A Aliança Eterna
Sem resquício de dúvidas, o pecado de Adão gerou miséria, doenças e morte degenerando seus descendentes, de acordo com as Escrituras:Romanos 6:23. Como exposto alhures, somente um ser com a mesma substância de Deus, poderia levantar o homem de sua natureza caída, restituindo a natureza divina: Hebreus 1:3. Unicamente, Cristo, Filho do Altíssimo desfruta da mesma natureza do Pai, portanto, ostenta o condão de regenerar o caído pecador, trocando a natureza pecaminosa por sua justiça. Esta é a única forma de resgatar a humanidade da morte, preço exigido pela transgressão da Lei. Cabe aqui ressaltar, o Plano de Redenção foi elaborado antes da queda do homem. O supracitado plano não foi elaborado unicamente para Israel, em verdade esta nação sequer existia na elaboração do Plano, mas, para todo homem vencido pelo pecado original. Com efeito, a forma escolhida por Deus para salvar a humanidade foi à aliança divina, primeiramente com Adão, estigmatizada com uma promessa: Gênesis 3:15. A mencionada aliança, conhecida teologicamente como aliança protoevangelho, simboliza o primeiro anuncio do evangelho. Onde Cristo vence Satanás. Satanás, por sua vez, tenta picar a mulher, fazendo os servos de Deus pecarem alimentados pela natureza pecaminosa, noutro giro, Cristo, esmaga a cabeça da serpente, revestindo sua igreja com a natureza divina, habilitando-os a amarem e obedecerem aos mandamentos de Deus. Segundo os escritos de Paulo: Romanos 16:20. Enquanto o incansável Satanás arma ciladas visando o tropeço do povo de Deus, os fiéis devem perseverar na obediência da doutrina confiante na justiça de Cristo, o seu unigênito Salvador, perpetuando a aliança divina.
Findo os calamitosos dias de Adão, Deus, posteriormente firmou aliança com Noé. Tratava-se de uma aliança sustentada na promessa de graça e vida. O Criador prometeu solenemente preservar a vida das criaturas sobre a face da terra: Gênesis 9:9-11. Haja vista, tratar-se de uma promessa de misericórdia para todos os seres viventes, a aludida aliança foi cunhada de aliança eterna: Gênesis 9:16-17. Desde então, o Senhor deixou o arco-íris como sinal perpétuo no céu, lembrando sua promessa de nunca mais destruir o mundo pelas águas. Como o fez nos dias de Noé.
Após o dilúvio o Senhor firmou aliança de graça com Abraão, fincada na gloriosa promessa: Gênesis 12:1-3. Por certo, o Senhor garantiu a Abrão multiplicar grandemente sua descendência: Gênesis 15:5. Entrementes, até este momento Abrão em idade avançada, não tinha filhos, nesse contexto o Senhor asseverou: Gênesis 17:7. Superado o momento de provação, o Senhor cumpriu a promessa: Gênesis 21:3. Alhures (em outro lugar), abordamos o tema em questão, a descendência de Abraão não se limita a Israel literal. O Senhor, apontou um descendente de Abraão em particular, Cristo, o Messias prometido, neste momento, o Senhor anunciou antecipadamente o Evangelho a seu servo fiel. Doravante os gentios seriam abençoados, fariam parte da semente de Abraão, portanto seriam herdeiros do Patriarca pela fé, segundo a promessa: Gálatas 3:6-9. Não importa a nacionalidade do pecador penitente, Atos 15:14, qualquer homem justificado pela fé, mediante arrependimento, confissão dos pecados e conversão é um herdeiro de Abrão em Cristo.
