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Doutrina


ORAÇÃO DE OLHOS FECHADOS

A natureza divina de Cristo, é alimento do cristão e a oração juntamente com a meditação são formas de recebermos essa nutrição, até nos tornarmos amigo de Cristo, afinal, a oração é o abrir do coração a Deus como a um amigo (Perguntas que eu faria a rmã White, 143), portanto, precisamos orar e reconhecer nossa dependência do Criador, orando com o coração limpo, reverência e postura, segundo nos ensinou as Escrituras de joelhos, mãos levantadas e olhos fechados, ou vamos definhar em estado famélico até morrer de inédia epiritual. Não olvidando, que em meio as máquinas, na rua, e em viagens, podemos elevar nosso coração a Deus em súplicas que seremos ouvidos, mas, na igreja, em orações particulares, no quarto ou no culto familiar, precisamos cumprir os ditames divinos, assim como nos mostrou Moisés ao enfrentar amaleque, Jesus ao abençoar seus discipulos, os mártires ao enfrentar a morte, e os reformadores ao defender a verdade.

Existem pessoas ávidas por encontrar luzes, descobrir deveres para cumprir que só ele é apto para obedecer, com escopo de ser o único conhecedor da verdade que comunga com Deus, todavia, estão sem Cristo, não sabem nada acerca da natureza divina que nos capacita a amar e obedecer a verdade, nos reconciliando com Deus. Muitos desses irmãos são zelosos, Satanás sabe que estão descobertos, sem a natureza divina de Cristo para protege-los, aproveita para direcioná-los por veredas tortuosas da natureza pecaminosa, vejam o que diz a irmã White:

Alguns membros zelosos que miram a originalidade e estão empregando ao máximo toda energia para consegui-la, tem cometido erro grave em buscar conseguir algo de sensacional, maravilhoso, fascinante perante o povo, alguma coisa que julguem que os outros não compeendem; não sabem, porém, eles próprios, do que estão falando. Especulam com a palavra de Deus, adiantando ideias que não constituem uma pitada de auxilio para eles mesmos ou a igreja. Pelo momento, podem excitar a imaginação, mas há uma reação, e essas próprias ideias se tornam obstáculo. A fé é confundida com a fantasia, e seus pontos de vista podem inclinar o espírito numa direção errônea.
Ellen G. White, Mensagens Escolhidas Vol I, pág 180

São meticulosos, quanto a cumprimento de deveres religiosos, atendendo os desejos insaciáveis da natureza pecaminosa, cumprindo-se as palavras de Cristo: "Hipócritas! Bem profetizou Isaías a vosso respeito, dizendo: Este povo honra-me com os lábios, mas o coração está longe de mim. É em vão que me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens" Mateus 15:7-9. Embora cobertos de deveres para cumprir, como eram os judeus, os corações continuam longe de Deus, porque são sepulturas caiadas, cegos guiando cegos, haja vista, que sem a justiça de Cristo, todo sacrifício direcionado a Deus é oferecido pela justiça própria, e os frutos são do pecado original (natureza pecaminosa) continuam separados de Deus: "Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que não vos ouça" Isaías 59:2. Nem Moisés pôde ver a face de Deus, ele morreria, porque o Senhor não suporta a natureza pecaminosa, ou seja, o próprio pecado original, concebido por Lucifer quando se rebelou no céu, é algo que está dentro do homem, só Jesus, através da obra expiatória pode remover a natureza pecaminosas, emprestando sua natureza divina, reconciliando o homem com Deus, portanto, tudo o que oferecemos a Deus tem que subir com o incenso da natureza divina de Cristo para ser aceito pelo Criador.

