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Doutrina


O PRECEITO DA BARBA

Um estarrecedor tsunami de vaidades assola as ombreiras das igrejas modernas gerando ondas gigantescas de promiscuidade, derrubando a barreira de contenção erguida pelo Senhor, varre a moral e os bons costumes deixando rastro de apostasia. Renitentes a justiça de Cristo, cristãos evangélicos são tragados pela maré de mundanismo, o coração apodrecido semeia doutrinas falsas, frutos da natureza pecaminosa alocada no coração, regada pelos desejos impudicos, cobiçosos e avarentos, é este o real motivo de "aprendem sempre, e nunca podem chegar ao conhecimento da verdade." 2 Timóteo 3:7. Contaminam os habitantes da terra semeando mentiras, ensinam os homens transgredirem Lei, Estatutos e Preceitos de Deus, condenando-os a perdição, pregam paz, prosperidade, segurança e salvação, quando na verdade "a terra está contaminada por causa dos seus moradores; porquanto transgridem as leis, mudam os estatutos, e quebram a aliança eterna. Por isso a maldição consome a terra, e seu povo é culpado. Por isso os habitantes da terra são consumidos pelo fogo ao ponto de sobrarem pouquíssimos." Isaías 24:5-6. O quebrantamento da Lei de Deus fomentada no Éden, continua gerando fruto de rebelião condenando milhões de almas a perecerem, foram pesados na balança e reprovados no tribunal divino pelo Supremo julgador no Juízo Investigativo tramitando no céu.

Nesse compasso, Insta esclarecer, calamidades, desordem e violência assolando a terra são frutos de apostasia, atraindo à ira de Deus, forçando o Soberano do Universo sentenciar este mundo, condenando-o a destruição completa. Vislumbra-se estudiosos da Bíblia ensinar as almas transgredir a Lei, violar os Estatutos e anular os preceitos, mormente o mais odiado, o uso da barba. Quem pode o mais pode o menos. Cumpre lembrar, entre os judeus, de modo geral na Igreja primitiva, Reforma Protestante com Lutero e Tyndale, mais a frente Carlos Spurgeon e os pioneiros adventistas, estes imponentes ícones da fé cristã, sempre atribuíram grande importância ao preceito da barba, como sinal de excelsa varonilidade. Diante do exposto, convém indagar, qual a definição de barba?

Perquirindo o dicionário encontra-se a definição, são pelos crescidos no queixo e nas bochechas do homem. Nas Escrituras Hebraicas, za qán é a palavra utilizada para barba, enquanto a palavra sa fám, relativo ao lábio, é traduzida de forma variada pelos tradutores por barba, bigode e lábio superior. Em alguns casos, a palavra za qán não se refere à barba, mas ao queixo. O imponente Dicionário Tyndale, vai além, define a palavra barba apontando sua função entre os Hebreus:

Barba Pelos que crescem na parte inferior do rosto do homem, usados como sinal de maturidade entre os povos semíticos antigos, incluindo os israelitas. Entre eles, o cuidado pela barba se revestia de importância religiosa (Lv 19:27).
COMFORT, PHILIP W; ELWELL, Walter A. Dicionário Bíblico Tyndale. 1. ed. Ed. Geográfica, 2015. pág. 223

Contrariando teses ancoradas na mentira, o supracitado dicionário aponta o uso da barba com função religiosa entre os Hebreus, leia-se, trata-se de um preceito.

