. De outro giro, se Cristo descesse à Terra munido da natureza pecaminosa, caída de Adão, Lúcifer acreditou aumentar sua chance de vencê-lo facilmente.

A famigerada tese macabra acerca da encarnação e imunidade de Cristo, da lavra de católicos e evangélicos, foi endossada pela Igreja Adventista do Sétimo Dia na década de 1950. Trata-se da apostasia Ômega; com efeito, é algo repugnante; todavia, tem cunho profético. O declínio espiritual da Igreja Adventista do Sétimo Dia iniciou-se em 1888, em Minneapolis, rejeitando a doutrina da Justificação pela fé, apostasia Alfa, culminando na década de 1950 em apostasia Ômega, quando a liderança da Igreja Adventista do Sétimo Dia entrou em acordo com líderes porta-vozes evangélicos americanos, o Sr. Martin e Barnhouse, para a IASD não ser considerada seita, mas uma igreja como as demais igrejas evangélicas. O resultado dessa aliança logrou êxito em 1959, com a IASD fazendo concessões doutrinárias para se tornar membro cooperador do Concílio Nacional de Igrejas dos Estados Unidos, uma organização ecumênica. O preço pago foi alto; traição à doutrina, em especial à encarnação, imunidade de Cristo, manipulação dos Testemunhos e negação da Expiação em duas fases.

Ao viso de Andreasen, a Igreja Adventista do Sétimo Dia deveria abdicar de certas doutrinas fundamentais dos pioneiros adventistas, as quais são apoiadas pelo Espírito de Profecia e Ellen G. White. Dentre as doutrinas fundamentais, encontra-se a Encarnação; na tese levantada por católicos e evangélicos pré-lapsarianos, Jesus encarnou com natureza semelhante à de Adão antes da queda; portanto, dotado apenas de natureza divina, contrariando a posição dos pioneiros, endossada pelos Testemunhos de Ellen White. Segundo essa famigerada tese, Jesus encarnou com a natureza de Adão antes da queda; ou seja, sua natureza seria imune às paixões e às leis da hereditariedade, diferente, portanto, dos filhos de Adão, depois de sua queda.

Assim, a partir de 1957, os teólogos adventistas passaram a ensinar a tese pré-lapsariana; leia-se, Jesus veio com a natureza sem pecado de Adão, antes da queda, contrariando sólidos fundamentos ensinados pelos pioneiros e pela Sra. White. Ao seu ver, Jesus seria apenas nosso substituto e não nosso exemplo a ser seguido. Com essa mudança teológica, o mundanismo inundou a Igreja Adventista do Sétimo Dia, junto com o ecumenismo. Na ocasião, o Pastor Andreasen foi um dos poucos a se levantar contra essa apostasia, sofrendo severa represália e penalidades aplicadas pela liderança da igreja, removeram sua credencial de pastor e salário. Em retaliação, os membros da IASD recusaram-se a pagar seus dízimos enquanto a credencial e os salários do Pastor Andreasen não fossem restituídos; somente na década de 60, após o falecimento de Andreasen, a credencial foi restaurada.

Com efeito, a encarnação de Cristo faz parte do Plano de Redenção, um mistério para a limitada compreensão humana, caída. Entrementes, é de vital importância para o êxito do plano divino. Ao sentir de Andreasen, a palavra encarnação brota de duas palavras latinas, “in carnis”, significa em carne ou na carne. No sentido teológico, a encarnação revela Jesus assumindo a forma humana, revestido da natureza caída de Adão, posição pós-lapsariana, fato confirmado pelo apóstolo João: "Nisto conheceis o espírito de Deus; todo espírito que confessa que Jesus Cristo veia em carne é de Deus; e todo espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus." João 4:2-3. O supracitado texto de João confirma Jesus encarnar na natureza humana, pecaminosa, quebrando a tese luciferiana. Em assim sendo, o usurpador continua semeando dúvidas acerca da encarnação e imunidade do Salvador, transformando a doutrina em teste de discipulado para os remissos.

Com efeito, o Plano de Redenção está umbilicalmente ligado à encarnação, morte e ressurreição de Cristo. Motivo do áureo plano traçar a encarnação de Cristo na forma humana, absorvendo a natureza caída do pecador, purificado pelo fogo das tribulações, fazendo-se semelhante a seus irmãos, conforme testificam as Escrituras: "Por isso convinha que em tudo fosse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote naquilo que é de Deus, para expiar os pecados do povo." Hebreus 2:17. Nascido de mulher, encarnado em natureza pecaminosa, Jesus suportou as tentações, superou as provas e não transigiu com o pecado; destarte, sua vitória na cruz autorizou forjar um caráter moldado com a argamassa da sua natureza divina para auxiliar o pecador a não transigir com o pecado: "Ele é capaz de se compadecer dos que não tem conhecimento e se desviam, visto que ele próprio está sujeito à fraqueza." Hebreus 5:2. Sujeito às mesmas fraquezas humanas, Cristo, por experiência, sabia socorrer o débil pecador em suas tribulações; não podia fazer reconciliação (expiação) pelo homem sem tomar seu lugar e, em todas as coisas, se tornar como eles:

Cristo tomou a nossa natureza para que pudesse compreender como se compadecer de nossa fragilidade.
EGW , The Review and Herald, 19 de abril de 1870, parágrafo 12

Foi necessário Cristo ser tentado em todas as coisas e, como nós, sujeito à tentação e fraqueza. Leia-se: Cristo suportou a prova, conhece a medida de justiça necessária para cobrir o pecador, moldando um caráter divino, santificando o pecador. Cristo, superando o teste da cruz, pode emprestar sua natureza divina, na justa medida, enobrecendo o esforço humano com sua divina natureza, santificando o homem, devolvendo, em parte, poder divino para vencer o pecado, amar e obedecer ao Senhor, semelhante a Adão antes da queda; esta é a graça divina. A essência do Plano de Redenção visa resgatar, restaurar, recuperar o pecador, aproximando-o da santidade de Adão para reconciliá-lo com Deus e os céus.

Na visão de Andreasen, a palavra "convinha", lustrando o citado versículo 17 do capítulo 2 de Hebreus, ophilo, em grego, significa sob obrigação, deve, precisa, necessita, obrigado, devedor. No teor das Escrituras, para Cristo ser misericordioso e fiel sumo sacerdote naquilo que é de Deus, obrigatoriamente, deveria ser igual a seus irmãos, isento de imunidade ou glória divina, impedindo os efeitos da natureza caída contraída no nascimento. Cristo não poderia fazer expiação pelo pecador sem tomar seu lugar e, em todas as coisas, se tornar semelhante a eles. Até a cruz, Cristo era semelhante a seus irmãos, ostentava a natureza humana, caída; contudo, ao vencer na cruz, foi entronizado, capaz de unir o esforço humano à sua natureza divina, construindo um caráter justo para ajudar o pecador vencer as tentações, não transigir com o pecado, passando no teste e recuperando a semelhança divina, capacitando-o obedecer a Deus e seus Mandamentos, cumprindo o ápice da expiação, a restauração do pecador à semelhança de Adão antes do pecado é a credencial indispensável para retornar ao Éden.

No promissor Plano de Redenção, Cristo não empunhava o poder de escolha sobre qual natureza desceria à terra; estava sob obrigação (convinha) de ser semelhante a seus irmãos, em igualdade de condições. Cristo necessitava, para cumprir o Plano de Redenção, sentir as tentações, fraquezas, provações e toda mazela da natureza caída para vencer e tornar-se Sumo Sacerdote, habilitado a fazer expiação pelo pecador, restaurá-lo, cobrindo-o com seu manto de justiça na exata medida necessária para santificá-lo. Sem experimentar o peso das tentações e se familiarizar com a natureza caída, Jesus não poderia auxiliar o pecador em suas tribulações:

Cristo tomou sobre Si a nossa natureza para que pudesse estar familiarizado com todas as nossas provações e tristezas, e, por conhecer todas as nossas experiências.
EGW, The Signs of the Times, 24 de novembro de 1887, parágrafo 10

Eis o motivo de Cristo obrigatoriamente se tornar semelhante a seus irmãos, rodeado de fraquezas: "Pois não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas, mas sim alguém que, como nós, passou por todo tipo de tentação, porém, sem pecado." Hebreus 4:15. Cristo suportou aflições, tomou nossas enfermidades e levou nossas doenças, conforme anunciado pelo profeta e esculpido no evangelho de Mateus; em tudo foi tentado: "Em toda a angústia deles ele foi angustiado, e o anjo da sua presença os salvou; pelo seu amor, e pela sua compaixão ele os remiu; e os tomou, e os conduziu todos os dias da antiguidade." Isaías 63:9. Contudo, não pecou; modelou um manto na exata medida de sua justiça para lustrar a vontade humana, substituindo a natureza caída, pecaminosa, por sua divina natureza, restaurando e santificando o pecador. Fincado na comunhão com Deus, não transigiu com o pecado. Por exigência do Plano de Redenção, para Cristo se tornar sumo sacerdote e fazer expiação pelo pecado, necessitava passar por toda a experiência deflagrada sobre os ombros do caído pecador, forjando um manto de justiça capaz de santificar a herança de Adão.

A plenitude da natureza de Jesus é um tema palpitante e de profunda complexidade. Cristo esvaziou-se da natureza divina e assumiu a forma humana: "De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo se semelhante aos homens." Filipenses 2:5-7. Como substituto do pecador, esvaziou-se da divindade e tomou a forma inteiramente humana:

Se ele não tivesse sido totalmente humano, cristo não poderia ter sido nosso substituto.
EGW, The Signs of the Times, 17 de junho de 1897, parágrafo 8

Ao vencer Satanás na cruz, Cristo resgatou este mundo, foi entronizado como Sumo Sacerdote e autorizado salvar a descendência de Adão, forjando um caráter justo para o pecador. Jesus uniu sua divindade à humanidade para reconciliar o homem com Deus; degenerado pelo pecado, o homem necessita da Justiça de Jesus:

Quando o Espírito de Deus toma posse do coração, transforma a vida. Os pensamentos pecaminosos são afastados, renunciadas as más ações; o amor, a humildade, a paz toma o lugar da ira, da inveja e da contenda. A alegria substitui a tristeza, e o semblante reflete a luz do céu. Ninguém vê a mão que suspende o fardo, nem a luz que desce das cortes celestiais. A bênção vem quando, pela fé, a alma se entrega a Deus. Então, aquele poder que olho algum pode discernir, cria um novo ser à imagem de Deus. O Desejado de todas as Nações, pág. 172-173
WHITE, Ellen Golden. E Recebereis Poder. 1. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 1999. pág. 15

Somente a Justiça de Cristo é capaz de criar um novo ser à semelhança do caráter divino, perdido por Adão; alcançada pela fé, santifica o pecador, mudando sentimentos, pensamentos e ações, afastando-o do pecado e habilitando-o alcançar a justiça da lei. Leia-se; revestido do manto da Justiça de Cristo, o pecador é capaz de obedecer à Lei, amar a doutrina, trilhar os valores morais e adorar ao Criador com sua vontade cativa à vontade de Deus. A justiça da lei é alcançada pela justiça pela fé. Pela fé, o pecador alcança a Justiça de Cristo (santificação), tornando-se perfeitamente capaz de atender aos reclamos de justiça da Lei.

Por fim, conclui-se, Cristo encarnou na natureza humana, pecaminosa, sujeito às fraquezas e à queda, caso cedesse à tentação de Lúcifer. Tornou-se semelhante a seus irmãos. Em tudo foi tentado; contudo, não transigiu com o pecado.



A Suposta Imunidade de Cristo



É de bom tom tecer alguns comentários acerca da palavra encarnação. Deriva de duas palavras latinas, in carnis, significa 'em carne' ou 'na carne'.

Como termo teológico, denota assumir a forma e natureza humana por Jesus, sujeito às fraquezas e tentações; portanto, Cristo não estava imune, blindado contra o pecado.

De outro giro, faz-se necessário definir as palavras isento/imune e fraquezas. Andreasen coopera citando:

O College Standard Dictionary, define isento: liberar ou escusar de alguma obrigação pesada; libertar, desembaraçar ou dispensar de alguma restrição ou carga. O Webster´s New World Dictionary define isento: tirar, libertar, livrar como de um regulamento que os outros devem observar; escusado, liberado.... isenção implica uma dispensa de alguma obrigação ou exigência legal, especialmente quando outro não são liberados.
ANDREASEN, M. L. Cartas às Igrejas. 1. ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 11

Caso Cristo fosse imune, estaria blindado contra o pecado, Lúcifer acusaria Deus de injusto e o Plano de Redenção de fraude. Cristo assumiu a forma humana exatamente semelhante a seus irmãos, absorvendo a mesma natureza caída; contudo, não transigiu com o pecado. Quando Adão pecou, perdeu a justiça divina imputada por Deus, inclinando-se ao mal concebendo o pecado original. A obra de Cristo é emprestar a justiça perdida santificando o esforço humano, capacitando o pecador vencer as tentações, inclinando-se aos valores morais e ao bem. Cristo venceu o pecado, provando ao Universo a possibilidade de o pecador também vencer; basta ligar a argamassa de sua justiça com o esforço humano. Qual é o alvo do Plano de Redenção? Cristo imputar um pouco de sua justiça no coração do homem, ligando-a ao esforço humano forjado pelo livre-arbítrio, santificando o pecador, lustrando-o com poder espiritual capaz de não transigir com o pecado. Em suma, o pecador precisa participar da natureza divina de Cristo. Absorvendo a Justiça de Cristo, o pecador é santificado, volta a empunhar força física, poder mental e valor moral, como Adão antes do pecado.

Se Cristo fosse imune, isento das paixões humanas, com efeito, seria diferente de seus irmãos; não sentiria dores, emoções, fraquezas, tristeza, fome e demais emoções humanas, seria um Deus onipotente e não poderia sequer ser tentado:

Como Deus, Ele não podia ser tentado; mas, como homem, podia sê-lo, e isso fortemente, e podia ceder às tentações. Sua natureza humana teria de passar pela mesma prova e privação que Adão e Eva. Sua natureza humana foi criada; ela nem sequer possuía os poderes angélicos. Era humana, idêntica à nossa.
WHITE, Ellen Golden. Mensagens Escolhidas. v. 3. 1. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 1987. pág. 129

Na linha de colisão com teses contrárias, as Escrituras testificam Jesus sentindo as emoções citadas, comprovando absorver a natureza humana, caída. Ademais, Jesus não poderia receber nenhuma ajuda especial do Pai em seu teste; as Escrituras confirmam Cristo na cruz completamente abandonado, sem favores especiais. A ajuda dos céus recebida por Cristo no momento de prova é a mesma oferecida a todos os pecadores.

Satanás aguardava Cristo descer à terra ostentando a natureza caída, corruptora dos filhos de Adão; alimentava esperança de vencê-lo, assim como derrubou Adão. Seguindo o Plano de Redenção, Cristo desceu com a natureza pecaminosa de Adão; nesse sentido, emergem sólidas citações do Espírito de Profecia:

Deus permitiu a seu Filho vir, como um bebê carente, sujeito ás fraquezas da humanidade. Ele lhe permitiu enfrentar os perigos da vida em comum com cada alma humana, lutar a batalha que todo filho da humanidade deve lutar, ao risco de falha e perda eterna.
WHITE, Ellen Golden. O Desejado de Todas as Nações. 14. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 1986. pág. 41

Os Testemunhos se coadunam com as verdades esculpidas nas Escrituras. Cristo desceu com a natureza humana pecaminosa, sujeito a ceder às tentações e cair. Enfrentou o teste imposto a todo pecador, encarou perigos, lutou contra Lúcifer e venceu o pecado criando um modelo para salvar o pecador. O êxito da obra do Fiador consiste no pecador participar da natureza divina de Cristo, enobrecendo o esforço humano, crescendo em força física, poder mental, valor moral e fortaleza espiritual. De outro giro, a obra luciferiana é causar dúvidas, confusão e caos, motivo de Lúcifer criar doutrinas ancoradas em falsas teses teológicas visando enfraquecer a obra de Cristo e afastar o pecador dos privilégios da expiação. Em assim sendo, muitos irmãos bombardeados por falácias doutrinárias, teses falsas, escreveram para irmã White em busca de um porto seguro quanto a doutrina da natureza do Salvador, em resposta a profetisa respondeu:

Cartas têm me chegado, afirmando que Cristo não podia ter tido a mesma natureza como o homem, pois se o tivesse, Jesus teria caído sob tentações similares. Se Jesus não tivesse a natureza do homem, ele não poderia ser nosso exemplo. Se Jesus não fosse participante de nossa natureza, Ele não poderia ser tentado como tem sido o homem. Se não fosse possível Jesus ceder à tentação, Ele não poderia ser nosso ajudador. Foi uma solene realidade que Cristo veio para lutar a batalha como o homem, em favor do homem. Sua tentação e vitória nos dizem que a humanidade precisa copiar o Padrão; os homens devem tornar-se participantes da natureza divina. Reviw and Herald, 18 de fevereiro de 1890
ANDREASEN, M.L. Cartas às Igrejas. 1. ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 14

Eis o mistério revelado: O Plano de Redenção exige do pecador participação da natureza divina de Cristo para se salvar. Ora, o pecado emergiu quando Adão perdeu a natureza divina recebida de Deus com o sopro de vida; portanto, os filhos de Adão só poderão retornar ao Éden, recuperar força física, poder mental e valor moral revestidos da natureza perdida no Éden. Como o pecador pode recuperar a divina natureza perdida no Éden? Simples: Cristo pagou o preço, passou no teste, venceu o pecado, Satanás e a morte; portanto, em todo o Universo, é o único ser capaz de emprestar justiça, adicionando a natureza divina perdida por Adão ao esforço humano. Neste parecer, se ancora o Plano de Redenção para restaurar o pecador ao status de Adão antes da queda:

Cristo tomou sobre si a natureza humana e depôs sua vida como sacrifício, para que o homem, tornando-se participante da natureza divina, pudesse ter vida eterna. Cristo não somente era o sacrifício, mas também o Sacerdote que ofereceu o sacrifício.
WHITE, Ellen Golden. Mensagens Escolhidas. V. 3. 1. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 1987. pág. 141

Quando o pecador participa da natureza divina de Cristo, forjando um caráter justo, ele é santificado, recupera a força física, poder mental, valor moral e espiritual, maculados pelo pecado, nascendo de novo tornando-se nova criatura, fabricado pela Justiça de Cristo emprestada, vencendo nos méritos do Salvador.

À guisa de informação, diga-se, quando Adão e Eva foram seduzidos por Lúcifer, ostentavam natureza divina; a glória de Deus santificava o casal edênico. Cristo, por sua vez, quando foi assaltado pelo tentador, encontrava-se sujeito à natureza caída por quatro mil anos, pecaminosa, inteiramente humana:

Quando Adão foi assaltado pelo tentador, nenhum dos efeitos do pecado estava sobre ele. Adão permaneceu na força da perfeita varonilidade, possuindo o pleno vigor de mente e corpo... Não foi assim com Jesus quando entrou no deserto para lutar com Satanás. Por quatro mil anos a raça humana tinha estado decrescendo em força física, em poder mental, em valor moral; e Cristo tomou sobre Si as enfermidades da humanidade degenerada. Somente assim poderia Jesus resgatar o homem das mais baixas profundezas de sua degeneração.
WHITE, Ellen Golden. O Desejado de Todas as Nações. 14. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 1986. pág. 102

Do tempo de Adão até Cristo, a condescendência havia aguçado o poder letal dos vícios, apetites e paixões; o pecador aviltado não tinha forças para vencer. Cristo enfrentou Satanás, açoitado pela natureza pecaminosa, com quatro mil anos de decadência; sob seus ombros pesava os pecados da humanidade, segundo o profeta de Deus: "Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido." Isaías 53:4. Cristo não venceu o teste amparado por sua divindade; encontrava-se coberto pela natureza caída, pecaminosa. Seu êxito deve-se ao fato de o Salvador ligar-se ininterruptamente com Deus e não transigir com o pecado. Leia-se: transigir com o pecado significa alimentar pensamentos, inclinações, desejos e sentimentos voltados ao pecado. A título de exemplo, quando o pecador cobiça, primeiro ele transige, se familiariza com o ato pecaminoso, alimenta pensamentos e nutre desejos para depois consumar. Cristo não transigia com o pecado; não alimentava desejos pecaminosos. Sua mente, razão, vontade e afeições estavam umbilicalmente ligadas ao Criador; cativo à vontade do Pai, por esse canal alimentava seu espírito com a glória divina, forjando um modelo para restaurar o penitente pecador.

Outro ponto controverso merece ser levado a desate: trata-se de infundada tese luciferiana acusando Cristo de fraude, alegando impossibilidade de Cristo ser vencido pela tentação amparado por sua natureza divina. Contudo, Cristo desceu à Terra na natureza humana pecaminosa, assumindo todos os riscos e venceu. Nesse sentido, a irmã White escreveu:

Muitos reclamam que era impossível para Cristo ser vencido pela tentação. Então Ele não poderia ter sido colocado na posição de Adão ... nosso Salvador tomou a humanidade com todas as suas responsabilidades. Ele tomou a natureza de Adão com a possibilidade de ceder à tentação.
WHITE, Ellen Golden. O Desejado de Todas as Nações. 14. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 1986. pág. 102

Os Testemunhos se coadunam com as Escrituras neste particular; para ambos, Cristo tomou a natureza pecaminosa de Adão, sujeito a cair, ceder à tentação:

As tentações às quais Cristo estava sujeito eram uma terrível realidade. Com um agente livre Jesus foi colocado em provação com a liberdade de ceder às tentações de Satanás e operar em oposição a Deus. Se assim não fosse possível que Cristo caísse, ele não poderia ter sido tentado em todos os pontos como a família humana é tentada.
The Youth’s Instructor, 26 de outubro de 1899, parágrafo 8 / ANDREASEN. M.L. Cartas às Igrejas. 1.ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 13

Se Adão caiu quando portava natureza divina, Cristo poderia ser vencido pela tentação ostentando natureza pecaminosa. Cristo ficou exposto às mesmas tentações da descendência de Adão, com quatro mil anos de degeneração, podendo se rebelar contra Deus:

As tentações às quais Cristo estava sujeito eram uma terrível realidade. Com um agente livre Jesus foi colocado em provação com a liberdade de ceder às tentações de Satanás e operar em oposição a Deus. Se assim não fosse possível que Cristo caísse, ele não poderia ter sido tentado em todos os pontos como a família humana é tentada.
The Youth’s Instructor, 26 de outubro de 1899, parágrafo 8 / ANDREASEN. M.L. Cartas às Igrejas. 1.ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 13

Cristo não foi favorecido pelo céu ou por sua divindade; pelo contrário, suportou a provação, contaminado pela caída natureza, estranha para ele. Todavia, era a única forma de resgatar o pecador e este mundo das teias do usurpador:

Cristo portou os pecados e enfermidades da raça como ela existia quando Ele veio à terra para ajudar o homem.... Jesus tomou a natureza humana, e suportou as enfermidades da raça degenerada. As Tentações de Cristo, 30;31.
ANDREASEN. M.L. Cartas às Igrejas. 1.ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 14

Com natureza caída, pecaminosa pesando sob seus ombros, Cristo tomou a enfermidade da humanidade, enfrentou e venceu Satanás, portando natureza humana. A divindade de Cristo, no momento da provação, foi escondida, conforme relatam os Testemunhos:

Cristo venceu a Satanás na mesma natureza sobre a qual Satanás obteve a vitória sobre o homem. O inimigo foi vencido por Cristo em sua natureza humana. O poder da divindade do Salvador foi escondido. Ele venceu na natureza humana, dependendo de Deus para ter força. Este é o privilégio de todos. The Youth’s Instructor, 25 de abril de 1901, parágrafo 11
ANDREASEN. M.L. Cartas às Igrejas. 1.ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 14

Cristo esvaziou-se de sua glória, deixou o poder de sua divindade com o Pai e desceu à Terra com a natureza caída de Adão:

Ele deixaria toda sua glória no céu, apareceria na Terra como um homem, humilhar-se-ia como um homem, familiarizar-se-ia pela sua própria experiência com as várias tentações com que o homem seria assediado, a fim de que pudesse saber como socorrer os que fossem tentados...
WHITE, Ellen Golden. Primeiros Escritos. 3.ed. Ed. Casa publicadora Brasileira, 1988. pág. 150

A vida de um anjo não podia pagar a dívida. Cristo era o único ser no Universo com a mesma substância do Pai, único capaz de modelar um caráter justo para capacitar o pecador obedecer por seus méritos. Em natureza caída, Jesus desceu à Terra:

Jesus lhes disse que pela sua morte salvaria a muitos; que a vida de um anjo não poderia pagar a dívida... Que ele tomaria a natureza decaída do homem, e sua força não seria mesmo igual à deles.
WHITE, Ellen Golden. Primeiros Escritos. 3. ed. Casa Publicadora Brasileira, 1988. pág. 150

Cristo foi um exemplo, modelo para o pecador. Unindo esforço humano com sua divindade ou Espírito Santo, o pecador formaria um caráter justo e santificado. Entrementes, como acontece esse processo, segundo o Espírito de Profecia:

Ele não consentia com o pecado. Nem por um pensamento. O mesmo se pode dar conosco. A humanidade de Cristo estava unida à divindade; estava habilitado para o conflito, mediante a presença interior do Espírito Santo. E veio para nos tornar participantes da natureza divina. Enquanto a ele estivermos ligados pela fé, o pecado não mais terá domínio sobre nós. Deus nos toma a mão da fé, e a leva a apoderar-se firmemente da divindade de Cristo, a fim de atingirmos a perfeição de caráter.
WHITE, Ellen Golden. O Desejado de Todas as Nações. 14. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 1986. pág. 109

Cristo, a exemplo de qualquer pecador dotado da natureza caída, precisa lançar mão do Espírito Santo. O texto é claro: a presença interior do Espírito Santo alimentava o poder moral e espiritual de Cristo, criando barreira de contenção contra tentações e paixões.

O homem foi criado à imagem e semelhança do Criador. Dotado de faculdades puras, atributos perfeitos, santificados pela glória divina. Com o pecado, Adão perdeu a glória divina; os atributos foram contaminados pelo pecado, razão, consciência, vontade e as afeições se inclinaram ao mal. A obra de Cristo na expiação consiste em restaurar, santificar os aludidos atributos, imputando sua justiça, permitindo ao pecador participar de sua divindade:

É nosso privilégio possuir os mais altos atributos de seu ser, se por meio das providências tomadas por ele nos apropriarmos dessas bênçãos e diligentemente cultivarmos o bem em lugar do mal. Temos razão, consciência, memória, vontade, afeições – todos os atributos que um ser humano pode possuir. Mediante a providência tomada quando Deus e o Filho de Deus fizeram um concerto para libertar o homem da escravidão de Satanás, foram providos todos os meios que a natureza humana se unisse com a sua natureza divina.
WHITE, Ellen Golden. Mensagens Escolhidas. V. 3. 1. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 1987. pág. 130

O pecador possui os mesmos atributos de Cristo; a diferença consiste na contaminação. Cristo conservou seus atributos perfeitos, conforme a obra da criação, e o homem foi contaminado pelo pecado, inclinando-se ao mal. O único remédio capaz de restaurar o pecador encontra-se na obra expiatória de Cristo, permitindo aos descendentes de Adão participarem da natureza divina de Cristo:

Sendo participantes da natureza divina podemos permanecer puros, e santos e incontaminados.
WHITE, Ellen Golden. Mensagens Escolhidas. V. 3. 1. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 1987. pág. 131

Restaurando a pureza dos atributos da razão, consciência, vontade e afeições, o pecador penitente volta a amar e obedecer ao Criador.

Alimentando comunhão constante com o Pai, absorvendo a natureza divina de Cristo, o Espírito Santo, o pecador adquire força física, valor moral e poder espiritual, vencendo tentações pequenas e médias até as grandes tentações se tornarem irrelevantes, não mais uma tentação, pela força da ligação do ramo com a videira. Cristo se alimentou da comunhão com o Pai, seu espírito, robustecido, regado pelo Espírito ou glória de Deus, venceu a tentação, Satanás e a morte, aprovado no teste sem nenhum benefício de seu poder divino:

E Cristo não devia exercer poder divino em seu próprio benefício. Viera para sofrer a prova como nos cumpre a nós fazer, deixando-nos um exemplo de fé e submissão.
WHITE, Ellen Golden. O Desejado de Todas as Nações. 14. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 1986. pág. 105

Destarte, Cristo forjou um caráter justo, na medida exata para santificar o pecador, restaurando-o e reconciliando-o com o Pai.

Cristo enfrentou Satanás com natureza inferior à de Adão após a queda, com quatro mil anos de degeneração. De acordo com a Bíblia e os Testemunhos, não restam dúvidas acerca da natureza de Cristo no momento de prova. Cristo enfrentou Lúcifer com a natureza humana, pecaminosa, sem imunidade nem blindagem contra o pecado; sua divindade foi escondida. Cristo venceu revestido da natureza dos caídos filhos de Adão, podia ceder à tentação, contudo, não transigiu com o pecado. Venceu Satanás, o pecado e a morte, tornando-se Sumo Sacerdote, digno de fazer expiação, emprestar Justiça e santificar o pecador.



A Posição Adventista Antes e Depois da Apostasia Ômega



Os pioneiros adventistas labutaram arduamente para consolidar o corpo doutrinário da igreja, a reluzente obra ocorreu lenta e paulatinamente; todavia, ao final, conseguiram construir um porto doutrinário seguro para os membros da igreja, em especial, a doutrina da encarnação, imunidade de Cristo, santuário e as duas fases da expiação. De acordo com textos já apresentados, laureando a Bíblia e os Testemunhos, Cristo encarnou na natureza pecaminosa dos filhos de Adão, sem imunidade ou blindagem contra o pecado, podia cair, ceder à tentação. Desta forma, acreditavam os pioneiros adventistas; contudo, a verdade foi invertida, transformada em mentira na apostasia ômega da Igreja Adventista. A posição doutrinária da Igreja Adventista do Sétimo Dia, quanto à tese da encarnação e imunidade de Cristo, antes da apostasia ômega, é defendida em duas publicações do Biblie Readings (estudo Bíblico): uma da Pacific Press, de 1916, e outra da Southern Publishing House, de 1944, ensinavam a respeito da humanidade do Salvador de acordo com os pioneiros e Testemunhos de Ellen White:

Em sua humanidade Cristo participou de nossa pecaminosa natureza caída. Se assim não fosse, então, Ele não teria sido feito ‘como seus irmãos’, não fora em todos os pontos tentado como nós somos, não vencera como temos de vencer, e não é, portanto, o completo e perfeito Salvador que o homem precisa e deve ter para ser salvo. A ideia de que Cristo foi nascido de uma mãe imaculada e sem pecado (os protestantes não reivindicam isto para a virgem Maria, [mas os católicos sim]), que não herdou tendências para o pecado, e que por isto não pecou, remove Jesus do mundo caído, e do próprio lugar onde a ajuda é necessária. Em seu lado humano, Cristo herdou exatamente o que todo filho de Adão herda – uma natureza pecaminosa, caída. Do lado divino, desde a sua própria concepção Jesus foi gerado e nascido de Espírito. E isto foi feito para colocar a humanidade em posição vantajosa, e para demonstrar que do mesmo modo que todos os que são nascidos do Espírito podem ganhar semelhante vitória sobre o pecado em sua própria carne pecaminosa. Assim cada um deve vencer como Cristo venceu (Apocalipse 3:21). Sem este nascimento não pode haver vitória sobre a tentação, e nenhuma salvação do pecado (João 3:3-7).
ANDREASEN, M.L. Cartas às Igrejas. 1. ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 40

Até as supracitadas datas, de acordo com os textos, defendiam a teologia dos pioneiros, acreditavam na encarnação de Cristo, semelhante a seus irmãos, participando da natureza caída, sem imunidade, sujeito a ceder à tentação.