Irmãos que não são alimenados pela natureze divina de Cristo, estão em grande perigo, são propensos a garimpar luzes para iluminar a igreja, segundo seu próprio juizo, resultando em discórdias, ressentimentos, separação e morte. Interpretam textos da Bíblia e dos Testemunos deslocados dos contextos, se encastelam em seus entendimentos e não se importam quantos vão matar na igreja. Cristo alertou: "vem a hora em que todo que vos matar julgará prestar um serviço a Deus" João 16:2. Nem sempre a morte é literal, muitos irmãos, famílias inteiras, podem morrer espiritualmente na igreja por atitudes imprudentes, pontos doutrinários destacados de seus contextos e pelo veneno da língua. Na mesma toada são os ensinamentos da irmã White, verbis:

Alguns há que apanham da palavra de Deus e também dos testemunhos parágrafos ou sentenças destacados que podem ser interpretados de maneira a se ajustar a suas ideias, e nelas se detem, e encastelam-se em suas próprias posições, quando Deus não os está dirigindo. Ai está o vosso perigo.
Ellen G. White, Mensagens Escolhidas Vol I, pág 179

Mesmo sendo conhecedor da verdade, se nossa vida religiosa não for alimentada pela atureza divina de Cristo, para obedecer essas verdades por amor, é inútil nossa vida religiosa, tudo fica relegado ao formalismo, aparência de uma vida religiosa exemplar, quando na verdade não passamos de sepulturas caiadas aos olhos de Deus. É esse o motivo de muitos irmãos, mesmo conhecendo a verdade, enveredar por caminhos do fogo do fanatismo ou gelo da indiferença.

As chamadas luzes, muitas vezes são verdades misturadas com comparações, suposições e destituidas de um claro assim diz o Senhor. Nessa esteira, as doutrinas são formadas e imputadas nas mentes e corações de irmãos não santificados, não estão blindados pela justiça de Cristo. Vejam os seguintes escritos da irmã Whie:

Tendes muita verdade, verdade preciosa, mas misturada com SUPOSIÇÕES. Vossa ideias extremadas e a forte linguagem destroem muitas vezes o efeito de vossos melhores esforços.
Ellen G. White, Mensagens Escolhidas Vol I, pág 180

Lamentavelmente, essas confusões religiosas acontecem com frequência dentro da igreja, no tema em comento, não são poucos os religiosos sustentando a tese de que a oração dever ser feita na igreja, em cultos particulares e cultos domésticos com os olhos abertos, para tanto elencam alguns textos bíblicos como fundamento de suas teses, vamos a eles.

Alegam, os que advogam esta causa, que o modelo, Jesus, orava de olhos abertos, com base em dois textos narrados pelo apóstolo João. "Tiraram, então, a pedra. E Jesus, levantado os olhos para o céu, disse: Pai, graças te dou porque me ouviste" João 11:41.

"Tendo Jesus falado estas coisas levantou os olhos ao céu e disse: Pai, é chegada a hora; glorifica a teu Filho, para que o Filho te glorifiue a ti" João 17:1. e "A ti, que habitas nos céus, elevo os olhos! Como os olhos dos servos estão fitos nas mãos dos seus senhores, e os olhos da serva na mão de sua senhora, assim os nossos olhos estão fitos no SENHOR, nosso Deus, até que se compadeça de nós" Salmos 123:1-2.

O primeiro texto ocorreu no episódio em que Jesus ressuscita Lázaro, ao passo que no segundo texto, Jesus estava na iminência de selar a primeira etapa do plano de Redenção, morrendo na cruz. Analisando detidamente os textos, vilumbra-se que não existe nenhum assim diz o Senhor, nenhuma ordem para os discipulos ou sua igreja orarem de olhos abertos. Trata-se de uma interpretação extensiva e uma suposição, levantar os olhos não é uma ordem para orar de olhos abertos, embora os defensores da famigerada doutrina de orar de olhos abertos sutentam que sim, firmados nos textos seguinte: "Elevo os olhos para os montes; de onde me virá o Socorro?" Salmos 121:1.