Com efeito, a definição da palavra barba causa divergências entre teólogos e eruditos. Em assim sendo, convém compartilhar experiência de certo irmão da Igreja Adventista nominal impressionado com a ordem divina quanto ao uso da barba, disse o aludido irmão: "Há alguns meses, minha atenção foi voltada juntamente com a outros irmãos para Levítico 19:27 e 21:5. A partir de então, não fiz mais a barba. Iniciei, porém, um estudo bíblico minucioso a respeito e com a ajuda de um irmão, pude obter a correta compreensão bíblica sobre o tema". A conclusão da pesquisa resultou em ignorar ordem divina acatando suposição humana, exaltando a criatura em detrimento do Criador, satisfazendo desejos do coração natural, pecaminoso, o irmão negou o uso da barba como preceito, fundamentando: "Não é esse, porém, o ensino das Escrituras. Pode-se usar barba, por opção pessoal ou outro motivo, porém não porque a Bíblia ordene. Há muitas fotos de pioneiros, do tempo de Ellen G. White, que não tinham barba, além de exemplos bíblicos como o de José". Com efeito, o irmão lembrou-se da existência de fotografias dos pioneiros Adventistas sem barba (A igreja Adventista sorrateiramente substituiu a foto de alguns pioneiros usando barba, por outras fotos sem barba, no livro Vida e Ensino), esqueceu-se de mencionar a maioria dos pioneiros, usando barba como preceito ancorados na doutrina apostólica, inclusive Tiago White, marido de Ellen White. Convém lembrar, o acervo doutrinário acolhido pelo adventismo foi construído paulatinamente, o Sábado, regime alimentar, doutrina do Santuário, justificação pela fé, dízimos etc. Todas as doutrinas defendidas pelo adventismo foram construídas ao longo do tempo, nem todos colocavam em prática de inopino as luzes descobertas, a exemplo da barba. Depois de receberem iluminação da santidade do Sábado, os Pioneiros adventistas se debruçaram perquirindo as Escrituras investigando os pormenores da igreja primitiva, garimparam as pérolas da verdade, para colocarem em prática, assim foram iluminados acerca de detalhes da Santa Ceia e com certeza a luz acerca da barba:

Os pioneiros da Igreja Adventista do Sétimo Dia, tendo aceito a verdade do sábado, se lançaram zelosamente para seguir a palavra de Deus, em cada pormenor, ao mesmo tempo em que cuidavam para se resguardar contra interpretações distorcidas da Palavra e quaisquer extremismos ou fanatismo. Viram claramente os privilégios e as obrigações da ceia do Senhor, estabelecida para a Igreja por nosso Senhor. Havia a indagação com respeito ao LAVA-PÉS e ao ÓSCULO SANTO. Nessa visão, o Senhor esclareceu alguns pontos delicados que orientariam e protegeriam a Igreja emergente.
WHITE, Ellen Golden. Primeiros Escritos. 3. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 1988. pág. 301

Ao longo dos séculos, a doutrina da Igreja Primitiva serviu de Farol e porto seguro para os fiéis servos de Deus, destarte, investigavam as Escrituras arduamente temendo desviar da vereda estreita, em todas as pesquisas o Preceito da barba foi reconhecido e praticado. No decorrer deste estudo, é possível vislumbrar Carlos Spurgeon, defendendo uso da barba como norma doutrinária ensinando seus membros usarem, de igual modo os Pioneiros Adventistas, como visto alhures, investigaram a igreja primitiva adotando a mesma regra absorvida da doutrina apostólica.

Outro argumento extraído do arsenal de textos do irmão adventista, pauta-se no fato de rasparem a barba de José ao apresentar-se a Faraó. A este respeito, se faz necessário examinar detidamente o texto: "Imediatamente José foi tirado do cárcere por mandado do rei; barbearam-no, mudaram-lhe os vestidos, e apresentaram-lho." Gênesis 41:14. A tradução utilizada foi Matos Soares, o texto aponta José usando barba, e quando chamado na presença de Faraó barbearam-no, noutro giro, a irmã White relata em seus escritos:

Mandaram chamar imediatamente a José; tirou suas roupas de prisioneiro, barbeou-se, pois o cabelo crescera muito durante o tempo de opróbrio e reclusão. Foi então conduzido à presença do rei.
WHITE, Ellen Golden. Patriarcas e Profetas. 9. ed. Ed. Casa publicadora Brasileira, 1989. pág. 220

Existe aparente contradição entre os dois textos, para elucidar a questão, é de vital importância compreender a cultura egípcia.