Entrementes, esta posição mudou na década de 1950, quando lideranças da Igreja Adventista do Sétimo Dia firmaram acordo com ministros evangélicos, Walter R. Martin e Donald Grey Barnhouse, para a Igreja Adventista do Sétimo Dia ser considerada semelhante às igrejas evangélicas e não uma seita.

Os ministros evangélicos, Martin e Barnhouse, nos termos do acordo selado, impuseram condições escusas para a igreja seguir, denunciadas pelo ferrenho opositor da famigerada aliança, o pastor Andreasen:

Para tanto, a IASD deveria abdicar de certas doutrinas fundamentais dos pioneiros adventistas, as quais são apoiadas pelo Espírito de Profecia de Ellen G. White. Dentre essas doutrinas fundamentais está a da Encarnação, a qual os evangélicos e católicos crêem que Jesus encarnou com a natureza de Adão antes de sua queda, ou seja, Sua natureza seria isenta ou imune às paixões e às leis da hereditariedade a que estão sujeitos os filhos de Adão, depois de sua queda.
ANDREASEN, M.L. Cartas às Igrejas. 1. ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 03

A condição para a Igreja Adventista do Sétimo Dia ser considerada evangélica era mudar certas doutrinas fundamentais, adulterar os Testemunhos, passando a crer semelhante aos evangélicos. Segundo o ditado popular, uma vez com sapos, de cócoras com eles.

O incômodo pastor Andreasen, testemunha ocular dos citados fatos, com lamento protestou, levantou-se contra a aliança; contudo, em vão, a igreja cedeu às exigências, aceitando as condições espúrias impostas. Walter Martin, em reunião com lideranças da Igreja Adventista, criticou a literatura da igreja, defendendo a teologia dos pioneiros ancorada nos Testemunhos; de inopino, os livros foram recolhidos e "corrigidos", segundo a nova teologia:

O Sr. Martin imediatamente... percebeu que os adventistas estavam energicamente negando certas posições doutrinárias que antes eram-lhes atribuídas. Principalmente entre essas estavam a questão da marca da besta, e da natureza de Cristo enquanto em carne. O Sr. Martin apontou-lhes que na livraria adventista anexa ao edifício em que essas reuniões estavam ocorrendo, um certo volume publicado por eles e escrito por um dos seus ministros categoricamente afirmava o contrário do que eles estavam agora declarando. Os líderes mandaram buscar o livro e descobriram que o Sr. Martin estava correto, e imediatamente levaram esse fato à atenção dos oficiais da Conferência Geral, que a situação tinha de ser remediada e que tais publicações tinham de ser corrigidas.
ANDREASEN, M.L. Cartas às Igrejas. 1. ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 18

Feitas as devidas correções exigidas pelo ministro evangélico Walter Martin, a igreja negou a fé uma vez confiada aos santos e naufragou na apostasia ômega, infiltrada no ecumenismo:

À partir de 1957, os teólogos adventistas passaram a ensinar que Jesus veio com a natureza sem pecado de Adão, antes de sua queda, ao contrário do que ensinavam os pioneiros e a Sra. White. Jesus seria apenas nosso substituto e não nosso exemplo a ser seguido. Com essa mudança teológica o mundanismo entrou na IASD, junto com o ecumenismo.
ANDREASEN, M.L. Cartas às Igrejas. 1. ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 03

Cumpridas as condições impostas, em 1959, a Igreja Adventista do Sétimo Dia passou a fazer parte como membro cooperador do Concílio Nacional de Igrejas dos Estados Unidos, uma organização ecumênica, sendo considerada uma igreja evangélica, gozando de privilégios mundanos abandonando o adventismo.

O nascente paradigma ancorado na nova teologia adventista posicionou os membros diante de uma dicotomia: ou acreditavam na nova teologia ou nos Testemunhos da irmã White. Ninguém poderia reivindicar fé nos Testemunhos e crer na nova teologia escrita no livro Questões sobre Doutrina. Segundo ANDREASEN (2001), com essas reflexões em mente, lemos com espanto e perplexidade, mesclado com tristeza, a falsa declaração em Questões sobre Doutrina, pág. 383, asseverando:

Cristo foi "isento das paixões herdadas e das poluições que corrompem os descendentes naturais de Adão".
Questões sobre Doutrina, pág. 383

Na página 383 do livro Questions on Doctrine ocorre a declaração onde Cristo:

Estava isento [imune] das paixões herdadas e das poluições que corrompem os descendentes naturais de Adão.
ANDREASEN, M. L. Cartas às Igrejas. 1. ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 3

A nova teologia, oposta à posição dos pioneiros e dos testemunhos, abalou a estrutura da igreja. A inovação doutrinária, moldada para cumprir exigências de evangélicos, corrompeu a doutrina da Igreja Adventista do Sétimo Dia, culminando em apostasia, ecumenismo e rompimento com Deus.



Axioma para Ancorar a Nova Doutrina: Primeira Premissa



A moderna teologia se ancorou em duas premissas. A primeira falsificou a interpretação de textos da irmã White, no sentido de forçar o contexto para sustentar isenção ou imunidade do Salvador. Ao seu sentir, Cristo era imune às paixões herdadas. Eis os textos apresentados:

Cristo é nosso exemplo em todas as coisas. Ele é um irmão em nossas enfermidades, mas não em possuir paixões semelhantes. Testimonies, vol. 2, pág. 202
ANDREASEN. M.L. Cartas às Igrejas. 1. ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 93

O outro texto, também deslocado do contexto pela nova teologia adventista, diz:

Jesus era um poderoso suplicante, não possuindo as paixões de nossas humanas naturezas caídas, mas cercado com enfermidades semelhantes, tentado em todos os pontos mesmo como somos. Testimonies, vol. 2, pág. 509
ANDREASEN. M.L. Cartas às Igrejas. 1. ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 93

Se faz necessário observar abissal diferença entre paixões e poluição; a primeira se manifesta em afeto, desejo, atração, emoção, enquanto a segunda é sinônimo de impureza, mácula, corrupção, degradação, sujeira, contaminação. Os dois textos tratam de Cristo sujeito a paixões; contudo, Jesus não se poluiu. Quando a irmã White declara Cristo não possuía paixões, não significa ser imune; ele simplesmente não alimentou paixões, contudo era sujeito a cair na tentação. Cristo nasceu sujeito às fraquezas humanas:

Deus permitiu seu Filho vir, um indefeso bebê, sujeito à (não imune à) fraqueza da humanidade. Ele lhe permitiu enfrentar os perigos da vida em comum com toda alma humana, lutar a batalha como cada filho da humanidade precisa combatê-la, ao risco de fracasso e ruína eterna.
WHITE, Ellen Golden. O Desejado de Todas as Nações. 14. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 1986. pág. 41

Não ter paixões não equivale a ser isento. Adão não alimentava paixões antes do pecado, todavia, caiu.

Cristo, quando criança, pensava como qualquer criança; a diferença descansa no fato de Jesus não alimentar paixões, não transigir com o pecado:

Enquanto ele era uma criança, ele pensava e falava como criança, mas nenhum traço de pecado desfigurava a imagem de Deus dentro dele. Não obstante ele não estava isento (não imune) a todos os conflitos que temos que enfrentar.
WHITE, Ellen Golden. O Desejado de Todas as Nações. 14. ed. São Paulo: Casa Publicadora Brasileira, 1986. pág. 60

Os primeiros anos da vida de Cristo foram de estudo das Escrituras; orientado por Maria, sua mãe, recusou as escolas das sinagogas. A luz da presença de Deus crescia, alimentada pelo Espírito Santo: "E o menino crescia, e se fortalecia em espírito, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre ele." Lucas 2:40. A comunhão com Deus, mediante oração, consagração e meditação, desenvolveu as faculdades mentais, morais e espirituais, conservando os pensamentos de Cristo umbilicalmente ligado ao Pai. Vigilância para conservar a semelhança de Deus era o segredo de Jesus não ser poluído pelas paixões. A comunhão com Deus, mediante oração, desenvolve as faculdades mentais, morais e espirituais; esse era seu porto seguro, contudo, a tentação batia à porta frequentemente. Segundo afirma a irmã White, era necessário Jesus estar sempre em guarda para preservar a imagem de Deus dentro dele. As paixões consomem os herdeiros de Adão por desfigurarem a imagem de Deus e rejeitarem sua justiça.

Não ter paixão equivale a uma pessoa não diabética; contudo, ela pode vir a contrair caso alimente fatores causadores da patologia; a título de exemplo, ingerir exagerada quantidade de açúcar. De igual modo, as paixões não brotam do acaso; precisam ser regadas por pensamentos impuros, desejos carnais acariciados para contaminar a alma, transigindo com o pecado. A paixão só contamina o pecador caso se coloque em situação de risco. Jesus era vigilante, orava sem cessar para conservar a semelhança de Deus, antídoto das paixões. O pecador, copiando Jesus, pode alcançar força física, valor moral e poder espiritual para resistir às paixões e não transigir com o pecado. Os textos apresentados em defesa da tese aniquilam, ceifam a nova teologia adventista, não confirmam a imunidade de Cristo; dizem simplesmente a imagem de Deus era uma barreira de contenção contra as paixões. Qualquer pecador pode conservar a semelhança de Deus, laureado pela Justiça de Cristo, e não ser poluído por paixões.

Concluindo, diga-se: por qual motivo Jesus não tinha paixões? A irmã White responde:

Porque a alma precisa propor-se ao ato pecaminoso antes que a paixão possa ter domínio sobre a razão, ou a iniquidade triunfar sobre a consciência. Testimonies, vol. 5, p. 177.
ANDREASEN, M. L. Cartas às Igrejas. 1. ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 94

Cristo não transigiu com o pecado. Sua obra é imputar justiça no coração humano, conservar a semelhança divina intacta, santificando o pecador para brotar força física, valor moral e firmeza espiritual, apto a resistir às paixões, dominando a razão. Jesus não alimentava paixões; não significa ser imune, era necessário estar em constante oração, alerta, para preservar sua pureza:

Ele poderia ter pecado, Ele poderia ter caído. SDABC, vol. 5, pág. 1128.
ANDREASEN, M.L. Cartas às Igrejas. 1. ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 94

Tentação não é pecado. No bojo dos Testemunhos, textos explicativos desatam o nó. Ao sentir da profetisa, quando pensamentos impuros são acariciados, eles não precisam ser expressos em palavras ou atos para consumar o pecado e levar a alma à condenação. Um pensamento impuro tolerado, um desejo pecaminoso acariciado, e a alma está contaminada. Todo pensamento mau deve ser imediatamente repelido. Paixão e poluição são diferentes; não podem ser colocadas no mesmo nível, a exemplo da obra nefasta manchando o livro Questões sobre Doutrinas. Jesus poderia ter pecado e caído; contudo, cuidou em conservar a semelhança divina em seu coração, repelindo a fumaça das paixões.



A Segunda Premissa



A segunda premissa, adulterou os Testemunhos, visando sustentar a nova doutrina manipulada. A infeliz adulteração dos Testemunhos sacrificou pilares fundamentais da fé cristã. O fruto da maléfica aliança apodreceu o sistema doutrinário da Igreja Adventista, confirmando a apostasia Ômega. Este fato foi omitido dos irmãos; neste sentido se manifestou Andreasen:

Nossos membros estão muito desapercebidos das condições existentes, e todo esforço está sendo feito para mantê-los em ignorância. Ordens foram emitidas para manter tudo em segredo, e será notado que mesmo na última sessão da Conferência Geral [1958] nenhum relatório foi dado sobre o tráfico de nossos líderes com os evangélicos e de fazer aliança com eles. Nossos oficiais estão brincando com fogo, e a conflagração resultante cumprirá a predição de que a vinda da apostasia Ômega será de natureza mais surpreendente.
ANDREASEN, M.L. Cartas às Igrejas. 1. ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 24

A apostasia Alfa ocorreu em 1888, quando a Igreja Adventista rejeitou a mensagem da Justiça de Cristo. A apostasia Ômega, de natureza surpreendente, foi observada por Andreasen:

Alcançamos uma crise nesta denominação, quando os líderes estão tentando impor falsa doutrina e ameaçar aqueles que protestam. O programa inteiro é inacreditável. Os homens estão tentando agora remover os fundamentos de muitas gerações, e penso que terão sucesso. Se não tivermos o Espírito de Profecia não poderemos saber do afastamento da sã doutrina que agora está nos ameaçando, e a vinda do Ômega que dizimará nossas fileiras e causará feridas graves. A situação presente foi claramente prevista. Estamos próximos do clímax.
ANDREASEN, M.L. Cartas às Igrejas. 1. ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 55

A apostasia Ômega envolve negar doutrinas pilares do adventismo, agravada pela adulteração dos testemunhos para ancorar fraudes visando bens temporais, posição social e ganância, rompendo o vínculo com Deus. A apostasia anunciada pelo Espírito de Profecia se cumpriu no malsinado evento:

Senti, e agora sinto, que esta denominação está enfrentando a apostasia predita há longo tempo atrás, que nossos líderes estão seguindo o exato procedimento que o Espírito de Profecia delineou que se seguiria, e que eu tenho um dever do qual não devo me esquivar.
ANDREASEN, M. L. Cartas às Igrejas. 1. ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 79

A surpreendente apostasia ômega não resultou em um simples afastamento de Deus, mas em um rompimento definitivo com os céus e na queda da igreja. Ao sentir do Andreasen:

Era uma completa ruptura da fé. Era como substituir Lia por Raquel, uma transação desonrosa.
ANDREASEN, M. L. Cartas às Igrejas. 1. ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 87

Demolir pilares do Cristianismo equivale anular a graça divina, rejeitar a sã doutrina e romper com os céus. Líderes adventistas derrubaram as colunas do adventismo em troca de favores seculares, cumprindo-se a surpreendente apostasia ômega. A obra destruidora dos pilares do adventismo brotou de dentro da igreja, rompendo com Deus definitivamente. A igreja foi vomitada; cortaram o cabo ligando à rocha eterna. A igreja Adventista encontra-se à deriva no mar, sem mapa ou bússola. A igreja caiu e não se levantará mais.

Precisamente na década de 1950, líderes da Igreja Adventista do Sétimo Dia firmaram aliança com ministros evangélicos visando à glória terrestre. Os ministros exigiram reforma no corpo doutrinário da igreja. Entre as doutrinas a serem reformuladas ou aniquiladas, encontrava-se a encarnação de Cristo, imunidade, marca da besta, expiação e santuário, colunas da fé adventista.

Para sustentar a nova doutrina, era necessário torcer os contextos dos escritos de Ellen White e adulterar os testemunhos. A imprudente obra de remover os marcos fixados por Deus, modificando os testemunhos, coube a Leroy Froom e Roy Allan Anderson, auxiliados por Walter Read. A Associação Geral confiou aos supracitados irmãos a missão de investigar os depositários de White, forjar textos e escrever o livro Questões sobre Doutrina, com acentuada mudança doutrinária nos pilares da fé adventista, confirmando a nova teologia em detrimento das verdades eternas:

em Questions on Doctrine [livro forjado por Leroy Froom e Roy Anderson, publicado em 1957, que contém mudanças doutrinárias para agradar evangélicos, a fim da IASD não mais fosse considerada como seita].
ANDREASEN, M. L. Cartas às Igrejas. 1. ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 48

A ordem da vez trata da expiação, ora em progresso no santuário celestial, doutrina negada pelos evangélicos, comparsas dos líderes adventistas na obra de demolição dos pilares fundamentais do adventismo:

Em primeiro de maio de 1957 dois homens Roy Allan e Walter Read, membros da comissão foram escolhidos para escrever o livro Questions on Doctrine (Questões sobre Doutrinas) e convidados pela mesa para reunir-se, a fim de discutir as questões que tinham recebido alguma consideração na reunião de janeiro de 1957. Referia-se a afirmações feitas pela Sra. White com relação à Expiação ora em progresso no santuário celestial. Essa concepção não estava de acordo com as conclusões atingidas pelos líderes da denominação em conselho com os evangélicos.
ANDREASEN, M. L. Cartas às Igrejas. 1. ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 25

Os evangélicos questionavam e criticavam a doutrina da Expiação em andamento no céu, Santuário, juízo investigativo, 2.300 dias e data de 1844. A seu viso, deveriam ser abolidas, como doutrinas fantasiosas criadas para cobrir aparências do desapontamento de 1844:

O assunto que tomou muito tempo nas conferências foi o do santuário. O Dr. Barnhouse foi franco em sua estimativa dessa doutrina. Ele chamou a não importante e quase ingênua doutrina do juízo investigativo que ele caracterizou como "o fenômeno mais colossal, psicológico, para salvar as aparências na história religiosa."
ANDREASEN, M. L. Cartas às Igrejas. 1. ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 28

Diante da infundada crítica, o pastor Andreasen esperava, no mínimo, a defesa da fé confiada aos santos. Contudo, não o fizeram os líderes adventistas; pelo contrário, forjaram um livro para suprimir e modificar as doutrinas, fruto do incômodo dos evangélicos.

Outras reuniões secretas aconteceram ao longo de três anos, envolvendo líderes adventistas e ministros evangélicos, visando à aceitação dos adventistas e associação em grupos ecumênicos de igrejas dos Estados Unidos:

Os líderes Adventistas estiveram por algum tempo em contato com dois ministros de outra fé, evangélicos, o Dr. Barnhouse e o Sr. Martin. A questão de grande importância foi se os adventistas poderiam ser considerados cristãos enquanto mantêm tais pontos de vista, como a doutrina do santuário; os 2300 dias; a data de 1844; o juízo investigativo; e a obra expiatória de Cristo no santuário no céu desde 1844.
ANDREASEN, M. L. Cartas às Igrejas. 1. ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 26

As ocultas, longe dos holofotes dos irmãos, líderes adventistas tramavam como remover os marcos fixados, quebrar os pilares da fé adventistas seduzidos pelos favores seculares.

Os dois grupos gastaram centenas de horas estudando, e escreveram muitas centenas de páginas. Os evangélicos visitaram nossa sede em Takoma Park, e nossos homens visitaram Filadélfia e foram hóspedes do Dr. Barnhouse em sua confortável casa. Após longas e demoradas discussões, os dois partidos chegaram finalmente a um acordo.
ANDREASEN, M. L. Cartas às Igrejas. 1. ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 26

Em adocicadas reuniões, os evangélicos exigiram reforma e rejeição de doutrinas fundamentais adventistas, os líderes prontamente atenderam. Adulteraram o Espírito de Profecia e torceram contexto para moldar os irmãos a nova doutrina, visando reconhecimento evangélicos para serem considerados cristãos e filiar-se nos movimentos ecumênicos.

Como dito alhures, tudo costurado nas trevas, as ocultas, inclusive de pastores, a exemplo do pastor Andreasen, ferrenho opositor, foi punido, perdeu a credencial de pastor. Com muita insistência e investigação, colheu documentos confidenciais e começou a desvendar a fraude:

Até hoje (1959) não sabemos, e não supomos saber, quem realizou as conferências com evangélicos. Não sabemos, e não supomos conhecer, quem escreveu Questons sobre Doctrine.
[Posteriormente, soube-se que fora escrito pelos pastores Leroy Froom e Roy Allan Anderson]. Não sabemos, nem supomos saber, exatamente que mudanças foram feitas, e em que livros, concernente a marca da besta e a natureza de Cristo enquanto em carne. Não sabemos quem autorizou a omissão do capítulo 13 do Apocalipse em nossas lições da Escola Sabatina para segundo trimestre de 1958, que trata da marca da besta. [Não é à toa que já em 1959 a Conferência Geral da IASD entrou como sócia da organização ecumênica Conselho Nacional de Igrejas dos Estados Unidos].
ANDREASEN, M. L. Cartas às Igrejas. 1. ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 27-28

De fato, ocorreu mudança nos livros de Ellen White referentes à doutrina do santuário. A título de exemplo, faz-se necessário citar um texto cunhado no livro de Elias Thomé Zorub (pastor adventista), escrito em 1938. A supracitada obra não foi publicada pela Casa Publicadora Brasileira; entrementes, cita um texto do livro A Grande Controvérsia, posteriormente recebeu novo título de O Grande Conflito ou Conflito dos Séculos. Na obra de Zorub, "O Tempo da Chuva Serôdia à Luz do Santuário", página 09, existe uma citação de Ellen White nos termos seguintes:

O assumpto do santuário e do juízo de investigação devia ser perfeitamente comprehendido do povo de Deus. Todos necessitam conhecer a posição e a obra do seu grande summo sacerdote, alias ser-lhes-á impossivel exercer a devida fé no que é essencial no presente tempo até nós reconhecermos que a doutrina do santuário celestial é caracteristica do movimento da adventismo de sétimo dia. A Grande Controversia, págs. 488.
ZORUB, Elias Thomé. O Tempo da Chuva Serôdia à Luz do Santuário. 1. ed. 1938. pág. 09

Este livro de Ellen White, A Grande Controvérsia, citado por Zorub, foi publicado antes do acordo dos líderes adventistas com evangélicos.

Levando em consideração a gravidade dos fatos, faz-se necessário apresentar o mesmo texto no livro O Grande Conflito, publicado após o famigerado acordo com porta-vozes evangélicos:

O assunto do santuário e do juízo de investigação, deve ser claramente compreendido pelo povo de Deus. Todos necessitam para si mesmos de conhecimento sobre a posição e obra de seu grande Sumo Sacerdote. Aliás, serlhes-á Impossível exercerem a fé que é essencial neste tempo, ou ocupar a posição que Deus lhes deseja confiar.
WHITE, Ellen Golden. O Grande Conflito. 30. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 1985. pág. 491-492

Veja o texto suprimido, eliminado do livro: alias ser-lhes-á impossível exercer a devida fé no que é essencial no presente tempo até nós reconhecermos que a doutrina do santuário celestial é característica do movimento da adventismo do sétimo dia. O texto é um dos pilares do adventismo. Segundo o Espírito de Profecia, é impossível exercer fé sem reconhecer a doutrina do santuário celestial como característica do movimento do adventismo do sétimo dia. Leia-se: se retirar a doutrina do santuário, modificar, suprimir ou modelar, o adventismo perde sua característica; a igreja deixa de ser adventista e se transforma em evangélica.

Observe agora o texto suprimido para se amoldar à nova teologia adventista: Aliás, ser-lhes-á impossível exercerem a fé que é essencial neste tempo, ou ocupar a posição que Deus lhes deseja confiar. No novo texto, eliminaram a frase "santuário celestial característica do adventismo do sétimo dia", substituída por nova expressão "ocupar a posição que Deus lhes deseja confiar", fugindo completamente do sentido. Suprimiram a teologia do santuário, pilar e coluna de sustentação da doutrina adventista. Como se pode observar, a denúncia de Andreasen é verdadeira: mudaram os livros de Ellen White, eliminaram textos referentes ao santuário e, em alguns casos, adulteraram contextos para sustentar a nova teologia herética adventista, cumprindo acordo espúrio.

Estarrecido, Andreasen descobriu o plano sombrio dos líderes da Associação Geral: mudar os Testemunhos de Ellen White, repudiar doutrinas fundamentais, pilares do adventismo, para agradar evangélicos, afrontando Deus. O ministro evangélico Barnhouse critica o álibi de Hiron Edson acerca do desapontamento e menoscaba a obra de Cristo no Santuário celestial e a expiação. Os líderes adventistas comungaram com a equivocada posição evangélica, repudiaram as doutrinas pilares da fé adventista, criticaram os irmãos comprometidos com os marcos fixados por Deus e assumiram crença divergente dos pioneiros. Ao descobrir a verdadeira intenção da Associação Geral, chocado, Andreasen escreveu:

O Dr. Barnhouse, ao discutir a explicação de Hiron Edson sobre o desapontamento de 1844, diz que a posição de que Cristo tinha uma obra a realizar no lugar santíssimo antes da vinda a esta terra... é uma idéia humana, para salvar as aparências, que alguns adventistas desinformados... levam a extremos literários fanáticos. O Sr. Martin e eu ouvimos os líderes adventistas dizerem, positivamente, que eles repudiavam tais extremos. Isto eles disseram sem nenhum equívoco. Além disso, eles não creêm, como alguns de seus pioneiros ensinavam que a obra expiatória de Jesus não foi completada na Calvário, mas que em vez disso que Jesus ainda estava realizando uma segunda obra ministerial desde 1844. Essa ideia os líderes adventistas também repudiaram totalmente.
ANDREASEN, M. L. Cartas às Igrejas. 1. ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 28-29

Os ministros evangélicos publicaram em seus periódicos a posição dos líderes adventistas, resultado das secretas reuniões. A Associação Geral se rendeu à crença evangélica, repudiando a expiação em duas fases. Os líderes adventistas, por sua vez, confirmaram as declarações dos evangélicos, permanecendo silentes; não protestaram, fato lamentado por Andreasen:

Os homens estavam bem familiarizados com as declarações feitas pelo Dr. Barnhouse e o Sr. Martin, de que a ideia do ministério de Cristo no lugar santíssimo do santuário tinha sido totalmente repudiada pelos nossos líderes. Isto tinha sido publicado há vários meses na ocasião, e não tinha sido protestado.
ANDREASEN, M. L. Cartas às Igrejas. 1. ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 29

Leia-se: a Associação Geral sabia das publicações e permaneceu em silêncio, confirmando a trama veladamente, procurando não despertar a curiosidade dos irmãos para não inflamar suspeitas e reações.

Em verdade, segundo Andreasen, quatro homens empunharam o encargo de adulterar os Testemunhos e forjar o livro Questões sobre Doutrina, projetado para torcer contextos e acrescentar notas de rodapé, tentando forçar o Espírito de Profecia aprovar o repúdio das doutrinas pilares do adventismo, a saber: T. E. Unruh, Roy Allan Anderson, Leroy Froom e Walter Read. De inopino, os paladinos da apostasia investigaram o Depositário White, garimpando textos para firmar a nova doutrina e escrever artigos, modelando a congregação à nova fé:

Na ocasião em que os dois homens visitaram os Depositários, uma série de artigos apareceu na Ministry [da qual Roy Allan Anderson era editor-chefe], que reivindicava ser “o entendimento adventista da expiação, confirmado e iluminado e clarificado pelo Espírito de Profecia”. Na edição da Ministry, de fevereiro de 1957, a declaração ocorre que “ato sacrifical sobre a cruz é uma expiação completa, perfeita e final em favor do pecado do homem”. Esse pronunciamento está em harmonia com a crença de nossos líderes, como o Dr. Barnhouse citou-os. Está também em harmonia com a declaração assinada por um oficial encarregado [R.R. Figuhr, presidente da Associação Geral na época], numa carta pessoal: “Não podes, Irmão Andreasen, tirar de nós este precioso ensino que Jesus fez um sacrifício expiatório completo e todo suficiente sobre a cruz…
ANDREASEN, M. L. Cartas às Igrejas. 1. ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 30

Os artigos, escritos na revista adventista Ministry em 1957, repudiaram pilares fundamentais do adventismo e apresentavam a nova doutrina, defendendo a expiação na cruz como definitiva e única, falsamente amparada pelo Espírito de Profecia, insinuando tratar-se da fé dos pioneiros.

Rapidamente, Andreasen reagiu. Em sua obra Cartas às Igrejas, rebateu a versão falsificada, dizendo:

A verdade é, nossos antepassados não criam nem proclamaram tal coisa. Eles não criam que a obra sobre a cruz fosse completa e toda-suficiente. Eles criam que o resgate foi pago ali e que era todo-suficiente; mas a expiação final aguardava a entrada de Cristo no santíssimo em 1844. Isto os adventistas tinham sempre ensinado e crido, e esta é a antiga e estabelecida doutrina que nossos venerados antepassados criam e proclamavam...
ANDREASEN, M. L. Cartas às Igrejas. 1. ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 30-31

Contrariando a usurpadora doutrina, Andreasen se posicionou: ao seu sentir, o pagamento foi efetuado: "Mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado." I Pedro 1:19. Na cruz, Jesus pagou o preço; contudo, o precioso tesouro se torna eficaz quando Cristo saca em nosso favor, e isso deve esperar a vinda ao mundo de cada indivíduo. Daí, a expiação deve continuar enquanto pessoas forem nascendo, conforme a antiga doutrina adventista:

Há um fundo inexaurível de perfeita obediência advindo de sua obediência. Como é isto, que tal infinito tesouro não é apropriado? No céu os méritos de Cristo, sua abnegação e sacrifício próprio, estão entesourados como incenso, a ser oferecido com as orações de seu povo. General Conference Bulletin, vol. 3, pág. 101, 102, quarto trimestre, 1899
ANDREASEN, M. L. Cartas às Igrejas. 1. ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 31

Explicando o tema em comento, Andreasen desata o nó, asseverando:

Notem as frases: fundo inesgotável, tesouro infinito, méritos de Cristo. Esse fundo foi depositado na cruz, mas não exaurido lá. Ele está entesourado e é oferecido com as orações do povo de Deus. Especialmente desde 1844, esse fundo é sacado pesadamente conforme o povo de Deus avança em santidade; mas não é exaurido, há suficiente e para poupar.
ANDREASEN, M. L. Cartas às Igrejas. 1. ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 31

Jesus cumpriu a primeira fase da expiação na cruz, executou os tipos do primeiro advento, conforme projetado no Plano de Redenção. A expiação não findou na cruz; se estende como fonte inesgotável até o cumprimento da segunda fase, com os tipos do segundo advento.