Observe que a expressão levantar os olhos, não é uma ordem para orar de olhos abertos. A expressão “nossos olhos estão fitos no Senhor”, significa que nosso entendimento, nossa concentração devem estar fixa no Criador. Em um outro texto (visto alhures) o Senhor manda levantar o coração para o Senhor, com o mesmo contexto do texto anterior veja: "Levantemos o coração, juntamente com as mãos, para Deus nos céus"Lamentaçõs 3:1 . Como podemos levantar o coração para Deus nos céus? Deverás, o apostolo Paulo nos ajuda no deslinde da questão quando diz: "Iluminados os olhos do vosso coração, para saberdes qual é a esperança do seu chamamento, qual a riqueza da glória da sua herança nos santos" Efésios 1:18. Veja que Paulo se reporta a iluminar os olhos do coração, com certeza é uma metáfora, ele está se referindo a dar conhecimento, entendimento, quando a Bíblia fala em levantar os olhos ou o coração, o contexto é elevar o entendimento, discernimento, conhecimento, veja o texto seguinte quando Daniel fala levantar os olhos ao céu como vindo o entendimento ou alcançando o conhecimento: "Mas ao fim daqueles dias, eu Nabucodonosor, levantei os olhos ao céu, tornou-me a vir o entendimento, e eu bendisse o Altíssimo, e louvei, e glorifiquei ao que vive para sempre, cujo domínio é sempiterno, e cujo reino é de geração em geração" Daniel 4:34.

O próprio Jesus que dizem orar de olhos abertos, nos ensina orar de olhos fechados, conforme as Escrituras. Jesus orou prostrado sobre o seu rosto, logo, não estava com os olhos fixo no céu, muito menos aberto, como prova de que ele não autorizou seus discipulos a orarem de olhos abertos, verbis, o texto: "Adiantando-se um pouco, prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo: Meu Pai, se possível, passe de mim este cálice! Todavia, não seja como eu quero, e sim como tu queres" Mateus 26:39.

Em outro momento, após a ressureição, Jesus aparece a seus discípulos que não o reconheceram. Evento ocorrido quando estavam a caminho de Emaús, iam conversando a respeito dos últimos acontcimentos, e quando conversavam o próprio Jesus se proximou e ia com eles. "Os seus olhos, porém, estavam como que impedidos de o reconhecer" Lucas 24:16. Sabiam que Jesus estava morto, esqueceram de suas palavras quando dizia que havia de ressuscitar, por esta razão os olhos estavam fechados para não o reconhecerem. Estando no meio dos discípulos Jesus abençoou o pão. Somente depois de pedir as bençãos pelo pão, abriram os olhos e o reconheceram, porque viram a marca dos cravos em suas mãos, como prova que pediam bençãos pelo pão de olhos fechados. "E aconteceu que, quando estavam à mesa, tomando ele o pão, abenço-o e, tendo-o partido, lhes deu; então, se lhes abriram os olhos, e o reconheceram; mas ele desapareceu da presença deles" Lucas 24:30-31. Quando Jesus pediu a benção pelo pão os discipulos estavam de olhos fechados, após as bençãos, abriram os olhos e só o reconheceram porque Jesus estendeu as mãos para distribuir o pão e não porque ele lhes abriu o entendimento, viram as marcas dos cravos reconhecendo que era o Mestres, segundo ensinos de White nos termos seguintes:

A simples refeição da noite, composta de pão, é prontamente preparada. É colocada diante do Hóspede, que tomou assento à cabeceira da mesa. Estende então as mãos para abençoar o alimento. Os discípulos recuam assombrados. Seu Companheiro estende as mãos exatamente da mesma maneira por que fazia o Mestre. Olham outra vez, e eis que lhe vêem nas mãos os sinais dos cravos. Ambos exclamam imediatamente: É o Senhor! Ressuscitou dos mortos.
Ellen G. White, O Desejado de Tods as Nações, pág 765

Observe que os discipulos olham outra vez, ou seja, olham duas vezes para perceber as marcas dos cravos e reconhecerem seu Mestre. No entanto, os defensores da doutrina de orar de olhos abertos, ensinam que os olhos dos discipulos estavam fechados, no momento que Jesus pediu bençãos pelo pão e abriram após as benção, porque é simbólico, era falta de entendimento. Que abriram os olhos porque receberam entendimento e reconheceram Jesus.