De acordo com os escritos de Paulo, as promessas feitas a Abraão conduziam a um único herdeiro: Gálatas 3:16. Cumprindo-se a promessa divina, a conhecida aliança eterna: Gálatas 3:29. Leia-se, no teor da aliança eterna, somos filhos de Abraão pela fé: Gálatas 3:7. Todos (Judeus e Gentios), pela fé fazem parte da linhagem da Abraão, considerados povo de Deus, mormente os gentios, resgatados pelo Senhor das trevas para sua maravilhosa luz: Atos 15:14. Com efeito, o evangelho foi anunciado previamente por Deus a Abraão: Gálatas 3:8. Nesse diapasão, os verdadeiros adoradores, descendentes de Abraão não seriam os da carne, mas, pelo espirito e pala fé, os tementes ao Senhor em qualquer nação. Neste sentido, Pedro assevera: Atos 10:34-35. Sem resquício de dúvidas, Paulo se destaca como apóstolo dos gentios, assim sendo, foi comissionado pelo próprio herdeiro de Abraão, Cristo, com a seguinte função: Atos 26:18. Em sua calamitosa jornada, Jesus relatou: , no entanto, Ele se refere aos judeus espirituais e não os da carne, como se pode notar: João 4:22-23. Seguindo os rastros do Messias, Paulo ratifica seus ensinamentos dizendo: , os verdadeiros israelitas e herdeiros da promessa são pela fé em Cristo e não pela carne: Romanos 9:6-8. Em verdade o festejado apóstolo se refere a aliança eterna firmada com Abraão, de multiplicar sua descendência por intermédio do Messias, espalhando-os entre os povos da terra: Miquéias 5:7. Com efeito, os servos do Senhor confiam no livramento, pois o Senhor prometeu socorrer a descendência de Abraão, herdeiros pela fé em Cristo, arrependidos e debruçados aos pés do Mestre confessando seus pecados: Hebreus 2:16. Encontram-se espalhados entre os povos, conhecidos como linhagem bendita do Senhor, ostentam as credenciais da natureza divina defendendo zelosamente a Sã Doutrina: Isaías 61:9.. Este pequeno rebanho, guarda os mandamentos de Deus corajosamente confirmando a fé de Jesus; segundo Apocalipse 14:12, onde o apóstolo João faz referência aos remanescentes, a igreja dos últimos dias, guardadores dos mandamentos, estatutos, e preceito, assim como Abraão, sustentados pela natureza divina de Cristo (tem a fé de Jesus), ou seja, só é possível amar e obedecer a Deus e sua Lei, se o crente nascer de novo, renovado pela natureza divina de Cristo em substituição da malsinada natureza pecaminosa.
Como já exposto, ao confirmar aliança eterna com Isaque, o Senhor aponta a eleição de Abraão como pai da fé, e sua descendência, os herdeiros da promessa em Cristo Jesus: Gênesis 26:5. Logo, restou evidente, o Senhor não isentou a descendência de Abraão em Cristo Jesus, da obediência a sua santa Lei, Cristo, veio para imputar sua natureza divina nos corações de seus servos, habilitando-os a guardarem os mandamentos, estatutos, preceitos e leis por Amor.
A Circuncisão Do Coração
Como já exposto alhures, o Senhor firmou aliança com Noé, símbolo do arco íris. De igual modo, firmou aliança com Abraão, confirmada através da circuncisão: Gênesis 17:9-10. A aliança via circuncisão, empunhava o condão de conservar os hebreus separado e livre da contaminação idólatra das nações pagãs.
Com esse importe, Abraão obedeceu aos mandamentos, estatutos, preceitos e lei, resultado da sólida aliança firmada com seu Criador, segundo relatos da irmã White:
A ele (Abraão) foi dado o rito da circuncisão, que era um sinal de que os que o recebiam eram dedicados ao serviço de Deus __ garantia de que permaneciam separados da idolatria e obedeceriam à lei de Deus.
WHITE, Ellen Golden. Patriarcas e Profetas. 9. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 1989. pág. 377
Mesmo em tempos remotos, na época do antigo Israel, o Senhor iluminou os hebreus acerca da verdadeira circuncisão, enaltecendo a circuncisão do coração em detrimento da mera circuncisão na carne: Deuteronômio 10:16. A circuncisão do coração fincada nos sólidos fundamentos de amor, zelo e devoção, com efeito, resultaria em memorável obediência a santa Lei divina, conservando Israel separado da idolatria: Deuteronômio 11:16. A supracitada aliança foi estabelecida por fé. Com os descendentes de Abraão, o Senhor firmou uma promessa exclusiva, prometeu circuncidar seus corações e não somente a carne, imputando sua justiça, com escopo de conserva-los separados do paganismo aptos a amar e obedecer seus Mandamentos, Estatutos, Preceitos e Leis: Deuteronômio 30:6. A famigerada circuncisão, deveria traduzir-se em robusto pacto de amor e obediência, contudo, Israel não cumpriu os termos pactuados com o Senhor. A mera circuncisão na carne fracassou, os Hebreus confiaram na justiça própria, sucumbindo no gélido formalismo, atraindo severa repreensão do Senhor: Jeremias 4:4. Com esse enfoque, os Israelitas desprezaram a vigorosa circuncisão do coração, submergindo no desprezível cerimonialismo insano, resultando em apostasia e inevitável afastamento do Senhor. Acerca do tema, impende questionar a função da circuncisão para os descendentes de Abraão em Cristo, os remanescentes. Paulo indaga: Romanos 3:1. Vê-se a resposta emergir nas páginas sagradas, quando o dito apóstolo exorta: Romanos 4:11. Dentro deste contexto, merece destacar o fato do renomado apóstolo vincular circuncisão com justiça pela fé, leia-se, a circuncisão está umbilicalmente ligada à justiça de Cristo, removendo as impurezas da natureza pecaminosa reconciliando o penitente pecador com Deus. Nos elucidativos escritos da lavra de Waggoner, Elliet J. Carta aos Romanos, ele diz:
Se nos lembramos de que a circuncisão foi dada como sinal da justiça pela fé, e que a herança prometida a Abraão e sua semente foi segundo a justiça da fé; compreenderemos que a circuncisão era a garantia (ou hipoteca) dessa herança. O apóstolo declara, obtemos a herança em Cristo: “Tendo nele também crido, fostes selados com o Santo Espírito da promessa; o qual é o penhor da nossa herança, ao resgate da sua propriedade…” (Efés. 1:10-14). A possessão prometida a Abraão e à sua semente foi assegurada tão-somente mediante o Espírito de justiça; portanto, desde o princípio não existiu circuncisão autêntica divorciada do Espírito.