A expiação, no sentido espiritual, purifica a alma dos pecados. O pecador é regenerado e participa da natureza divina de Cristo, tornando-se nova criatura, nascendo de novo à semelhança de Adão antes da queda. A expiação permite Cristo imputar sua justiça, fonte inesgotável; quem tem sede, beba. Restaura a força física, o poder moral e espiritual do pecador, misturando o esforço humano ao mérito da obediência de Cristo, devolvendo a capacidade de o pecador amar e obedecer à Lei do Criador:

Jesus que através de sua própria expiação proveu para eles um fundo infinito de poder moral, não falhará a empregar esse poder em favor deles. Ele lhes imputará sua própria justiça... Há um fundo inesgotável de perfeita obediência advindo de sua obediência.... Conforme orações humildes e sinceras ascendem ao trono de Deus, Cristo mistura com elas os méritos de sua própria vida de perfeita obediência. Nossas orações se tornam perfumadas por esse incenso. Cristo comprometeu-se a interceder em nosso favor, e o Pai sempre ouve a seu Filho. Ibidem.
ANDREASEN, M. L. Cartas às Igrejas. 1. ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 31-32

A expiação é uma obra complexa, não uma simples morte na cruz pagando o preço do pecado. Com esse importe, deve ser cuidadosamente estudada e compreendida pelo povo de Deus, concomitante ao Santuário e ao Juízo de investigação:

O assunto do santuário e do juízo de investigação, deve ser claramente compreendido pelo povo de Deus. Todos necessitam para si mesmos de conhecimento sobre a posição e obra de seu grande Sumo Sacerdote.
WHITE, Ellen Golden. O Grande Conflito. 30. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 1985. pág. 491-492

A obra de Cristo como Sumo Sacerdote é de vital importância para compreender o Plano de Salvação e a obra expiatória.

A oração dos santos é recebida pelo Pai quando sobe misturada com a fragrância da Justiça de Cristo. Jesus intercede ao Pai em prol do pecador, mistura sua justiça às orações dos santos e é ouvido pelo Pai. Entrementes, repudiando a obra de Cristo, o livro Questões sobre Doutrina traz nova teologia, diferente e contrária ao Espírito de Profecia e à fé dos Pioneiros:

Nossa orações perfumadas pelo incenso o Pai sempre ouve. Cristo intercede por nós e mistura nossas orações, o contraste em Questões sobre Doutrinas: Contrastem isto com a afirmação em Questions on Doctrine, pág. 381: Jesus apareceu na presença de Deus por nós... Mas não foi com a esperança de obter algo nessa ocasião ou em algum tempo futuro. Não! Ele já o tinha obtido por nós na cruz.
ANDREASEN, M. L. Cartas às Igrejas. 1. ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 32

Segundo a nova doutrina adventista, em linha de colisão com o Espírito de Profecia, Jesus intercede junto ao Pai, mas não é ouvido; não precisa, pois Ele já fez tudo na cruz. A expiação, conforme a posição evangélica e católica, é única, na cruz. Repudiam a expiação em duas fases, conforme pregavam os pioneiros e o Espírito de Profecia. Faz-se necessário indagar: os investigadores dos Depositários White não encontraram textos afirmando a posição dos pioneiros?

Com efeito, Roy Allan e Walter Read visitaram os Depositários White, pesquisando as obras da irmã White. Em suas pesquisas, ficaram agudamente a par das declarações de Ellen White; segundo ela, a obra da expiação de Cristo está agora em progresso no santuário celestial, fato confirmado pelos Testemunhos:

Ao término dos 2.300 dias, em 1844, Cristo entrou no lugar santíssimo do santuário celestial, para executar a obra de encerramento da expiação, preparatória para sua vinda. O Grande Conflito, 422. Cristo tinha apenas completado uma parte de sua obra como nosso intercessor para entrar noutra porção da obra, e ele ainda pleiteia seu sangue diante de Deus em benefício dos pecadores. Ibid, 429.
Na abertura do lugar santíssimo do santuário celestial, em 1844, Cristo entrou lá para executar a obra de enceramento a expiação. Eles viram que jesus estava agora oficiando diante da arca de Deus, pleiteando seu sangue em favor dos pecadores. Ibidem, 433.
Cristo é representado como continuamente de pé no altar, momentaneamente oferecendo o sacrifício pelos pecados do mundo... Um mediador é essencial devido ao contínuo cometimento de pecado... Jesus apresenta a oblação oferecida por cada ofensa e cada falta do pecador. MS 50, 1900
ANDREASEN, M. L. Cartas às Igrejas. 1. ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 34-35

A doutrina ensinada pelo Espírito de Profecia, defendida pelos pioneiros, é sólida. No final dos 2.300 dias, em 1844, Cristo entrou no santíssimo para empunhar a obra de encerramento da expiação. Jesus tinha completado uma parte da obra expiatória como intercessor no primeiro compartimento. Agora, Ele entra em outra porção da obra expiatória. Lá pleiteia seu sangue perante o Pai. Ele está de pé diante do altar. Isso é necessário por causa da contínua perpetração do pecado. Jesus apresenta a oblação por toda ofensa e toda falta do pecador. Isso prova uma expiação contínua e presente. Ele, segundo exorta o festejado apóstolo Paulo no livro de Hebreus, intercede por nós para salvar perfeitamente quem se chega a Deus, vivendo sempre para interceder por eles.

Diante dos fatos qual foi a postura dos líderes adventistas? Andreasen responde:

Presume-se que quando os dois homens declararam que se tinham tornado agudamente cientes das declarações de Ellen White que indicam que a obra expiatória de Cristo até agora em progresso no santuário celestial, que eles tinham lido as citações dadas aqui e talvez outras. Em vista deste conhecimento, o que eles sugeriram que fosse feito? Mudariam eles as suas opiniões erradas anteriores e se harmonizariam com as claras palavras do Espírito de Profecia? Não, ao contrário, eles sugeriram aos Depositários que algumas notas de rodapé ou apêndices devessem aparecer em certos livros de Ellen G. White, esclarecendo muito largamente nas palavras de Ellen White nosso entendimento das várias fases da obra de expiação de Cristo. Minutes, 1483.
ANDREASEN, M. L. Cartas às Igrejas. 1. ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 35-36

Após exaustiva pesquisa, os paladinos da apostasia aparentam perplexidade com o resultado. O Espírito de Profecia é claro: a obra expiatória de Cristo está em progresso no santuário celestial, portanto, não foi definitiva na cruz. Mesmo admitindo o inquestionável fato, os líderes sugeriram inserções para manipular os Testemunhos e confundir os irmãos, facilitando a aceitação da errônea doutrina ou nova teologia:

Somente em harmonia com a declaração oficial em Questions on Doctrine de que quando se lê nos escritos de Ellen G. White que Cristo está fazendo expiação agora, deve ser entendido que simplesmente queremos dizer que Cristo está agora fazendo aplicação etc., pág. 354, 355.
ANDREASEN, M.L. Cartas às Igrejas. 1.ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 36

Apesar de silenciarem sua voz, Andreasen se esforçou, fez severa denúncia contra os abusos e adulteração dos livros da irmã White. Em sua obra, alerta:

Após os dois homens terem sugerido a inserção de notas de rodapé e explicações em alguns livros de Ellen G. White. Isso passou a ser feito com regularidade a partir da década de 1960 em vários livros de Ellen G. White, por exemplo, Primeiros Escritos, Testemunhos para Ministros, baseados no princípio papal, de que a igreja é a única fonte genuína de interpretação, quando na verdade é o Espírito Santo.
ANDREASEN, M. L. Cartas às Igrejas. 1. ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 37

A malsinada obra maléfica, tentando derrubar os pilares da fé adventista, posicionou a Igreja Adventista do Sétimo Dia na balança celestial:

Nas balanças do santuário há de ser pesada a Igreja Adventista do Sétimo Dia. Ela será julgada pelos privilégios e vantagens que tem gozado. Se sua experiência espiritual não corresponde às vantagens que, a preço infinito, Cristo lhe concedeu; se às bênçãos que foram conferidas não a habilitarem para fazer a obra que lhe foi confiada, sobre ela será pronunciada a sentença: Achada em falta. Pela luz que lhe foi concedida, pelas oportunidades dadas, será ela julgada.
WHITE, Ellen Golden. Eventos Finais. 2. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 1994. pág. 53

As doutrinas confiadas à Igreja Adventista do Sétimo Dia a preço infinito foram repudiadas, culminando com a apostasia Ômega, conforme antecipado pelo Espírito de Profecia:

Satanás lançou seus planos para debilitar nossa fé na história da causa e obra de Deus. Estou profundamente convicta conforme escrevo isto: Satanás está operando com homens de posição proeminente para vencer os fundamentos de nossa fé. Permitiremos que isso aconteça, irmão? Reviw and Herald, 12 de novembro de 1903.
ANDREASEN, M. L. Cartas às Igrejas. 1. ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 36-37

Na balança celestial, a Igreja Adventista foi pesada e achada em falta; as bênçãos confiadas não corresponderam com suas obras. Em outro texto, o Espírito de Profecia aconselha em vão a igreja refutar falsos ensinos; contudo, os falsos ensinos brotaram da própria Igreja Adventista do Sétimo Dia:

Minha mensagem é: Não mais consintais sem protestar contra a perversão da verdade... Fui instruída a advertir nosso povo. Pois muitos estão em perigo de receber teorias e sofismas que minam os pilares fundamentais de nossa fé. Leter to the Physicians and Ministers, Series B, nº 2, pág. 15.
ANDREASEN, M. L. Cartas às Igrejas. 1. ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 37

Por fim, o Espírito de Profecia relata tentativas do inimigo corromper a doutrina, derrubar colunas da fé e manipular os Testemunhos; contudo, os membros não esperavam a obra corruptora e a apostasia geral vir da lavra dos próprios líderes, pseudos defensores da verdade:

Nos passados cinquenta anos cada fase da heresia tem sido trazida sobre nós, para obscurecer nossas mentes com relação aos ensinos da palavra – especialmente correlação à ministração de Cristo no santuário celestial... Mas os marcos-guias que nos tem feito o que somos, devem ser preservados, e serão preservados, como Deus tem significado através de sua Palavra e dos testemunhos de seu Espírito. Ele nos chama para ficarmos firmes, com as garras da fé aos princípios fundamentais que estão baseados em inquestionável autoridade. Ibidem, 59.
ANDREASEN, M. L. Cartas às Igrejas. 1. ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 37

Os acalorados apelos do Espírito de Profecia, visando proteger a Igreja Adventista do Sétimo Dia, não foram suficientes para manter a igreja erguida. Lúcifer continuou sua obra de engenharia demolidora dos pilares do cristianismo. Por fim, triunfou, varrendo marcos fundamentais da Igreja Adventista do Sétimo Dia, ligando-a ao olho do furacão do engano, adulterando doutrinas pilares da fé e forjando uma nova igreja:

O inimigo das almas tem buscado introduzir a suposição de que uma grande reforma deveria ter lugar entre os adventistas do sétimo dia, e que essa reforma consistiria em renunciar às doutrinas que permanecem como pilares de nossa fé, e engajar-se num processo de reorganização. Caso essa reforma tivesse acontecido, o que resultaria? Os princípios da verdade que Deus em sua sabedoria tem concedido à igreja remanescente seriam descartados. Nossa religião seria mudada. Os princípios fundamentais que têm sustentado a obra durante os últimos cinquenta anos seriam considerados como erro. Uma nova organização seria estabelecida. Livros de uma nova ordem seriam escritos. Um sistema de filosofia intelectual seria introduzido. Os fundadores desse sistema iriam às cidades e realizariam uma maravilhosa obra. O sábado, logicamente, seria considerado levianamente, bem como o Deus que o criou. Nada seria permitido permanecer no caminho do novo movimento. Os líderes ensinariam que a virtude é melhor do que o vício, mas Deus sendo removido, eles depositariam sua dependência no poder humano, o qual, sem Deus, é sem valor. O seu fundamento seria edificado sobre a areia, e a tempestade e a tormenta levariam de roldão a estrutura. Specialimonies, série B, # 7, págs. 39-40, outubro de 1903
ANDREASEN. M.L. Cartas às Igrejas. 1. ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 33

O supracitado texto se cumpriu copiosamente na Igreja Adventista do Sétimo Dia na apostasia Ômega. Romperam com Deus, forçando o Soberano do Universo abandonar a igreja:

A igreja está na condição laodiceana. A presença de Deus não está no meio dela.
WHITE, Ellen Golden. Eventos Finais. 2. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 1994. pág. 44

Sem Deus, perderam a bússola da salvação. Rejeitaram a sã doutrina; novos livros foram escritos a exemplo de Questões sobre Doutrina e Nisto Cremos, distorcendo a verdade, ascendendo nova teologia, apostatada.

Quando a igreja rejeitou a doutrina adventista, adulterando os testemunhos para aceitar doutrina evangélica, deixou de ser igreja adventista doutrinariamente, para se tornar evangélica. Do adventismo restou apenas uma casca vazia, um nome gravado na parede; contudo, divorciada da essência do adventismo. Uma nova igreja foi criada, a exemplo da Nova Semente, coberta com manto do secularismo; por fim, transgridem o Sábado dolosamente. Professam santificar; contudo, profanam ao extremo, honram a Deus com os lábios, mas o coração glorifica o usurpador. A tempestade da apostasia ômega causou tormenta do secularismo. Os ventos de doutrinas arquitetados para substituir os fundamentos da fé adventista repudiaram o Espírito de Profecia, a fé confiada aos santos e pioneiros, rompendo com os céus; Deus não dirige mais a igreja. A Igreja Adventista do Sétimo Dia caiu para nunca mais se levantar. A nova teologia abalou a estrutura da igreja, rompendo com a sã doutrina arduamente construída sob duras penas, a saber, orações, vigílias e estudos bíblicos, em conformidade com a semelhança de Deus, dirigido pelo Espírito Santo.



Conclusão



Com efeito, a doutrina da encarnação de Cristo é um dos pilares do cristianismo. Sobre a laureada doutrina se ancora a salvação do pecador. Em qual natureza Cristo desceu à Terra? Divina ou pecaminosa? Em resposta à irmã White, se valendo de ensinamentos do profeta Isaías, assevera:

Cristo tomou sobre Si as enfermidades da humanidade degenerada. Somente assim poderia Ele resgatar o homem das mais baixas profundezas de degradação humana.
WHITE, Ellen Golden. O Desejado de Todas as Nações. 14. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 1986. pág. 102

Em perfeita sintonia com as Escrituras e a antiga teologia defendida pelos pioneiros adventistas, se manifesta Andreasen:

Se Cristo fosse isento/imune das paixões da humanidade, ele seria diferente dos outros homens, nenhum dos quais é assim imune. Tal ensino é trágico, e completamente contrário ao que os ASDs têm sempre ensinado e crido. Cristo veio como um homem entre homens, não pedindo nenhum favor nem recebendo nenhuma consideração especial. De acordo com os termos do concerto, Jesus não deveria receber nenhuma ajuda de Deus que não estivesse disponível a qualquer outro homem. Esta era uma condição necessária se sua demonstração tivesse de ser de algum valor e sua obra aceitável. O menor desvio dessa regra invalidaria o experimento, tornaria nulo o acordo, falto o concerto, e efetivamente toda esperança para o homem.
ANDREASEN, M. L. Cartas às Igrejas. 1. ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 11-12

Se colocando ao nível do pecador, seus irmãos, Jesus poderia ensinar como vencer paixões e não transigir com o pecado. Na nova teologia defendida pelos Adventistas do Sétimo Dia, Jesus era isento de paixões; portanto, não tinha nada para vencer. Se os pecadores acreditassem na isenção de Cristo, blindagem contra o pecado, a obra de Cristo cairia em descrédito, sua influência destruída; ele seria considerado enganador, e o Plano de Redenção, uma fraude. A declaração pública de Cristo: "Eu venci o mundo." João 16:33, seria desonesta se Jesus não estivesse sujeito às paixões, tentações e fraquezas; não tinha nada para vencer. Como poderia Cristo dizer "eu venci" e ensinar o caminho, a verdade e a vida para o pecador como modelo? Andreasen conclui com presteza: ao seu ver, a nova teologia adventista, defendendo Deus isentar Cristo das paixões, é o auge da heresia, leia-se, da apostasia ômega.

Diante dos fatos, conclui-se, a obra expiatória de Cristo não se consumou na cruz, como defendem alguns; estende-se aos tipos do segundo advento. Na seara espiritual, o pecador depende do auxílio de Cristo para vencer o pecado. Se a obra de Cristo se encerrou na cruz, o pecador está desamparado, cativo e segregado no esgoto do pecado. O pecador, por si só, regado de esforço, vontade e ações humanas, não pode superar o pecado. Impotente, o penitente pecador depende do auxílio permanente de Cristo, de sua natureza divina abrigada no coração, para manter a santificação: coração regenerado, obediente à Lei e cativo à vontade do Criador. Despido da graça divina, sem a Justiça de Cristo nutrindo o coração, o homem fracassa; será impossível vencer o pecado. Não adianta Jesus morrer na cruz, como fiador, pagar o preço exigido pela transgressão da Lei, se o pecador não vencer o pecado. Abandonado à própria sorte, o homem não é capaz de se santificar com singelo esforço humano. Mesmo Cristo morrendo na cruz, a obra é infrutífera se o Salvador não imputar sua Justiça para santificar os atributos danificados; o pecador continua rendido à tentação, cativo do pecado e condenado à morte. O pecador penitente é santificado pela Justiça de Cristo; enquanto o pecador estiver ligado à videira (vara), é nutrido pela seiva do Espírito de Cristo (videira), santificado com propensões regadas de valores morais, amor e obediência à Lei. Cortado da videira, o ramo seca, morre por inanição, carece da seiva da Justiça de Cristo alimentando sua alma: "Eu Sou a videira, vós os ramos. Aquele que permanece em mim, e Eu nele, esse dará muito fruto; pois sem mim não podeis realizar obra alguma. Se alguém não permanecer em mim, será como o ramo que é jogado fora e seca." João 15:5-6. A obra de Cristo transcende e supera a cruz. Cristo, a videira, precisa alimentar a vara com a seiva de sua justiça até os tipos do segundo advento se cumprirem na segunda fase da expiação, onde o pecador receberá chuva serôdia, o Espírito Santo em medida dobrada, regenerando o pecador para a eternidade.

Destarte, faz-se necessário entender os motivos de Cristo absorver a natureza caída, sentir as tentações e fraquezas de seus irmãos. O Salvador precisa medir o quanto de auxílio o pecador necessita para vencer o pecado, modelar o caráter justo, recuperando os atributos danificados, ligando o esforço humano com a argamassa de sua justiça. Se Cristo encarnasse pré-lapsariano, unicamente com a natureza de Adão antes da queda, seria uma fraude; Lúcifer acusaria Deus perante o Universo de deslealdade por enviar o fiador em condição diferente do pecador, protegido pela divina natureza, sem lutar contra paixões e pecado, semelhante a seus irmãos.

A título de esclarecimento, diga-se pecado não é fazer coisas erradas, blasfemar contra o Espírito Santo ou transgredir a Lei; estas ações, adicionadas a outras práticas de rebeldia, são frutos do pecado. O pecado é a árvore (natureza caída); fazer coisas erradas, blasfêmias e transgressão da Lei são frutos. Para entender a natureza do pecado, em sua origem, faz-se necessário retroagir à criação do homem. Quando Deus criou Adão, o fez à sua semelhança, depositando seu espírito sobre ele; de barro, passou a ser alma vivente, perfeito, obediente, puro. A glória de Deus repousava sobre Adão como uma veste:

Depois de sua transgressão, Adão e Eva estavam nus, pois, a vestimenta de luz e proteção se apartara deles.
WHITE, Ellen Golden. Eventos Finais. 2. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 1994. pág. 214

O Espírito de Deus depositado em Adão o tornava santo, puro, imaculado. Quando Adão desobedeceu, o Espírito de Deus foi retirado, a veste de luz e glória foi removida, e Adão percebeu a nudez de seu caráter. Não era mais santificado, semelhante ao caráter divino de Deus; a glória divina não mais repousava sobre Adão. Sua natureza caiu, declinando-se ao mal: "Nunca mais amaldiçoarei o solo por causa do homem, pois a inclinação do coração do homem é má desde a sua juventude." Gênesis 8:21. Em sintonia com as Escrituras se manifesta os Testemunhos:

Quando o homem transgrediu a Lei divina, sua natureza se tornou má, e ele ficou em harmonia com Satanás, e não em desacordo com ele. Não existe, por natureza, nenhuma inimizade entre o homem pecador e o originador do pecado. Ambos se tornaram malignos pela apostasia.
WHITE, Ellen Golden. O Grande Conflito. 30. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 1985. pág. 509

Satanás concebeu o pecado original (árvore) e lançou a semente em Adão, brotando dúvida, desobediência e morte, estendendo-se a sua descendência, a lei da hereditariedade. A harmonia compartilhada, circulando o casal edênico, esvaiu-se; foi completamente destruída pelo pecado. O domínio das faculdades espirituais da alma sobre o corpo foi quebrado, e a pureza dos atributos da razão, consciência, vontade e afeições declinou ao mal. Por causa do pecado, a raça humana degenerou, declinando físico, mental, moral e espiritual, sujeita à servidão da corrupção. O homem voltará ao pó: "O pó retorne à terra, de onde veio, e o espírito volte a Deus, que o concedeu." Eclesiastes 12:7. Desta forma a morte adentrou na seara humana.

À vista disso, seguindo a analogia, foi concebido o pecado original, a árvore; leia-se: pecado é uma natureza caída, pecaminosa, declinada ao mal e autossatisfativa. Ela substituiu a natureza divina, enchendo Adão de justiça própria, fazendo separação entre os homens e Deus, segundo relata o profeta: "O problema são os seus pecados; por causa deles, vocês estão separados de Deus. Por causa de seus pecados, Deus desviou o seu rosto de vocês e não ouve mais o que vocês pedem." Isaías 59:2. Adão tornou-se inclinado ao mal, cativo às paixões, sujeito à rebeldia e à satisfação própria, rendendo brotos de frutos pecaminosos. Toda oferta, esforço humano, sacrifícios, devoção, louvor e adoração, oriundos da natureza caída, são trapos imundos para o Altíssimo: "Ora, todos nós estamos na mesma condição do impuro! Todos os nossos atos de justiça se tornaram como trapos de imundícia. Perdemos o viço e murchamos como folhas que morrem, e como o vento as nossas próprias iniquidades nos empurram para longe." Isaías 64:6. Somente Cristo, o Messias, pode devolver a natureza divina perdida por Adão, santificar o pecador, regenerar e reconciliá-lo com os céus novamente, com direito de oferecer sacrifícios, louvar, adorar e herdar o Jardim do Éden para habitar eternamente. Pecado (árvore) é a natureza caída, inclinada ao mal, satisfação própria, egoísta, herança de Adão para seus descendentes. Fazer coisas erradas, transgredir a lei e desobedecer são os frutos da caída natureza. A obra de Cristo é substituir a caída natureza por sua Justiça, santificando o pecador, fazendo-o nascer de novo para os valores morais, lucidez da razão, perfeição de caráter, brilho da vontade, polidez da consciência e justas afeições, voltando a obedecer, tal como foi Adão antes da queda. Sob este pilar se ancora a graça divina.

Quando Cristo nasceu de mulher, absorveu a natureza pecaminosa, pós-lapsariana, sujeito a cair, sentir fraquezas, sem imunidade ou qualquer blindagem contra o pecado. Dotado da mesma natureza de seus irmãos, Cristo venceu, costurou um caráter na medida da necessidade humana, forjado sob medida, ligando o esforço humano, fruto do livre-arbítrio, à sua justiça, santificando o penitente pecador ao nível de Adão antes da queda, capaz de superar tentações e não transigir com o pecado. Desse modo, o Plano de Redenção se completa. O Salvador, Fiador, morreu na cruz, pagando o preço pela transgressão, restaurando a natureza caída, substituindo-a por sua justiça, santificando e reconciliando o pecador com o ofendido Criador. A obra de Cristo consiste em pagar o preço pelo pecado na cruz, erguer e sustentar o pecador com o manto de sua justiça e purificar o Santuário celestial, contaminado com o pecado de Lúcifer.

A obra expiatória de Cristo em favor do pecador, arquitetada no Plano de Redenção, exige duas fases da expiação, a saber, tipos do primeiro advento de Cristo e tipos do segundo advento. As fases do Plano de Redenção, cumprimento dos tipos/antítipo, do primeiro e segundo advento, estão umbilicalmente ligadas às Festas Fixas. Jesus morreu na Páscoa, ressuscitou nos ázimos, derramou o Espírito Santo no Pentecostes, primeira grande colheita de almas, cumprindo-se os tipos do primeiro advento nas festas da primavera.

Quanto aos tipos do segundo advento, encontram-se vinculados à Festa dos Tabernáculos, festa do outono e ao Santuário celestial, Juízo Investigativo. A expiação é forjada em duas fases: tipos do primeiro advento cumpridos na cruz, por ocasião das Festas da Páscoa, ázimo e Pentecostes; e tipos do segundo advento, ligados à Festa dos Tabernáculos, ainda em vigor, atraindo o Juízo Investigativo, o derramamento da chuva serôdia e o palco da última grande colheita de almas, requisitos projetados no Plano de Redenção.

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AS DUAS FASES DA EXPIAÇÃO

Introdução



É de bom tom trazer à baila a hipocrisia dos líderes adventistas, em especial da Associação Geral, condenaram o pastor Andreasen por ler minutas supostamente secretas, revelando a apostasia em curso forjada nas trevas do anonimato e denunciando a conspiração. Para os líderes adventistas, o fato de o pastor Andreasen descobrir a trama diabólica para adulterar o Espírito de Profecia e negar a doutrina da expiação, encarnação de Cristo, o santuário e a marca da besta é de menor relevância. A seu ver, a gravidade se ancora em ler minutas secretas, ocultas do povo, e não na apostasia de rejeitar doutrinas fundamentais, pilares do adventismo, visando se alinhar com evangélicos e grupos ecumênicos na calada das trevas. Eis o testemunho da própria vítima, o pastor Andreasen:

Numa carta anterior relatei como, no mês de maio de 1957, entrei de posse de algumas minutas oficiais dos Depositários White – supostamente “secretas” – que revelavam uma tentativa de mexer nos Testemunhos ao inserir em alguns dos volumes notas e explanações que fariam parecer que a irmã White estava em harmonia, ou pelo menos não oposta, com a nova teologia advogada na revista adventista Minstry e no livro Questions on Doctrine [Perguntas sobre Doutrinas, aprovado pela Associação Geral da IASD].
ANDREASEN, M.L. Cartas às Igrejas. 1. ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 81

Em verdade, os líderes se revoltaram com o pastor Andreasen porque as minutas revelaram a conspiração contra doutrinas pilares do adventismo. Dois homens foram escolhidos para garimpar os depositários White em busca de textos para endossar a nova teologia, contrária ao Espírito de Profecia, como se pode ver:

De acordo com as Minutas White, foi em 1º de maio de 1957 que dois homens [Roy Allan Anderson e Walter Read], membros da comissão que fora apontada para escrever o livro Questions on Doctrine, foram convidados pela mesa para reunir-se, a fim de decidir a questão que tinha recebido alguma consideração na reunião de janeiro de 1957. Referia-se a afirmações feitas pela Sra. White com relação à expiação ora em progresso no santuário celestial.
ANDREASEN, M.L. Cartas às Igrejas. 1. ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 25-26

O resultado da pesquisa rendeu adulteração de contextos para firmar a nova teologia apostatada esculpida no livro herético Questões sobre Doutrinas.

O artigo publicado no jornal religioso Eternity, da lavra do editor e ministro de fé evangélica, Sr. Martin, enaltecia os líderes adventistas por repudiarem os pilares do adventismo na linha de colisão com a fé dos pioneiros e do Espírito de Profecia:

O Sr. Martin e eu ouvimos os líderes adventistas dizerem, positivamente, que eles repudiavam tais extremos. Isto eles disseram sem nenhum equívoco. Além disso, eles não crêem, como alguns de seus pioneiros ensinavam que a obra expiatória de Jesus não foi completada no Calvário, mas que em vez disso que Jesus ainda estava realizando uma segunda obra ministerial desde 1844. Essa ideia os líderes adventistas também repudiaram totalmente.
ANDREASEN, M.L. Cartas às Igrejas. 1. ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 28-29

Repudiavam tais extremos, leia-se: os líderes adventistas repudiaram a doutrina da expiação em duas fases e a fé dos pioneiros, comprometidos em lançar freios à orla de lunáticos, pastores e membros alinhados com a fé dos pioneiros e do Espírito de Profecia, defensores dos fundamentos da fé adventista original, para exaltar a nova teologia forjada pelos evangélicos, em especial pelo Sr. Martin e Dr. Barnhouse.

As reuniões secretas com evangélicos renderam resultados macabros:

Na edição da Ministry, de fevereiro de 1957, a declaração ocorre que ato sacrifical sobre a cruz é uma expiação completa, perfeita e final em harmonia com a crença de nossos líderes, como o Dr. Barnhouse citou-os.
ANDREASEN, M.L. Cartas às Igrejas. 1. ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 30

A nova teologia herética adventista foi publicada na revista Ministry, confirmando a fé evangélica. Segundo a nova posição adventista, a expiação de Cristo na cruz foi completa, definitiva, final; não há continuação da expiação no santuário celestial iniciada em 1844. Pior, ainda teceram teses falsas no livro Questões sobre Doutrinas, ancoradas em adulteração de contextos para alinhar-se falsamente com os pioneiros.