No Egito nenhuma pessoa podia se apresentar diante de Faraó sem estar devidamente apresentável (vestes limpas, barbeado, etc). Por outro lado, era costume dos egípcios não usar barbas; quando muito usavam um pequeno cavanhaque
Hist. Antigua, Barcelona, pág 86

Convém lembrar, José era escravo e prisioneiro de Faraó, todos quantos fossem convocados pelo soberano do Egito, deveriam apresentar-se barbeados, trajando vestes limpas e asseado. Na querela em comento compele inferir, sem resquício de dúvidas, a ordem de Faraó era lei, não importa qual mão manejou a lamina removendo a barba de José, se foi ele ou algum oficial de Faraó, com efeito, José deveria apresentar-se barbeado e asseado. José não tinha escolha neste particular. Embora alguns irmãos defendam esdrúxula tese asseverando: José podia escolher manter a barba, como escolheu não pecar contra a mulher de Putifar em respeito a Lei de Deus. Quando José resistiu à tentação evitando adultério ele não era prisioneiro, era um escravo privilegiado, cumpria ordem direta de Deus e Putifar ao entregar em suas mãos o cuidado de sua casa, salvo a esposa. De outro lado, no cárcere, José figurava entre os prisioneiros sentenciados por crime, mesmo inocente, sujeitava-se aos rigores da enxovia e sofreu inocentemente até Deus suavizar seu infortúnio, portanto, no primeiro caso José tinha escolha e escolheu fazer o certo, no segundo caso ele não desfrutava de escolha. Ademais, este preceito, nos dias de José era passado de pais para filho, Deus ainda não havia codificado a Lei por intermédio de seu servo Moisés, fato ocorrido 400 anos após a morte de José, portanto não houve quebra da lei ou violação do preceito.

Em assim sendo, tentando justificar sua vaidade, o irmão adventista continua seus gélidos argumentos: Outra evidência de que o uso da barba não é uma exigência divina para os homens dentre Seu povo é o fato de que no próprio livro de Levítico o Senhor recomenda que a barba seja raspada em alguns casos por razões de saúde. O irmão cunha alguns textos bíblico, permitindo, em certas situações, os israelitas rasparem a barba, eis o texto: "E quando homem (ou mulher) tiver praga na cabeça ou na barba, o sacerdote examinará a praga, e se ela parecer mais profunda que a pele, e nela houver pelo fino amarelo, o sacerdote o declarará imundo; é tinha, é lepra da cabeça ou da barba." Levítico 13:29-30. É pertinente notar, o Senhor ordenou raspar a barba dos leprosos, não dos homens sãos de corpo e espirito.

Seguindo a linha de raciocínio do irmão adventista, usar barba é sinal de pecado, destarte, o crente precisa se purificar raspando a barba. Se essa tese é verdadeira, todos os crentes obrigam-se raspar barba, cabeça, sobrancelhas e todos os pelos apresentando-se ao Soberano do Universo purificado. Quiçá, fincados na aludida tese, as igrejas evangélicas, contaminadas com a lepra do pecado (secularismo) adotam raspar as barbas, a cabeça dos homens e as sobrancelhas das irmãs.



O uso da barba pelos hebreus



É de bom tom observar, Deus proibiu seu povo cortar ou danificar a barba ratificando o Preceito: "Não cortareis o cabelo, arredondando os cantos da vossa cabeça, nem desfigurareis os cantos da vossa barba. Não fareis lacerações na vossa carne pelos mortos; nem no vosso corpo imprimireis qualquer marca. Eu sou o Senhor." Levítico 19:27-28. Como visto, o povo de Deus usava barba como preceito, salvo os leprosos, os únicos autorizados raspar barba, cabeça, sobrancelhas e todos os pelos, contudo, até a purificação, suportado o estágio de isolamento, voltavam ao convívio social e deixavam a barba crescer novamente, cumprindo a lei: "Depois disse o Senhor a Moisés: Esta será a lei do leproso no dia da sua purificação: será levado ao sacerdote, e este sairá para fora do arraial, e o examinará; se a praga do leproso tiver sarado... ...Aquele que se há de purificar lavará as suas vestes, rapará todo o seu pelo e se lavará em água; assim será limpo. Depois entrará no arraial, mas ficará fora da sua tenda por sete dias. Ao sétimo dia rapará todo o seu pelo, tanto a cabeça como a barba e as sobrancelhas, sim, rapará todo o pelo; também lavará as suas vestes, e banhará o seu corpo em água; assim será limpo." Levítico 14:1-3, 8-9. Isto exposto, merece esclarecer, depois do período de purificação, os pecados eram purgados e o servo de Deus obrigado deixar a barba crescer novamente cumprindo o Preceito divino. Quem raspa a barba baseado nos textos equivocadamente elencados pelo irmão adventista, continua contaminado, a lepra do pecado degenerou o coração infectado pela bactéria da vaidade, secularismo e idolatria, se por ventura, nunca deixarem suas barbas crescerem, a lepra do pecado continua contagiando o coração, nessa situação deveras, precisam raspar a barba com premência.