Waggoner, Elliet J. Carta aos Romanos
Olhando por esse prisma, conclui-se, a circuncisão em Cristo ou imputação de sua justiça no coração, regenera o pecador aperfeiçoando o crente, Colossenses 2:10-11.
Nesse compasso, é inadequado relacionar circuncisão com mera incisão na carne cumprindo cerimonialismo. Desde seu nascedouro, a circuncisão vincula-se a imputação da justiça de Cristo no coração. A circuncisão empunha o mesmo significado, tanto no princípio da exigência pelo Senhor, quanto em momento subsequente. Em qualquer fase da igreja a circuncisão significa justiça da fé, dá-se por exemplo o Patriarca Abraão: Gênesis 15:6. É necessário não perder de vista os esclarecedores ensinamentos do profeta Jeremias: Jeremias 23:6. Na ótica do profeta, o pecador não possui justiça, a justiça exercitada pelos descendestes de Adão é emprestada por Cristo. Em assim sendo, Cristo, o único e verdadeiro descendente de Abraão, segundo o plano de Redenção, substitui a natureza pecaminosa por sua divina natureza, aperfeiçoando o pecador penitente reconciliando-o com Deus. Destarte, resta esclarecer, o pecador desnudo da justiça de Cristo (natureza divina), não se encontra circuncidado, certamente não será selado pelo anjo escrivão. A única forma de manter a igreja imaculada, separada do mundo e dos ritos do paganismo é adquirindo a justiça de Cristo através da circuncisão do coração, se Cristo habitar o coração imputando seu Espírito, com certeza haverá renovação, amor e obediência ao Criador e a sua lei. Os Remanescentes não podem cometer o erro dos judeus. WAGGONER acrescenta:
Os judeus cometeram o equívoco de pensar que era suficiente ter o sinal (da circuncisão na carne). Chegaram finalmente a dar guarida à ideia de que a posse do sinal traria a realidade, precisamente do mesmo jeito, muitos professos cristãos de nossos dias supõem que o cumprimento de certas ordenanças os fará membros do corpo de Cristo e participantes de sua justiça. Porém, a circuncisão da carne por si só não pode representar a justiça (natureza divina), mas o pecado original (natureza pecaminosa), quando sustentada por mero formalismo
De fato, os judeus desprezavam gentios, cunhados de incircuncisos, por não apresentarem o sinal na carne, na verdade nem precisavam, segundo o concilio de Jerusalém: Atos 15:28, embora devedores da circuncisão na carne, os gentios foram circuncidados no coração, aceitando Cristo e sua justiça, ressurgiram nova criatura: Gálatas 6:15. Sem resquício de dúvida, os judeus se perderam sufocados pelo formalismo, desprezaram a circuncisão do coração apegando-se a circuncisão apenas na carne, com isto, rejeitaram o Messias, morreram asfixiados pela justiça própria. Não nasceram de novo, muito menos, foram transformados pela natureza divina em nova criatura.