Vergonhosamente, tentaram enganar os irmãos com a falácia da nova doutrina ser a mesma dos pioneiros. A este absurdo herético, Andreasen reagiu da seguinte forma:

Eles (os pioneiros) não criam que a obra sobre a cruz fosse completa e toda-suficiente. Eles criam que o resgate foi pago ali e que todo-suficiente; mas a expiação final aguardava a entrada de Cristo no santíssimo em 1844. Isto os adventistas tinham sempre ensinado e crido, e essa é a antiga e estabelecida doutrina que nossos venerados antepassados criam e proclamavam.
ANDREASEN, M.L. Cartas às Igrejas. 1. ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 30-31

Contrariando a nova teologia adventista, os escritos da irmã White alinham-se com a fé dos pioneiros e apontam para a obra de Cristo em progresso no santuário celestial, a partir de 1844:

Ao término dos 2.300 dias, em 1844, Cristo entrou no lugar santíssimo do santuário celestial, para executar a obra de encerramento da expiação, preparatória para sua vinda.
WHITE, Ellen Golden. O Grande Conflito. 30. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 1985. pág. 421

A obra sacerdotal de Cristo começou após sua ascensão ao céu. Na cruz, era impossível Cristo realizar uma expiação completa, final; segundo o modelo sacerdotal terrestre, seria uma expiação sem sumo sacerdote, haja vista sua entronização como Sumo Sacerdote ocorrer após sua morte e ressurreição. Jesus experimentou as paixões, semelhante a seus irmãos, venceu onde Adão caiu e foi entronizado como sumo sacerdote para prosseguir no santuário celestial com a obra expiatória, conforme relata o apóstolo: "Por isso convinha que em tudo fosse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote naquilo que é de Deus, para expiar os pecados do povo." Hebreus 2:17. Em verdade, segundo esclarece o Espírito de Profecia: Cristo tinha apenas completado uma parte de sua obra como nosso Intercessor para entrar noutra porção da obra, e ele ainda pleiteia seu sangue diante de Deus em benefício dos pecadores. Na cruz, Cristo completou uma parte da obra; quando entrou no segundo compartimento, cessou a obra do primeiro:

Assim, quando Cristo entrou no lugar santíssimo para efetuar a obra final da expiação, terminou seu ministério no primeiro compartimento. Mas, quando o ministério no primeiro compartimento terminou, iniciou-se o do segundo compartimento.
WHITE, Ellen Golden. O Grande Conflito. 30. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 1985. pág. 428

A expiação realizada na cruz não poderia ser final ou completa. Cristo precisou ser entronizado como Sumo Sacerdote para ministrar no santuário celestial. A princípio, efetuou a obra do primeiro compartimento; após 1844, adentrou o Santíssimo, iniciando a expiação final. Para fazer expiação, o sacerdote precisa matar a vítima; na cruz, Cristo não era sumo sacerdote; assim sendo, não poderia matar a si mesmo para fazer expiação, como apontou o pioneiro Crosier. Ademais, o Calvário não é santuário; portanto, Cristo não poderia fazer expiação final enquanto estivesse palmilhando este mundo.

Encerrando a obra no primeiro compartimento, em 1844, Cristo entrou no Santíssimo para encerrar a expiação:

Na abertura do lugar santíssimo do santuário celestial, em 1844, Cristo entrou lá para executar a obra de encerramento da expiação. Eles viram que Jesus estava agora oficiando diante da arca de Deus, pleiteando seu sangue em favor dos pecadores.
WHITE, Ellen Golden. O Grande Conflito. 30. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 1985. pág. 433

O apóstolo João relata o fechamento de uma porta e a abertura de outra; em suas palavras, via-se claramente a mensagem de Cristo dirigida às igrejas: "E ao anjo da igreja que está em Filadélfia escreve: Isto diz o que é santo, o que é verdadeiro, o que tem a chave de Davi; o que abre, e ninguém fecha; e fecha, e ninguém abre: Conheço as tuas obras; eis que diante de ti pus uma porta aberta, e ninguém a pode fechar; tendo pouca força, guardaste a minha palavra, e não negaste o meu nome." Apocalipse 3:7-8. A porta pela qual anteriormente o pecador encontrava acesso a Deus foi cerrada e fechada; outra foi aberta. Cristo migrou do lugar santo para o Santíssimo no santuário celestial para encerrar a obra expiatória:

Cristo é representado como continuamente de pé no altar, momentaneamente oferecendo o sacrifício pelos pecados do mundo.... Um Mediador é essencial devido ao continuo cometimento de pecado. ... Jesus apresenta a oblação oferecida por cada ofensa e cada falta do pecador. MS 50, 1900.
ANDREASEN, M.L. Cartas às Igrejas. 1. ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 35

As declarações do Espírito de Profecia são límpidas: ao final dos 2.300 dias, em 1844, Jesus encerrou a obra no primeiro compartimento do santuário celestial. Jesus completou uma parte da obra como intercessor no primeiro compartimento. Em 1844, Jesus entrou no Santíssimo para realizar outra porção da obra, no segundo compartimento: o Juízo Investigativo. Jesus apresenta oblação pelos pecados, comprovando a expiação contínua do Salvador.

Entrementes, a nova teologia adventista da expiação defende a expiação completa, definitiva e final no Calvário; no céu, segundo a nova teologia, Cristo está apenas aplicando os benefícios da expiação, de acordo com a tese defendida em fevereiro de 1957. No supracitado ano, foi publicado um artigo na revista Ministry, da lavra de Leroy Froom, alcunhado “A Aplicação Sacerdotal do Ato de Expiação”. O aludido artigo nega a expiação em duas fases, defende o ato sacrificial na cruz completo e definitivo, contrariando o Espírito de Profecia. Segundo a pena inspirada, a expiação não se limitou à morte de Cristo na cruz, prossegue no santuário celestial. Visando comprovar a nova teologia ancorada nos escritos de Ellen White, selecionaram textos, omitindo citações para sustentar a nova teologia, negando a expiação em duas fases.

Ainda no mesmo contexto, o Espírito de Profecia refuta a nova teologia adventista, referindo-se à data de 1844, e revela:

Ao término dos 2.300 dias em 1844. Assistido por anjos celestiais, nosso grande Sumo Sacerdote entra no lugar santíssimo, e ali aparece na presença de Deus a fim de se entregar aos últimos atos de seu ministério em prol do homem, a saber, realizar a obra do juízo investigativo, e fazer uma expiação por todos que se mostraram habilitados aos seus benefícios. Isto é dito ser o grande dia da expiação final.
WHITE, Ellen Golden. O Grande Conflito. 30. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 1985. pág. 484

Como se pode notar, Jesus aplica os benefícios da expiação atual, em curso no santuário celestial ao pecador, e não oriundos da cruz. O supracitado texto foi omitido na coletânea do artigo postado na revista Ministry. Cristo entrou no Santíssimo em 1844 para fazer a expiação final, via Juízo Investigativo, para purificar o santuário celestial manchado pelo pecado de Lúcifer:

Este é o serviço que começou quando os 2.300 dias findaram. Nessa ocasião, como predito por Daniel o profeta, nosso Sumo Sacerdote entrou no santíssimo, para realizar a última divisão de sua solene obra – para purificar o santuário. O fim dos 2.300 dias em 1844 marcou uma crise importante.
WHITE, Ellen Golden. O Grande Conflito. 30. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 1985. pág. 429

O texto é claro: a obra expiatória de Cristo não foi completa no Calvário, como afirma a nova teologia adventista; continua no santuário celestial. Para espancar qualquer resquício de dúvidas, faz-se necessário meditar no texto seguinte, jogando uma pá de areia no assunto. A obra expiatória de Cristo prossegue; a expiação empunha duas fases, e a obra expiatória de Cristo está em progresso no céu:

A obra sagrada de Cristo que prossegue no tempo presente no santuário celestial, ... a obra expiatória de Cristo está agora em progresso no santuário celestial. Hoje ele está fazendo expiação diante do Pai. Testimonies, vol 5, 520; White Board Minutesw, pág. 1483; Mss, 21, 1895, citado em Ministry, fevereiro de 1957, pág. 30.
ANDREASEN, M.L. Cartas às Igrejas. 1. ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 49-50

A expiação começou na cruz e finaliza com a limpeza do santuário; trata-se da expiação final. Todas as citações do Espírito de Profecia ofensivas aos evangélicos foram dolosamente omitidas, referentes à crise de 1844, ao juízo investigativo, à entrada de Cristo no lugar santíssimo para a expiação final, à realização da expiação agora e à execução da expiação hoje diante do Pai. As enfáticas citações de Ellen White acerca do tema aniquilam a nova teologia. A rigor, o povo não aceitaria a nova teologia; mediante o empasse, concluíram por enfraquecer a fé do povo adventista no Espírito de Profecia. Todas as citações não adequadas ao novo ponto de vista precisavam ser mudadas ou aniquiladas, e assim o fizeram.

Tentando superar o dilema, Leroy Froom questiona:

Por que, nos primeiros dias, à luz de tudo isto, a Sra. White não apontou e corrigiu os conceitos limitados e algumas vezes errôneos de alguns de nossos primeiros escritores sobre a expiação? E por que emprega ela algumas das frases restritivas deles sem contrastar, na ocasião, seu próprio significado mais amplo, mais verdadeiro ao utilizá-los? Ministry, fevereiro de 1957, pág. 11.

No artigo, Froom reivindica erro dos pioneiros sobre a expiação. Ele tenta rebaixar os pioneiros e a irmã White. Como solução para o suposto problema, Froom fornece a estarrecedora proposta de negar o Espírito de Profecia:

Nenhuma verdade doutrinária ou interpretação profética jamais veio a este povo inicialmente através do Espírito de Profecia – nem um único caso. (Ênfase de Froom).
ANDREASEN, M.L. Cartas às Igrejas. 1. ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 52

Segundo Leroy, a irmã White nunca, em nenhum caso, contribuiu inicialmente para qualquer verdade doutrinária ou interpretação profética. Essa era a posição oficial da Associação Geral na época. Segundo Andreasen:

Essas mentiras que a Sra. White não teve participação no estabelecimento das doutrinas adventistas básicas e interpretações proféticas, mas que estas foram todas definidas pelos pioneiros sem a participação dela, vem sendo ensinadas, desde a década de 1950, para os teologando e professores adventistas e estes para os membros de hoje.
ANDREASEN, M.L. Cartas às Igrejas. 1. ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 52

Continuando o protesto contra a iminente apostasia ômega, Andreasen, critica e rebate as palavras de Froom:

O leitor terá notado que o autor não diz que a irmã White nunca contribuiu par qualquer verdade doutrinária ou interpretação profética. Ele diz que ela nunca contribuiu com nada inicialmente, isto é, ela nunca fez qualquer contribuição original. Ela conseguiu aquilo de alguém mais, ela o plagiou. Nossos inimigos têm feito essa afirmação por anos, mas nunca pensei que tal coisa seria anunciada a todo o mundo com o consentimento dos líderes.
ANDREASEN, M.L. Cartas às Igrejas. 1. ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 53

Contrariando os falsos ensinamentos de Froom, o Espírito de profecia expõe a fraude da nova teologia:

Muitos de nosso povo não compreendem quão firmemente a fundação de nossa fé foi abalada. Meu esposo, o ancião José Bates, o Pai Pierce, o ancião Edson, e outros que eram perspicazes, nobres e verdadeiros, estavam entre os que depois da passagem do tempo de 1844, pesquisaram pela verdade como tesouro escondido. Eu me reunia com eles, e estudávamos e orávamos fervorosamente. Frequentemente permanecíamos juntos até tarde da noite, e algumas vezes a noite inteira, orando por luz e estudando a palavra. Várias vezes esses irmãos reuniam-se para estudar a Bíblia, a fim de que pudéssemos saber seu significado, e estar preparados para ensiná-la com poder. Quando eles chegavam a um ponto de seu estudo em que diziam, nada mais podemos fazer, o Espírito do Senhor vinha sobre mim. Eu estava em visão, e uma clara explanação das passagens que estávamos estudando era-me dado, com instruções como deveríamos trabalhar e ensinar efetivamente. Assim a luz era dada que nos ajudava a entender as Escrituras com relação a Cristo, sua missão, e seu sacerdócio. Uma linha da verdade estendendo-se desde aquele tempo até o tempo quando entraremos na cidade de Deus, foi tornada clara para mim, e eu dava aos outros a instrução que o Senhor me dera.
Testimonies for the Church, série B, nº 2, pág. 56, 57

A irmã White tinha pleno conhecimento acerca de Cristo, sua obra expiatória e sacerdócio dentro do plano de redenção, instruída pelo Senhor dos Exércitos dissertou:

Ao principiar o santo sábado, 5 de janeiro de 1849, entregamo-nos à oração com a família do irmão Belden, em Rocky Hill (Connecticut), e o Espírito Santo caiu sobre nós. Fui levada em visão para o lugar santíssimo, onde vi Jesus ainda intercedendo por Israel.
WHITE, Ellen Golden. Primeiros Escritos. 3.ed. Ed. Casa publicadora Brasileira, 1988. pág. 36

A arranjo de Froom é constrangedor. Ellen White foi instruída pelo Espírito Santo acerca das duas fases da expiação. Tentar corrigir o Espírito de profecia cai na incômoda posição de corrigir o Espírito Santo, fonte inspiradora e iluminadora da doutrina das duas fases da expiação. O Espírito de Profecia é límpido; Cristo ainda intercede e realiza expiação no céu.

Na visão de Andreasen, a imposição de falsa doutrina, substituindo a verdade levantada por gerações, trata-se da apostasia ômega:

Alcançamos uma crise nesta denominação, quando os líderes estão tentando impor falsa doutrina e ameaçar aqueles que protestam. O programa inteiro é inacreditável. Os homens estão tentando agora remover os fundamentos de muitas gerações, e penso que terão sucesso. Se não tivermos o Espírito de Profecia não poderemos saber do afastamento da sã doutrina que agora está nos ameaçando, e a vinda do ômega que dizimará nossas fileiras e causará feridas graves. A situação presente foi prevista. Estamos próximos do clímax.
ANDREASEN, M.L. Cartas às Igrejas. 1.ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 55

Confrontado pelo Espírito de profecia, confirmando a posição de Ellen White, ou seja, ela não mudou de posição, Jesus está fazendo expiação agora em favor do pecador. Froom levantou uma tese esdrúxula:

Ele calmamente afirmou que a irmã White não queria significar dizer o que ela disse! E assim, ele explica quando ela diz que Cristo está fazendo expiação (ele está omitindo a palavra agora), ela está obviamente significando aplicar a expiação completa [feita na cruz] ao indivíduo.
Isto está em completa harmonia com a declaração em Questions on Doctrine onde o autor audaciosamente afirma que se alguém ouve um adventista dizer ou lê na literatura adventista – mesmo nos escritos de Ellen White – que Cristo está fazendo expiação agora, deve ser entendido que queremos dizer (significar) simplesmente que Cristo está fazendo aplicação dos benefícios da expiação sacrifical que ele fez sobre a cruz.
ANDREASEN, M.L. Cartas às Igrejas. 1.ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 58

A nova teologia, furtivamente desnutriu, fragilizou a confiança no Espírito de Profecia. Foi imposta por sanções, perseguições e corte da comunhão da igreja. A exemplo do pastor Andreasen, perdeu a credencial de pastor e salários por protestar contra a apostasia ômega. Satanás usou os líderes para enganar o povo, desconsiderando e minando a fé nos testemunhos, conforme advertiu a profetisa:

Se diminuis a confiança do povo de Deus nos Testemunhos que Ele lhes tem enviado, estais vos rebelando contra Deus tão certamente como como fizeram Corá, Datã e Abirão.
WHITE, Ellen Golden. Testemunhos para a Igreja 5. pág. 66

Como se pode notar, a rebelião contra Deus, semelhante à de Corá, Datã e Abirão, não foi uma simples apostasia; trata-se de um rompimento definitivo. O resultado dos três rebeldes se aplica à igreja Adventista do Sétimo Dia: A MORTE.

Os evangélicos, de comum acordo com líderes adventistas, atacaram e criticaram o evento do desapontamento dos pioneiros, visando enfraquecer a fé nos Testemunhos. O fato criticado aconteceu na manhã seguinte ao grande desapontamento. Crozier e Hiram Edson atravessavam o milharal para evitar críticas de seus vizinhos, quando Hiram Edson foi iluminado: Jesus não viria à Terra; ele migrou do primeiro para o segundo compartimento do santuário celestial. Ao fim de dois 2.300 dias, Jesus entrou pela primeira vez no Santíssimo para concluir a obra de expiação no juízo investigativo.

Faz-se necessário indagar: quem foi Crosier? Trata-se de um atuante pioneiro adventista. Contribuiu com Hiram Edson e Dr. F. B. Hahn na publicação do panfleto milerita, o Alvorecer. Após Hiram Edson receber iluminação divina sobre o engano, corrigiu o erro: Jesus não vinha à Terra; migrou do Santo para o Santíssimo no santuário celestial. Crosier e Hiram Edson se debruçaram no estudo sobre o tema. Crosier foi escolhido para escrever e esclarecer a questão do santuário, conforme a inspiração divina. Crosier contribuiu ativamente no desenvolvimento da doutrina do santuário, a mesma doutrina refutada pelos líderes adventistas na apostasia ômega.

Por fim, Joseph Bates e James White, esposo de Ellen White, foram convencidos acerca da doutrina do santuário arquitetada por Crosier em artigo publicado em 1846. Quando Ellen White leu o artigo publicado no The Day-Extra, em 7 de fevereiro de 1846, imediatamente recomendou a leitura do artigo, endossando-o como verdadeira luz oriunda do céu.

A doutrina desenvolvida por Crosier gerou polêmicas e críticas dos adversários, máxime evangélicos. Familiarizado com a doutrina do santuário, Crosier criticou igrejas fincadas em doutrinas da expiação completa no Calvário; ao seu sentir, tal doutrina não é sagrada nem ancorada na autoridade divina. Em defesa da expiação no santuário celestial, Cristo fazendo expiação agora no céu, o pioneiro laureou com os seguintes fundamentos:

Se a expiação foi feita no Calvário, por quem foi feita? Fazer a expiação é obra de um sacerdote; mas quem oficiou no Calvário? Os soldados romanos e os judeus. Matar a vítima não fazia expiação; o pecador matava a vítima. Levítico 4:1-4, 13-15, etc.; após aquilo o sacerdote pegava o sangue e fazia a expiação. Levítico 4:5-12, 16-21.
Cristo era o apontado Sumo Sacerdote para fazer a expiação, e certamente não podia ter agido com tal autoridade até depois de sua ressurreição, e não temos registro de ele fazer algo sobre a terra após a Sua ressurreição pudesse ser chamado de expiação.
A expiação era feita no santuário, mas o Calvário não era tal lugar. Ele não podia, de acordo com Hebreus 8:4 fazer expiação enquanto estava sobre a terra. Se ele estivesse sobre a terra, Ele não poderia ser sacerdote. O levítico era o sacerdócio terrestre; o Divino, era celestial.
Portanto, Jesus não começou a obra de fazer a expiação, seja qual fosse a natureza daquela obra, até após Sua ascensão, quando por seu próprio sangue Cristo entrou no santuário celestial por nós.
ANDREASEN. M.L. Cartas às Igrejas. 1.ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 62

Esta é a verdadeira luz derramada por Deus sobre seus servos. O Senhor iluminou os pioneiros com brilhantes raios de luz, autorizando ensinar a todos os homens acerca da obra de Cristo no santuário celestial.

Com efeito, os pioneiros acreditavam e ensinavam os pilares fixados por Deus como irremovíveis. Em sua visão, a obra expiatória de Cristo não se completou no Calvário. Jesus realiza uma segunda obra ministerial no santuário celestial como sumo sacerdote: o juízo investigativo. O próprio Tiago White escreveu acerca do tema, endossando a doutrina firmada por Crosier:

Cristo viveu nosso exemplo, morreu nosso sacrifício, ressuscitou para nossa justificação, ascendeu ao alto, para ser nosso único mediador no santuário do céu, onde, com seu próprio sangue, ele faz expiação pelos nossos pecados; cuja expiação, longe, de estar acabada na cruz, o que foi senão o oferecimento do sacrifício, é ela a última porção de sua obra como sacerdote.
ANDREASEN. M.L. Cartas às Igrejas. 1.ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 67

Andreasen elencou as crenças fundamentais repudiadas no livro Questões sobre Doutrinas, com endosso da Associação Geral. Os líderes adventistas repudiaram a doutrina de Jesus realizar uma segunda obra ministerial desde 1844. A seu sentir, Cristo está ministrando apenas os benefícios da expiação.

Como cediço, o sumo sacerdote matava a vítima fora do tabernáculo; contudo, o ato de matar o sacrifício por si só não é expiação. Expiação é feita com sangue: "Porque a vida da carne está no sangue; pelo que vo-lo tenho dado sobre o altar, para fazer expiação pelas vossas almas; porquanto é o sangue que fará expiação pela alma." Levítico 17:11. Em assim sendo, o sacerdote trará o sangue para dentro do véu, e o espargirá sobre o propiciatório, e fará expiação pelo lugar santo: "Depois degolará o bode, da expiação, que será pelo povo, e trará o seu sangue para dentro do véu; e fará com o seu sangue como fez com o sangue do novilho, e o espargirá sobre o propiciatório, e perante a face do propiciatório. Assim fará expiação pelo santuário por causa das imundícias dos filhos de Israel e das suas transgressões, e de todos os seus pecados; e assim fará para a tenda da congregação que reside com eles no meio das suas imundícias. E nenhum homem estará na tenda da congregação quando ele entrar para fazer expiação no santuário, até que ele saia, depois de feita expiação por si mesmo, e pela sua casa, e por toda a congregação de Israel." Levítico 16:15-17. A expiação era feita dentro do Tabernáculo. Cristo precisava entrar no Tabernáculo para fazer expiação; fato não compatível com o Calvário, ou seria uma expiação sem sangue. Os líderes adventistas rejeitaram a expiação feita desde 1844, substituindo-a pela aplicação dos benefícios da expiação. Repudiar o ministério de Cristo no segundo compartimento é repudiar o adventismo; este é um dos pilares fundamentais da doutrina adventista, forjada a duras penas pelos pioneiros e Ellen White.

Por fim, Andreasen cunhou a nova doutrina, negando a fé dos pioneiros, como a maior apostasia já registrada na seara da Igreja Adventista do Sétimo Dia; trata-se da apostasia ômega:

Considero o presente caso como a maior apostasia que jamais ocorreu nesta denominação, e isto queres manter encoberto? E agora fechaste a porta... Não creio, Irmão Figuhr, que consideraste a seriedade da situação. Nosso povo não apoiará qualquer adulteração ou tentativa de adulterar os Testemunhos. Isto lhes dará um sentimento incômodo de que nem tudo está bem na Associação Geral.
ANDREASEN. M.L. Cartas às Igrejas. 1.ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 76

A nova teologia, forjada nas trevas, costurada às ocultas dos membros, em parceria com evangélicos, destronou a antiga fé dos pioneiros e quebrou os pilares fundamentais da doutrina exclusiva adventista para se filiar a grupos ecumênicos. A supracitada apostasia, rompendo com Deus e os céus definitivamente, foi apontada pelo Espírito de Profecia, fato revelado por Andreasen:

Senti, e agora sinto, que está denominação está enfrentando a apostasia predita há longo tempo atrás, que nossos líderes estão seguindo o exato procedimento que o Espírito de Profecia delineou que se seguiria, e que eu tenho um dever do qual não devo me esquivar.
ANDREASEN. M.L. Cartas às Igrejas. 1.ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 79

O pastor Andreasen, natural de Copenhague, Dinamarca, maior teólogo da Igreja Adventista na época, se esforçou para conter a onda de apostasia consumindo a igreja; contudo, em vão, prevaleceu a imposição dos líderes, colocando freios na orla de lunáticos. Os membros fiéis, perseguidos e cortados da comunhão da igreja, a exemplo do pastor Andreasen, cujo único crime foi lutar para manter a fé dos pioneiros, os pilares fundamentais intactos. A verdade foi deitada por terra: "A justiça é obrigada a se afastar. E a retidão fica longe; pois a verdade tropeçou na praça. E o que é certo não consegue entrar. A verdade desapareceu, e quem se desvia do mal é vítima de saque. Jeová viu isso e se desagradou, pois não havia justiça." Isaías 59:14-15. A apostasia dominou a igreja, acumulando pecado sobre pecado; a igreja caiu para nunca mais se levantar. Não existe salvação na igreja adventista, tal como não existe no judaísmo.



A EXPIAÇÃO



A princípio, se faz necessário definir expiação. No hebraico, é utilizada a palavra kaphar; contudo, qual seu significado? Em resposta, o Espírito de Profecia define expiação como a grande obra de Cristo para o apagamento de pecados, purificação do Santuário, eliminação do pecado e santificação de pecadores, representada pelo serviço simbólico do Dia da Expiação:

No grande dia da paga final, os mortos devem ser julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras. Apocalipse 20:12. Então, pela virtude do sangue expiatório de Cristo, os pecados de todo o verdadeiro arrependido serão eliminados dos livros do céu. Assim o santuário estará livre ou purificado, do registro do pecado. No tipo, esta grande obra de expiação, ou cancelamento de pecados, era representada pelos serviços do dia da expiação, a saber, pela purificação do santuário terrestre, a qual se realizava pela remoção dos pecados com que ele ficaria contaminado, remoção efetuada pela virtude do sangue da oferta para o pecado.
WHITE, Ellen Golden. Patriarcas e Profetas. 9. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 1989, pág. 371

O aludido texto se harmoniza com as Escrituras, quando diz:"Porque, naquele dia, o sacerdote fará expiação por vós, para purificar-vos; para que sejais purificados de todos os vossos pecados perante o SENHOR." Levítico 16:30. Expiação, neste contexto, significa limpar todos os pecados. Jesus, o Sumo Sacerdote, fará expiação com seu sangue, limpará os homens e o universo dos pecados, pacificando o mundo e reconciliando o pecador com Deus.

É de suma importância entender as duas fases da expiação no Plano de Redenção. Paz, harmonia e perfeição voltarão a reinar no Universo. Cristo, através da obra expiatória, restituirá a perfeição da criação de Deus do início. Leia-se: expiará o pecado, eliminando a natureza pecaminosa, árvore produtora de frutos pecaminosos, a saber, transgressão da lei, blasfêmias contra o Espírito Santo e demais frutos do pecado, reconciliando o pecador com Deus. Os santos serão um com o Pai e o Filho. Como assim? Cristo e Deus são um: "Eu e o Pai somos um." João 10:30. Adão, antes da queda, era um com seu Criador, falava face a face com Deus. O pecado quebrou a harmonia celestial e separou o homem de Deus: "Não, foram os seus próprios erros que os separaram do seu Deus. Os seus pecados fizeram com que ele escondesse de vocês a sua face. E ele se recusa a ouvi-los." Isaías 59:2. O pecado, natureza caída e pecaminosa, separou Deus dos homens, carecendo da obra expiatória de Cristo para restaurar o pecador, cobrindo-o com o manto de sua justiça. Cristo desceu à Terra, pagou o preço da transgressão na cruz como sacrifício sofredor, obra da primeira fase. Agora, após a ressurreição, foi entronizado como Sumo Sacerdote para ministrar no Santuário celestial na expiação final, tipificada no dia da expiação da Festa dos Tabernáculos. A obra expiatória é a única forma, projetada no Plano de Redenção, capaz de reconciliar o pecador com Deus,tornando-o um com o Pai e o Filho: "Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste." João 17:21. A reconciliação do pecador com o Pai passa por duas fases. Na primeira, Cristo se apresenta como sacrifício sofredor; imolado na cruz, pagou o preço exigido pela transgressão da Lei, venceu Lúcifer e conquistou este mundo pecador, carecido de purificação. Após a ressurreição, Cristo foi entronizado como Sumo Sacerdote e começou a ministrar em favor do pecador na obra expiatória final (eliminação da natureza pecaminosa), segunda fase da expiação, finalizada com a eliminação do pecado do Universo, santificação do pecador e purificação da Terra, transformada novamente no Jardim do Éden.

No bojo do Plano de Redenção, Deus reconciliará todas as coisas em Cristo: "Ele nos manifestou o misterioso desígnio de sua vontade, que em sua benevolência formara desde sempre, para realizá-lo na plenitude dos tempos – desígnio de reunir em Cristo todas as coisas, as que estão nos céus e as que estão na terra." Efésios 1:9-10. Pai e Filho uniram-se em conserto solene para redimir o pecador. Cristo desceu à Terra para cumprir o Plano de Redenção, executado em duas fases:

Quando sobre a cruz soltará o brado: Está consumado, dirigiu-se ao Pai. O pacto fora plenamente satisfeito. Agora ele declara: Pai, está consumado. Fiz, ó meu Deus, a tua vontade, conclui a obra da redenção.
WHITE, Ellen Golden. O Desejado de Todas as Nações. 14. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 1986. pág. 797-798

A primeira fase foi concluída por Cristo. Como sacrifício sofredor, cumpriu-se quando ele disse: "Está consumado"; o pacto foi plenamente satisfeito. Leia-se: o preço foi pago, a primeira fase foi concluída, primorosamente executada. Na cruz, Cristo não negou a existência da segunda fase; pelo contrário, na continuação do texto, ele declara: "Está consumado, fiz a obra de redenção."

Na cruz, Jesus cumpriu os tipos do primeiro advento. Concluída a primeira fase, Jesus disse: "Está consumado! Com isso, curvou a cabeça e entregou o espírito." João 19:30. Foi consumado o sacrifício perfeito dos tipos do primeiro advento. De igual modo, no segundo advento, Cristo, Sumo Sacerdote, cumprirá os tipos do segundo advento, sairá do Santuário celestial e dirá:

Então vi Jesus, que havia estado a ministrar diante da arca, a qual contém os Dez Mandamentos, lançar o incensário. Levantou as mãos e com grande voz disse: Está feito.
WHITE, Ellen Golden. Primeiros Escritos. 3.ed. Ed. Casa publicadora Brasileira, 1988. pág. 279

Na cruz, Jesus disse: "Está consumado", concluindo a primeira fase da expiação. Ao findar a segunda fase da expiação, Jesus encerra o juízo investigativo, sai do Santuário e diz: "Está feito":

O céu todo se uniu a Jesus, quando ouviram as terríveis palavras: Está feito. Está consumado. O plano de salvação se havia cumprido, mas poucos tinham escolhido fazer aceitação do mesmo.
WHITE, Ellen Golden. Primeiros Escritos. 3.ed. Ed. Casa publicadora Brasileira, 1988. pág. 281

Nesta fase, o Plano de Redenção é cumprido; houve a expiação final. O pecado, natureza pecaminosa, foi eliminado, o pecador santificado pelo caráter justo e o santuário purificado. Tudo está consumado, disse Jesus: "Fiz tua vontade, concluí a obra de redenção." Sem resquícios de dúvida, existem duas fases da expiação. Observe: a obra de expiação completa será finalizada quando Jesus sair do santuário e pronunciar: "Está feito", e não quando ele entrou para ministrar como Sumo Sacerdote no Santíssimo.