É de bom alvitre evidenciar, a lepra é sinal de pecado e não a barba, pecado é a transgressão da Lei de Deus, toma-se, por exemplo, Miriã, rebelou-se contra a ordem divina, acusando Moisés: "Então a ira do Senhor acendeu-se contra eles, e ele os deixou. Quando a nuvem se afastou da Tenda, Miriã estava leprosa; sua aparência era como a da neve. Arão voltou-se para ela, viu que ela estava com lepra." Números 12:9-10. Certamente Miriã não tinha barba, contudo, após o período de isolamento retornou ao acampamento de Israel purificada. Na mesma linha, caminha os ensinamentos da irmã White, ao ratificar a lepra como pecado merecedor do castigo divino, e não a barba:

De todas as doenças conhecidas no Oriente, era a lepra a mais temida. Seu caráter incurável e contagioso, o terrível efeito sobre as vítimas, enchiam de temor os mais valorosos. Entre os judeus, era considerada um juízo sobre o pecado, sendo por isso chamada: "o açoite", "o dedo de Deus". Profundamente arraigada, mortal, era tida como símbolo do pecado. A lei ritual declarava imundo o leproso. Como pessoa já morta, era excluído das habitações dos homens. Tudo que tocava ficava imundo. O ar era poluído por seu hálito. Uma pessoa suspeita dessa moléstia, devia-se apresentar aos sacerdotes, que tinham de examinar e decidir o caso. Sendo declarado leproso, era separado da família, isolado da congregação de Israel, e condenado a conviver unicamente com os aflitos de idêntico mal. A lei era inflexível em suas exigências. Os próprios reis e principais não estavam isentos. Um rei atacado dessa terrível moléstia, tinha de renunciar ao cetro e fugir da sociedade.
Separado de amigos e parentes, devia o leproso sofrer a maldição de sua enfermidade. Era obrigado a publicar a própria desgraça, a rasgar os vestidos, a fazer soar o alarme, advertindo todos para fugirem de sua contaminadora presença. O grito "impuro! impuro!" soltado em lamentosos tons pelo pobre exilado, era um sinal ouvido com temor e aversão.
WHITE, Ellen Golden. O Desejado de Todas as Nações. 14. ed. Ed. Casa publicadora Brasileira, 1986. pág. 239

No antigo Israel o Senhor permitiu os leprosos rasparem a barba, sob condição de usarem novamente após o isolamento e retorno ao acampamento. Hoje, os religiosos raspam a barba contaminados da lepra do pecado, contagiados de vaidade e valores sociais, cultuam ídolos em detrimento dos valores morais do preceito da barba exibindo sua impureza.

Nesse enfoque, o Senhor firmou pacto com Israel, sob condição de guardarem fielmente os Mandamentos, Estatutos e Preceitos. Condicionada a fidelidade dos Hebreus, o Senhor os protegeria da pilhagem dos vizinhos pagãos, lepra e pragas, favorecendo farta colheita concedendo-lhe paz e prosperidade: "Entretanto, se vocês não obedecerem ao Senhor, ao seu Deus, e não seguirem cuidadosamente todos os seus mandamentos e decretos que hoje lhes dou, todas estas maldições cairão sobre vocês e os atingirão: O Senhor os encherá de doenças até bani-los da terra em que vocês estão entrando para dela tomar posse." Deuteronômio 28:15;21.

A promessa de saúde física e espiritual do povo eleito, era sob condição, dependia de amor e obediência a Lei, Estatutos e preceitos do Senhor.