Examinando as Escrituras, percebe-se que Jesus só começa a ensinar as Escrituras para os discipiulos após ser reconhecido por eles quando viram as marcas em sua mãos, então ele passou a ensinar tudo o que dele estava escrito, o que se cumpriu segundo Moisés, os Salmos e os Profetas, verbis: "A seguir, Jesus lhes disse: São estas as palavras que eu vos falei, estando ainda convosco; importava se cumprisse tudo que de mim está escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos" Lucas 24:43. Então lhes abriu os olhos do enendimento para compreenderem as Escrituas, acerca de Cristo e sua obra e não para reconhecerem Jesus. "Então, lhes abriu o entendimento para compreenderem as Escrituras" Lucas 24:45. Restou comprovado, que os discipulos estavam literalmente de olhos fechados quando Jesus pediu as bençãos pelo pão, após abrirem os olhos só o reconheceram quando viram as marcas em suas mãos.

Um outro texto utilizado para sustentar a doutrina de orar com olhos abertos, está esculpido no livro de Pedro. Alegam que Pedro estava orando de olhos abertos, por volta da hora sexta, ou meio dia, deveras é hora da igreja de Deus orar, vamos examinar o texto: "No dia seguinte, indo eles de caminho e estando já perto da cidade, subiu Pedro ao eirado, por volta da hora sexta, a fim de orar. Estando com fome, quis comer; mas, enquanto lhe preparavam a comida, sobreveio-lhe um êxtase; então,viu o céu aberto e descendo um objeto como se fosse um grande lençol, o qual era baixado à terra pelas quatro pontas" Atos 10:9-11.

O que se depreende do texto, é que Pedro estava orando, não diz se os olhos estavam abertos ou fechados. No meio da oração ele foi tomado pelo Espírito de Deus em visão, então viu o céu aberto e um grande lençol com quadrupedes e aves, significando que Deus havia concedido oportunidade aos gentios, que os judeus não seriam mais seu povo peculiar. O texto não diz que Pedro estava orando de olhos abertos, e sim que ele viu o céu aberto porque estava em visão, vejamos os ensinamentos da irmã White:

Imediatamente após esta entrevista com Cornélio veio o anjo a Pedro, que, enfraquecido e faminto devida à viagem, estava orando no terraço de casa. Enquanto orava foi-lhe mostrado uma visão, então viu o céu aberto e descendo um objeto como se fosse um grande lençol, o qual era baixado à terra, pelas quatro pontas, contendo toda sorte de quadrúpedes, répteis da terra, e aves do céu.
Ellen G. White, História da Redenção, pág 284

Asseveram ainda, que Estevão estava olhando para o céu quando orava nos seus últimos momentos, portanto estava orando de olhos abertos. Vamos examinar o aludido texto: "Mas Estevão, cheio do Espírito Santo, fitou os olhos no céu e viu a glória de Deus e Jesus, que estava à sua direita, e disse: eis que vejo os céus aberto e o Filho do Homem, em pé à destra de Deus" Atos 7:55-56.

Estavão, estava no Sinédrio falando aos sacerdotes no momento de seu julgamento, quando ele estabeleu conexão entre Cristo e as profecias, e falou com veemencia contra os sascerdotes dizendo : Homens de dura cerviz e incircuncisos de coração e de ouvidos, vós sempre resistis ao Espírito Santo, assim como fizeram os vosso pais. Eles ficaram furiosos e arremeteram-se contra Estevão com fúria. Sabendo Estevão que ia morrer, teve esta visão, que dizem estar ele orando de olhos abertos no momento da morte. Veja que Estevão vê o céu aberto em visão bem antes do apedrejamento, segundo a irmã White, verbis:

A cena ao seu redor perdeu-se-lhe de vista; os portais do céu se abriram, e Estevão, olhando, viu a glória das cortes de Deus, e Cristo, como se acabass de levantar do seu trono, pronto para suster seu servo, que estava prestes a sofrer o martírio por seu nome. Quando Estevão descreveu as gloriosas cenas descerradas diante dele, isto foi mais do que seus perseguidores podiam suortar.
Ellen G. White, História da Redenção, pág 265-266

Observe o texto da irmã white ensinando, que Estevão estava descrevendo as cenas maravilhosas que seus olhos contemplavam, logo ele não estava orando de olhos abertos, quem ora não fica narrando fatos. Ademais, a oração de joelhos acontece depois que termina a visão, e nesse momento as Escrituras não diz que Estevão estava orando de olhos abertos. Quando os sacerdotes enfurecidos o condenaram a morte sumariamente, sem ao menos concluir o julgamento com uma sentença. Leia o texto: "Então, ajoelhando-se clamou em alta voz: Senhor, não lhes imputes este pecado! Com estas palavras adormeceu" Atos 7:60.

