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Lições


A JUSTIÇA DE CRISTO E A LEI

É imperioso enaltecer que, enquanto alguns buscam a justificação pela guarda da lei, outros a ignoram, achando que a graça de Cristo os envolvem dando-lhes liberdade para viverem em pecado mesmo dentro da igreja. Isto acontece porque ambas as classes não compreendem a doutrina da justiça de Cristo. Desconhecem que a queda de Adão trouxe natureza pecaminosa, pecado original, que nos separa de Deus e nos torna rebeldes contra sua lei, precisamos do revestimento da natureza de Cristo, que nos reconcilia com o Pai e nos compele a obedecer os mandamentos de Deus por amor.

Observe que as Escrituras nos recomenda buscar:
"Buscai, pois, em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça, e todas as coisas vos serão acrescentadas"
Mateus 6:33.
A justiça de Deus, declara Jesus, é o objetivo a ser buscado nesta vida. Alimentação e vestuário são questões de menor monta em comparação com ela. Deus as suprirá no devido tempo, de modo que o cuidado e preocupação excessivos não precisam direcionar-se nesse rumo; mas assegurar que o reino de Deus e sua justiça sejam o único objetivo da vida.
Waggoner, Ellet J. 2011, Cristo e sua Justiça, pág 33-34

As coisas que serão acrescentadas ao buscarmos a justiça de Cristo, não se trata unicamente de bens materiais. O revestimento da natureza divina de Cristo nos traz novo nascimento fundamentado em amor divino, zelo, obediência e os demais dons da cruz, as nossas necessidades serão supridas a seu tempo, agora passaremos a ser de Cristo, Ele habita em nosso coração nos emprestando sua justiça.

"Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual se nos tornou, da parte de Deus, sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção" I Coríntios 1:30.

Cristo foi feito a nós justiça, bem como sabedoria, e uma vez que Cristo é a sabedoria de Deus e nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade, é evidente que a justiça que se está disponível é a de Deus.
Waggoner, Ellet J. 2011, Cristo e sua Justiça, pág 34

Cristo é a nossa justiça, no entanto a justiça de Deus também se manifesta em seus mandamentos. Deus é justo e com certeza seus mandamentos refletem a gloria de seu amor e juízo, portanto os que guardam sua lei, são aqueles cujo coração está cheio da justiça de Cristo, haja vista, que os mandamentos de Deus são justiça.

"A minha língua celebre a tua lei, pois todos os teus mandamentos são justiça" Salmos 119:172.

O que aprendemos disso? Que aqueles que conhecem a justiça de Deus são as pessoas em cujo coração está a Sua lei, e, portanto, que a lei de Deus é a justiça de Deus.
Isso pode ser provado novamente, como segue: "Toda injustiça é pecado". I João 5:17. "Todo aquele que pratica o pecado também transgride a lei: porque o pecado é transgressão da lei". I João 3:4. Pecado é transgressão da lei, e é também injustiça; portanto pecado e injustiça são idênticos. Mas se injustiça é transgressão da lei, justiça deve ser obediência à lei.
Waggoner, Ellet J. 2011, Cristo e sua Justiça, pág. 34

Não podemos olvidar, que o pecado original (natureza pecaminosa, auto satisfação), é que nos separa de Deus e nos faz transgredir sua lei e praticar atos de rebelião contra o Criador. Existe o pecado original (natureza pecaminosa) que nos torna rebeldes e transgressores da lei de Deus, praticando os frutos da carne. Somente a igreja de Deus revestida com a justiça de Cristo será capaz de guardar sua lei, praticando os frutos do espirito. Ademais, é preciso sabermos de qual lei está falando as Escrituras:
"Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espirito de Deus, porque lhe são loucuras; e não pode entende-las, porque elas se discernem espiritualmente. Porém o homem espiritual julga todas as coisas, mas ele mesmo não é julgado por ninguém. Pois quem conhece a mente do Senhor, que o possa instruir? Nós, porém, temos a mente de Cristo"
I Coríntios 2:14.

Agora, que lei tem sua obediência representando justiça, com a desobediência a ela significando pecado? Trata-se daquela lei que declara: "Não cobiçarás", pois o apóstolo Paulo nos diz que esta lei o convenceu do pecado. Rom. 7:7. A lei dos dez mandamentos, pois, é a medida da justiça de Deus. Sendo ela a lei de Deus e constituindo a justiça, a rebelião contra a lei de Deus é rebelião contra a justiça de Deus.
Waggoner, Ellet J. 2011, Cristo e sua Justiça, pág 35

"E, tendo acabado de falar com ele no monte Sinai, deu a Moisés as duas tábuas do Testemunho, tabuas de pedra, escritas pelo dedo de Deus" Êxodo 31:18.