Como visto alhures, convém reiterar, o Senhor proibiu Israel cortar os cabelos arredondando os cantos, bem como danificar a barba, salvo em caso de lepra: "Não cortareis o cabelo, arredondando os cantos da vossa cabeça, nem desfigurareis os cantos da vossa barba." Levítico 19:27. O aludido Preceito foi direcionado ao povo Hebreu, máxime, aos sacerdotes, os líderes são exemplo, assim falai assim procedei: "Não farão os sacerdotes calva na cabeça, e não raparão os cantos da barba, nem farão lacerações na sua carne." Levítico 21:5. O Senhor repetiu aos sacerdotes o teor do Preceito exigido do povo comum. Os hebreus foram instruídos usarem a barba completa, sem desfigurá-la de forma alguma, entendimento compartilhado por champlin:

Muitos gregos e romanos barbeavam-se, tirando a barba totalmente; e isso, para os israelitas, era marca de paganismo, algo a ser evitado.
CHAMPLIN, Russell Normam. Novo Dicionário Bíblico Champlin. 1. ed. Ed. Hagnos, 2018. pág. 184

Os Hebreus não raspavam, nem danificavam a barba, salvo na hipótese permitida por lei, já estudado alhures. No antigo Israel, raspar barba era sinal de paganismo, apontando apostasia e quebra de fidelidade com o Altíssimo. A barba completa simboliza separação para Deus. No entanto, existem igrejas, supostas defensoras do Preceito da barba, danificando, aparando a extremidade da barba, violando o preceito divino alegando decência e ordem, invocam instruções do profeta Ezequiel, nos termos seguintes: "Não raparão a cabeça, nem deixarão crescer o cabelo; antes, como convém, tosquiarão a cabeça." . O texto em comento, não confirma a tese invocada, não ordena danificar a barba. O Senhor permite tosquiar o cabelo sem arredondar, e não aparar barba. De fato, pastores jactanciosos aparam suas barbas e ensinam membros seguirem o mau exemplo deturpando o texto de Ezequiel, o aludido texto disciplina tosquiar os cabelos, não existe nenhuma referência atribuída a barba, aparam suas barbas forçando a interpretação do texto alimentando vaidade no coração contagiado pela lepra do pecado.

Com esse importe, diga-se, nos tempos bíblicos, os pagãos arredondavam as barbas ou usavam cavanhaque em devoção a divindades, em especial adoradores de Baco, Baal e outras deuses. Semelhante aos pagãos, adoradores modernos aparam as barbas em sacrifício imolado no altar da moda, alimentam ídolos no coração, alegam atender exigências sociais formuladas por homens em detrimento do preceito divino, "pois eles mudaram a verdade de Deus em mentira, adorando e servindo a criatura em lugar do Criador, o qual é bendito eternamente." Romanos 1:25. O humanismo cristão deificou o homem, a criatura excedeu o Criador. O coração infectado de vaidade, orgulho e presunção envergonha-se do preceito da barba, contagiado pela lepra do pecado.

Como cediço, o Senhor é digno de honra e glória, exige sacrifício perfeito, assim sendo, as Escrituras proíbem oferecer sacrifício defeituoso. A barba não é diferente, tosquiar, raspar ou mutilar barba é oferta defeituosa, rejeitada por Deus. Perquirindo as Escrituras, vislumbra-se homens de barbas mutiladas, contudo, por força do rei dos amonitas, insultando Davi e o Deus de Israel, conforme se depreende no caso dos servos de Davi, eles tiveram suas roupas rasgadas e as barbas mutiladas: "E aconteceu depois disto que morreu o rei dos filhos de Amom, e seu filho Hanum reinou em seu lugar. Então disse Davi: Usarei de benevolência com Hanum, filho de Naás, como seu pai usou de benevolência comigo. E enviou Davi os seus servos para consolá-lo acerca de seu pai; e foram os servos de Davi à terra dos filhos de Amom. Então disseram os príncipes dos filhos de Amom a seu senhor, Hanum: Porventura honra Davi a teu pai aos teus olhos, porque te enviou consoladores? Não te enviou antes Davi os seus servos para reconhecerem esta cidade, e para espiá-la, e para transtorná-la? Então tomou Hanum os servos de Davi, e lhes raspou metade da barba, e lhes cortou metade das vestes, até às nádegas, e os despediu. Quando isso foi informado a Davi, enviou ele mensageiros a encontrá-los, porque estavam aqueles homens sobremaneira envergonhados. Mandou o rei dizer-lhes: Deixai-vos estar em Jericó, até que vos torne a crescer a barba, e então voltai. Vendo, pois, os filhos de Amom que se tinham feito abomináveis para com Davi, enviaram os filhos de Amom, e alugaram dos sírios de Bete-Reobe e dos sírios de Zobá vinte mil homens de pé, e do rei de Maaca mil homens e dos homens de Tobe doze mil homens. E ouvindo Davi, enviou a Joabe e a todo o exército dos valentes." 2 Samuel 10:1-7. Davi ordenou seus servos permanecerem em Jericó até a barba crescer, impedidos de entrarem na cidade santa, evitando apresentarem-se diante do Senhor com as barbas mutiladas, em respeito ao Preceito moral.