Por fim, o texto que se refere a Balaão, onde defendem que Balaão estava orando de olhos abertos, vamos ao texto: "Levantando Balaão os olhos e vendo Israel acampado segundo as suas tribos, veio sobre ele o Espírito de Deus. Proferiu a sua palavra e disse: Palavra de Balaão, filho de Beor, palavra do homem de olhos abertos; palavra daquele que ouve os ditos de Deus, o que tem a visão do do Todo-Poderoso e prostra-se de olhos abertos" Números 24:2-4. O que se observa neste texto é que Balaão está em visão, ele olha para Israel acampado com o desiderado de amaldiçoar os escolhidos do Senhor, então, o Espírito de Deus veio sobre ele e abençoou o povo. O Senhor naquele momento já havia se apartado de Balaão por conta de sua idolatria em auferir lucro ofertado por Balac, Balaão estava apostatado. O que o Senhor quer ensinar quando ele diz prostra-se de olhos abertos? Será que é uma ordem para orar de olhos abertos? Se foi uma ordem, foi para os apostatados, porque neste momento o Senhor já havia rejeitado Balaão em função de sua apostasia. Deus o considerava seu adversário, porque o caminho de Balaão era perverso diante do Senhor, leia o texto: "Então, o Senhor abriu os olhos a Balaão, ele viu o anjo do Senhor, que estava no caminho, com sua espada desembainhada na mão; pelo que inclinou a cabeça e prostrou-se com o rosto em terra. Então, o Anjo do senhor lhe isse: Por que já três vezes espancaste a jumenta? Eis que eu sai como teu adversário, porque o teu caminho é perverso diante de mim " Número 22:31-32.

É dificil imaginar Deus ordenando orar de olhos abertos, instituindo uma doutrina através de um homem apostatado. Na verdade, quando Deus diz homem de olhos abertos, mais uma vez, ele está se referindo ao conhecimento, ciência, entendimento do altíssimo, que naquele momento faltou a Balaão. Leia o texto seguinte para sedimentar esta assertiva: "Palavra daquele que ouve os ditos de Deus e sabe a ciência do Altíssimo; daquele que tem a visão do Todo-Poderoso e prostra-se, porém de olhos abertos" Números 24:16. Quando Ele diz, prosta-se de olhos abertos, não está falando em abrir os olhos literalmente, o contexto é prostra-se com entendimento, com a ciência do Altíssimo. Ele estava cego de entendimento.

É oportuno salientar que, se pegarmos ao pé da letra os textos Bíblicos, vamos nos complicar com as Escrituras que diz: "O qual nos habilitou para sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata, mas o espírito vivifica" II Coríntios 3:6. Se analisarmos outros textos Bíblicos, contrários aos textos já analisados, ao pé da letra, vamos concluir que Deus proíbe levantarmos os olhos para o céu ou mesmo para o Criador. "Guarda-te não levantes os olhos para os céus e, vendo o sol, a lua e as estrelas, a saber, todo o exército dos céus, sejas seduzido a inclinar-te perante eles e dês culto àqueles, coisas que o Senhor, teu Deus, repetiu a todos os povos debaixo de todos os céus" Deuteronômio 4:19.

Em outra passagem, Moisés escondeu o rosto porque temeu olhar para Deus. "Disse mais: Eu sou o Deus de teu Pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó. Moisés escondeu o rosto, porque temeu olhar para Deus" Êxodo 3:6. Aqui seria uma bela oportunidade para Moisés orar ao Senhor de olhos abertos, no entanto ele escondeu o rosto, com certeza fechou os olhos.