Cumpre observar o teor dos escritos de Paulo, em sua ótica, a circuncisão na carne não nos torna verdadeiro judeu, o verdadeiro judeu é no espirito e a verdadeira circuncisão é a do coração: Romanos 2:28-29. Os termos aqui empregados pelo apóstolo Paulo, “circuncisão” e “incircuncisão” não tem o condão de abordar ritos ou sua ausência, refere-se a duas classes de pessoas. A incircuncisão, sem sombra de dúvidas, aponta os gentios, adoradores de outros deuses: Gálatas 2:7-8. O fato do crente ser ou não circuncidado na carne não é relevante, mas, sim a circuncisão do coração por Cristo: Colossenses 2:11. Cristo habita no coração de seus servos, os remanescentes, mediante o seu Espírito Santo compelindo-os amarem e obedecerem a Lei de Deus, só assim conseguem guardar os mandamentos de Deus: I Coríntios 7:19. Quem não for circuncidado no coração por Cristo, resistirá ao Espirito Santo e a verdade, tornando-se transgressor dos mandamentos de Deus, estes são: Atos 7:51. A circuncisão do coração é salutar e de vital importância para a igreja de Deus, noutro giro, a circuncisão na carne para nada aproveita. A circuncisão do coração possibilita ao crente receber natureza divina para obedecer aos mandamentos de Deus. Os verdadeiros circuncidados, membros da igreja Remanescente se mantém firmes na manutenção da doutrina e obediência a Lei do Senhor conduzidos pelo Espírito Santo: Filipenses 3:3. Por fim, conclui-se com segurança, o fato da circuncisão significar o selo da justiça de Cristo, descortina sua importância para os servos do Senhor, os crentes circuncidados no coração por Cristo, amam e guardam os seus mandamentos, logo, a lei não foi anulada pela fé, muito menos abolida, nessa esteira, Paulo preconiza: Romanos 3:30-31. A verdadeira fé é compartilhada com os servos de Deus, cujo coração foi circuncidado por Cristo, dedicando-se perseverantemente na manutenção da doutrina e amor a santa Lei.
Aliança do Sinai
E de bom tom encetar o presente estudo abordando a aliança sinaítica (no Sinai), haja vista, a análise alhures de antigas alianças firmadas pelo Senhor de Adão até Abraão. Desse modo, se faz necessário invocar o Tratado de Teologia Adventista definindo a supracitada aliança da forma seguinte:
A aliança da Graça com Abraão (Gn 12:1-3; 15:1-5; 17:1-14) é fundamental para todo o curso da salvação (Gl 3:6-9; 15-18). Por meio da semente de Abraão, que não se refere apenas a seus numerosos descendentes, mas em particular a seu único descendente, Cristo (v.16), Deus abençoou o mundo. Todo os quantos fariam parte da semente de Abraão descobririam que Deus é seu Deus, e que eles são seu povo. A circuncisão seria um sinal (Gn 17:11) desse correto e já existente relacionamento com Deus constituído pela fé (Gn 15:6; Rm 4:9-12). A aliança sinaítica, celebrada no contexto da redenção do cativeiro egípcio (Exo. 19:4; 20:2), continha as providências sacrificais divinas para a expiação e o perdão de pecado. Também era uma aliança de graça e uma reiteração das principais ênfases contidas na aliança abraâmica, incluindo a relação especial de Deus com seu povo.
DEDEREN, Raoul. Tratado de Teologia Adventista do Sétimo Dia. V.9. 1.ed. Ed. Casa publicadora Brasileira, pág. 311No aludido período a lei foi codificada, os sacrifícios, cerimonias e cultos sofreram contundente transformação em sua forma e organização apontando o Messias.
Nesse passo, diga-se, a lei codificada no Sinai é a mesma lei mencionada pela primeira vez nas Escrituras, quando o Senhor revelou sua vontade a Isaque em Gerar: Gênesis 26:5. Segundo assertivas do Tratado de Teologia adventista (2011). Guardar a lei, da forma obedecida por Abraão, significa aderir a Jeová, à sua pessoa, às suas instruções e vontade. Para Abraão, a aliança e a lei de Deus eram uma só convivendo harmoniosamente. Abraão não guardava revelações e instruções divinas de maneira acidental ou esporádica, mas de forma voluntária, intensa e por amor divino estimulado pelo Espírito de Deus. A promessa de Deus firmada com Isaque estendeu-se a Jacó por decreto e a Israel, por aliança perpétua: I Crônicas 16:14-17. O inevitável advento do Messias prometido, vinculou Cristo a aliança e o aperfeiçoamento da Lei por toda a eternidade: Gálatas 3:17. Cumpre observar, o advento do Messias não invalidou a aliança com os descendentes de Abraão, muito menos invalidou os Mandamentos. A Lei foi esculpida em tabuas depois de quatrocentos e trinta anos de cativeiro egípcio, leia-se, ela existia desde a criação, no entanto foi codificada no Sinai pelo dedo de Deus e entregue a Moisés, confirmando solidamente a aliança firmada entre Deus e os descendentes de Abraão em Cristo Jesus.