Urge considerar o imensurável valor atribuído ao Preceito da barba pelos Hebreus, o rei amonita sabia da gravidade da humilhação ao raspar as barbas dos israelitas, o imprudente ato do rei amonita deflagrou verdadeira declaração de guerra, cortar a barba de um judeu configurava insulto letal, no caso em tela somente a guerra aplacaria a inconsequente afronta suportada pelos Hebreus.

É oportuno salientar, a vergonha suportada pelas vítimas não se originou da exposição das nádegas, mas da mutilação das barbas. Era possível repor as roupas imediatamente cobrindo a nudez, todavia, a barba demora crescer. A ordem de Davi obrigando-os permanecerem em Jericó até a barba crescer, somente depois retornar a Jerusalém, atendia o cumprimento do Preceito, de acordo com a norma não poderiam entrar na cidade do grande rei ou mesmo em sua presença com as barbas mutiladas, confirmando a importância do preceito da Barba. Deus não aceita seus servos mutilarem ou apararem as barbas. Davi travou uma guerra feroz contra amonitas e sírios; derrotando-os empunhando a espada do Senhor. Convém reiterar, a aludida guerra deflagrou-se em consequência de mutilação da barba dos servos de Deus.

Nesse compasso, evangélicos inescrupulosos, contagiados da lepra do pecado, cultuam a deusa moda, cobrem a vaidade com manto de normas sociais deificando o homem com humanismo cristão, neste norte, exibem textos bíblicos com desiderato de mutilar a barba e erradicar o imponente Preceito. Segundo as Escrituras, em caso de tristeza, aflição, dor e desolação, os servos de Deus, rasgavam as vestes, não arrumavam as barbas desalentados diante do infortúnio. Toma-se dois elucidativos exemplos, o primeiro caso, trata-se de Mifibosete, filho de Jonatas, neto do rei Saul, posteriormente adotado pelo rei Davi, lemos: "Também Mefibosete, filho de Saul, desceu a encontrar-se com o rei, e não tinha lavado os pés, nem tinha feito a barba, nem tinha lavado as suas vestes desde o dia em que o rei tinha saído até ao dia em que voltou em paz." 2 Samuel 19:24. A dor de Mifibosete, originou-se da injustiça sofrida por Davi ao empreender fuga, evitando confrontar Absalão em Jerusalém temendo pela segurança do povo. No texto em comento, vislumbra-se Mifibosete humilhado, não lavou os pés, nem as vestes, nem arrumou a barba, em total desleixo quanto à higiene pessoal, em sinal de profunda tristeza compartilhada pelos infortúnios sofridos por Davi. Pastores e teólogos deturpam o sentido do texto, "não tinha feito a barba", interpretam Mifibosete supostamente raspando a barba ou aparando. Com efeito, trata-se de tese humana, desvinculada das Escrituras e da história dos Hebreus, não era costume dos judeus rasparem ou apararem suas barbas, transgredindo o Preceito, por tratar-se de oferta defeituosa perante o soberano do universo, como se vê no texto da irmã White:

A cena do pátio do templo nunca mais se apagaria da memória deles. Era assinalado o contraste entre Jesus e o sumo sacerdote, quando juntos falavam. O orgulhoso dignitário do templo estava trajado de ricas e custosas vestimentas. Tinha na cabeça uma brilhante tiara. Seu porte era majestoso, os cabelos e a longa barba prateados pela idade. Sua aparência enchia de respeito os que o viam. Perante essa augusta personagem, achava-Se a Majestade do Céu, sem adorno ou ostentação.
WHITE, Ellen Golden. O Desejado de Todas as Nações. 14. ed. Ed. Casa publicadora Brasileira, 1986. pág. 594