O que dizer do fariseu e do publicano, talvez o fariseu estivesse orando de olhos abertos, exaltado, ao passo, que o publicano humildemente orava de olhos fechados porque não levantava os olhos para o céu, pedia misericórdia ao Senhor, nos seguintes termos: "O pubicano, estando em pé, longe, não ousava nem ainda levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, sê propício a mim, pecador! Lucas 18:13.

Na verdade, Satanás tira proveito de existirem na Bíblia textos de difícil compreensão, em função da limitação da natureza pecaminosa humana e não ser essencial ao plano de Redenção. O inimigo vai buscar preencher corações não santificados por Cristo, que buscam a santidade por esforço e capacidade humana (justiça própria); suscitando pontos de difícil compreensão para semear discórdias e dúvidas, desvencilhando-os do Plano de Redenção e da dependência de Cristo. A igreja de Cristo não deve ocupar seu tempo com pontos sem importância, seguindo ensinamento bíblico, da lavra de Paulo aconselhando a igreja, quando ele disse: "Evita, igualmente, os falatórios inúteis e profanos, pois os que deles usam passarão a impiedade ainda maior" II Timóteo 2:16. "E rejeita as questões loucas, e sem instrução, sabendo que produzem contendas" II Timóteo 2:23. "Que aprendem sempre, e nunca podem chegar ao conhecimento da verdade" II Timóteo 3:7. Existem passagens na Bíblia que nunca serão claramente compreendidas por nós em virtude da nossa natureza pecaminosa e não ser relevante a compreensão do Plano de Redenção, portanto, a igreja tem o dever de centralizar suas energias em textos relevantes para aperfeiçoamento e preparo da igreja alimentada pela natureza divina de Cisto (justiça de Cristo). Segundo a irmã White, o levantamento de textos não essenciais.

Levará a sofismas e disputas; pois inúmeros pontos de discórdia se hão de erguer. Homens de capacidade têm dedicado uma existência de estudo e oração à investigação das Escrituras, e todavia, há muitas porções da Bíblia que não têm sido plenamente exploradas. Algumas passagens da Escritura nunca serão perfeitamente compreendidas até que, na vida futura, Cristo as explique. Há mistérios a serem esclarecidos, declarações que a mente humana não pode harmonizar. E o inimigo buscará levantar argumentos sobre esses pontos, que seria melhor não serem discutidos. Um obreiro devoto, espiritual, evitará suscitar pequenas diferenças de teorias, e devotará suas energias à proclamação das grandes verdades probantes a serem dadas ao mundo. Ele indicará ao povo a obra da redenção, os mandamentos de Deus, a próxima vinda de Cristo; e verificar-se-á que nesses assuntos há suficiente matéria para reflexão.
Ellen G. White, Obreiros Evangélicos, pág 313

Vale destacar, que Satanás tentou desviar a mente dos líderes da igreja primitiva para pontos não essenciais, de nenhuma importância para o crescimento espiritual da igreja, tentou o grande enganador, causar dúvidas e desarmonia dividindo a direção da igreja, fomentando a discórdia e disputas de pontos entre os irmãos. Satanás foi vencido, sua investida não logrou êxitos, haja vista, que os discípulos e os mártires que assumiram a direção da igreja possuíam a maior arma contra o ataque de Satanás e contra o fanatismo, suposição e comparações disfarçadas de santidade. Eles possuíam a natureza divina de Cristo em seus corações, portanto, estavam protegidos contra enganos, sofismas e erros doutrinários. A igreja de Éfeso, ou cavalo branco, foi à igreja mais puras em matéria de doutrina do que qualquer outra que a sucedeu, no entanto, a irmã White nos relata que Satanás tentou penetrar na igreja com falsas luzes, conforme se depreende do texto seguinte:

Alguns que, nos tempos de Paulo, ouviam a verdade, levantavam questões que não eram de importância vital, apresentando as ideias e opiniões dos homens, e buscando desviar a mente do mestre das grandes verdades do evangelho, para discussões de doutrinas não essenciais, e solução de disputas sem importância. Paulo sabia que o obreiro de Deus deve ser bastante sábio para descobrir o desígnio do inimigo, e recusar-se a ser desviado. A conversão de almas deve ser a preocupação de seu trabalho; deve pregar a Palavra de Deus, mas evitar disputas. Procura apresentar-te a Deus aprovado.
Ellen G. White, Obreiros Evangélicos, pág 312

No tempo da irmã White, outrossim, surgiram muitas controvérsias doutrinárias, alguns irmãos impulsionados pela natureza pecaminosa, tentavam lograr êxito no processo de santificação, tentando se purificar por esforço humano, obedecendo pontos doutrinários segundo seus próprios juízos, tentando o impossível, alcançar a santificação e a obediência da lei por esforço humano, divorciado da natureza divina de Cristo, que rega os corações com o amor, necessário para obedecer a lei e os preceitos de Deus. Então, estes irmãos, impulsionados pelo fanatismo listaram vários texto doutrinários sem importância, para a irmã White julgar se estavam certos ou errados, entre os pontos elencados estava a doutrina de orar de olhos abertos, segundo o texto inspirado da profetisa White:

Em tempos passados foram-me apresentadas, para meu juízo, muitas teorias não essenciais, fantasiosas. Alguns defendem a teoria de que os crentes devam orar com os olhos abertos. Outros ensinam que, como se exigia dos que ministravam outrora no ofício sagrado que, ao entrar no santuário, tirassem as sandálias e lavassem os pés, os crentes hoje devam tirar os sapatos ao entrar na casa de culto. Ainda outros se referem ao sexto mandamento, e declaram que mesmo os insetos que atormentam as criaturas humanas não devem ser mortos. E alguns expuseram a teoria de que os remidos não hão de ter cabelos grisalhos — como se isso fosse assunto de alguma importância. Estou instruída a dizer que essas teorias são o produto de espíritos ignorantes dos primeiros princípios do evangelho. Mediante as mesmas, esforça-se o inimigo por eclipsar as grandes verdades para este tempo.
Ellen G. White, Obreiros Evangélicos, pág 313

O alvo de Satanás é claro, quando ele suscita irmãos contaminados pelo fanatismo, destituído da natureza divina de Cristo, com pontos doutrinários sem importância, ele pretende semear a discórdia, separação e escândalo no seio da igreja desviando os servos de Deus dos grandes temas palpitantes e necessários para resgatar almas de suas garras e consequentemente preparar a igreja para receber a justiça de Cristo, que culminará com o recebimento da chuva Serôdia e auxiliar o terceiro anjo na mensagem final de advertência a um mundo condenado. Segundo texto extraído dos escritos de White, o perigo não ficou relegado ao passado. Satanás está investindo nos últimos dias com maior vigor para desviar as mentes dos servos de Deus para direções errôneas e destruí-los:

Os ministros de Cristo hoje em dia acham-se no mesmo perigo. Satanás está operando continuamente para desviar-lhes a mente para direções errôneas, de maneira que a verdade perca sua força sobre o coração. E a menos que os ministros e o povo observem a verdade e sejam santificados por ela, permitirão que questões que não têm importância vital lhes ocupem a mente. Isso levará a sofismas e disputas; pois inúmeros pontos de discórdia se hão de erguer.
Ellen G. White, Obreiros Evangélicos, pág 313

Está escrito que nos últimos dias Satanás suscitará muitas teorias fantasiosas, usando pessoas para sustentar doutrinas com apoio de textos removidos de seu verdadeiro contexto. Comparações, suposições e presunção seria o pilar, no entanto, é de vital importância sustentarmos a doutrina de Cristo consubstanciada em UM ASSIM DIZ O SENHOR, segundo ensiamentos da irmã White onde ela diz:

Mas Deus terá sobre a terra um povo que mantenha a Bíblia, e a Bíblia só, como norma de todas as dourinas e base de todas as reformas.... Antes de aceitar qualquer doutrina ou preceito, devemos pedir em seu apoio um claro “assim diz o Senhor
Ellen G. White, O Grande Conflito, pág 594