Dito isso, é inarredável destacar a importância da lei, bem como sua validade; baseada na vontade de Deus. A aliança exige obediência, todavia o homem é incapaz de obedecer sozinho, a lei é a expressão de vontade divina e a base de sua aliança. Destarte, quando o povo se desvincula da justiça de Cristo, obedece à lei por meros princípios formais de conduta ou ordenanças cultuais, despido de consagração e amor quebrando a aliança, a exemplo dos Hebreus, assim sendo, Deus enviou seu profeta para repreender Israel: Oséias 8:1. Obediência carente de amor é rebelião, na ótica divina, o pecador despido de natureza divina, é movido pela natureza pecaminosa trapo de imundície.
Dentro deste contexto, é forçoso destacar a existência de duas alianças: Segundo as Escrituras, antiga e a nova aliança, entrementes, a princípio se faz necessário analisar a antiga aliança.
Quando Israel foi liberto do Egito, conduzido por Moisés ao monte Sinai, os mandamentos do Senhor eram passados de pai para filho oralmente vitalizando a sagrada aliança, no Sinai, o pacto ou aliança de Deus com Israel foi codificado com a seguinte proposta: Êxodo 19:2;5-6. Ouvindo os termos da aliança, todo o povo aceitou com juramento: Êxodo 19:8. Após ratificar aliança com Israel, o Senhor entregou a Moisés os dez mandamentos escritos com seu próprio dedo: Deuteronômio 9:10, a aliança estabelecida visava orientar o povo, a nação santa a viver consagrados em estrita obediência aos mandamentos, preceitos e leis do Criador. Evitando absorver contaminações e práticas das nações pagãs, neste sentido o Senhor advertiu: Levítico 18:3-4. A aliança sinaítica celebrada com Israel, foi à primeira aliança codificada, vinculando a guarda dos dez mandamentos, estatutos, preceitos e leis, semelhante a aliança verbal firmada com Abraão em (Gênesis, 26:5), conforme preconiza as sagradas Escrituras: Deuteronômio 4:13-14. Deveras, os hebreus prometeram respeitar a aliança firmada no Sinai, obedecendo mandamentos, estatutos, preceitos e leis por amor, segundo a exigência divina: Deuteronômio 10:12-13. Entrementes, Israel não atentou para este particular, fracassou inundada em formalismo e justiça própria descumprindo o pacto firmado com o Criador, guardou a lei formalmente despido de amor, essa foi à causa da fragilidade e fracasso desta aliança forçando o renomado apóstolo Paulo exortar: Romanos 9:30-32. Como visto alhures, em Cristo os gentios alcançaram a promessa firmada entre Deus e Abraão, não confiaram em sua justiça, mas, no redentor: Gálatas 3:14. De outro lado, Israel tentou alcançar a justiça por obras meritórias, cumprimento de dever legalista, tentaram o impossível, homem algum é capaz de obedecer à lei desvinculado da fé no redentor e sua justiça. Ademais, a justiça pela fé é à base dos ensinos de Moisés sobre a obediência da lei e a todos os fundamentos do Antigo Testamento, de igual modo, são os lídimos fundamentos dos ensinos de Paulo no Novo Testamento.
Ademais, obedecer à lei não anula o relacionamento de fé entre Deus e seu povo. É o contrário: Romanos 3:31, somente revestido da fé e justiça de Cristo é possível obedecer a Lei. Quando a obediência é lustrada pela justiça própria, leia-se, obediência por esforço, capacidade humana ou justiça própria, um abismo se abre entre Deus e pecador, pautado na visão divina como imundície: Isaías 64:6. No sentido do texto, esforço humano direcionado na obediência ao Senhor e sua Lei, dissociado da natureza divina do Messias, não passa de trapo de imundícia, a natureza pecaminosa herdada de Adão (pecado original), é o fio condutor separando criatura e Criador: Isaías 59:2. Quando a obediência da lei é sustentada por justiça própria, o esforço humano encontra-se despido de fé, natureza divina, por esta razão, a lei não pode alcançar sua finalidade de apontar o pecado lustrando a vida religiosa, a pobre alma receberá a morte espiritual, distanciamento do Senhor e de sua verdadeira doutrina: Romanos 7:10. Perdida está a alma asfixiada pela justiça própria, pensam guardar os mandamentos, no entanto exaltam formalismo e jactância, não passam de fétidos cadáveres espirituais, mortos para Deus: Por este singelo motivo o apostolo Paulo escreveu aos gálatas, alertando-os do perigo da obediência legalista da lei, ou como ele chamou pelas obras da lei, os tais, estão em maldição por rejeitar a justiça do Messias. A única forma do homem obedecer a lei de Deus, é pela fé e amor compelido pela natureza divina imputada no coração: Gálatas 3:10-11. Nesta esteira, Paulo fez uma equiparação entre a aliança do Sinai e a maldição ou escravidão em outras traduções, mencionada no aludido texto em Gálatas.