O contraste assinalado entre o sumo sacerdote e Cristo, figura na ostentação e ricas vestes, no entanto, eram semelhantes quanto a não aparar barba, pois impunha respeito aos hebreus. O sumo sacerdote era exemplo, semelhante ao óleo precioso de sua unção descendo por ela (barba) sobre a gola das suas vestes: "É como óleo precioso sobre a cabeça, o qual desce para a barba, a barba de Arão, e desce para a gola de suas vestes." Salmo 133:2. Sem resquício de dúvidas, o preceito da barba era cultivado em Israel, a exemplo dos servos de Davi, impedidos de retornarem a Jerusalém ou apresentarem-se diante do Altíssimo, destarte, Mifibosete não poderia raspar a barba ou apará-la sem atropelar o aludido preceito afrontando o Senhor.

Ainda no mesmo contexto, emerge o segundo exemplo, trata-se de não cuidar, arrancar os cabelos da cabeça ou da própria barba era sinal de grande amargura, fato ocorrido com Esdras quando descobriu apostasia em Israel recusando separar-se dos povos pagãos, inclusive contraindo casamentos com suas filhas: "Ouvindo eu tal coisa, rasguei as minhas vestes e o meu manto, e arranquei os cabelos da cabeça e da barba, e me assentei atônito." Esdras 9:3. Em nenhum dos dois casos vislumbra-se permissão autorizando aparar ou raspar a barba, pelo contrário, as Escrituras ensinam o dever de primar pelo asseio conservando a barba limpa e incólume de qualquer artificio danoso.



Textos, o Senhor ordenando raspar barba



Com esse enfoque, se faz necessário trazer à baila vários textos autorizando raspar a barba por ordem divina, contudo, convém estudar a drástica motivação da aludida ordem e suas nefastas consequências. Nesta senda, é pertinente encetar com uma sentença proferida contra Moab, esculpida no livro do profeta Isaías: "Sentença contra Moab. Certamente, numa noite foi assolada Ar de Moab e ela está destruída; certamente, numa noite foi assolada Quir de Moab e ela está destruída. Sobe-se ao templo e a Dibom, aos altos, para chorar; nos montes Nebo e Medeba, lamenta Moab; todas as cabeças se tornam calvas, e toda barba é rapada. Cingem-se de panos de saco nas suas ruas; nos seus terraços e nas suas praças, andam todos uivando e choram abundantemente." Isaias 15:1-3. No pragmático texto o Senhor não ordena seus servos rasparem a barba, trata-se de consequências da sentença aplicada contra Moab, as cabeças calvas e toda barba raspada, representa sinal de tristeza pela destruição do País. Outrossim, era costume rasparem cabeça e barba em sinal de profunda tristeza, ademais, os Moabitas nunca foram servos de Deus, portanto, o referido texto não se aplica aos servos do Senhor.

Convém destacar, amonitas e moabitas surgiram do evento incestuoso de Ló e suas filhas quando fugiram de Sodoma, elas conceberam e deram à luz: "A primogênita deu à luz um filho e lhe chamou Moabe: é o pai dos moabitas, até ao dia de hoje. A mais nova também deu à luz um filho e lhe chamou Bem-Ami: é o pai dos filhos de Amom, até ao dia de hoje." Gênesis 19:37-38. As filhas de Ló agiram zelosamente, sacrificaram suas virgindades, almejando conservar a linhagem do pai gerando duas nações, portanto, não foi ato de lascívia atendendo desejos carnais, entrementes condenado pela Lei do Senhor.