"Que diremos pois? É a lei pecado? De modo nenhum! Mas eu não teria conhecido o pecado, senão por intermédio da lei; pois não teria eu conhecido a cobiça, se a lei não dissera: não cobiçarás" Romanos 7:7.

Quem se rebela contra a lei de Deus, não está nutrido com natureza divina e não pode compreender que Jesus veio engrandecê-la, refinar ou trazer a espiritualidade da lei só compreendida por pessoas espirituais, alimentados com natureza divina. Isaias disse que Jesus veio engrandecer a lei, fazê-la gloriosa ou espiritual, isto é claramente ensinado por Jesus no sermão da montanha, conforme veremos a seguir.

"Foi do agrado do Senhor, por amor da sua própria justiça, engrandecer a lei e fazê-la gloriosa" Isaías 42:21.

No Sermão do Monte, Cristo declarou: "Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; e: Quem matar estará sujeito a julgamento. Eu, porém, vos digo que todo aquele que [sem motivo] se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento; e quem proferir um insulto a seu irmão estará sujeito a julgamento do tribunal; e quem lhe chamar: Tolo, estará sujeito ao inferno de fogo". Mateus 5:21, 22. E novamente: "Ouviste que foi dito: Não adulterarás. Eu, porém, vos digo: Qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração já adulterou com ela".
Waggoner, Ellet J. 2011, Cristo e sua Justiça, pág 35

"Todo aquele que odeia a seu irmão é assassino; ora, vós sabeis que todo assassino não tem a vida eterna permanente em si" I João 3:5.

Nisso Cristo não revelou uma nova verdade, mas somente trouxe à luz e desdobrou uma antiga. A lei tinha exatamente o mesmo caráter quando Ele a proclamou do Sinai e quando a expunha sobre a montanha da Judéia. Quando, em tons que abalaram a Terra, Ele declarou: "Não matarás", queria dizer: "Não abrigueis rancor no coração; não permitais a inveja, nem a contenda, nem qualquer coisa que seja remotamente relacionada com o assassinato". Tudo isso e muito mais está contido nas palavras: "Não matarás". E isto era ensinado nas palavras inspiradas do Velho Testamento, pois Salomão demonstrou que a lei trata de coisas invisíveis, bem como de coisas visíveis, quando escreveu: "De tudo o que se tem ouvido, a suma é: Teme a Deus e guarda os Seus mandamentos; porque isto é o dever de todo homem. Porque Deus há de trazer a juízo todas as obras até as que estão escondidas, quer sejam boas, quer sejam más". Ecle. 12:13,14.
Waggoner, Ellet J. 2011, Cristo e sua Justiça, pág 36

É preciso analisar que a lei é espiritual, Jesus aperfeiçoou a lei e a engrandeceu, o pecado não estava só nas ações mas também nos pensamentos. Quando a lei nos fala não matarás está incluindo pensamentos e ações, assim, como no primeiro mandamento nos fala de não termos outros deuses adiante do Senhor, na verdade o que este mandamento quer dizer? "Não terás outros deuses diante de mim" Êxodo 20:3.

Tomemos o primeiro mandamento: "Não terás outros deuses diante de Mim". O apóstolo nos fala sobre alguns cujo "deus . . . é o ventre". Fil. 3:19. Mas a glutonaria e a intemperança são suicídio, e assim descobrimos que o primeiro mandamento perpassa o sexto. Isto, porém, não é tudo, pois ele também nos fala que a cobiça é idolatria. Col. 3:5. O décimo mandamento não pode ser violado sem a violação do primeiro e do segundo. Em outras palavras, os dez mandamentos coincidem com o primeiro, e descobrimos que o Decálogo é um círculo tendo uma circunferência tão grande quanto o universo, e contendo em si o dever moral de cada criatura. Em resumo, é a medida da justiça de Deus, que habita a eternidade.
Waggoner, Ellet J. 2011, Cristo e sua Justiça, pág 37

Quem justifica e salva o homem é Cristo e não a lei, no entanto a Bíblia ensina de forma cristalina que o pecado é a transgressão da lei, logo, Cristo não pode justificar e muito menos salvar o transgressor de sua Lei. Na verdade a função da Lei é mostrar o que é pecado. Homem algum pode ser justificado sem abandonar o pecado, ou seja, sem deixar de transgredir a lei. Aliás a prova de que o crente foi justificado é a obediência aos mandamentos de Deus, revestido pela justiça de Cristo.