A obra final da expiação implicará na eliminação do pecado (natureza caída), santificação do pecador e restauração da Terra, evento não consumado na cruz. Cristo imputará sua justiça no coração do pecador, santificando-o; assim sendo, unificará a família da Terra com a do céu:

Daquela cena de alegria celestial, chega até nós na Terra, o eco das maravilhosas palavras do próprio Cristo: Eu subo para o meu Pai, meu Deus e vosso Deus. A família no céu e a família na Terra, são uma só.
WHITE, Ellen Golden. O Desejado de Todas as Nações. 14. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 1986. pág. 798

Cristo é a única ponte capaz de reunir a família do céu com a da Terra. No final da obra expiatória, o céu e a Terra serão harmonizados. A família do céu e da terra será uma só; todo vestígio de maldição é removido. A terra, originariamente entregue ao homem, foi arrebatada pelo pecado e usurpada por Lúcifer; retida pelo enganador, foi recuperada pela obra de Cristo, arquitetada no grande Plano de Redenção:

Tudo que se perdera pelo pecado foi restaurado. Assim diz o Senhor... que formou a Terra, e a fez; Ele a estabeleceu, não a criou vazia, mas formou para que fosse habitada. Isaías 45:18. O propósito original de Deus na criação da Terra cumpre-se, ao fazer-se ela a eterna morada dos remidos. Os justos herdarão a Terra e habitarão nela para sempre. Salmos 37:29.
WHITE, Ellen Golden. O Grande Conflito. 30. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 1985. pág. 680-681

O pecado será eliminado, o homem tornará a ser justo e habitará a Terra eternamente, resultado da verdadeira obra de expiação:

O domínio de Satanás sobre as almas dos homens será despedaçado. A desfigurada imagem de Deus será restaurada na humanidade, e uma família de crentes santos herdará afinal o lar celestial. Este é o resultado da morte de Cristo.
WHITE, Ellen Golden. O Desejado de Todas as Nações. 14. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 1986, pág. 601

A desfigurada imagem de Deus — razão, vontade, consciência e afeições — será novamente santificada pela glória divina. O pecador será restaurado à perfeição de sua criação; com efeito, resgatado das garras do maligno e reconciliados com Deus pela obra expiatória de Cristo. Somente a expiação de Cristo é capaz de demolir a obra do maligno, recuperar a semelhança divina desfigurada pelo pecado e reconciliar o penitente com o Pai celestial, devolvendo o Éden à descendência de Adão.

Com esse importe, visando fixar o entendimento, faz-se necessário repisar, a purificação não ocorreu na cruz. A segunda fase da expiação limpará a mancha do pecado (natureza pecaminosa) do Universo. A expiação final será laureada pela imputação da justiça de Cristo no coração humano de modo definitivo. O Senhor derramará chuva serôdia no dia da expiação na Festa dos Tabernáculos, cobrindo a iniquidade do penitente pecador com a perfeita justiça de Cristo. A chuva serôdia promoverá a justiça eterna. O pecador não pode mais cair, ceder às paixões ou a qualquer sedução da natureza pecaminosa; estará revestido da glória divina, restaurado à semelhança de Deus, recuperando a natureza perdida por Adão, laureando a obra expiatória de Cristo.

No bojo da renomada obra Obreiros Evangélicos, o Espírito de Profecia chama a atenção para a importância da expiação. Ao seu sentir, o sacrifício de Cristo como expiação pelo pecado é a grande verdade em torno da qual se agrupam as outras. Para fixar a supracitada verdade, entenda, na cruz, Cristo completou a primeira fase; como sacrifício, o Cordeiro de Deus foi imolado em favor de toda a humanidade. Completada com exatidão esta fase, inicia a segunda fase, realizada no céu. Cristo, Sumo Sacerdote, só expiará os pecados de quem aceitar sua mensagem, construindo caráter justo. Os santos, com nome assentado no livro da vida, peregrinos do caminho estreito, andarilhos da vereda verdadeira, são dignos de apreciação no Juízo Investigativo em andamento no céu.

Diante do exposto, o Espírito de Profecia define expiação como:

A obra de Cristo para a redenção dos homens e purificação do universo da contaminação do pecado, encerar-se-á pela remoção dos pecados do santuário celestial e deposição dos mesmos sobre Satanás, que arrostará a pena final. Assim no serviço típico, o ciclo anual do ministério encerrava-se com a purificação do santuário e confissão dos pecados sobre a cabeça do bode emissário. Em tais condições, no ministério do tabernáculo e do templo que mais tarde tomou o seu lugar, ensinavam-se ao povo cada dia as grandes verdades relativas à morte e ministério de Cristo, e uma vez ao ano sua mente era transportada para os acontecimentos finais do universo, de pecado e pecadores.
WHITE, Ellen Golden. Patriarcas e Profetas. 9. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 1989, pág. 371

O Espírito de Profecia retrata a expiação final, em curso no Santíssimo celestial. Feitas estas considerações, faz-se necessário tecer alguns comentários acerca da apostasia ômega em curso na Igreja Adventista do Sétimo Dia. Líderes da Igreja Adventista, em sintonia e aprovação da Associação Geral, abdicaram de doutrinas fundamentais para se filiar a grupos ecumênicos evangélicos. Entre as supracitadas doutrinas afetadas, encontra-se a expiação, doutrina refutada por evangélicos, incrédulos à teologia do santuário.

O Espírito de Profecia é límpido quanto à doutrina da expiação. Como visto alhures, existem duas fases: uma encerrada no Calvário, cumprindo a primeira fase, e seguindo no santuário celestial a segunda fase, onde Cristo, o Sumo Sacerdote, intercede com seu sangue em favor do pecador, prosseguindo o juízo investigativo.

Como apresentado alhures, visando agradar evangélicos e cumprir acordos espúrios, os Adventistas do Sétimo Dia mudaram a doutrina, apoiados pela Associação Geral. Na nova teologia herética, a expiação completou-se no Calvário; Cristo, no santuário celestial, faz apenas a aplicação dos benefícios da expiação completada no Calvário. A nova teologia adventista caminha na linha de colisão com o Espírito de Profecia, conduzindo a igreja à apostasia ômega, rompendo definitivamente com Deus. Com efeito, existem declarações no Espírito de Profecia aparentemente contraditórias acerca da expiação. No primeiro momento, relata:

Quando Cristo ofereceu-se sobre a cruz, uma expiação perfeita foi feita pelos pecados do povo.
Signs of the Times, 28 de Junho de 1899

Tratando-se da primeira fase da expiação, o Pai se manifesta em reconhecimento da obra expiatória do Salvador, dizendo:

É o suficiente, disse Ele, a expiação está completa.
The Review and Herald, 24 de setembro de 1901

O leitor mal-intencionado ou desavisado pode facilmente ser seduzido e confinado na bitola estreita da nova teologia adventista, acreditando na falsa doutrina do encerramento da expiação na cruz, definitiva, com Cristo executando apenas os benefícios da expiação no santuário celestial.

Entrementes, encontram-se textos no Espírito de Profecia laureando a verdade, apontando a segunda fase da expiação no seguinte teor:

No término dos 2.300 dias, em 1844, Cristo entrou no lugar santíssimo do santuário celestial, para executar a obra de encerramento da expiação.
WHITE, Ellen Golden. O Grande Conflito. 30. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 1985. pág. 484

Cristo entrou no santuário celestial, como Sumo Sacerdote, para encerrar a obra de expiação. Logo, a expiação não foi completa no Calvário, como reza a nova teologia adventista acostada no livro Questões sobre Doutrinas. Os pecados não foram cancelados na cruz; os pecados permanecerão registrados no santuário até a expiação final:

O sangue de Cristo, ao mesmo tempo que livraria da condenação da lei o pecador arrependido, não cancelaria o pecado; este ficaria registrado no santuário até à expiação final; assim, no serviço típico, o sangue da oferta pelo pecado removia do penitente o pecado, mas este permanecia no santuário até ao dia da expiação.
WHITE, Ellen Golden. Patriarcas e Profetas. 9. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 1989, pág. 370-371

Se a expiação encerrou na cruz, como aponta a nova teologia adventista, não haveria pecados acumulados no santuário até a expiação final. Como se vê, a expiação não foi definitiva na cruz; existe uma segunda fase: os pecados acumulados no santuário celestial precisam ser eliminados, melhor, expiados. Enquanto Cristo prossegue com a obra expiatória no santuário celestial, executando a expiação final, os pecados dos verdadeiros penitentes, construtores do caráter justo, devem ser apagados dos registros do céu:

Assim como na expiação final os pecados dos verdadeiros arrependidos serão apagados dos registros do céu, para não mais serem lembrados nem virem à mente, assim no serviço típico eram levados ao deserto, para sempre separados da congregação.
WHITE, Ellen Golden. Patriarcas e Profetas. 9. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 1989, pág. 371

Existe uma expiação final, trata-se da segunda fase da expiação, portanto, permitam-me repetir, a expiação não foi completa no Calvário:

Jesus entrou no santíssimo do celestial, ao fim dos 2.300 dias de Daniel 9, para fazer a expiação final.
WHITE, Ellen Golden. Primeiros Escritos. 3.ed. Ed. Casa publicadora Brasileira, 1988. pág. 253

Segundo os supracitados textos, a expiação não findou na cruz, existe uma segunda fase no santuário celestial, contudo, a nova teologia adventista, postada em fevereiro de 1957 na revista Ministry, Froom declara:

O ato sacrifical na cruz foi uma expiação completa, perfeita e final.
ANDREASEN. M.L. Cartas às Igrejas. 1.ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 100

Tese sedimentada e defendida no herético livro Questões sobre Doutrinas, forjado por Froom, Anderson e Read, publicado em 1957 e conservada na nova versão de George Knight:

Assim, tendo sido completado no Calvário, o sacrifício expiatório precisa, agora, ser aplicado aos herdeiros da salvação, para que se apoderem dele.
Knight, George R. Questões sobre Doutrina. 1. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 2010 pág. 258

A famigerada heresia, melhor, aberração doutrinária foi repetida no livro Nisto Cremos, livro doutrinário da Igreja Adventista do Sétimo Dia, como se pode comprovar:

A expiação, ou reconciliação, foi completada na cruz, conforme antecipada pelos sacrifícios, e o pecador penitente pode confiar plenamente na nessa obra do Senhor, concluída.
GRELLMANN, Hélio L. Nisto Cremos, 8. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 2010 pág. 388

Não há resquício de dúvidas: a nova teologia herética adventista defende uma expiação completa, perfeita e final na cruz. No céu, de acordo com a desidratada teologia, Cristo está apenas aplicando os benefícios da expiação.

Você não entendeu errado. De acordo com a nova teologia adventista, no Santuário celestial, Cristo apenas aplica os benefícios da expiação. No Calvário, a expiação foi completa e final; não existe expiação final ministrada por Cristo no céu. Eis a confirmação:

penetrou no santuário do alto, para realizar ali Sua obra sacerdotal em favor do homem necessitado. Tendo obtido eterna redenção (Hb 9:12) por nós na cruz, ele ministra agora os benefícios dessa expiação em favor dos que aceitam sua abundante provisão de graça. Assim, tendo sido completado no Calvário, o sacrifício expiatório precisa, agora, ser aplicada aos herdeiros da salvação, para que se apoderem dele.
Knight, George R. Questões sobre Doutrina. 1. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 2010 pág. 258

Os escritores do livro Questões sobre Doutrinas inventaram uma nova teologia para cumprir acordos com evangélicos. Ao seu sentir, Cristo não está fazendo expiação no céu; foi completada na cruz. No santuário, Cristo apenas aplica os benefícios da expiação. Para piorar a situação, tentaram forçar o Espírito de Profecia concordar com esse absurdo, adulterando contextos e cunhando notas de rodapé, tentando forçar o Espírito de Profecia endossar a nova teologia, quando o Espírito de Profecia ensinava exatamente o contrário:

Vi então que Jesus não abandonaria o lugar santíssimo sem que cada caso fosse decidido, ou para a salvação ou para a destruição; e que a ira de Deus não poderia manifestar-se sem que Jesus concluísse sua obra no lugar santíssimo, depusesse seus atavios sacerdotais, e se vestisse com vestes de vingança... As nações estão-se irando agora, mas, quando nosso Sumo Sacerdote concluir sua obra no santuário, ele se levantará, envergará as vestes de vingança, e então as sete últimas pragas serão derramadas.
WHITE, Ellen Golden. Primeiros Escritos. 3.ed. Ed. Casa publicadora Brasileira, 1988. pág. 36

Na linha de colisão com a nova teologia adventista, o Espírito de Profecia confirma Jesus estar ministrando agora no Santíssimo. A obra expiatória não está concluída; não foi completa no Calvário:

Mas, quando os resgatados do Senhor houverem sido com segurança recolhidos na Canaã celestial – livres para sempre do cativeiro da maldição, sob o qual toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora (Romanos 8:22) – regozijar-se-ão com indizível alegria e plenos de glória. A grande obra expiatória de Cristo em prol do homem ter-se-á então completado, e seus pecados terão sido para sempre eliminados.
WHITE, Ellen Golden. Patriarcas e Profetas. 9. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 1989, pág. 579

A obra expiatória de Cristo, em andamento no céu, será completa ao final do Juízo Investigativo, quando Cristo pronunciar: "Está feito." O santuário será purificado, eliminando o pecado, a natureza pecaminosa. Os benefícios da expiação serão aplicados aos favorecidos pela mediação de Cristo na expiação final e não da suposta expiação na cruz; neste sentido, se manifesta o Espírito de Profecia:

Assim como o sacerdote entrava no lugar santíssimo uma vez por ano, para purificar o santuário terrestre, entrou Jesus no lugar santíssimo do celestial, no fim dos 2.300 dias de Daniel 8, em 1844, para fazer uma expiação final por todos os que pudessem ser beneficiados por sua mediação, e assim purificar o santuário.
WHITE, Ellen Golden. Primeiros Escritos. 3.ed. Ed. Casa publicadora Brasileira, 1988. pág. 36

Cristo não entrou no Santuário celestial para aplicar os benefícios da expiação concluída na cruz, como reza a doutrina herética postada em Questões sobre Doutrinas, mas para fazer expiação:

O espírito dos crentes devia se dirigir ao santuário celeste, aonde Cristo entrara para fazer expiação por seu povo. – Mensagens Escolhidas, livro I, pág. 67
WHITE, Ellen Golden. Cristo em seu Santuário. 6. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 2002 pág. 07

Como se pode notar, não existe expiação completa na cruz, com a aplicação de supostos benefícios expiatórios. A expiação continua no céu; os eleitos, formadores do caráter justo, serão favorecidos pela supracitada expiação. Leia-se: não pode ser beneficiado pela expiação quem não conhece o caminho do Santíssimo e não acompanha a obra expiatória, agora, no céu. Destarte:

O assunto do santuário e do juízo de investigação, deve ser claramente compreendido pelo povo de Deus . – O Grande Conflito, pág. 488
WHITE, Ellen Golden. Cristo em seu Santuário. 6. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 2002 pág. 07

Destarte, os líderes adventistas desafiaram Deus e abdicaram da verdadeira teologia da expiação, forjada a duras penas pelos pioneiros. Inventaram supostos benefícios da expiação para agradar evangélicos, derrubaram os pilares do adventismo, deixando de ser adventistas para se transformarem em evangélicos.

A nova teologia trafega na rota de colisão com a verdade, em desconcertante oposição ao Espírito de Profecia e à fé dos pioneiros, em especial à posição de Ellen White, apontando a existência de uma expiação final no céu e não completa na cruz. Na cruz, a obra de Cristo como sacrifício foi perfeita; contudo, a obra de expiação não foi completa; na cruz, a obra de expiação apenas iniciou. Cristo, o Cordeiro de Deus, completou a primeira fase, imolado como sacrifício pela humanidade. No santuário celestial, Cristo continuou a obra expiatória para limpar a impureza do pecado, ministrando como Sumo Sacerdote em favor de quem aceita sua doutrina e defende a fé entregue aos santos.

É de bom tom esclarecer, o texto citado alhures do livro herético Questões sobre Doutrinas não pertence ao livro lançado em 1957, escrito por Froom, Anderson e Read. A nova versão, manipulada, tentando justificar o injustificável, é da lavra do afamado teólogo adventista George Knight. Lançaram a supracitada obra recheada de notas de rodapé, tentando desvirtuar a verdade, como é peculiar dos líderes adventistas. Em uma nota de rodapé, Knight reconhece a existência do conflito entre o pastor Andreasen e os líderes adventistas; contudo, tenta minimizar com falsas interpretações esculpidas em nota de rodapé. Eis um dos textos:

M. L. Andreasen, o teólogo adventista mais influente da década de 1940, acreditava que o livro questões sobre doutrinas era uma traição denominacional em favor do conhecimento evangélico. Ele focalizou a crítica em dois pontos: a natureza humana de Cristo e uma expiação completa na cruz. No primeiro desses pontos, o livro fez uma mudança substancial na concepção adventista geralmente aceita, mas o problema relacionado a uma expiação terminada está baseada em palavras, em vez de substância teológica. Isto é, tanto Andreasen quanto os autores de Questões sobre Doutrinas sustentam essencialmente a mesma posição sobre a expiação na cruz e uma expiação celestial continua, embora eles se inclinassem a expressar suas ideias de forma diferente.
Knight, George R. Questões sobre Doutrina. 1. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 2010 pág. 255

Em suas acaloradas e venenosas notas de rodapé, Knight omite o fato de Andreasen provar a existência de um acordo com evangélicos, a negativa dos líderes de realizar audiência gravada para debater o caso, o corte da comunhão e a perseguição dos reacionários. Ademais, Knight reconhece no texto apresentado mudança substancial na doutrina da encarnação de Cristo. Se Cristo veio em natureza divina, como sustenta a nova doutrina, o Plano de Redenção foi uma farsa; de nada adiantou a expiação de Cristo.

É visível a hipocrisia de Knight, diante da apostasia ômega, a maior rebelião cometida pela Igreja Adventista do Sétimo Dia contra Deus. Ele se surpreendeu com a reação de Andreasen, o maior teólogo adventista na época dos fatos. Com efeito, Andreasen reagiu como qualquer crente sincero diante da corrupção dos líderes, da abdicação doutrinária e do rompimento com Deus. De inopino, rejeitou a nova teologia e criticou:

Ele ficou transtornado especialmente com o fato de acreditar que o livro ensinava uma expiação finalizada. Em seus muitos anos de ensino e em minha associação com centena de professores, escreveu, eu nunca ouvi de alguém mesmo a menção de que os adventistas ensinassem ou cressem que a expiação foi realizada na cruz. Essa doutrina é estranha para mim, assim como a imortalidade da alma ou santidade do domingo. (M. L. Andreasen, tonement IV, documento mimeografado, 14 de novembro de 1957, p. 4)
Knight, George R. Questões sobre Doutrina. 1. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 2010 pág. 255

Os argumentos de Andreasen não foram rebatidos pelos líderes. Andreasen suplicou por uma audiência para debater a nova teologia, foi negado. Os líderes adventistas reagiram covardemente, recolheram as credencias de Pastor, suprimiram os salários e cortaram Andreasen da comunhão da igreja sem chance de defesa.

Somente a expiação de Cristo pode restaurar o pecador, unir a família do céu com os santos da Terra e remover o pecado do Universo purificando o Santuário celestial. Deus justifica o pecador penitente, não importa o quanto tenha pecado, lhe imputará a Justiça de Cristo para cobrir suas transgressões, transformando-o a semelhança divina, perdia por Adão. Este é o alvo do Plano de Redenção na obra expiatória de Cristo. Jesus através de sua própria expiação proveu para eles um fundo infinito de poder moral, não falhará a empregar esse poder em favor deles. Cristo imputará sua própria justiça cobrindo os pecados do arrependido pecador, em assim sendo, Cristo a fonte inesgotável de justiça, restaura o homem a semelhança divina provendo perfeita obediência advindo de sua obediência.



Fase Inicial da Expiação



A princípio, se faz necessário pontuar, o pecado separou a Terra do céu, quebrou o vínculo do homem com Deus, alienando-o de sua comunhão; contudo, Jesus, o fiador, empunha a missão de recuperar o pecador, reconciliando-o com Deus, cumprindo meticulosamente o Plano de Redenção. Com esse importe, Cristo desceu à Terra como sacrifício sofredor para executar a primeira fase da expiação. Concluída a primeira fase, o Cordeiro de Deus foi imolado na cruz, a penalidade pelo pecado foi plenamente paga, a justiça divina satisfeita, devolveu a esperança de salvação via imputação de sua justiça para cobrir as fraquezas humanas; Cristo venceu Satanás e resgatou este mundo do tirano usurpador.

Com efeito, na segunda fase, Cristo, Rei vencedor e Sumo Sacerdote, executa o serviço de purificação do santuário, santificação do pecador e eliminação da impureza do pecado do Universo. Por limpeza do pecado, entende-se a eliminação da natureza pecaminosa.

O grande problema reside no fato das pessoas ignorarem as duas fases da expiação. Resultado: uns creem em uma expiação completa e única na cruz, enquanto outros, a exemplo da nova teologia adventista, reconhecem uma fase perfeita, completa e única na cruz, estendendo supostos benefícios para uma segunda fase, e uma terceira corrente destacando duas fases.

À guisa de informação, diga-se: João Batista, primo de Jesus, voz do deserto, aplainador do caminho do Senhor, enfrentou dificuldades para compreender as duas fases da expiação. A obra de Cristo se divide em duas fases: vítima sofredora na cruz e Rei vencedor, Sumo Sacerdote ministrando no santuário celestial. O batismo de Jesus abriu a mente de João Batista para estudar profundamente a obra do Messias; neste sentido, confirma o Espírito de Profecia.

Quando, por ocasião do batismo de Jesus, João o designara como o Cordeiro de Deus, nova luz foi projetada sobre a obra do Messias. O espírito do profeta foi dirigido às palavras de Isaías: “Como um cordeiro foi levado ao matadouro”. Durante as semanas seguintes, João estudou, com novo interesse, as profecias e os ensinos quanto ao serviço sacrifical. Não distinguia claramente os dois aspectos da obra de Cristo – como vítima sofredora e vitorioso Rei – mas viu que sua vinda tinha significado mais profundo do que lhe haviam percebido os sacerdotes ou o povo.
WHITE, Ellen Golden. O Desejado de Todas as Nações. 14. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 1986. pág. 120

Como se pode notar, o Espírito de Profecia expõe limpidamente as duas fases da expiação: a primeira aponta Jesus como vítima sofredora na cruz e a segunda, Cristo como Rei vencedor. A nova luz projetada sobre a obra do Messias lustrou as duas fases da expiação; contudo, João viu apenas em penumbra e não identificou claramente. O fato de João não distinguir claramente as duas fases não é suporte para a igreja dos últimos dias se ancorar em teologias falsas. A igreja dos últimos dias, com efeito, detém luz não alcançada por João Batista.

O caso da Igreja Adventista do Sétimo Dia é diferente da situação de João Batista. O primo de Jesus estudou avidamente a obra do Messias, desejando entender. A nova teologia adventista, coberta de luz e com doutrina consolidada pelos pioneiros, ignorou as duas fases da expiação dolosamente, para cumprir acordo espúrio com evangélicos. Movida por ganância, visando galgar poder econômico, político e social.

João Batista se impressionou com evento ocorrido no batismo de Jesus quando ouviu as palavras: "Assim que Jesus foi batizado, saiu da água. Naquele momento o céu se abriu, e ele viu o Espírito de Deus descendo como pomba e pousando sobre ele. Então uma voz dos céus disse: Este é o meu Filho amado, em quem me agrado." Mateus 3:16-17. Estas palavras tinham o condão de inspirar a fé nos ouvintes, testemunhas oculares da gloriosa cena, e amparar o pecador. Com todos os nossos pecados e declínios ao mal, não somos rejeitados. Eis o Cordeiro de Deus, sacrifício imolado, desceu à Terra para cumprir a primeira fase da expiação como vítima sofredora.



Sacrifício Sofredor



Antes do pecado de Adão, Deus havia projetado o Plano de Redenção. Cristo, o fiador, desceria à Terra para resgatar o pecador e expiar o pecado, doença infectante, contaminando o Universo. O Plano de Redenção visa expiar o pecado, extirpar a natureza caída e santificar o pecador. Expiação é a obra cunhada no Plano de Redenção para a salvação e redenção do pecador, desenhada em duas fases. Seguindo as diretrizes do plano, Jesus encarnou em forma humana, absorvendo a natureza caída de Adão. Na primeira fase da expiação, segundo o Espírito de Profecia, Cristo, como vítima sofredora, foi imolado como o Cordeiro de Deus. O Plano de Redenção, projetado antes de brotar o pecado, incluía encarnação, ministério terrestre, tentação no deserto, o Getsêmani, Gólgota e findou quando a voz de Deus chamou o Salvador da prisão do sepulcro na ressurreição, conforme delineado pelo profeta Isaías no capítulo 53.

A conspiração luciferiana atingiu o Éden. Adão foi vencido e o mundo criado por Deus passou ao domínio de Satanás. O líder da conspiração reivindica ser o príncipe deste mundo: "Chegou a hora de este mundo ser julgado, e agora o príncipe deste mundo será expulso." João 12:31. Deus não reconheceu a reivindicação de Lúcifer por domínio da Terra. A obra do Messias incluía conquistar a Terra e expulsar o tirano usurpador. Quando Cristo desceu à Terra para executar a primeira fase da expiação, Deus entregou tudo em Suas mãos, inclusive este mundo, desafiando Satanás: "Tudo me foi entregue por meu Pai. E ninguém conhece plenamente o Filho, exceto o Pai; e ninguém conhece plenamente o Pai, exceto o Filho e aquele a quem o Filho quiser revelá-lo." Mateus 11:27. Deus entregou o mundo em suas mãos para Cristo enfrentar Satanás e vencê-lo através da obra expiatória como mediador, vindicando a santidade e os reclamos exigidos dos preceitos da lei de Deus. Este desafio quebrou a pretensão luciferiana, concebendo a grande controvérsia e as batalhas entre Cristo e Satanás. O espírito beligerante de Lúcifer contra o governo de Deus se arrasta desde sua primeira rebelião no céu. Enfrentar Cristo, na Terra, encarnado com a natureza caída de Adão, pareceu tarefa fácil para Lúcifer; o asqueroso sabotador havia vencido o casal edênico, portanto, acreditou vencer Cristo facilmente:

Satanás tem estado em guerra com o governo de Deus desde sua primeira rebelião. Seu êxito em tentar a Adão e Eva no Éden, e em introduzir o pecado no mundo, tem encorajado a este arqui-inimigo; tinha-se jactanciado orgulhosamente diante dos anjos celestes de que, quando Cristo aparecesse, tomando a natureza humana, seria mais fraco do que ele e que iria subjugá-Lo pelo seu poder.
WHITE, Ellen Golden. No Deserto da Tentação. 6.ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 2016, pág. 28

As Escrituras falam do primeiro Adão, vencido, inclinado ao pecado, e do segundo Adão, espiritual, enviado para dar vida ao pecador. Assim está escrito: "O primeiro homem, Adão, se tornou um ser vivente. O último Adão se tornou um espírito que dá vida." I Coríntios 15:45. Cristo continuou de onde Adão parou, vencido pelo apetite. Cristo, na primeira grande batalha contra Satanás, foi tentado no deserto também pelo apetite. Este foi o primeiro encontro verdadeiro entre Cristo e Satanás:

Cristo tomou o lugar do caído Adão. Com os pecados do mundo posto sobre ele, Jesus haveria de ir ao terreno onde Adão tropeçara.
Review and Herald, 24 de fevereiro de 1874

Vencidos os 40 dias de jejum, o Filho de Deus estava emaciado, desfalecido, fraco fisicamente, contudo, com o Espírito fortalecido, pujante e robusto. Satanás não economizou artifícios para vencer a batalha; atacou ferozmente. Cristo resistiu bravamente, venceu Lúcifer mais uma vez. O inimigo saiu derrotado, contudo, não desistiu e perseguiu Cristo, tornando cada obra de Cristo em favor do pecador uma batalha feroz.

Satanás foi vencido; frustrada sua expectativa, não conseguiu superar Cristo pela condescendência com o apetite, nem impedir o propósito de Deus na salvação do homem através da expiação de Cristo: "Quando Adão pecou, o pecado transmitiu-se a toda a raça humana e trouxe, como consequência, morte a todos; e todos foram contados como pecadores." Romanos 5:12. O pecado, a natureza caída de Adão, germinou rebelião, contaminou e declinou a razão, consciência, vontade e as afeições ao mal, impedindo seus descendentes de obedecer a Deus e sua lei, transmitindo morte à humanidade. Contudo, a obediência de Cristo trouxe vida, permitindo ao pecador participar de sua divindade, restaurando razão, consciência, vontade e afeições, alimentadas pela glória divina: "Pois, assim como por meio da desobediência de um só homem muitos foram feitos pecadores, assim também, por meio da obediência de um só, muitos serão feitos justos." Romanos 5:19. Assim como pela desobediência de Adão o homem foi deformado, pela obediência de Cristo, será restaurado. Com efeito, o Pai e o Filho são um. Deus tem vida em si mesmo; de igual modo, Cristo pode dar vida ao pecador imputando sua justiça: "Pois assim como o Pai tem vida em si mesmo, assim concedeu também ao Filho ter vida em si mesmo." João 5:26. Cristo foi fiador do homem, assumiu o encargo de resgate:

Cristo fez-se responsável por todo homem e mulher sobre a terra.
Review and Herald, 27 janeiro de 1900

Na primeira fase da obra expiatória:

Cristo herdou os pecados e enfermidades humanos como existiam quando Ele veio à Terra para ajudar o homem. Em favor da humanidade, com as fraquezas do homem caído sobre Si, enfrentou as tentações de Satanás em todos os pontos em que o homem podia ser assaltado.
WHITE, Ellen Golden. No Deserto da Tentação. 6.ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 2016, pág. 27

Revestido da natureza de Adão, caída, Cristo enfrentou Satanás na cruz, satisfazendo a justiça divina:

Jesus prontificou-se a enfrentar os mais altos reclamos da lei.
Review and Herald, 02 de setembro de 1890

A vitória na cruz possibilitou a Cristo modelar um caráter para sustentar a fraqueza humana. Desta forma, Cristo deu vida ao pecador, cobrindo o esforço humano com Sua justiça. Restaurou o pecador, agora dotado de natureza divina novamente; Cristo satisfez a justiça da lei: "E, sendo Ele consumado, veio a ser a causa de eterna salvação para todos os que Lhe obedecem." Hebreus 5:9. O pecador seria santificado, plenamente capaz de amar a Deus e guardar Sua Lei, digno de salvação. Este propósito faz parte da primeira fase da expiação. O sacrifício sofredor fez um trabalho completo, perfeito e pleno de resgate ao ser imolado na cruz.