Como visto alhures, a doutrina de orar de olhos abertos foi suscitada no tempo da irmã White para que ela exercesse seu juízo e desse o veredicto, onde ela foi instruída pelo Senhor a dizer que essa questão e outras de menor importância são frutos de espíritos ignorantes das verdades eternas, que devemos ocupar nossas energias em temas relacionados à justiça de Cristo, obedecer a doutrina por amor utilizando as ferramentas que resultam em união e comunhão na igreja, entre os irmãos e com Deus. Satanás quer desviar a atenção da igreja para direções que parecem direito ao homem, mas no fim é a morte, "Há caminho que ao homem parece direito, mas o fim ele são os caminhos da morte Provérbios 14:12. O inimigo das almas, alimenta a justiça própria com a santificação do esforço humano, destituído de Cristo, semeando dúvidas, discórdias, apostasia, divisões e morte espiritual. Observe que as falsas luzes sempre resultam em confusão, inimizade na igreja e espírito de rebeldia da justiça própria, nunca fomenta a paz, o saber dialogar, ouvir o irmão, a paciência e resolver os intemperes com oração, jejum e espirito cristão. Nos últimos dias, estes que atravessamos, Satanás traz à tona a mesma doutrina que foi pacificada no tempo dos pioneiros, veja a afirmação de um dos ferrenhos defensores da oração de olhos abertos, ele disse que: "A oração de olhos fechados, vem do espiritismo que lentamente foi infiltrado no mundo religioso. As igrejas por terem apostado, fugindo dos ensinos bíblicos se conformando com as normas do mundo, ficaram sem a proteção divina, como uma cidade sem muros, sujeita a qualquer invasão." Estas afirmativas destituidas de qualquer comprovação Bíblica, serve de lastro comprobatório para defender a famigerada doutrina de orar de olhos abertos. Vamos levar a questão para a irmã White, vamos indagar a serva do Senhor para ela se posicionar mais uma vez acerca da questão. No livro perguntas que eu faria a irmã White, Foi perguntado se ela fechava os olhos no momento da oração. A qual ela respondeu com um ASSIM DIZ O SENHOR:

A irmã White fecha os olhos quando ora que, em visão espiritual, possa contemplar o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. Oremos com os olhos fechados, buscando pela fé o Salvador que conhece todas as nossas fraquezas, todas as nossas necessidades, e que nos ajuda nas enfermidades.
Ellen G. White, Perguntas que eu Faria a Irmã White, pág 141

Para nossa segurança, devemos comparar textos e nos firmarmos nos Assim Diz o Senhor, uma ordem exata, inquestionável e evitar luzes alavancadas por suposições e comparações disfarçadas de santidade. Irmãos que não levam questões que entendem ser luzes, para juizo de outros irmãos mais experientes, correm grande risco de serem atropelados por Satanás em nome da justiça, do zelo e da santidade. Geralmente sustentam suas teses por falhas que eles julgam encontrar na igreja ou na vida de alguns irmãos. Cuidado! Satanás tem conhecimento profundo e a menos que estejam amparados pela justiça de Cristo, serão alvos faceis utilizados pelo inimigo como instrumento. É tempo de nos despojarmos de nossas vaidades e com humildade aprender a dialogar acerca dos pontos que geram dúvidas para aprendermos de Cristo e harmonizar a igreja com o escudo protetivo da natureza divina. A irmã White diz:

Lembrai-vos de vosso concerto com a igreja, no qual concordaste em andar e todos os caminhos do Senhor, já revelado ou por serem ainda revelados. Lembrai-vos de vossa promessa e concerto com Deus, e de uns com os outros, de aceitar qualquer luz e verdade que se vos fizesse conhecida pela palavra escrita; mas, além disso, tende cuidado, eu vos rogo, com o que recebeis por verdade, e coparai-o com outros textos da verdade antes de aceitar.
Ellen G. White, O Grande Conflito, pág 289


Autor: Walber Rodrigues Belo