"Pois todos pecaram e carecem da glória de Deus" Romanos 3:23.

"Visto que ninguém será justificado diante dele por obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado" Romanos 3:20.

"Sendo justificado gratuitamente por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus. Tendo em vista a manifestação da sua justiça no tempo presente, para ele mesmo ser justo e o justificador daquele que tem fé em Jesus." Romanos 3:24;26.

A lei não deve ser desprezada por não justificar pecadores. Pelo contrário, deve ser exaltada por tal respeito. O fato de que a lei não declare os pecadores justos -- o não dizer que os homens a guardaram e quando eles a violaram -- é em si evidência suficiente de ser boa. Os homens aplaudem um juiz terreno incorruptível. Seguramente, eles deveriam magnificar a lei de Deus, que não dará falso testemunho. A lei é a perfeição da justiça e, portanto, é forçada a declarar o triste fato de que nenhum representante da raça de Adão cumpriu os seus requisitos.
Portanto, embora "os que praticam a lei hão de ser justificados", é também verdade que "ninguém será justificado diante Dele por obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado". A lei, sendo "santa, justa, e boa", não pode justificar um pecador. Noutras palavras, uma lei justa não pode declarar que aquele que a viola é inocente. Uma lei que justificasse um homem ímpio seria uma lei ímpia.
Waggoner, Ellet J. 2011, Cristo e sua Justiça, pág 38
Nós transgredimos a lei de Deus, e pelas obras da lei nenhuma carne será justificada. Os melhores esforços que o homem, em suas próprias forças, pode fazer, não têm valor para satisfazer a santa e justa lei que ele transgrediu. Quem procura alcançar O Céu por suas próprias obras, guardando a lei, tenta uma impossibilidade. Não pode o homem salvar-se sem a obediência, mas suas obras não devem provir de si mesmo; Cristo deve operar nele o querer e o efetuar, segundo Sua boa vontade. Se o homem pudesse salvar-se por suas obras, teria ele algo em si mesmo, pelo qual se alegrar. O esforço que o homem faz em suas próprias forças para obter a salvação, é representado pela oferta de Caim.
Ellen G. White, Fé e Obras, pág 82

Está comprovado da forma límpida que o homem não pode obedecer a lei de Deus por seu esforço próprio ou obras. Precisa da justiça de Cristo, segundo diz o profeta Jeremias 23:6, SENHOR, justiça nossa, ou seja, Jesus é a nossa justiça porque não temos justiça, somos pecadores e necessitamos de um mediador que nos reconcilie com Deus através de sua justiça. Portanto, é impossível ao homem se justificar pelas obras da lei.

"Sabendo, contudo, que o homem não é justificado por obras da lei, e sim mediante a fé em Cristo Jesus, também temos crido em Cristo Jesus, para que fossemos justificados pela fé em Cristo e não por obras da lei, pois, por obras da lei, ninguém será justificado. Não anulo a graça de Deus; pois, se a justiça é mediante a lei, segue-se que Cristo morreu em vão" Gálatas 2:1;21.

"É evidente que, pela lei, ninguém é justificado diante de Deus, porque o justo vive pela fé. E, porventura, a lei contrária às promessas de Deus? De modo nenhum! Porque, se fosse promulgada uma lei que pudesse dar vida, a justiça, na verdade, seria procedente da lei" Gálatas 3:11;21.

O pecador reconhece em si um transgressor, condenado à morte por uma santa lei. Ele se volta para a lei com este pensamento: Farei o que ela diz, tornar-me-ei justo e alcançarei a vida. A lei exprime a justiça, porém não a pode dar.
Ora, existe a culpa. Quaisquer que sejam as ações que pratique o homem, não poderão elas desfazer aquela culpa, nem encobri-la da lei justa. E não é somente isto, pois, logo que a lei declare o que é justiça, o pecador descobrirá que se acha inteiramente além das forças de sua carne satisfazer aos requisitos da lei. Esta exige uma obra tal, de que a natureza humana decaída nem se quer poderia aproximar-se. O carnal não pode produzir o espiritual. Mas a lei exige uma obra espiritual, de justiça. É impossível à inclinação carnal empreende-la.
Diz as Escrituras: "A inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem em verdade pode ser. Portanto os que estão na carne não podem agradar a Deus" Romanos 8:7-8.
SPICER, William A.1930, Nossa Época a Luz da Profecia, pág 192-193

Ellen White nos ensina no livro Fé e Obras, página 83, que Cristo provê ao homem tanto a restauração como á reconciliação. O abismo produzido pelo pecado foi transposto pela cruz do calvário. Foi pago por Jesus um resgate pleno e completo, em virtude do qual o pecador é perdoado e mantida a justiça da lei. Todos os que creem que Cristo é o sacrifício expiador podem chegar a Ele e receber o perdão dos pecados; pois pelos méritos de Cristo, franqueou-se a comunicação entre Deus e o homem. Diante do exposto, fica claro que está desligado de Cristo quem busca justificação pelas obras da lei e não pela fé em Cristo, pela justiça própria que é trapo de imundície Isaías 64:6. A finalidade da lei é mostrar o pecado e não justificar, que é obra dos méritos expiatório de Cristo.