O Espírito de Profecia aponta Satanás repetindo denúncia fabricada no céu, acusando Deus de injusto ao requerer dos homens obediência à lei e duplamente injusto ao punir o pecador por transgredir a lei. Fato impossível de ser realizado sem auxílio divino: o homem não pode guardar a lei, está abaixo de seu padrão de justiça; os atributos da razão, consciência, vontade e afeições foram corrompidos pela natureza pecaminosa, pelo pecado. A inusitada acusação merece uma resposta à altura. Sendo assim, faz-se necessário indagar: qual o propósito peculiar da expiação de Cristo? O Espírito de Profecia responde, inclusive, contrariando as infundadas acusações de Lúcifer:

O filho deveria desenvolver um caráter justo sobre a terra como exemplo para o homem seguir. Ele devia demonstrar que o homem também poderia fazê-lo. Spirit of Prophecy, vol. 3, pág. 260; Desejado, pág. 790.
ANDREASEN. M.L. Cartas às Igrejas. 1.ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 105

Leia-se: o pecado demoliu a justiça, glória divina cobrindo Adão, tornando-o incapaz de obedecer à Lei. O padrão moral de justiça humana encontrava-se abaixo da exigência da lei. Com a obra expiatória na cruz, Cristo criou um padrão de justiça, desenvolveu um caráter justo, forjado do esforço humano com argamassa da sua Justiça, favorecendo o pecador santificado recuperar os padrões divinos da razão, consciência, vontade e afeições para obedecer à lei ao nível de santificação exigida. Nova oportunidade foi concedida ao pecador penitente:

Jesus que através de sua própria expiação proveu para eles um fundo infinito de poder moral, não falhará a empregar esse poder em favor deles. Ele lhes imputará sua própria justiça... Há um fundo inesgotável de perfeita obediência advindo de sua obediência... conforme orações humildes e sinceras ascendem ao trono de Deus, Cristo mistura com elas os méritos de sua própria vida de perfeita obediência. Nossas orações se tornam perfumadas por esse incenso. Cristo comprometeu-se a interceder em nosso favor, e o Pai sempre ouve a seu Filho.
General Conference Bulletin, vol. 3. pág. 101, 102. Quarto trimestre, 1899

A justiça do pecador, forjada por Cristo, é condicionada à ligação da vara com a videira; desligado da videira, o pecador não passa de ramo seco, sem vida. Cristo imputará Sua própria justiça no coração humano, desenvolvendo um caráter santo, com natureza inclinada à obediência. Contudo, o pecador somente desfrutará desta benesse se continuar bebendo na fonte inesgotável, Cristo, Jesus, o Filho de Deus.

Entrementes, Cristo precisava ultrapassar a fase de sacrifício, satisfazer a justiça divina morrendo na cruz para vencer Lúcifer, desenvolver um caráter justo para o pecador, resgatar o mundo e ser entronizado como Sumo Sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque. Satanás desafiou Deus, reclamou o domínio da terra; destarte, era necessário Cristo vencer primeiro Satanás antes de tomar posse do Seu reino doado pelo Pai, como Rei e Sacerdote, iniciando a segunda fase da expiação. Satanás sabia das supracitadas etapas da expiação esculpida no Plano de Redenção; portanto, tentou matar Cristo no Seu nascimento. Contudo, seu plano foi frustrado pelo Criador, pois seria injusta a disputa: uma inofensiva criança enfrentar Satanás em desigualdade de condições.

A batalha pelo domínio da terra alcançou ápice no Getsêmani, literalmente "prensa de azeite"; era um jardim situado no sopé do Monte das Oliveiras, em Jerusalém, onde Cristo e Seus discípulos oraram na noite anterior à crucificação. Até este momento, Cristo desfrutava do conhecimento e aprovação do Pai; contudo, agora, no Getsêmani, ele:

Estava oprimido pelo terrível temor de que Deus estivesse removendo sua presença de Jesus.
Spirit of Profecy, vol. 3, pág. 95

Em sua dolorosa prova, Cristo estava sozinho, sem amparo do Pai, cumprindo evento simbólico esculpido no Pentateuco, a saber: "E disse mais o SENHOR a Moisés: Após o nascimento, o bezerro, o cordeiro, ou o cabrito, deverá ficar sete dias junto da sua mãe. Do oitavo dia em diante poderá ser apresentado como oferta queimada ao SENHOR. Quer seja bezerro ou cordeiro, não imolareis no mesmo dia o animal e sua cria." Levítico 22:26-28. Não podia imolar a mãe e o filho no mesmo dia. Assim, Cristo ficaria totalmente desamparado, sem os cuidados do Pai. Cristo poderia resistir e vencer Satanás, abandonado por Deus? Sem comungar com o Pai? O Espírito de Profecia retrata o agonizante momento enfrentado por Cristo:

Três vezes sua humanidade recuou do último sacrifício coroador.
WHITE, Ellen Golden. O Desejado de Todas as Nações. 14. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 1986. pág. 663

Jesus empunhava a natureza pecaminosa de Adão; abandonado totalmente pelo Pai, podia cair. A sorte da humanidade estava na balança:

A sorte da humanidade tremeu na balança.
Spirit of Profecy, vol. 3, pág. 99

Cristo enfrentou Satanás na cruz sozinho, despido de Sua divindade, sem amparo de Deus ou auxílio dos anjos; em suma, sem qualquer favorecimento dos céus:

Conforme a presença do Pai era retirada, eles o viram triste, com uma amargura de tristeza que excede aquela da última luta com a morte.
WHITE, Ellen Golden. O Desejado de Todas as Nações. 14. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 1986. pág. 729

Foram momentos cruciais para a humanidade. Cristo agonizava no Getsêmani, desamparado:

Jesus caiu moribundo ao solo, mas com seu último resto de força murmurou, se este cálice não pode passar sem que eu o beba, seja feita a tua vontade... Uma paz celestial repousa sobre sua face ensanguentada. Ele havia suportado o que nenhum ser humano jamais podia suportar; ela havia provado os sofrimentos da morte em favor de todo homem.
WHITE, Ellen Golden. O Desejado de Todas as Nações. 14. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 1986. pág. 663-664

Em sua morte, Jesus venceu Satanás, resgatou este mundo e restaurou o pecador.

O momento de refrigério para o Universo aconteceu:

Quando Cristo disse, está consumado, Deus respondeu, Está consumado, a raça humana terá outra provação [teste, prova]. O preço da redenção está pago, e Satanás caiu do céu como raio. Mss. 11, 1897.
ANDREASEN. M.L. Cartas às Igrejas. 1.ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 104

Está consumado ecoou como grito de vitória; a primeira fase da expiação estava completa, plenamente aceita pelo Pai, cumpriu a exigência de justiça. Cristo estava autorizado desenvolver um caráter santo para o pecador, cobrindo com Sua justiça. O fato de Cristo cumprir uma fase expiatória da cruz não significa a execução da expiação final, definitiva e única na cruz, como defende a nova teologia adventista:

Quando o Pai contemplou a cruz, ele ficou satisfeito. Deus disse, É suficiente, a oferta está completa. Signs of the Time, 30-09-1899.
ANDREASEN. M.L. Cartas às Igrejas. 1.ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 104

A nova teologia adventista interpreta a frase: Deus disse: "É suficiente, a oferta está completa", de modo contrário à teologia defendida pelos pioneiros e Ellen White. Na nova versão teológica adventista, o supracitado texto é entendido como Cristo fazendo expiação final, completa e única na cruz. Na segunda fase, são aplicados apenas supostos benefícios da expiação. Doutrina arquitetada para agradar evangélicos. Em verdade, o texto ressalta Deus alegre e satisfeito com a primeira fase da expiação. O texto é claro: a oferta está completa, é suficiente; veja, a oferta é completa e não a expiação. Deus não disse a expiação é completa na cruz e única; contudo, torceram o contexto para indicar a expiação completa e não a vítima sofredora da primeira fase da expiação, conforme explicou alhures o Espírito de Profecia.

Seguindo o Plano de Redenção, se fazia necessário dar ao mundo prova real da morte de Cristo, motivo pelo qual o Salvador passou três dias e três noites no seio da terra, sepultado:

Era necessário, contudo, que fosse dado ao mundo uma severa manifestação da ira de Deus, e assim, na sepultura Cristo foi o cativo da justiça divina.
M.V.F, 24-01-1898

Satanás espionava à espreita, aguardava uma falha para acusar Deus; portanto, era de suma importância provar a vitória de Cristo e a lisura de sua obra expiatória em benefício do pecador:

Precisava ser abertamente atestado que a morte de Cristo fora real. Assim, Jesus deveria permanecer na sepultura o indicado período de tempo.
Review and Herald, 26 de abril de 1898

Desse modo Cristo cumpriu as profecias de forma inconteste: "Pois, como Jonas esteve três dias e três noites no ventre da baleia, assim estará o Filho do homem três dias e três noites no seio da terra." Mateus 12:40. A tumba de Cristo foi meticulosamente vigiada no supracitado período por guardas romanos, Satanás e seus demônios. O astuto inimigo alimentava um fio de esperança de macular a conclusão da obra expiatória de Cristo; contudo, em vão:

Quando o tempo expirou, um mensageiro foi enviado para aliviar o Filho de Deus do débito pelo qual tornara-se responsável e pelo qual tinha feito expiação completa. Mass. 94, 1897
ANDREASEN. M.L. Cartas às Igrejas. 1.ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 104

O fiador pagou o preço do resgate, satisfez a justiça divina, forjando um caráter santo ao pecador penitente, imputando justiça para elevar o padrão moral à altura da exigência da lei. A expiação completa destacada no texto não trata da expiação final, mas da expiação completa da primeira fase, Cristo como sacrifício sofredor.

O contrato arquitetado no céu, chamado Plano de Redenção, apresentava na primeira fase da expiação uma cláusula para o Fiador cumprir na cruz e uma segunda fase com respeito à natureza caída do pecador. A saber, elevar o padrão moral, santificar o pecador próximo da glória desfrutada por Adão, recuperando os atributos da razão, consciência, vontade e afeições alimentadas por sua justiça, capacitando-o obedecer:

Na oração intercessória de Jesus com seu Pai, Cristo reivindicou que havia cumprido as condições que tornava obrigatório ao Pai cumprir sua parte do contrato feito no céu, com relação ao homem caído. Jesus orou, completei a obra que tu me deste para fazer. Isto é, Jesus tinha formado um caráter justo sobre a terra, como um exemplo para o homem seguir.
Spirit of Prophecy, vol. 3, pág. 260

O Fiador precisava provar a capacidade do penitente pecador também desenvolver o caráter justo forjado com a argamassa de sua Justiça. Cristo começou do zero na primeira fase da expiação, construiu um caráter justo, na medida suportada pelo pecador. Na segunda fase, Cristo auxilia o pecador a construir o caráter justo, adicionando Sua glória ao esforço humano.

Andreasen comenta acerca do contrato firmado entre Pai e Filho, conforme traçado no Plano de Redenção, e resume a primeira fase da expiação nos seguintes artigos: Vencendo na cruz, o Filho deveria desenvolver um caráter justo sobre a terra como exemplo para o homem seguir.

Não somente era para Jesus formar tal caráter, mas ele devia demonstrar a capacidade do homem também fazê-lo; e assim Deus faria os homens se tornarem mais escassos, superando o ouro, a raridade do puro ouro de Ofir.

Se Cristo assim pudesse apresentar o homem como uma nova criatura em Cristo Jesus, então Deus deveria:

Receber os homens arrependidos e obedientes, e haveria de amá-los mesmo como ele ama a seu Filho. Spirit of Prophecy, vol. 3, pág. 260; Desejado, pág. 790
ANDREASEN. M.L. Cartas às Igrejas. 1.ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 105

A obra expiatória de Cristo conduziria o homem ao novo nascimento: "Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo. Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus." 3:7;3. O pecador precisava morrer no batismo despojando a velha natureza, ressuscitando coberto pelo manto da Justiça de Cristo, com nova natureza inclinada a amar, obedecer, voltada para a prática do bem. Desse modo, a família da terra poderia unir-se à família do céu, após concluída a segunda fase expiatória, e ser um com o Pai e o Filho, cumprindo a obra expiatória final de Cristo, delineada no Plano de Redenção: a eliminação da natureza caída e pecaminosa. Por fim, é forçoso concluir expondo textos do Espírito de Profecia os quais definem claramente as duas fases da expiação:

Cristo cumpriu uma fase de seu sacerdócio ao morrer na cruz. Ele está agora cumprindo outra fase ao pleitear diante do Pai o caso dos pecadores arrependidos e crentes, apresentando a Deus as ofertas de seu povo. Mss. 42, 1901
ANDREASEN. M.L. Cartas às Igrejas. 1.ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 105

O Espírito de Profecia não deixa margem para discussão sobre o tema; destaca limpidamente duas fases da expiação de Cristo: uma fase na cruz, como vítima, e outra, no céu, como obra redentora. Na cruz, Cristo cumpriu a obra do sacrifício sofredor:

Em sua encarnação Jesus atingiu o limite prescrito como um sacrifício, mas não como um redentor. Mss. 111, 1897
ANDREASEN. M.L. Cartas às Igrejas. 1.ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 105

Na cruz, a obra de Cristo se resumiu ao sacrifício sofredor; a esta fase da obra, Deus disse: "É suficiente, a oferta está completa"; contudo, não versa sobre a obra de Cristo como Redentor. A obra redentora de Cristo se aplica à expiação final, da segunda fase da expiação: Cristo como Sumo Sacerdote, ministrando no santuário celestial: "Pelo que convinha que, em tudo, fosse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote naquilo que é de Deus, para expiar os pecados do povo. Porque, naquilo que Ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos que são tentados." Hebreus 2:17-18. No ritual típico, a expiação era feita pelo Sumo Sacerdote. Na cruz, Cristo era o sacrifício sofredor e não o Sumo Sacerdote, único capaz de oficiar no dia 10 do sétimo mês, símbolo da expiação final, obra redentora de Cristo em favor do pecador penitente. Para espancar qualquer resquício de dúvidas, o Espírito de Profecia destaca a obra de Cristo no Gólgota como sacrifício sofredor e a obra redentora no Santíssimo:

No Gólgota Cristo foi a vítima, o sacrifício. Aquilo foi tão longe quanto Jesus podia ir como um sacrifício. Mas agora sua obra como redentor começou. Quando Cristo exclamou está consumado, a mão invisível de Deus rompeu de alto a baixo o forte tecido que compunha o véu do templo. O caminho para dentro do santíssimo foi tornado manifesto. Mss. 111, 1897
ANDREASEN. M.L. Cartas às Igrejas. 1.ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 105

O rompimento do véu consumou a lei cerimonial, o culto do templo e expôs o fim da primeira fase da expiação, iniciando a segunda fase. Quando Cristo bradou na cruz: "Está consumado", a mão rasgou o véu, o Santíssimo ficou exposto à vista da multidão, havia perdido o status de sagrado. Deus não mais habitava no Shekinah do propiciatório; a primeira fase da expiação havia chegado ao fim. Iniciava-se uma nova fase no Santíssimo celestial, ministrada pelo Sumo Sacerdote, oficiando com seu sangue:

Ao irromper dos lábios de Cristo o grande brado: está consumado, oficiavam os sacerdotes no templo. Era a hora do sacrifício da tarde. O cordeiro, que representava Cristo, fora levado para ser morto. Trajando o significativo e belo vestuário, estava o sacerdote com cutelo erguido, qual Abraão quando prestes a matar o filho. Mas eis que a Terra treme e vacila; pois o próprio Senhor se aproxima. Com ruído rompe-se de alto a baixo o véu interior do templo, rasgado por mão invisível, expondo aos olhares da multidão um lugar dantes pleno da presença divina. Ali habitara o shekinah. Ali manifestara Deus sua glória sobre o propiciatório. Ninguém, senão o sumo sacerdote, jamais erguera o véu que separava esse compartimento do resto de templo. Nele penetrava uma vez por ano, para fazer expiação pelos pecados do povo. Mas eis que esse véu é rasgado em dois. O santíssimo do santuário terrestre não mais é um lugar sagrado.
WHITE, Ellen Golden. O Desejado de Todas as Nações. 14. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 1986. pág. 727

O tipo encontrou o antítipo; o sacrifício sofredor foi imolado, cumprindo a primeira fase da expiação, a saber, os tipos do primeiro advento de Cristo. Os sacerdotes no templo não entenderam a mudança; alheios ao cumprimento profético, continuaram a cerimônia inglória. O cordeiro escapou das mãos do sacerdote quando o verdadeiro sacrifício foi imolado na cruz:

Tudo é terror e confusão. O sacerdote está para matar a vítima; mas o cutelo cai-lhe da mão paralisada, e o cordeiro escapa. O tipo encontrara o antítipo por ocasião da morte do filho de Deus. Foi feito o grande sacrifício. Acha-se aberto o caminho para o santíssimo. Um novo, vivo caminho está para todos preparado. Não mais necessita a pecadora, aflita humanidade esperar a chegada do sumo sacerdote. Daí em diante, devia o Salvador oficiar como Sacerdote e Advogado no Céu dos Céus.
WHITE, Ellen Golden. O Desejado de Todas as Nações. 14. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 1986. pág. 727

O caminho para o Santíssimo celestial é aberto em 1844, exatamente quando se fecha a porta do lugar santo. Cristo, o sacrifício sofredor, foi imolado, satisfez a exigência divina, rompeu o culto do templo, abrindo um novo caminho para o santuário celestial, onde ministra como Sumo Sacerdote, entronizado segundo a ordem de Melquisedeque para concluir a expiação final em favor do pecador penitente. Existem duas ordens sacerdotais nas Escrituras: a ordem de Melquisedeque e a Levítica. Segundo Haskell:

A ordem de Melquisedeque precedeu a ordem levítica. Nos dias de Abraão, o sacerdote Melquisedeque era rei de Salém e sacerdote do Deus Altíssimo (Gênesis 14:17-20) Embora não se mencione muito na Bíblia a ordem sacerdotal de Melquisedeque, ela era superior à ordem levítica, pois Jesus foi tornado Sumo Sacerdote para sempre segundo a ordem de Melquisedeque. (Hebreus 6:20)
HASKELL, Stephen N. A Cruz e sua Sombra. Ed. Vida Plena, 1997. pág. 175

A ordem levítica perdurou da saída do Egito a cruz. O sacerdócio de Melquisedeque perdura aos dias atuais, com Cristo entronizado como Sumo Sacerdote. Andreasen concluiu a obra de Cristo asseverando: "Com a cruz, a primeira fase da obra de Cristo como sacrifício sofredor terminou. Jesus tinha ido ao limite prescrito como sacrifício. Ele tinha finalizado a sua obra até aqui. E agora, com a aprovação do sacrifício pelo Pai, Jesus foi entronizado como sacerdote”. De acordo com as Escrituras: "Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado." Hebreus 4:15. Concluída a primeira fase expiatória com sucesso, o Pai autorizou o Filho salvar a humanidade. Na ulterior coroação, 40 dias mais tarde, foi-lhe dado todo poder no céu e na terra, e oficialmente investido como Sumo Sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque, tomando posse do mundo resgatado dos domínios de Satanás. A ressurreição de Cristo comprovou sua vitória e o cumprimento perfeito da primeira fase da expiação.



Fase final da Expiação, Rei Vitorioso



Visando fixar melhor o conteúdo ora em comento, me permitam repisar textos do Espírito de Profecia, trazendo lume às duas fases da expiação:

Quando, por ocasião do batismo de Jesus, João o designara como o Cordeiro de Deus, nova luz foi projetada sobre a obra do Messias. O espírito do profeta foi dirigido às palavras de Isaías: “Como um cordeiro foi levado ao matadouro”. Durante as semanas seguintes, João estudou, com novo interesse, as profecias e os ensinos quanto ao serviço sacrifical. Não distinguia claramente os dois aspectos da obra de Cristo – como vítima sofredora e vitorioso Rei – mas viu que sua vinda tinha significado mais profundo do que lhe haviam percebido os sacerdotes ou o povo.
WHITE, Ellen Golden. O Desejado de Todas as Nações. 14. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 1986. pág. 120

João, dotado do Espírito de Deus, foi conduzido ao exame da obra de Cristo nas duas fases da expiação: a primeira, na cruz como vítima sofredora, e a segunda no Santuário celestial como vitorioso Rei e Sumo Sacerdote, ministrando em favor do pecador na expiação final, conforme prefigurado no ritual do santuário terrestre.

No serviço típico, no dia da expiação, o sumo sacerdote imolava o bode pelo Senhor no pátio; este fato típico corresponde à morte de Cristo na cruz, antítipo do sacrifício realizado. A esse respeito, Andreasen explica:

A morte do bode era necessária, pois sem sangue não haveria expiação. Mas a morte em e de si mesma não era a expiação, embora ela fosse o primeiro passo. A irmã White fala que a “expiação começou na terra”. Spirit of Prophecy, vol. 3, pág. 261. Diz a Escritura: “É o sangue que faz a expiação”. Levítico 17:11. E, de certo, não pode haver sangue senão após a morte ter tido lugar. Sem a ministração do sangue, o povo estaria na mesma posição como aqueles que na páscoa matavam o cordeiro, mas falharam em colocar o sangue nos portais. “Quando eu vir o sangue”, disse Deus, “passarei por cima de vós”. Êxodo 12:13. A morte era inútil sem a ministração do sangue. Era o sangue que contava.
ANDREASEN. M.L. Cartas às Igrejas. 1.ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 110

A nova teologia adventista, no livro Questões sobre Doutrinas, inovou, invalidou a verdade sobre a expiação prefigurada no tipo, omitiu o sangue, apresentando uma expiação sem sangue, pautada no ato de Cristo, a singela morte na cruz como expiação única, completa e final.

Segundo a nova teologia, a obra de Cristo no Calvário foi um sacrifício todo suficiente, completo, efetuado uma vez por todas, assegurando eterna redenção. No Santíssimo, Cristo aplicaria apenas supostos benefícios da expiação; não está fazendo uma expiação final. Para confirmar o alegado, confira o texto inovado por Froom, cunhado no livro Questões sobre Doutrinas:

Quando, portanto, se ouve um adventista dizer, ou se lê na literatura adventista, mesmo nos escritos de Ellen G. White, que Cristo está fazendo expiação agora, deve-se compreender que queremos dizer que Cristo está agora fazendo aplicação dos benefícios da expiação sacrifical que efetuou na cruz; que a está tornando eficaz para nós, individualmente, conforme nossa necessidade e petições.
Knight, George R. Questões sobre Doutrina. 1. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 2010 pág. 260

De inopino, apresentam texto de Ellen White, removido do contexto para forçar o Espírito de Profecia a endossar a teologia herética:

Já em 1857, a própria Sra. White explicou claramente o que queria dizer quando escreveu que Cristo está fazendo expiação por nós em seu ministério: O grande sacrifício havia sido aceito, e o Espírito Santo, que desceu no dia do Pentecostes, levou a mente dos discípulos do santuário terrestre para o celestial, onde Jesus havia entrado com o seu próprio sangue, a fim de derramar sobre os discípulos os benefícios de sua expiação (Primeiros Escritos, p. 260).
Knight, George R. Questões sobre Doutrina. 1. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 2010 pág. 260

Ao viso da nova teologia adventista, Cristo não está fazendo expiação agora, já fez na cruz, apenas aplica os benefícios da expiação. A herética teologia mente ao atribuir a Ellen White e a literatura adventista dos pioneiros tal crença. Indignado Andreasen contesta:

A verdade é, nossos antepassados não criam nem proclamaram tal coisa. Eles não criam que a obra sobre a cruz fosse completa e toda-suficiente. Eles criam que o resgate foi pago ali e que era todo suficiente; mas a expiação final aguardava a entrada de Cristo no santíssimo em 1844. Isto os adventistas tinham sempre ensinado e crido, e esta é a antiga e estabelecida doutrina que nossos venerados antepassados criam e proclamavam.
ANDREASEN. M.L. Cartas às Igrejas. 1.ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 30-31

Nesse sentido, Ellen White se manifesta, confirmando a expiação em duas fases, descortinando a mentira da nova teologia adventista. Eis os textos contrários à teologia herética:

Cristo cumpriu uma fase de seu sacerdócio ao morrer na cruz. Ele está agora cumprindo outra fase ao pleitear diante do Pai o caso dos pecadores arrependidos e crentes, apresentando a Deus as ofertas de seu povo.
Mss. 42, 1901

A obra no santíssimo, segunda fase, se refere à expiação final:

Ao término dos 2.300 dias, em 1844, Cristo entrou no lugar santíssimo do santuário celestial, para executar a obra de encerramento da expiação, preparatória para sua vinda.
WHITE, Ellen Golden. O Conflito dos Séculos. 30. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 1985. pág. 417

O Espírito de Profecia é límpido ao destacar parte da obra expiatória de Cristo, uma na cruz e outra no Santuário Celestial, como se pode notar:

Cristo tinha apenas completado uma parte de sua obra como nosso intercessor para entrar noutra porção da obra, e ele ainda pleiteia seu sangue diante de Deus em benefício dos pecadores.
WHITE, Ellen Golden. O Conflito dos Séculos. 30. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 1985. pág. 428

A alegada aplicação dos benefícios da expiação não é resultado de uma expiação completa, final na cruz. Cristo no Santuário ministra com seu sangue na segunda fase da expiação; segundo esclarecimentos do Espírito de Profecia, entra em outra porção da obra, reivindicando os benefícios da expiação aos pecadores. Veja Cristo pleitear os benefícios da expiação, ministrando como Sumo Sacerdote na segunda fase da expiação no céu e não aplicando os benefícios oriundos exclusivamente da cruz; portanto, a obra expiatória não encerrou na cruz, continua no céu. Só receberá os benefícios da expiação quem acompanhar a obra expiatória em andamento no céu. Os textos apresentados descortinam a mentira levantada na nova teologia adventista.

Segundo o Espírito de Profecia, a expiação se encerra após 1844, com a obra de Cristo no Santíssimo, o Juízo Investigativo, e não na cruz, como defende falsamente a nova teologia:

Na abertura do lugar santíssimo do santuário celestial, em 1844, Cristo entrou lá para executar a obra de encerramento da expiação. Eles viram que Jesus estava agora oficiando diante da arca de Deus, pleiteando seu sangue em favor dos pecadores.
WHITE, Ellen Golden. O Conflito dos Séculos. 30. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 1985. pág. 433

Na fase de encerramento da expiação, Cristo pleiteia com seu sangue em benefício do pecador e não na cruz. A obra da expiação se encerra no céu, com a obra do mediador:

Cristo é representado como continuamente de pé no altar, momentaneamente oferecendo o sacrifício pelos pecados do mundo... Um mediador é essencial devido ao continuo cometimento de pecado... Jesus apresenta a oblação oferecida por cada ofensa e cada falta do pecador. MS 50, 1900
ANDREASEN. ML. Cartas às Igrejas. 1.ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 34-35

Na cruz, primeira fase da expiação, Cristo completou uma parte da obra; ainda não era Redentor, apenas um sacrifício sofredor. Em 1844, Cristo entrou no santíssimo para executar a obra de encerramento da expiação ou expiação final como Sumo Sacerdote. Cristo está fazendo expiação agora, no Santuário Celestial, como Sumo Sacerdote:

Agora, enquanto nosso Sumo Sacerdote está fazendo a expiação por nós, devemos buscar tornar-nos perfeitos em Cristo.
WHITE, Ellen Golden. O Conflito dos Séculos. 30. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 1985. pág. 628

Concluindo, Cristo, nosso Sumo Sacerdote, está fazendo expiação agora, no céu, e não apenas aplicando supostos benefícios da expiação.

Feitas estas considerações, voltemos ao texto cunhado nos Primeiros Escritos, apresentado como prova da teologia herética. Cristo, segundo o supracitado texto, entrou no santuário ministrando com seu próprio sangue, a fim de derramar sobre os discípulos os benefícios de sua expiação. No contexto, os benefícios não foram de uma expiação completa na cruz. O Espírito Santo direcionou a mente dos discípulos do santuário terrestre para o celestial; a obra expiatória encerrou seu ministério no santuário terrestre, concluindo a primeira fase, Cristo como sacrifício sofredor, e continuaria no céu, Cristo como Sumo Sacerdote no santuário celestial, beneficiando o pecador até a expiação final, conforme comprovou o Espírito de Profecia. Com efeito, o encerramento da primeira fase da expiação favoreceu o pecador e os santos foram contemplados por seus benefícios; contudo, o contexto é bem diferente da heresia forjada por Froom, de não haver expiação no santuário celestial, apenas aplicação dos benefícios da expiação. A irmã White, no texto trazido à discussão, não confirma uma expiação completa na cruz, aplicando apenas os benefícios (invenção de Froom). Há flagrante adulteração no contexto da expressão cunhada no livro Primeiros Escritos da irmã White; em verdade, Froom tenta deturpar o texto para forçar a irmã White confirmar a heresia fabricada por ele no livro Questões sobre Doutrinas.

Em outros textos citados alhures, a irmã White, na linha de colisão com a heresia inovadora da nova teologia, confirma solidamente haver uma segunda fase da expiação, ministrada por Cristo, com seu sangue no santuário celestial, como Sumo Sacerdote, em benefício do pecador. Na nova teologia adventista, vale o ato sacrificial na cruz; a seu ver, o ato expiatório na cruz é todo suficiente, ignorando completamente as verdades sobre a expiação, defendendo uma expiação sem sangue. A esse respeito, Andreasen refuta:

É o sangue que deve ser aplicado, não o ato, um grande ato, um ato sacrifical, um ato expiatório, o ato da cruz, os benefícios do ato da cruz, os benefícios da expiação, todas das quais expressões são usadas em Questions on Doctrine, mas qualquer referência ao sangue é cuidadosamente evitada. Não é um ato de qualquer espécie que deve ser aplicado. É o sangue. No entanto em todas as 100 páginas do livro tratando da expiação, nem uma vez é falado no sangue como sendo aplicado, ou ministrado. Pode isso ser meramente um descuido ou intencional? Estamos ensinando uma expiação sem sangue? O Pr. Nichol declara a posição adventista corretamente quando diz, cremos que a obra da expiação de Cristo começou em vez de completar-se no Calvário. Answers to Objetions, pág. 408. Isto foi publicado em 1952. [Portanto, antes que a liderança tivesse feito compromisso com os protestantes].
ANDREASEN. M.L. Cartas às Igrejas. 1.ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 110

Observe a frase do Pr. Nichol:

A expiação de Cristo começou em vez de completar-se no Calvário.

A posição dos pioneiros e da Igreja Adventista, antes de celebrar acordo espúrio com evangélicos, defendia uma expiação começando na cruz e não completando, conforme ensinava o Espírito de Profecia:

A intercessão de Cristo no santuário celestial, em prol do homem, é tão essencial ao plano de redenção, como o foi sua morte na cruz. Pela sua morte iniciou essa obra, para cuja terminação ascendeu ao céu, depois de ressurgir.
WHITE, Ellen Golden. O Conflito dos Séculos. 30. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 1985. pág. 492

A intercessão de Cristo no Santuário celestial é tão importante quanto sua morte na cruz. Na cruz, Jesus, sacrifício sofredor, concluiu a primeira fase da expiação. Ascendeu ao céu, iniciando sua obra sacerdotal; portanto, a obra expiatória não foi concluída no Calvário, como defende a nova teologia, estendeu-se ao céu na obra final da expiação.

A heresia forjada por Froom no livro Questões sobre Doutrinas, tentando forçar o Espírito de Profecia aprovar uma expiação completa no Calvário, aplicando apenas os supostos benefícios da expiação no céu, foi o escape para agradar evangélicos e a Igreja Adventista do Sétimo Dia ser reconhecida como um deles, ingressando em grupos ecumênicos de igrejas dos Estados Unidos. Uma vergonha.