A aliança do Sinai, por seu turno, não retrata maldição ou escravidão aos fiéis, obedientes ao grande Legislador acobertado pela fé no Redentor, livres da justiça própria e obras da lei. Em verdade, quando a Lei é dissociada da promessa e da fé, alimenta justiça própria, trapo de imundícia, consequentemente a aliança se desvirtua, trazendo como resultado escravidão no lugar da liberdade. Nesse viés, confiar na justiça própria escraviza o pecador, cativo a satisfação de suas vontades e não a de Deus. Pensam prestar serviço a Deus, quando na realidade satisfazem a si próprios, alimentando a natureza pecaminosa naufragam no fanatismo. Com efeito, os Hebreus não guardaram a lei de Deus por amor, ferindo frontalmente a Aliança firmada no Sinai pelo fétido formalismo, com isto, foi necessária uma segunda aliança, fundamentada no amor e justificação pela fé em Cristo Jesus, neste sentido Paulo asseverou: Hebreus 8:7;13. O grande erro do judaísmo foi confiar em sua justiça, tentaram obedecer à lei por seus méritos, nutriram natureza pecaminosa, e não a imponente justiça divina do Messias: Romanos 10:3, ao seu viso, a circuncisão na carne, obediência formalista ou cumprimento de dever os habilitariam a perpetuar o concerto com o Criador, no entanto, falharam rejeitando o doador da vida e a natureza divina de Jesus, matando-o em uma cruz. Ao apedrejar Estevam no ano 34, sacramentaram sua rejeição final como povo único, eleito e peculiar, separando-se para sempre da aliança, forçando o Senhor estabelecer nova aliança com outro povo, ratificada pelo sangue de Cristo. Enfim, o problema não se encontra na Lei, dormita na forma como pretendiam guardá-la.
Aliança Abraâmica
A princípio, se faz necessário trazer à baila o escopo do plano Divino, santificar o povo, tanto na antiga como na nova aliança. Na antiga aliança, o Altíssimo firmou pacto com Israel no Sinai por intermédio de Moisés, disse o Senhor: Êxodo 19:6. Na nova aliança, firmada por intermédio do Messias com os justificados descendentes de Abraão, Jesus disse: Mateus 5:48. A nova aliança empunha o condão de restaurar o pecador a semelhança de Adão antes da queda, contudo, existe áspera celeuma gravitando em torno de um problema, o homem perdeu a natureza divina, e com ela a santificação de per si. O pecador só alcança perfeição se Cristo imputar sua justiça em seu coração habilitando-o obedecer a Lei de Deus, santa, justa e perfeita.
Acerca do tema, vê-se a obra de Cristo na nova aliança regenerando o pecador, apresentando sua igreja diante do Altíssimo santa pura e perfeita revestida de sua divina natureza: Efésios 5:26-27. O Plano de Redenção visa restituir o pecador penitente a mesma natureza divina ostentada por Adão antes da queda. Contudo, para se realizar o propósito divino, se faz necessário: Efésios 3:17. A única forma do pecador obedecer aos Mandamentos de Deus, ancora-se na justiça de Cristo, o Senhor Justiça nossa justificando o pecador pela fé. Na nova aliança, Jesus restaura a alma substituindo a natureza pecaminosa por sua justiça, leia-se, o homem recebe a natureza de Cristo enchendo o coração de justiça, habilitando-o a amar e obedecer ao Senhor. Deus mensura a justiça humana pela capacidade de obedecer sua doutrina e a lei, ou seja, Romanos 7:12, o homem por seu turno, é pecador, injusto e mau. O homem só pode tornar-se justo nascendo de novo mediante recebimento do Espírito de Cristo (Espírito Santo), habilitando-o obedecer a Lei. Deus expressa sua justiça na Lei exigindo obediência por amor. Sem resquício de dúvidas, o pecado se manifesta pela ausência da justiça de Cristo no coração humano quebrando a lei: I João 3:4. Como já exaustivamente exposto, o pecado de Adão absorveu a natureza pecaminosa (pecado original) após perder a natureza divina, prejudicando sua capacidade de obedecer por amor, o aludido pecado foi transferido a seus descendentes, cujo fruto produz rebelião e transgressão da lei de Deus. Somente pela nova aliança o crente é justificado pela fé, revestido da justiça de Cristo lustrando seu caráter. Como colírio dissipando trevas, o crente consegue olhar pela fé a manifesta justiça do Criador esculpida na lei resgatando o prazer em obedecer com intenso amor. O crente justificado, dotado da justiça de Cristo se torna tão santo com a Lei, reativando a capacidade de amar, obedecer e defender.