"De Cristo vos desligastes, vós que procurais justificar-vos na lei; da graça decaíste" Gálatas 5:4.

"Sabemos, porém, que a lei é boa, se alguém dela se utiliza de modo legitimo, tendo em vista que não se promulga lei para quem é justo, mas para transgressores e rebeldes, irreverentes e pecadores, ímpios e profanos, parricidas e matricidas, homicidas, impuros, sodomitas, raptores de homens, mentirosos, perjuros e para tudo quanto se opõe a sã doutrina" I Timóteo 1:8-10.

"Porque os simples ouvidores da lei não são justos diante de Deus, mas os que praticam a lei hão de ser justificados" Romanos 2:13.

Quando procuramos alcançar o céu pelos méritos de Cristo, a alma faz progresso. Olhando para Jesus, autor e consumador de nossa fé. Os que fazem ousadas pretensões de santidade demonstram com isso que eles não veem a si mesmos à luz da lei; não são iluminados espiritualmente e não sentem aversão a toda espécie de egoísmo e orgulho.
Conquanto tenhamos de estar em harmonia com a lei de Deus, não somos salvos pelas obras da lei; contudo, não podemos ser salvos sem obediência. A lei é a norma pela qual é avaliada o caráter. Mas não podemos absolutamente guardar os mandamentos de Deus sem a graça regeneradora de Cristo. Só Jesus pode purificar-nos de todo pecado. Ele não nos salvará pela lei, nem nos salvará na desobediência à lei.
Ellen G. White, Fé e Obras, pág 86-87

Por fim, cabe ressaltar, que a lei e a misericórdia de Deus se encontraram, segundo está prefigurado nos Salmos 85:10 "Encontraram-se a graça e a verdade, a justiça e a paz se beijaram". A lei encerrada dentro da arca, exige a morte do pecador impenitente, em cima da arca estava o propiciatório ou Shekinah representando a misericórdia de Deus, alcançando o pecador penitente pelo sacrifício expiatório de Cristo.

Acima do propiciatório estava o Shekinah, manifestação da presença divina; e dentre os querubins Deus tornava conhecida a sua vontade. A lei de Deus, encerrada na arca, era a grande regra de justiça e juízo. Aquela lei sentenciava a morte ao transgressor; mas acima da lei estava o propiciatório, sobre o qual se revelava a presença de Deus, e do qual, em virtude da obra expiatória, se concedia o perdão ao pecador arrependido. Assim na obra de Cristo pela nossa redenção, simbolizada pelo ritual do santuário.
Ellen G. White, Cristo em seu Santuário, pág 29

A passagem do jovem rico, mostra a impossibilidade do pecador recheado de justiça própria guardar os mandamentos de Deus, observe, que embora o jovem tenha dito a Jesus que guardava todos os mandamentos, ele estava enganado, quando Jesus pediu que ele vendesse os bens, ele saiu triste, porque não tinha natureza divina.

"Replicou-lhe o Jovem: Tudo isso tenho observado; que me falta ainda?" Mateus 19:20.



Que fez o jovem? Retirou-se muito pesaroso, por ser dono de muitas propriedades.
Pois bem, ele não havia absolutamente guardado os mandamentos. Devia ter aceito a Jesus Cristo como seu Salvador e se apoderado de Sua justiça. Então, tendo a justiça de Cristo, poderia guardar a lei de Deus. O jovem príncipe não podia pisotear essa lei. Precisava respeitá-la; precisava amá-la. Então Cristo combinaria o poder divino com os esforços humanos.
Ellen G. White, Fé e Obras, pág 61
Preciso ensinar a outros como podem elevar-se do estado pecaminoso em que eu me encontrava e apossar-se, com fé viva, da justiça que há em Cristo Jesus. Essa é a única maneira pela qual o pecador pode ser salvo.
Ellen G. White, Fé e Obras, pág 63
Autor: Walber Rodrigues Belo