Expiação com Sangue: O Sangue Expiatório de Cristo



À guisa de introdução, diga-se, a obra expiatória exige ministração de sangue: "De fato, de acordo com a lei, quase tudo é purificado com sangue. E, não havendo derramamento de sangue, não há perdão de pecados." Hebreus 9:22. Como se percebe, a expiação é feita com sangue e não com ato ou aplicação dos benefícios da expiação na cruz.

Em assim sendo, na primeira fase da expiação, Cristo foi o sacrifício imolado, pagando o preço do pecado. Na segunda fase da expiação, Jesus é um Redentor, ministrando como Sumo Sacerdote, aceitando arrependimento e atendendo orações, cobrindo a fraqueza humana com o manto de sua justiça:

Jesus aparece na presença de Deus como nosso grande Sumo Sacerdote, pronto para aceitar o arrependimento, e a responder as orações de seu povo, e, através dos méritos de sua própria justiça, apresentá-los ao Pai. Jesus levanta suas mãos feridas a Deus, e reivindica o perdão deles comprado com sangue. Tenho-os gravado nas palmas de minhas mãos, ele suplica. Aquelas feridas memoriais de minha humilhação e angústia asseguram à minha igreja os melhores dons da Onipotência. Spirit of Prophecy, vol. 3, 261; 262.
ANDREASEN. M.L. Cartas às Igrejas. 1.ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 111

O supracitado texto não confirma Jesus aplicando apenas os benefícios da expiação encerrada na cruz. Cristo se apresenta ao Pai, no céu, ministrando como Sumo Sacerdote, fazendo expiação com seu sangue em benefício do pecador, reivindicando o perdão deles, aceitando arrependimento e ouvindo orações. Cristo apresenta o pecador ao Pai, com o caráter forjado por ele, unindo esforço humano com sua justiça. O desenvolvimento do caráter divino restaura o pecador, alcançando o ápice da obra expiatória de Cristo traçada no Plano de Redenção.

Para espancar qualquer resquício de dúvidas acerca da obra expiatória de Cristo no céu, se faz necessário recorrer ao Espírito de Profecia:

A arca que abriga as tábuas da lei coberta com o assento de misericórdia [propiciatório], diante do qual Cristo pleiteia seu sangue em favor do pecador.
WHITE, Ellen Golden. O Conflito dos Séculos. 30. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 1985. pág. 415

Segundo o texto, Cristo ainda pleiteia seu sangue em favor do pecador, fazendo expiação, e não apenas aplicando os benefícios da expiação. Em seguida, o Espírito de Profecia confirma a obra do ministério sacerdotal terrestre prosseguindo no céu na segunda fase da expiação:

Quando no serviço típico o sumo sacerdote deixava o lugar santo no dia da expiação, ele entrava [no lugar santíssimo] diante de Deus para apresentar o sangue da oferta pelo pecado, em favor de todo Israel que realmente se arrependera de seus pecados. Assim Cristo apenas completou uma parte de sua obra como nosso intercessor, para entrar em outra porção da obra, e ele ainda pleiteava seu sangue diante do Pai em favor dos pecadores.
WHITE, Ellen Golden. O Conflito dos Séculos. 30. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 1985. pág. 428

Quando o sumo sacerdote terrestre ministrava no santíssimo, estava fazendo expiação; de igual modo, Cristo, no santíssimo celestial, com seu sangue está fazendo expiação agora, em favor do pecador e não apenas aplicando os benefícios da expiação. Este fato é confirmado pelo Espírito de Profecia:

Cristo está agora oficiando diante da arca de Deus, derramando seu sangue em benefícios dos pecadores.
WHITE, Ellen Golden. O Conflito dos Séculos. 30. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 1985. pág. 433

Cristo está agora, no santíssimo, apresentando seu sangue, fazendo expiação e não apenas aplicando os benefícios da expiação em favor do pecador:

Assistido por anjos celestiais, nosso Sumo Sacerdote entra no lugar santíssimo, e ali comparece à presença de Deus a fim de se entregar aos últimos atos de seu ministério em prol do homem, a saber; realizar a obra do juízo de investigação e fazer expiação por todos os que se verificarem com direito aos benefícios da mesma.
WHITE, Ellen Golden. O Conflito dos Séculos. 30. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 1985. pág. 484

A expiação final encerra quando Cristo concluir o Juízo Investigativo, aplicando os benefícios da expiação ao crente penitente, vitorioso na construção do caráter justo, conhecedor e acompanhante da obra expiatória no céu, com nome assentado no livro da vida e removendo o pecado do Universo, conforme prefigurado no tipo do Santuário Terrestre.

No livro Questões sobre Doutrinas, todos os textos apontando à ministração do sangue em benefício do pecador foram omitidos; substituíram a ministração do sangue de Cristo em favor do pecador pela suposta aplicação dos benefícios da expiação completada na cruz. Para agradar evangélicos, derrubaram os pilares do adventismo; foi uma completa ruptura de fé; romperam com Deus. Na visão do Andrease:

Isto é mais que apostasia. Isto é desistir do adventismo. Isto é um rapto de um povo inteiro. É negar a condução de Deus no passado. É o cumprimento do que o Espírito de Profecia disse anos atrás.
ANDREASEN. M.L. Cartas às Igrejas. 1.ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 107

O cumprimento profético aponta:

Não sejais enganados; muitos se apartarão da fé, dando ouvidos a espíritos sedutores e a doutrinas de demônios. Temos diante de nós a alfa desse período. O ômega será de natureza mais surpreendente. ST, Séries B, nº 2, pág. 16
ANDREASEN. M.L. Cartas às Igrejas. 1.ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 108

Comentando o aludido texto, em tom de lamento, Andreasen explica:

Tudo isso foi escrito para enfrentar a apostasia no período alfa. Estamos agora no período ômega que a irmã White diz que viria, e que seria de uma natureza surpreendente. E as palavras são mesmo mais aplicáveis agora do que então.
ANDREASEN. M.L. Cartas às Igrejas. 1.ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 108

Como se pode ver, não foi apenas uma apostasia passageira. A denominada apostasia ômega é uma ruptura de fé. A Igreja Adventista do Sétimo Dia rompeu com os céus, negou a fé confiada aos santos e derrubou os pilares do adventismo. A remoção do esteio da expiação, promovida pela Igreja Adventista do Sétimo Dia, equivale à remoção do Sábado do corpo doutrinário da denominação, melhor, é mais grave. Se a igreja remover o Sábado, rompe com Deus, o Senhor abandona a igreja, de igual modo acontece com a remoção da expiação, obra crucial para o êxito do Plano de Redenção. Quando uma igreja remove um dos marcos fixados por Deus, removerá um após o outro até ficar incrédula:

É impossível avaliar os maus resultados de remover um dos marcos que foram fixados pela Palavra de Deus. Poucos dos que se ariscam a fazer isso param com a rejeição de uma única verdade. A maioria continua a pôr de lado, um após outro, os princípios da verdade, até que se torne efetivamente incrédulos.
WHITE, Ellen Golden. O Conflito dos Séculos. 30. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 1985. pág. 530

Como uma igreja afastada de Deus pode oferecer salvação? Cumpriu-se outro texto profético, a Igreja caiu para nunca mais se levantar. Uma igreja, embora ostentando o nome adventista, se romper com a doutrina, é apenas uma casca vazia, singelo formalismo, destituída do Espírito de Deus, sua marcha será para apostasia, secularismo, incredulidade e paganismo.

Quando a Igreja Adventista do Sétimo Dia quebrou os pilares do adventismo em 1957, a saber, encarnação de Cristo e duas fases da expiação, deixou de ser adventista se transformando em igreja evangélica, cultivando doutrina evangélica e não mais adventista. A doutrina do santuário é a principal viga, coluna de sustentação do adventismo, como relata o Espírito de Profecia:

A compreensão correta do ministério do santuário celestial constitui o alicerce de nossa fé – Evangelismo, pág. 221
WHITE, Ellen Golden. Cristo em seu Santuário. 6. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 2002 pág. 07

O ministério do santuário celestial se ancora nas duas fases da expiação. Quando a Igreja Adventista rompeu com a correta compreensão e adulterou a doutrina, rompeu com Deus, abandonando o adventismo. Quem substituiu a Igreja Adventista do Sétimo Dia, recebendo luz adicional, cunhando no quadro da verdade, recuperando antigas verdades e conservando a doutrina confiada aos santos, foi a Reforma, iniciada em 1931 por seu pioneiro, Elias Thomé Zorub, expandindo no final da década de 1950 e 1960. Ao sentir de Zorub:

Que gozo imenso deverá ser o do povo de Deus nessa festa dos tabernáculos depois do derramamento do Espírito Santo na chuva serôdia, no dia da expiação! Esse dia virá encontral-o em santa convocação, afligindo suas almas, confessando seus peccados olhando para Jesus, seu summo-sacerdote, aceitando pela fé a sua justiça em perfeita harmonia com os princípios de Deus e entre si mesmos. Por tal motivo Elle descerá sobre sua egreja segunda vez em toda a sua plenitude, e toda a carne receberá sua última visitação. Vedes agora a nova luz adicional brilhando antes os vossos olhos? Tendes observado como o quadro da verdade ficou preenchido com as antigas verdades recuperadas, e de novo colocadas onde figuram antes e como todas ellas se relacionam harmoniosamente umas com as outras, como um cacho de gemmas compondo uma corôa para a mensagem do advento?
ZORUB, Elias Thomé. O Tempo da Chuva Serodia à Luz do Santuario. 1. ed. 1938, pág. 52

Acerca das velhas verdades do santuário ligadas à Festa dos Tabernáculos, o Espírito de Profecia consagra:

Nova luz adicional e velhas verdades descobertas e reposta no quadro da verdade.
Review Extra, Decr. 23, 1890

Deveras, foi a Reforma, por inspiração divina, quem adicionou nova luz às velhas verdades, colocando-a no quadro de verdades para os últimos dias, perseverando na doutrina abandonada pela Igreja Adventista do Sétimo Dia. A Reforma não é dissidente da Igreja adventista, é substituta, recebendo luz adicional.

A Reforma firmou a doutrina adventista acerca da encarnação de Cristo nos moldes cultivados pelos pioneiros, ensinando as duas fases da expiação e o cumprimento profético da chuva serôdia no dia 10 do sétimo mês na Festa dos Tabernáculos.



O Ápice da Expiação Final



Ao morrer na cruz, Cristo encerrou a primeira fase da expiação. Subindo ao céu, foi entronizado como Sumo Sacerdote, autorizado por Deus salvar a humanidade como Redentor. A segunda fase da expiação é inaugurada:

Após sua ascensão nosso Salvador começou sua obra como Sumo Sacerdote.... Em harmonia com o serviço típico, Ele começou sua ministração no lugar santo, e ao término dos dias proféticos em 1844... Jesus entrou no lugar santíssimo para executar a última parte de Sua solene obra, para purificar o santuário.
Spirit of Prophecy, vol. 4, pág. 265-266

O supracitado texto aponta a obra de Cristo no primeiro compartimento do santuário celestial, inaugurando a segunda fase da expiação. Ao término do período profético, 1844, inicia a expiação final ou encerramento da expiação, purificando o santuário e os pecadores:

No término dos 2.300 dias em 1844, Cristo então entrou no lugar santíssimo do santuário celestial, na presença de Deus, para realizar a obra de encerramento da expiação, preparatória para sua vinda. Spirit of Prophecy, vol. 4, pág. 266.
ANDREASEN. M.L. Cartas ás Igrejas. 1.ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 106

A obra expiatória de encerramento ou final implica perdoar pecadores e purificar o santuário da imundície dos pecados acumulados durante o ano inteiro, conforme o tipo. Esta obra não foi realizada na cruz, ou seria uma expiação sem sumo sacerdote, sem ministração de sangue. O Cordeiro derramou seu sangue na cruz; contudo, não foi aspergido para fazer expiação pelo sumo sacerdote. Cristo é entronizado após vencer Satanás na cruz e ascender ao céu.

Subindo ao céu, vitorioso sobre Satanás:

Jesus foi vestido de trajes sacerdotais. Ele contemplou com pena o remanescente, e com voz de profunda piedade clamou, Meu sangue, Pai; Meu sangue; Meu sangue.
WHITE, Ellen Golden. Primeiros Escritos. 3.ed. Ed. Casa publicadora Brasileira, 1988. pág. 38

Após a entronização, vestido de trajes sacerdotais, Jesus compadeceu-se do pecador, suplicou ao Pai apresentando seu sangue, obra expiatória em favor do penitente pecador e não apenas a aplicação dos benefícios oriundos da cruz.

Usando indumentárias sacerdotais, Cristo inicia a segunda fase da expiação ministrando no primeiro compartimento do Santuário celestial:

O ministério do sacerdote, durante o ano todo, no primeiro compartimento do santuário, para dentro do véu que formava a porta e separava o lugar santo do pátio externo, representa o ministério em que entrou Cristo ao ascender ao céu. Era a obra do sacerdote no ministério diário, a fim de apresentar perante Deus o sangue da oferta pelo pecado, bem como o incenso que ascendia com as orações de Israel. Assim pleiteava Cristo com seu sangue, perante o Pai, em favor dos pecadores, apresentando também, com o precioso aroma de sua justiça, as orações dos crentes arrependidos. Esta era a obra ministerial no primeiro compartimento do santuário celeste.
WHITE, Ellen Golden. O Grande Conflito. 30. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 1985. pág. 420

Vencidos dezoito longos séculos de ministração no primeiro compartimento, em 1844, Cristo entrou no Santíssimo para executar a expiação final:

Durante dezoito séculos este ministério continuou no primeiro compartimento do santuário. O sangue de Cristo, oferecido em favor dos crentes arrependidos, assegurava-lhes perdão e aceitação perante o Pai; contudo, ainda permaneciam seus pecados nos livros de registro. Como no serviço típico havia uma expiação ao fim do ano, semelhantemente, antes que se complete a obra do Cristo para redenção do homem, há também uma expiação para tirar o pecado do santuário. Este é o serviço iniciado quando terminaram os 2.300 dias. Naquela ocasião, conforme fora predito pelo profeta Daniel, nosso Sumo Sacerdote entrou no lugar santíssimo para efetuar a última parte de sua solene obra de purificar o santuário.
WHITE, Ellen Golden. O Grande Conflito. 30. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 1985. pág. 628

A obra final da expiação visa purificar o santuário celestial, perdoar os pecadores penitentes e eliminar o pecado do Universo:

O sangue de Cristo, conquanto fosse para libertar o arrependido pecador da condenação da lei, não era para cancelar o pecado; era para manter em registro no santuário até a expiação final.
WHITE, Ellen Golden. Patriarcas e Profetas. 9. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 1989, pág. 370

Na expiação final, o pecado, natureza pecaminosa, será eliminado. Purificado, o pecador penitente será reconciliado com o Pai, digno de voltar ao antigo lar, o Jardim do Éden, dotado de natureza divina desenvolvida pelo Salvador.

Como cediço, Cristo prometeu desenvolver um caráter divino, imputar sua justiça no coração humano capacitando-o obedecer à lei. Como Cristo pretende executar essa obra, a lei requer justiça, vida justa e caráter santificado, e o pecado subtraiu esses atributos, ou melhor, corrompeu, inclinando ao mal impossibilitando o pecador obedecer à Lei. Respondendo ao alegado, o Espírito de Profecia reconhece a fraqueza humana e ilustra a solução:

A lei requer justiça – vida justa, caráter perfeito; e isso não tem o homem para dar. Não pode satisfazer as reivindicações da santa lei divina. Mas Cristo, vindo à Terra como homem, viveu vida santa, e desenvolveu caráter perfeito. Este oferece ele como dom gratuito a todos quantos o queiram receber. Sua vida substitui a dos homens. Assim obtêm remissão de pecados passados, mediante a paciência de Deus. Mais que isso, Cristo lhes comunica os atributos divinos. Forma o caráter humano segundo a semelhança do caráter de Deus, uma esplêndida estrutura de força e beleza espirituais. Assim, a própria justiça da lei se cumpre no crente em Cristo. Deus pode ser justo e justificador daquele que tem fé em Jesus.
WHITE, Ellen Golden. O Desejado de Todas as Nações. 14. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 1986. pág. 733

O homem, criado com a semelhança divina de Deus, dotado de razão, vontade, consciência, e afeições justas, santas e perfeitas, foi corrompido, declinado ao mal pelo pecado. Cristo se propõe criar um caráter justo, próximo à semelhança divina perdida, restaurando os atributos da razão, vontade, consciência e afeições, santificando-as, recuperando justiça, pureza e perfeição, conforme requer a lei de Deus. Este é o ápice da obra expiatória. Cristo não veio com poder divino; desenvolveu um caráter justo. Os milagres realizados por Cristo são frutos do caráter por ele desenvolvido. A exemplo de Elias e Eliseu, ressuscitaram mortos, os próprios apóstolos, protagonistas de grandes milagres, operados por via do caráter justo e santo, desenvolvido com argamassa da glória divina de Cristo, o Espírito Santo adicionado ao esforço humano.

Cumprida esta pretensão na obra expiatória:

O Pai ratificou a aliança feita por Cristo, que haveria de receber os homens obedientes e arrependidos, e os amaria mesmo como ele ama seu filho. Esta, como declaro acima, era na condição de que Cristo deveria completar sua obra e cumprir sua garantia de tornar o homem mais precioso que o fino ouro, mais raro que o ouro fino de Ofir, Isaías 13:12.
WHITE, Ellen Golden. O Desejado de Todas as Nações. 14. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 1986. pág. 759

O ápice da expiação consiste em purificar, erradicar o pecado (natureza caída) e, máxime, recuperar a semelhança divina do pecador, perdida por Adão, tornando-o tão precioso quanto o ouro fino de Ofir. A obra de imputação da Justiça de Cristo no coração do pecador, novo nascimento, temperando esforço humano com a divindade de Cristo, é um dos pilares da obra expiatória de Cristo, conforme sabiamente arquitetado no Plano de Redenção. Cristo, na obra expiatória, forjou um caráter justo; se for desenvolvido pelo pecador, ele obedece à lei. Estamos acostumados a ver a expiação apenas como purificação do santuário e eliminação de pecados; contudo, ignoramos o desenvolvimento do caráter justo forjado por Cristo na obra expiatória e oferecido ao pecador, recuperando a semelhança divina desfrutada por Adão no Éden.

É de vital importância entender o processo de restauração da semelhança divina. Para tanto, se faz necessário meditar na criação e queda do homem. Como cediço, Deus formou o homem do pó da terra, soprou em suas narinas o fôlego de vida e o cobriu com sua glória: "E formou o SENHOR Deus o homem do pó da terra e soprou em seus narizes o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente." Gênesis 2:7. Adão foi criado perfeito, conforme a imagem e semelhança divina: "E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra." Gênesis 1:26. Por imagem de Deus, Irineu definiu como dotes de uma mente racional (razão) e vontade livre (livre arbítrio), consciência e afeições, conservados por Adão depois da queda; contudo, corrompidos pela transgressão, gerando o pecado original, a árvore. Quanto à semelhança, era a vida no espírito, o caráter justo, divino, auréola da glória de Deus repousando sobre ele. Esta foi perdida depois da queda; contudo, será restaurada pela graça manifesta na expiação. Por haver-se identificado totalmente com o gênero humano em cada etapa de sua existência e por ter sido obediente onde Adão foi desobediente, Jesus restaura a humanidade à comunhão com Deus e permite renovar a imagem de Deus, recuperando os atributos da razão, vontade, consciência e afeições, santificando, misturando vontade humana à sua divindade ou à semelhança divina. Cristo se tornou humano para forjar o caráter justo, restituindo a semelhança divina, perdida por Adão.

Enquanto a glória de Deus cobriu Adão, ele foi perfeito, santo; contudo, seduzidos por Lúcifer, o casal edênico pecou, perdeu a natureza divina, substituída pela natureza pecaminosa, declinando ao mal:

O ser humano, a quem Deus criou como soberano no Éden, transformou-se em escravo na Terra, gemendo sob a maldição do pecado. A auréola, dada por Deus a Adão para cobri-lo como vestimenta em sua santidade, foi tirada dele após a transgressão. A luz da glória de Deus não podia cobrir a desobediência e o pecado. Em lugar de saúde, plenitude e bênçãos, os descendentes de Adão foram entregues à pobreza, às doenças e aos sofrimentos de todo tipo.
WHITE, Ellen Golden. No Deserto da Tentação. 6.ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 2016, pág. 30

Despido da glória divina, Adão não podia obedecer a Deus e sua lei; tornou-se escravo de Lúcifer, sem forças para vencê-lo por esforço próprio:

Sendo que o ser humano caído não podia vencer a Satanás pela própria força, Cristo veio das cortes reais do céu para ajudá-lo com sua força humana e divina combinadas. Cristo sabia que Adão no Éden, com suas vantagens superiores, poderia ter enfrentado as tentações de Satanás e tê-lo vencido. Também sabia que era impossível ao ser humano fora do Éden, separado da luz e do amor de Deus desde a queda, resistir às tentações de Satanás pela própria força. Para trazer esperança ao ser humano e salvá-lo da completa ruína, ele se humilhou a ponto de assumir a natureza humana, combinando seu poder divino com o humano, a fim de que pudesse alcançar a humanidade. Ele obteve para os caídos filhos e filhas de Adão a força que por si mesmos é impossível obter, mas em seu nome poderiam vencer as tentações de Satanás.
WHITE, Ellen Golden. No Deserto da Tentação. 6.ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 2016, pág. 40

Esvaziado do Espírito de Deus, o homem tornou-se presa fácil, cativo das tentações, paixões e prazeres. Cristo encarnou em forma humana, na natureza pecaminosa, para vencer as tentações, forjando um caráter justo na obra expiatória, unindo esforço humano à sua justiça, construindo um caráter santificado ao pecador e elevando-o à santidade da Lei:

Ele imputaria sua justiça ao ser humano e assim aumentaria seu valor moral perante Deus, para que os seus esforços a fim de guardar a lei divina pudessem ser aceitos. O trabalho de Cristo consistia em reconciliar a humanidade com Deus, através de sua natureza humana, e Deus com ela através de sua natureza divina.
WHITE, Ellen Golden. No Deserto da Tentação. 6.ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 2016, pág. 33

Assim como Deus soprou nas narinas de Adão, forjando um caráter justo e santo, amparado em sua glória, Cristo imputará sua justiça, forjando um caráter justo restaurando razão, vontade, consciência e afeições. Alimentado pelos atributos de Cristo, o valor físico, moral e espiritual será elevado próximo ao status de Adão antes da queda, capacitando o penitente pecador obedecer ao Criador e sua santa lei, perfeitamente capaz de retornar ao Éden. Esvaziado do Espírito de Deus, o pecador transgride a Lei e desobedece ao Senhor; para voltar a obedecer, Cristo imputa sua justiça, forja um caráter justo, preenchendo o pecador com o Espírito Santo (Espírito de Cristo e de Deus), devolvendo valor moral e poder espiritual para vencer tentações e se reconciliar com o Pai.

A supracitada obra da graça divina se manifesta na segunda fase da expiação, quando Cristo ascendeu ao céu e compartilhou seu Espírito com seus servos:

A mais abundante comunicação do Espírito não se verificou senão depois da ascensão de Cristo. Enquanto não houvesse sido recebido, os discípulos não podiam cumprir a missão de pregar o evangelho ao mundo. Mas o Espírito foi agora dado para um fim especial. Antes de os discípulos poderem cumprir seus deveres oficiais em relação com a igreja, Cristo soprou sobre eles seu Espírito. Estava-lhes confiando um santíssimo legado, e desejava impressioná-los com o fato de que, sem o Espírito Santo, não se podia realizar esta obra.
WHITE, Ellen Golden. O Desejado de Todas as Nações. 14. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 1986. pág. 769

Cristo, único ser no Universo capaz de soprar seu Espírito sobre o penitente pecador, é o motivo de substituir o pecador para pagar o preço do pecado. Na cruz, Cristo cumpriu a primeira fase da expiação, atendendo aos reclames da transgressão da lei. Ascendeu ao céu como Redentor, soprou sobre seus discípulos o Espírito Santo, criando o caráter justo capacitando sua igreja obedecer, evangelizar e fazer sua vontade. Nesse viés, conclui-se, o Espírito Santo não é Deus:

O Espírito Santo é o sopro da vida espiritual na alma. A comunicação do Espírito é a transmissão da vida de Cristo. Reveste o que o recebe com os atributos de Cristo.
WHITE, Ellen Golden. O Desejado de Todas as Nações. 14. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 1986. pág. 769

O Espírito Santo emana de Cristo santificando os atributos danificados pelo pecado, restaurando o pecador:

Assim o poder vitalizante do Espirito Santo, que emana do Salvador, permeia a alma, renova os motivos e afeições e leva os próprios pensamentos à obediência da vontade de Deus, capacitando o que recebe a produzir os preciosos frutos de obras santas.
WHITE, Ellen Golden. E Recebereis Poder. 1. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 1999 pág. 20

Na mesma toada o pioneiro Waggoner se manifesta, a seu viso, o Espírito Santo é tanto o Espírito de Deus como de Cristo:

Finalmente, conhecemos a unidade divina do Pai e do Filho pelo fato de que ambos têm o mesmo Espírito. Paulo, após dizer que os que vivem segundo a carne não podem agradar a Deus, prossegue: “Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se de fato o Espírito de Deus habita em vós. E se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele”. Aqui descobrimos que o ESPÍRITO SANTO é tanto o ESPÍRITO DE DEUS quanto o ESPÍRITO DE CRISTO. Cristo está “no seio do Pai”, sendo por natureza da mesma substância de Deus e tendo vida em si mesmo.
WAGGONER, Ellet J. Cristo e sua Justiça. 1. ed. Ed. Adventistas Históricos, 2011. pág. 17

O Espírito Santo proveniente de Deus e de Cristo, permeia a alma renovando razão, vontade, consciência e afeições. Cristo compartilha parte de seu Espírito, sua natureza divina ou Espírito Santo, forjando um caráter justo, unindo esforço humano à sua divindade, santificando o pecador:

Ser santificado é tornar-se participante da natureza divina, captando o espírito e sentimento de Jesus, sempre aprendendo na escola de Cristo.
WHITE, Ellen Golden. E Recebereis Poder. 1. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 1999. pág. 24

É o Espírito Santo quem restaura a caída natureza renovando a esperança humana de voltar a residir no Jardim do Éden.

Com efeito, Cristo desceu à Terra com natureza humana, pecaminosa, neste sentido se manifesta o pioneiro:

Ademais, o fato de que Cristo tomou sobre si a carne, não de um ser inculpável, mas de um homem pecador, isto é, que a carne que ele assumiu tinha todas as fraquezas e tendências pecaminosas a que a natureza humana caída está sujeita, é demonstrado pela declaração de que “ele foi feito da semente de Davi segundo a carne”. Davi tinha todas as paixões da natureza humana. Ele disse a seu próprio respeito: “Eu nasci na iniquidade, e em pecado me concebeu minha mãe”. Salmos 51:5.
WAGGONER, Ellet J. Cristo e sua Justiça. 1. ed. Ed. Adventistas Históricos, 2011. pág. 20

Cristo encarnou em natureza pecaminosa, sua divindade foi escondida interrompendo sua unidade com o Pai; destarte, Cristo não desceu como Deus, divino:

Ao sentir Cristo interrompida sua unidade com o Pai, temia que, em sua natureza humana, não fosse capaz de resistir ao vindouro conflito com os poderes das trevas.
WHITE, Ellen Golden. O Desejado de Todas as Nações. 14. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 1986. pág. 659

Cristo esvaziou-se de sua divindade, desceu a Terra, enfrentando tentações e provas, enquanto sua divindade ficou retida com o Pai:

A humanidade de Cristo alcançou a mais profunda miséria humana e identificou-se com as fragilidades e necessidades do pecador, enquanto sua natureza divina se apegava ao Eterno.
WHITE, Ellen Golden. No Deserto da Tentação. 6.ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 2016, pág. 33

Cristo estava na condição do pecador justificado; contudo, nunca pecou. Começou sua jornada do zero, desenvolveu um caráter justo e santo. Após sua ascensão, auxiliou o pecador desenvolver o caráter justo, santificando razão, vontade, consciência e afeições. Quando um pecador é justificado, os pecados passados são apagados; ele começa do zero e, dependendo do alimento escolhido, cresce ou declina. Cristo manteve íntima comunhão com o Pai, recebendo continuamente porção da glória divina; sua comunhão com Deus alimentava seu espírito, revestindo de atributos, valores morais, força física e espiritual. Com esse importe, em comunhão constante com Deus, venceu as tentações, suportou a prova e construiu um caráter justo para o pecador vencer em seus méritos [de Cristo]. Quando chegou o momento fatídico, crucial, de enfrentar a prova mais dura, no Getsêmani, a natureza de Cristo recuou três vezes, colocando este mundo na balança. Neste momento, até a cruz, Cristo foi completamente abandonado pelo Pai. Se o pecador justificado alimentar a Justiça de Cristo, construirá o caráter justo, revestido de seus atributos, com elevada força física, valor moral e poder espiritual para vencer as tentações e obedecer à lei de Deus.

A condição humana de Cristo é perfeitamente percebida quando alinhamos a exigência de um Deus. Como é cediço, um Deus é onipresente, onisciente e onipotente; quando Cristo encarnou com natureza pecaminosa, perdeu a onipresença, não podia estar em todo lugar, não era, neste momento, onipresente:

Embaraçado com a humanidade, Cristo não poderia estar em toda parte em pessoa.
WHITE, Ellen Golden. O Desejado de Todas as Nações. 14. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 1986. pág. 644

Se Cristo descesse à Terra divino, um Deus, seria onipresente, onipotente e onisciente; contudo, sua encarnação em natureza pecaminosa, humana, não permitiu.