Dito isso, é inarredável avocar a aliança do Sinai, onde os hebreus buscaram a justiça ancorados no formalismo da lei, por seus méritos (obras), inundados de justiça própria ignoraram a justiça de Deus procurando estabelecer sua própria justiça, negaram submissão à justiça de Deus (Romanos 10:3), esta foi à razão do rompimento com a velha Aliança e queda do judaísmo, estabeleceram sua justiça (justiça própria) ignorando a fé na justiça do Messias. Israel ancorou sua salvação na obediência a lei, pelo formalismo, por seus méritos e não pelos de Cristo pela fé. Forçando o Senhor na nova aliança, estabelecer um vínculo pelo Espirito junto com o livre-arbítrio do homem, para obedecer por amor. Na nova aliança, a lei do Senhor, não mais seria esculpida em tábuas de pedra, gélida, sem vida, dormita no coração: Jeremias 31:33. Na nova aliança, Cristo aperfeiçoou a forma de obediência a Deus e sua Lei, em seu ministério labutou imputando sua justiça para engrandecer a Lei nos corações penitentes: Isaías 42:21, portanto, não houve eliminação da Lei e da obediência. A obediência da Lei, na nova aliança, foi aperfeiçoada com o salutar auxílio do Espírito Santo, imputando no coração justiça emprestada de Cristo potencializando a espiritualidade humana: Hebreus 8:8-10. No novo concerto o Senhor não só colocou sua lei, mas também seu Espirito no coração humano, habilitando o crente amar e obedecer com coração santificado pela nova natureza, a divina: Ezequiel 36:26-27, o supracitado pacto foi firmado pelo Espirito, abastecendo corações de justiça, compelindo o homem obedecer por amor, devoção e alegria, a lei foi cravada no coração, inclusive dos gentios, Romanos 2:15, nascido de novo, o pecador goza nova natureza, cativo ao nobre sentimentos de fazer a vontade de Deus, Salmos 40:8. Nesse viés, a nova aliança foi norteada por dois princípios fundamentais, o sacrifício expiatório confirmado com sangue e a presença do Espirito, oculto ou não percebido na primeira aliança. A antiga aliança foi sancionada no Sinai, pela letra da lei, e confirmada por sangue de animais oferecidos em sacrifício, tendo Moisés como mediador: Êxodo 24:7-8. O apostolo Paulo, escrevendo aos hebreus compartilha do supracitado entendimento: Hebreus 9:18-19. Deveras, a velha aliança foi confirmada com sangue de animas, no entanto desprovida do Espírito Santo, destarte, caiu em formalismo. Noutro giro, a nova aliança foi sancionada com o precioso sangue de Cristo, confirmada pelo Espírito Santo permanecendo para sempre viva e eficaz.
Nesta senda, o sacrifício sancionador da nova aliança, se realiza no calvário via sacrifício e sangue do Messias na cruz, tendo Jesus como mediador, de acordo com os escritos da lavra de Paulo: Hebreus 9:14-15. O outro sagrado pressuposto endossando a nova aliança, segundo Paulo, é a aliança do Espírito, transcendendo o código seco sem vida, como fora escrito na antiga aliança, fincado no Espírito de Cristo, ou sua justiça II Coríntios 3:6. Sem a influência do Espírito Santo, toda tentativa de aliança ou obediência a Lei de Deus é infrutífera, fadada ao fracasso.
De fato, a antiga aliança foi escrita em tábuas de pedra, enquanto a novel aliança é gravada pelo Espírito, ou natureza divina imputada no coração. Destarte, o conteúdo das duas alianças é o mesmo, não houve mudança neste particular, o problema não dormita no conteúdo, a lei de Deus, e sim na forma como tentaram guardá-la. A antiga aliança fracassou mediante severa insistência dos hebreus em obedecer a Lei por obras meritória, tentaram sem sucesso alcançar justiça por guardar a lei formalmente e não pelo espirito, pelo amor e pela fé. Na antiga aliança os judeus focavam na aparência exterior, sua justiça limitava-se ao reconhecimento e louvores dos homens: Mateus 23:5. Diante do alegado, Jesus ensina sua igreja desviar-se do erro fatal, exposto na antiga aliança, sustentada pela justiça própria: Mateus 6:1. A segunda aliança foca o interior do coração iluminado pela natureza divina, Cristo habita em mim, me compelindo a amá-lo e obedecê-lo. Dentro deste contexto, merece destacar, a lei obedecida sem a natureza divina, sustentada pela natureza pecaminosa, invalida o sacrifício de Cristo rompendo com aliança divina, quando o homem finca seu esforço no simples comportamento humano, comete engano fatal, quem exercita tal procedimento, anula o sacrifício expiatório de Cristo e seus benefícios, se o pecador é capaz de alcançar a santificação por seus méritos, Jesus não precisaria morrer por ele, se o homem fosse capaz por si só, de mudar a natureza pecaminosa, se justificar e santificar, Cristo não precisaria morrer.
Em verdade a aliança perde seu objetivo quando é exercida pela justiça própria, na obediência formalista, apenas para ser visto e exaltado pelos homens. Na nova aliança, o crente recebe vida quando serve ao senhor pelo espírito, com nova natureza concebida por Cristo, e não na obediência da letra da lei, alavancando natureza carnal, fio condutor da morte espiritual, executada pela obediência formalista da lei, nessa toada preconiza Paulo: Romanos 7:5-6. Por fim, vale ressaltar, uma única lei modulou as duas alianças, os dez mandamentos. A diferença reside na espécie de obediência prestada, a antiga aliança absorveu obediência legalista, pela justiça própria, ou trapo de imundice na ótica divina: Isaías 64:6. Os frutos da justiça própria resultam em pecado extraído friamente da letra da lei; na nova aliança a obediência vincula-se ao Espírito, pela natureza divina de Cristo, o Senhor Justiça nossa (Jeremias 23:6), por meio do amor e da fé. Na nova aliança, a lei é gravada na mente imputada nos corações e não em tábuas de pedra, frutificando obediência aos mandamentos do Senhor, alicerçada na natureza divina de Cristo.
Segundo o apostolo Paulo, a graça de Deus se estende a todo pecador, mediante a fé: Efésios 2:8. Com efeito, o homem não é salvo pelas obras ou obediência legalista da lei e muitos menos justificados pelas obras da lei, não é essa a função da lei. Romanos 3:20, entende-se por obras da lei, obediência legalista a qual ninguém será justificado: Romanos 3:28. É forçoso concluir, a lei não empunha o condão de salvar o pecador, contudo, no supracitado texto, Paulo expõe a real função da Lei, mostrar o pecado, Romanos 4:15. A função da lei é apontar o pecado, em assim sendo, onde não impera a Lei, não há transgressão, liberando a idolatria, chamar o nome de Deus em vão, homicídio, furto, adultério, falso testemunho, cobiça, etc. Romanos 5:13. Não havendo Lei o pecado está liberado, tudo é permitido quando não há proibição pela Lei.
De outro cariz, quem visa justificar-se pela obediência legalista da lei, encontra-se vazio da justiça de Cristo, caiu da graça de Deus: Gálatas 5:4. A salvação esmera-se nos méritos de Cristo, ou seja, a sentença de morte assolando o pecador, foi paga, Cristo morreu na cruz, se fazendo maldito da lei: Deuteronômio 21:22-23. O Senhor fez de Cristo pecado por nós, mesmo imaculado, sem nunca ter pecado, foi condenado na cruz em lugar do pecador, vencendo a morte resgatou a descendência de Adão emprestando sua justiça: II Coríntios 5:21. Somente através de Cristo é possível receber pela fé o Espirito prometido, a natureza divina, perdida por Adão na concepção do pecado, nos salvando da maldição da lei, ou seja, da sentença de morte: Romanos 6:23. O homem pecou caindo em maldição, Cisto substituiu e resgatou o pecador imputando sua justiça transformando-o em nova criatura para apresentar ao Pai habilitado a amar e obedecer outra vez: Gálatas 3:13-14. No calvário, Cristo morreu cumprindo a sentença exigida pela transgressão da lei, renovou a aliança com os descendentes de Abraão, imputou sua justiça em seus corações, cumprindo a promessa de doar o Espírito Santo pela fé: Romanos 5:8. Unicamente Cristo poderia morrer em lugar do pecador como cordeiro vicariante, somente Ele tem a mesma substância do Pai, o único capaz de substituir a natureza pecaminosa (pecado original), por sua justiça divina restaurando o pecador.
Com efeito, a graça de Deus e de Cristo não cravou a Lei no calvário, Jesus pagou o preço da condenação exigida pela transgressão, morrendo na cruz em lugar do pecador, devolvendo a vida, onde abundou o pecado, superabundou a graça: Romanos 5:20-21. A graça de Deus se resume no lapso de tempo estipulado no Plano de Redenção, para Cristo substituir a natureza pecaminosa (pecado original), por sua justiça ou natureza divina, mediante o sacrifício expiatório, resultando na justificação do pecador com garantia de restaurar a perdida natureza divina ostentada por Adão antes da queda.
Pastor: Walber Rodrigues Belo