Para melhor fixar o conteúdo acerca da formação do caráter justo, faz-se necessário recorrer ao evangelho referente à obra de Cristo; em sua oração sacerdotal, disse: "Eu te glorifiquei na terra, completando a obra que me deste para fazer." João 17:4. De qual obra Cristo está falando? Acerca do texto, a irmã White comenta:

Jesus desenvolveu um caráter justo sobre a terra como exemplo para o homem seguir. Spirit of Prophecy; vol. 3, pág. 260.
ANDREASEN. M.L. Cartas às Igrejas. 1.ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 112

Cristo conseguiu provar, com sucesso, o desenvolvimento de um caráter justo, misturando esforço humano com sua divindade; contudo, o pecador deverá manter e continuar desenvolvendo o aludido caráter. Cristo garantiu, sim, o pecador poderia desfrutar de nova oportunidade:

O resgate da raça humana foi apontado para dar ao homem outra prova [teste]. Mss. 14, 1898.
ANDREASEN. M.L. Cartas às Igrejas. 1.ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 113

Cristo resgatou o homem e desenvolveu um caráter justo para nivelar a santidade da lei, capacitando-o obedecer. Esta pauta faz parte do Plano de Redenção:

O Plano de salvação foi designado para redimir a raça caída, para dar ao homem outro teste. Signs of the Times, 26-04-1899.
ANDREASEN. M.L. Cartas às Igrejas. 1.ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 113

O teste de provação, tal como Jesus venceu, precisa ser vencido pelo pecador:

Como Jesus foi aceito como nosso substituto e penhor, cada um de nós será aceito se resistirmos o teste e a provação por nós mesmos. Review and Herald, 10 de junho de 1890.
ANDREASEN. M.L. Cartas ás Igrejas. 1.ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 113

De qual teste, tentação e provação o Espírito de Profecia se refere? Ao viso das Escrituras, cada um é tentado por sua própria natureza pecaminosa: "Ninguém, ao ser tentado, diga: Sou tentado por Deus; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e ele mesmo a ninguém tenta. Ao contrário, cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz. Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte." Tiago 1:13-15. como espinho na carne: "E, para que não me exaltasse pela excelência das revelações, foi-me dado um espinho na carne, a saber, um mensageiro de Satanás para me esbofetear, a fim de não me exaltar." . Todo pecador é submetido a testes de provação e tentações. Se o pecador não transigir (ceder, condescender) com o pecado, alinhado ao caráter justo desenvolvido por Cristo, é perfeitamente capaz de obedecer a Deus e sua lei. Cristo venceu, deixando um exemplo ao pecador. O caráter justo forjado por Cristo não nasce pronto; não é um capacete a ser posto sobre a cabeça; precisa ser desenvolvido paulatinamente, vencendo tentação após tentação, também pelo pecador:

O Salvador venceu para mostrar ao homem como o homem pode vencer. O homem precisa trabalhar com seu poder humano, ajudado pelo poder divino de Cristo, para resistir e conquistar a qualquer custo para si mesmo. Em suma, ele deve vencer como Cristo venceu... O homem deve fazer sua parte; deve ser vitorioso de sua própria conta, através da força e graça que Cristo lhe dá. Testimonies, vol. 4, pág. 32-33.
ANDREASEN. M.L. Cartas às Igrejas. 1.ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 114

O esforço humano é temperado pelo poder divino de Cristo, forjando um caráter justo, santificando atributos da razão, consciência, vontade e afeições, inclinando a natureza humana para o bem, a obediência, o zelo e o fervor.

Com efeito, o temor consome o coração humano sincero, assombrado com a força da natureza pecaminosa, fragilidade moral e incapacidade de santificação por seus méritos. O entusiasmo de construir o caráter justo força o pecador indagar: como posso alcançar o supracitado caráter justo? A resposta encontra-se no Espírito de Profecia:

Muitos indagam: Como posso eu entregar-me a Deus? Deseja darte a ele, mas és fraco em força moral, escravo da dúvida e controlado pelos hábitos de tua vida de pecado. Tuas promessas e resoluções são como cordas de areia. Não podes controlar teus pensamentos, teus impulsos, tuas afeições.
WHITE, Ellen Golden. Caminho ao Céu. 1. ed. Ed. A Edificação do Lar, 1982, pág. 45

Com efeito, alguns professos cristãos se enganam; acreditam acumular poder de controlar pensamentos, sentimentos, afeições e obedecer à Lei; contudo, estão enganados:

Existem aqueles que professam servir a Deus, enquanto confiam em seus próprios esforços para obedecer à lei, formar um caráter reto e assegurar salvação. Seus corações não são movidos por qualquer compreensão profunda do amor de Cristo, mas procuram cumprir os deveres da vida cristã como se fosse isso que Deus requer deles a fim de ganharem o céu. Tal religião não tem valor algum.
WHITE, Ellen Golden. Caminho ao Céu. 1. ed. Ed. A Edificação do Lar, 1982. pág. 43

Despido de força moral e escravo da natureza caída, o pecador necessita entregar-se completamente a Cristo, única forma de restaurar a natureza caída, alvo da obra expiatória de Cristo:

Deus deseja curar-nos, tornar-nos livres. Mas uma vez que isso requer uma completa transformação, uma renovação de toda a nossa natureza, devemos entregar-nos inteiramente a ele.
WHITE, Ellen Golden. Caminho ao Céu. 1. ed. Ed. A Edificação do Lar, 1982. pág. 41

Visando curar o homem da lepra do pecado (natureza pecaminosa), Deus promete renovar e erguer a natureza caída, pecaminosa, transformando-a em divina; contudo, necessita do esforço do pecador:

A promessa de Deus é: Buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes de todo o vosso coração.
O coração inteiro deve ser rendido a Deus, pois, do contrário, jamais será operado em nós mudanças pela qual deveremos ser restaurados à sua semelhança. Por natureza estamos alienados de Deus. O Espírito Santo descreve nossa condição em palavras como esta: mortos em ofensas e pecados; toda cabeça está enferma e todo coração fraco; não há nele coisa sã. Estamos agora no laço de Satanás e levados cativos à vontade dele.
Deus deseja curar-nos, tornar-nos livres. Mas uma vez que isso requer uma completa transformação, uma renovação de toda a nossa natureza, devemos entregar-nos inteiramente a ele.
WHITE, Ellen Golden. Caminho ao Céu. 1. ed. Ed. A Edificação do Lar, 1982. pág. 41

Estamos alienados de Deus pela natureza; Deus conserva a natureza divina, enquanto o homem é consumido pela natureza pecaminosa, inclinado ao mal, sem força moral e sofre com a deterioração da razão, vontade, consciência e afeições. A única virtude inerente ao pecador é o livre arbítrio, a força de vontade:

O que precisas compreender é a verdadeira força de vontade. Esse é o poder que governa a natureza do homem, o poder da decisão ou escolha. Todas as coisas dependem da correta ação da vontade. Deus concede aos homens o poder da escolha; o exercê-lo cabe a eles. Não podes mudar teu coração, nem podes por ti mesmo dar a Deus as tuas afeições; mas podes escolher servi-lo. Podes entregar-lhe a tua vontade. Ele não operará em ti o querer e o fazer segundo a sua boa vontade. Assim toda a tua natureza será posta sob o controle do Espírito de Cristo; tuas afeições centralizar-se-ão nele, teus pensamentos estarão em harmonia com ele.
WHITE, Ellen Golden. Caminho ao Céu. 1. ed. Ed. A Edificação do Lar, 1982. pág. 46

O homem não pode mudar o coração, controlar afeições, razão, consciência e vontade; contudo, pode escolher, decidir servir a Deus, entregar o coração inteiramente a Cristo para receber auxílio da glória divina na construção do caráter justo, santificando a razão, vontade, consciência e afeições, habilitado a voltar ao Éden. Tudo depende de um comando: escolher servir a Cristo.

O pecador não alcançará as promessas divinas, amparado apenas no desejo, sem tomar uma atitude de entregar-se inteiramente a Cristo. Se permanecer só na vontade, perderá a vida eterna:

O desejo de ser bom é santo e correto em si mesmo. Mas se ficar só no desejo, de nada valerá. Muitos se perderão enquanto esperam e desejam ser cristãos. Não chegam ao ponto de entregar sua vontade a Deus. Eles não escolheram agora ser cristãos.
Por meio do correto exercício da vontade, uma completa mudança pode ser feita na vida.
WHITE, Ellen Golden. Caminho ao Céu. 1. ed. Ed. A Edificação do Lar, 1982. pág. 46

Santificação, o caráter justo é construído por prática, exercício da fé. O Senhor envia pequenos testes; quando superados, envia outro maior, assim sucessivamente, até vencer o pecado ou não ser mais uma tentação. É de bom tom começar vencendo pequenos maus hábitos; as pequenas faltas são chamas minúsculas; contudo, alimentadas pelo comodismo, transformam-se em grandes chamas de prazeres, calor da tentação e incêndio da apostasia.

Ajudado pela Justiça de Cristo, o pecador é capaz de desenvolver um caráter justo, obedecer a Deus e guardar seus mandamentos; contudo, o caráter é montado superando os testes, vencendo tentações, provações e obstáculos. Nesse sentido, Andreasen se manifesta, dizendo:

O caráter não é criado. É trabalhado; é desenvolvido; é construído através de múltiplos testes, tentações e provações. Deus de início dá um teste leve, depois um pouco mais forte, e ainda um pouco mais forte. Pouco a pouco a resistência às tentações fica mais forte, e depois de um tempo certas tentações cessam de ser tentações. Um homem pode ter uma grande luta contra o tabaco, mas finalmente é vitorioso, e sua vitória ser tão completa que o tabaco não é mais uma tentação. Assim, idealmente, deve ser com toda tentação. Santidade não é obtida num dia.
ANDREASEN. M.L. Cartas às Igrejas. 1.ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 113

O caráter justo é forjado paulatinamente, vitória após vitória sobre a tentação, ultrapassando barreiras e superando testes. É um processo de redenção (redimir, resgatar, reabilitação, salvação), um treinamento dos valores, princípios e moral cristã, profundamente ensinados por Cristo; é uma coluna sustentando o Cristianismo. Nesse sentido, o Espírito de Profecia declara no Desejado de Todas as Nações: Redenção é aquele processo pelo qual a alma é treinada para o céu. Superar batalhas, não significa vencer a guerra. A exemplo de Paulo, treinou com esmero o cultivo dos valores cristãos, contudo, acreditava ainda não ter alcançado o prêmio: "Não que já a tenha alcançado, ou que seja perfeito; mas prossigo para alcançar aquilo para o que fui também preso por Cristo Jesus." Filipenses 3:12. O festejado apóstolo humildemente expõe sua dependência na formação do caráter justo desenvolvido por Cristo. De sua persistência e labor, brotaram uma nova natureza divina, santificada, obediente, cumprindo a promessa de Cristo.

Em sua manifestação de Fiador, Cristo prometeu redimir o pecador, forjando um caráter justo para substituir a natureza pecaminosa, inclinada ao mal, por intermédio da sua expiação. O caráter justo precisa ser desenvolvido agora, enquanto nosso sumo Sacerdote está fazendo expiação por nós:

Agora, enquanto nosso Sumo Sacerdote está fazendo a expiação por nós, devemos buscar tornar-nos perfeitos em Cristo.
WHITE, Ellen Golden. O Grande Conflito. 30. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 1985. pág. 628

Buscar tornar perfeito em Cristo, leia-se: desenvolver o caráter justo, unindo esforço humano com a argamassa da divindade de Cristo. Por caráter justo, entende-se restauração, santificação pela glória divina dos atributos da razão, vontade, consciência e afeições, inclinando novamente para o bem, amor e obediência a Deus e sua lei; a vontade humana se amolda à vontade divina do Criador.

Para quebrar as acusações das trevas, apontando incapacidade do pecador caído obedecer à lei, denunciar Deus como injusto por requerer obediência e duplamente injusto por punir os desobedientes, mediante a incapacidade do caído pecador obedecer à lei, dotado de natureza pecaminosa, Deus enviou seu Filho para construir um caráter justo, mediante o processo expiatório e ajudar o pecador no seu desenvolvimento agora, enquanto nosso Sumo Sacerdote está fazendo expiação por nós. O Senhor escolheu uma classe de pecadores para provar a eficácia do caráter justo construído por Cristo. A esse respeito, Andreasen contribui, revelando:

Cristo prometeu tornar os homens vencedores; Ele garantiu isto. Não foi tarefa fácil; mas a obra de expiação não foi terminada até e a não ser que Jesus a fizesse. E assim Cristo perseverou até que sua tarefa fosse feita. Da última geração, na mais fraca das fracas, Cristo escolheu um grupo [os Remanescentes] com o qual fazer a demonstração que o homem pode vencer como Cristo venceu.
ANDREASEN. M.L. Cartas às Igrejas. 1.ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 114

Quem é esse grupo especial de remanescentes? Testados ao extremo na grande angústia de Jacó, nesse grupo Cristo será glorificado; o caráter justo fabricado por Cristo provará sua eficácia:

Nos 144.000 Cristo permanecerá justificado e glorificado. Eles provam que é possível para o homem viver uma vida agradando a Deus sob todas as condições, e que os homens podem finalmente ficar de pé, á vista de um Deus santo sem um intercessor [é agora na luta de Jacó Conflito] O Grande Conflito, pág. 614.
ANDREASEN. M.L. Cartas às Igrejas. 1.ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. pág. 114

Coberto com o manto da Justiça de Cristo, empunhando um caráter justo, harmonizado com Deus, o pecador penitente pode permanecer à vista do Deus santo sem perecer, com a semelhança divina restaurada.

À guisa de informação, diga-se: por qual motivo Deus escolheu a última geração de santos? A mais fraca?

A demonstração final do que Deus pode fazer na humanidade é feita na última geração que porta todas as enfermidades que a raça humana adquiriu através de seis mil anos de pecado e transgressão. Nas palavras da irmã White ele portam “os resultados da operação da grande lei da hereditariedade”. O Desejado, pág. 48. Os mais fracos da humanidade devem ser submetidos ás mais fortes tentações de Satanás, para que o poder de Deus possa ser abundantemente mostrado. “Foi uma hora de pavorosa, terrível agonia aos santos. Dia e noite eles clamavam a Deus por libertação. Pela aparência exterior, não havia nenhuma possibilidade de eles escaparem. Primeiros Escritos, 383
ANDREASEN. M.L. Cartas às Igrejas. 1.ed. Ed. Folhas de Ouro, 1959. p. 115-116

Com efeito, o resultado do conflito entre Cristo e os poderes das trevas rendeu frutos de pecadores penitentes santificados pelo caráter justo forjado por Cristo:

Cristo os apresenta a seu Pai como a aquisição de seu sangue, declarando: “Eis-me aqui, como os filhos que me deste”. Oh, maravilhas do amor que redime! Transportes daquela hora em que o infinito Pai, olhando para os resgatados, contemplar sua imagem, banida a discórdia do pecado, removida sua maldição, e o humano de novo em harmonia com o divino.
WHITE, Ellen Golden. O Conflito dos Séculos. 30. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 1985. pág. 652

O Salvador se deleita em ver a paz reinando no céu e os frutos de sua agonia, humilhação e sofrimento: almas redimidas, santificadas pela Justiça de Cristo, com a semelhança divina restaurada. Assim sendo, perfeita harmonia brota entre o Éden e o Céu, resultado da expiação.



A EXPIAÇÃO FINAL



Quando ocorrerá a expiação final? Somente Deus conserva a cobiçada informação; contudo, há sinais para sua igreja, norte profético para orientar os remanescentes, iluminando a vereda estreita. A verdade da expiação precisa ser perfeitamente compreendida, valorizada e seguida. Os anjos estão contendo os ventos das paixões; contudo, quando a incredulidade atingir o ápice, o Espírito de Deus será retirado da Terra; então, os anjos soltarão os ventos das paixões:

Os ímpios passaram os limites de seu tempo de graça; o Espírito de Deus, persistentemente resistido, foi, por fim, retirado. Desabrigado da graça divina não tem proteção contra o maligno. Satanás mergulhará então os habitantes da Terra em uma grande angústia final. Ao cessarem os anjos de Deus de conter os ventos impetuosos das paixões humanas, ficarão às soltas todos os elementos de contenda. O mundo inteiro se envolverá em ruína mais terrível do que sobreveio a Jerusalém na antiguidade.
WHITE, Ellen Golden. O Grande Conflito. 30. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 1985. pág. 620

A grande angústia final, promovida por Satanás, está em curso. Albert Pike (papa da maçonaria), em sua carta a Mazzini, narra o cataclismo social se apossando dos homens contaminados por niilismo, infectados por ateísmo e finalizado pela lavagem cerebral psicopolítica (técnica de dominação, em vez dos antigos métodos opressores, recorre a um poder sedutor e inteligente, conseguindo fazer mulheres e homens se submeterem por si próprios às forças de dominação) para varrer Deus do coração humano. Despidos do amor divino, os homens se tornarão cruéis, malignos; sob o controle de Lúcifer, se voltarão contra Deus e sua igreja. Este tempo de angústia se avizinha; os direitos e garantias individuais estão sendo demolidos, o paganismo cresce assustadoramente na seara religiosa; a construção do governo universal, religião única e moeda única está em pleno processo de implantação. Contudo, ainda existem duvidosos, rebeldes, fincados em seu pedestal da incredulidade, esperando arrebatamento secreto, serão pegos de surpresa:

Para a sabedoria humana, tudo isso parece agora impossível; mas, ao ser retirado dos homens o Espírito de Deus, o qual tem poder de reprimi-los, e ao ficarem eles sob o governo de Satanás, que odeia os preceitos divinos, hão de desenvolver-se coisas estranhas. Quando o temor e o amor de Deus são removidos, o coração pode tornar-se muito cruel.
WHITE, Ellen Golden. O Grande Conflito. 30. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 1985. pág. 613-614

Coisas estranhas estão acontecendo na seara religiosa, política, social, moral e cultural, a exemplo da cultura Woke (acordar), defendida pela esquerda radical; infecta universidades, cátedras, governos, culturas e todo segmento da sociedade, defendendo ideologia de gênero, terrorismo, inversão de valores, eliminação da família e erradicação do Cristianismo. As ferramentas criadas por Lúcifer contaminarão os homens até o cataclismo social destruir a humanidade, cumprindo a máxima luciferiana defendida pela maçonaria: “solve et coagula” — dissolver para reconstruir. Quando o mundo estiver desalentado, sem esperança, atingido pelo caos, os homens perderão a fé em Deus, romperão com Cristo; nesse momento, Lúcifer se apresenta como salvador, para reconstruir a humanidade, então: "adoraram o dragão que deu à besta o seu poder; e adoraram a besta, dizendo: Quem é semelhante à besta? Quem poderá batalhar contra ela?." Apocalipse 13:4. O dragão, Satanás, será verdadeiramente adorado pela humanidade, reconhecido como deus salvador. Os homens não perceberão o engano, confirmando a frase do CFR Nicholas Murray Butler:

O mundo se divide em três categorias de pessoas; um número bem pequeno, que gera acontecimentos; um grupo um pouco maior, que garante a execução e observa o modo como acontecem; e, por fim, uma ampla maioria, que jamais saberá o que aconteceu de verdade.
JIMÉNEZ, Cristina Martín. Os Donos do Mundo. 1. ed. Ed. Vide Educacional, 2020, pág. 78

Quando Satanás se apresentar como Salvador, os crentes, defensores do malsinado arrebatamento secreto, estarão na URI, adorando Gaia e Satanás sem saber como as coisas aconteceram.

A única força no Universo capaz de retardar os planos luciferiano é Cristo. Como assim? Cristo encontra-se entre Deus e o homem, retendo os ventos das paixões, intercedendo em favor do pecador, unindo esforço humano à sua divindade, auxiliando os descendentes de Adão a vencerem as tentações:

Jesus lhe disse que ficaria entre a ira de seu Pai e o homem culpado, que ele arrostaria a iniquidade e o escárnio, e que poucos apenas o receberiam como filho de Deus. Quase todos o odiariam e rejeitariam.
WHITE, Ellen Golden. Primeiros Escritos. 3.ed. Ed. Casa publicadora Brasileira, 1988. pág. 150

Entrementes, quando o Filho de Deus se retirar, após encerrar o juízo investigativo, o juízo de Deus cairá sobre os homens; sete últimas pragas serão derramadas:

Vi que Jesus não abandonaria o lugar santíssimo sem que cada caso fosse decidido, ou para a salvação ou para a destruição; e que a ira de Deus não poderia manifestar-se sem que Jesus concluísse sua obra no lugar santíssimo, depusesse seus atavios sacerdotais, e se vestisse com vestes de vingança. Então Jesus sairá de entre o Pai e os homens, e Deus não mais silenciará, mas derramará sua ira sobre aqueles que rejeitaram sua verdade.
WHITE, Ellen Golden. Primeiros Escritos. 3.ed. Ed. Casa publicadora Brasileira, 1988. pág. 36

Concluindo a obra final da expiação, Satanás terá completo domínio sobre a humanidade:

Retirando-se Jesus do lugar santíssimo, ouvi o tilintar das campainhas sobre as suas vestes; e, ao sair ele, uma nuvem de trevas cobriu os habitantes da Terra. Não havia então mediador entre o homem culpado e Deus, que fora ofendido. Enquanto Jesus permanecer ente Deus e o homem culposo, achava-se o povo sob repressão; quando, porém, ele saiu de entre o homem e o Pai, essa restrição foi removida, e Satanás teve completo domínio sobre os que afinal se não arrependeram.
WHITE, Ellen Golden. Primeiros Escritos. 3.ed. Ed. Casa publicadora Brasileira, 1988. pág. 280

O caos se instalará, o cataclismo social esmagará os homens, sedentos de sangue; espalharão violência, homicídios e terror contra seus irmãos. O mundo perderá a esperança e o temor de Deus; infectado pelo niilismo (rejeição dos valores) e pelo ateísmo, erradicarão o Cristianismo do coração humano, exceto dos remanescentes.

Nestes dias sombrios, em meio ao cataclismo social e após a terceira guerra mundial, restará apenas Cristianismo e Comunismo. As duas forças se enfrentarão até a destruição completa, sobrando apenas ímpios, servos de Lúcifer e a Igreja Remanescente.

Com esse importe, virá o tempo de angústia de Jacó; a igreja suportará dura prova; a geração mais fraca, de Adão até os últimos dias, suportará o peso da decadência gerada pelo pecado; contudo, coberta com o caráter justo forjado por Cristo, vencerá Lúcifer e seus sequazes:

Naquele tempo terrível, depois de finalizada a mediação de Jesus, os santos estavam a viver à vista de um Deus santo, sem intercessor.
WHITE, Ellen Golden. Primeiros Escritos. 3.ed. Ed. Casa publicadora Brasileira, 1988. pág. 280

Cristo encerrou o juízo no santíssimo, não ministra mais em favor dos santos cobertos pela chuva serôdia, revestidos do Espírito de Cristo, a igreja será vitoriosa, provando ao Universo a eficiência da expiação de Cristo, restaurando o pecador com argamassa de sua justiça, santificando a igreja, concedendo credenciais para habitar novamente no Jardim do Éden.

Quando Cristo sairá do Santuário celestial? E quando se retirará de entre Deus e o pecador? Não sabemos, Satanás só terá domínio sobre os homens completamente quando Cristo se retirar como mediador. Não sabemos o dia nem a hora, contudo, é possível vislumbrar os sinais do tempo presente. Satanás só pode executar seu plano quando Cristo completar a expiação final, então o Cristianismo será destruído.

Examinando profecias luciferianas, é possível destacar a data ou início da era ou nova ordem, destacada para destruir o Cristianismo. A era do Cristianismo ou Era de Peixes perdurou por 250 anos. O fim da supracitada era cristã está prevista para 2026, iniciando a sóbria Era de Aquário, responsável pela destruição do Cristianismo e seus valores.

Rastreando os sinais, chega-se à simbologia oculta na nota de 1 (um) dólar, referente aos Illuminati da Baviera. Os primeiros presidentes dos Estados Unidos, maçons Illuminati, cunharam na nota de 1 dólar uma pirâmide com nome escrito em latim, Novus Ordo Seclorum, traduzindo, a frase significa, a nova ordem dos séculos ou a nova ordem das eras. Acerca da simbologia da frase Jiménez explica:

A expressão citada e as referências a uma nova ordem e a uma nora era, tão recorrente nas épocas moderna e contemporânea, advém do filosofo romano Virgílio, e nela encontramos uma equiparação do novo Estado norte americano com a imperial Roma Antiga. Na subsequente simbologia iluminista da nova era, a inscrição passa a se referir a nova era de aquário, que sucederá à era de peixes, ou era cristã, e, segundo seus seguidores, marca o início de um período de 250 anos, durante os quais haverá uma transição de uma para outra. Por sua vez, os criadores do selo pensavam que, durante essa transição, os Estados Unidos desempenhariam um papel determinante. De acordo com esses cálculos, a transição acabará no ano 2026, quando começará outro ciclo.
JIMÉNEZ, Cristina Martín. Os Donos do Mundo. 1. ed. Ed. Vide Educacional, 2020, pág. 52-53

O ódio e oposição ao Cristianismo é uma realidade presente, Lúcifer está utilizando todos os meios para erradicar o Cristianismo. A próspera era de peixes, ou predominância do Cristianismo, está chegando ao fim em 2026. A ONU lançou agenda 2030, recheada de propostas adocicadas contra os valores morais, família, patriarcado, enfim, contra o Cristianismo, patriotismo e valores cívicos, visando emascular as soberanias nacionais e implantar o sonhado governo universal.

Quando Cristo concluir a obra de expiação no Santíssimo, sairá de entre Deus e o pecador; Satanás então terá total domínio sobre os homens; começa o tempo de angústia de Jacó. Com efeito, este fato deve acontecer após a era de peixes. Na Era de Aquário, Satanás vai destruir o Cristianismo com permissão de Deus; ademais, o inimigo só poderá dominar os ímpios totalmente quando Cristo encerrar a expiação; então, provavelmente, ainda neste século coisas estranhas acontecerão, assim como a efetiva obra de preparo do povo de Deus para o embate final enfrentando o cataclisma social se avizinhando.

A famigerada carta de Pike dirigida a Mazzini revela o plano luciferiano de dominação planetária provocando um cataclismo social jamais visto. A Terceira Guerra Mundial promovida pelos Illuminati entre Sionismo político, Estado de Israel e o mundo islâmico (àrabes e muçulmanos) atrairá as potências mundiais para o Conflito, enfraquecendo as nações; após este conflito o caos se instalará. Eis o trecho da carta:

Libertaremos os niilistas e os ateus, e provocaremos um incrível cataclisma social, que, com todo seu terror, mostrará claramente as nações o efeito do ateísmo absoluto, origem do comportamento selvagem e das agitações mais sangrentas. Então, em todos os cantos, os cidadãos, obrigados a se defenderem contra a minoria mundial de revolucionários, exterminarão esses destruidores da civilização, e a multidão, desiludida com o Cristianismo, cujo espírito deísta estará, a partir desse instante, sem bússola nem rumo, ansiosa por um ideal, mas sem saber o que adorar, receberá a verdadeira luz por meio da manifestação universal da Doutrina pura de Lúcifer, finalmente revelada aos olhos do público. Essa manifestação decorrerá do movimento reacionário geral que virá depois da destruição do Cristianismo e do ateísmo, ambos conquistados e exterminados ao mesmo tempo.
JIMÉNEZ, Cristina Martín. Os Donos do Mundo. 1. ed. Ed. Vide Educacional, 2020, pág. 62

Quando o caos se instalar, promovido pelo cataclismo social (grande catástrofe) e atingir a humanidade, os ímpios perderão a bússola da fé; Deus será erradicado dos corações; desiludidos, os homens serão atraídos para Lúcifer. Atingidos pelo caos, a maioria reage destruindo os revolucionários comunistas; em meio ao caos, surge o falso anjo de luz e fé, Satanás, oferecendo governo único, fim das guerras religiosas, confinando todas as religiões na arapuca da igreja Única, URI (Iniciativa das Religiões Unidas), todos adorando o dragão, Lúcifer, cumprindo a profecia postada em Apocalipse 13:4.

Para consolidar o alegado, faz-se necessário citar outro trecho da carta de Pike para MAZZINI, desta feita, publicado por Carr no livro Névoa Vermelha sobre a América:

Pike explicou, com descaso calculista pelos interesses humanos e valores espirituais, como na fase final da conspiração os Illuminati provocariam um formidável cataclismo social como resultado do qual conquistariam o comunismo ateu e o cristianismo, fazendo-os se exterminarem um ao outro. Ambos ao mesmo tempo.
CARR, William Guy. A Névoa Vermelha sobre a América. 5. ed. Ed. Poor Richard´s Pres, 1973. pág. 225

Como é cediço, no momento atual, o Sionismo Político e Israel travam uma dura batalha contra grupos extremistas islâmicos, como o Hamas. Os grupos terroristas islâmicos são financiados pelo Clube Bilderberg, gatilho da Terceira Guerra Mundial em curso; os resultados são registrados por William Carr:

A carta de pike também confirmou o que eu havia publicado sobre o plano dos Illuminati de fazer sionistas e muçulmanos se destruírem como potências mundiais em uma guerra que envolveria muitos outros países. Se a guerra entre sionistas políticos e o islã, como está sendo incitada agora, for permitido de ocorrer, somente o comunismo ateu e a cristandade permanecerão como poderes mundiais quando terminar. Um governo mundial único será então formado como detalhado na carta de Pike a Mazzini, e os Illuminati coroarão seu líder rei-déspota de todo o universo.
CARR, William Guy. A Névoa Vermelha sobre a América. 5. ed. Ed. Poor Richard´s Pres, 1973. pág. 225

Os Illuminati, em especial o sacerdote de Lúcifer da quarta coluna da maçonaria, coroará o dragão; ao fim do cataclisma social, os ímpios se desiludirão por desprezar o tempo de graça e criticar os remanescentes; encontram-se à beira do abismo, sem esperança de salvação, buscam um objetivo para preencher o vazio em seus corações. Encontrarão abrigo nos enganos de Satanás, adorarão o dragão, cumprindo-se a profecia.

Está em curso audacioso plano de povoar a Europa e América por muçulmanos. A fraternidade muçulmana em conluio com autoridades fabianos, costuram audacioso plano de povoarem a Europa e América, segundo um integrante, o ventre de suas mulheres será a arma de domínio dos Estados Unidos e Europa. Em suas previsões, praticamente não haverá mais franceses na França daqui a cinquenta ou cem anos, só muçulmanos franceses.

Neste exato momento, o Reino Unido, ou Grã-Bretanha, funciona como laboratório para este evento sombrio e pavoroso. Explico, os governos de esquerda, da lavra do socialismo Fabiano, recrutaram imigrantes islâmicos, escolhidos dos grupos terroristas acolhidos em solo britânico com estadia remunerada pelo governo. No início de agosto de 2024, imigrantes islâmicos assassinaram a sangue frio três meninas de 7 e 11 anos, vítimas de facadas. O crime cruel revoltou a população britânica, sem resposta satisfatória das autoridades; investiram contra os imigrantes e o governo. Os conflitos continuam contaminando e banhando de sangue o solo britânico; um verdadeiro cenário de guerra se instalou entre cidadãos britânicos e imigrantes muçulmanos, ambos armados e ferozmente preparados para matança. O caos se instalou na Grã-Bretanha; uma pequena amostra preparando para assolar o mundo com o cataclisma social.

Autor: Pr. Walber Rodrigues Belo