Nessa diapasão, embora parentes de Abraão, amonitas e moabitas foram repudiados pelo Senhor, recusaram suprir as necessidades de Israel quando atravessaram seus territórios rumo a terra prometida, ademais, o Senhor os privou de comparecerem a sua presença quando assalariaram Balaão com escopo de amaldiçoar o povo eleito, conforme esclarece o servo do Senhor: "Naquele dia, se leu para o povo no Livro de Moisés; achou-se escrito que os amonitas e os moabitas não entrasse jamais na congregação de Deus, porquanto não tinham saído ao encontro dos filhos de Israel com pão e água; antes, assalariaram contra eles Balaaão para os amaldiçoar; mas o nosso Deus converteu a maldição em benção." Neemias 13:1-2. No primeiro momento, o Senhor estipulou um prazo, depois os repudiou eternamente, como se vê no livro da Lei: "Nenhum amonita ou moabita entrará na assembleia do Senhor; nem ainda sua décima geração entrará na assembleia do SENHOR, eternamente." Deuteronômio 23:3. Com base neste texto, Neemias expulsou Tobias do templo, um amonita beneficiado pelo sumo sacerdote Eliasibe, responsável pela área do templo. Durante a ausência de Neemias, Eliasibe entregou uma sala especial do templo a Tobias, sala destinada recolher dízimos, ofertas e doações, permitindo Tobias residir indevidamente na câmara do Templo, ao tomar conhecimento Neemias o expulsou purificando a casa do Senhor.

Nos textos elencados, vislumbra-se o Senhor rejeitar amonitas e moabitas para sempre. Quando o texto diz: "toda barba será raspada", figuradamente o Soberano do Universo sentencia moabitas, condenados sofrer assolação, destruição de suas cidades e grande sofrimento. O raspar cabeça e barba, como visto alhures, é sinal de profunda tristeza, imenso pesar e vergonha para o povo de Deus.

O segundo texto bíblico, exibe o mesmo contexto da passagem bíblica anterior, assim narrada por Jeremias: "Porque toda cabeça ficará calva, e toda barba, rapada; sobre todas as mãos haverá incisões, e sobre os lombos, pano de saco." Jeremias 48:37. Sem resquício de dúvida, no antigo Israel, raspar cabeça e barba, simbolizava tristeza, aflição e dor. Segundo o Dicionário Bíblico Adventista, volume 04, p. 562, entre os povos antigos, raspar cabeça, barba e fazer cortes no corpo eram sinais de aflição, fato ratificado pelo profeta: "Nesta terra, morrerão grandes e pequenos e não serão sepultados, não os prantearão, nem se farão por eles incisões, nem por eles se raparão as cabeças." Jeremias 16:6. A famigerada prática pagã de raspar cabeça e barba era proibida no seio do povo eleito, o Senhor exaltou o Preceito da barba, proibindo entrar em sua presença quem mutilasse ou raspasse sua barba. Como exposto alhures, raspar barba era possível em sinal de castigo, lepra ou usado em sentido figurado.

O terceiro texto traz a lume, o vínculo simbólico do cabelo e barba ao iminente juízo divino prestes a cair sobre Jerusalém, inundada em apostasia, rebelião e idolatria, atraindo fome, espada e dispersão; conforme diz o Senhor: "E tu, ó filho do homem, toma uma espada afiada, como navalha de barbeiro, e a farás passar pela tua cabeça e pela tua barba; então tomarás uma balança de peso, e repartirás os cabelos." Ezequiel 5:1. O Senhor ordenou ao profeta Ezequiel tomar uma espada e usá-la como navalha de barbeiro raspando a cabeça e a barba. A lei proibia raspar cabeça e barba, portanto, o ato de Ezequiel simbolizava devastação de Jerusalém e cativeiro do povo eleito operado pela mão de Nabucodonosor a frente do exército Babilônico. Segundo o Dicionário Bíblico Adventista, ao raspar a barba:

Ezequiel é instruído a realizar um ato proibido como representação simbólica. Era ilícito a um sacerdote rapar a cabeça ou a barba (Lv. 21:5).
DORNELES, Vanderlei. Dicionário Bíblico Adventista do Sétimo Dia. V. 4. 1. ed. Ed. Casa publicadora Brasileira, 2013. pág. 647

Em verdade era proibido, não só aos sacerdotes, mas, a qualquer judeu raspar a cabeça ou barba, salvo em caso de lepra. É imprescindível notar o peso do julgamento divino desabando sobre Israel, uma navalha passada sobre a barba da nação ilustra a severidade do castigo aplicado em consequência da apostasia generalizada atraindo desgraça, destruição e cativeiro dos israelitas.

Insta frisar, quando Deus indicava a severidade do julgamento proferido contra o povo eleito, enlameados no pecado de idolatria e apostasia, Ele usava a analogia de raspar o símbolo mais sagrado e amado deles, a barba. Portanto, a maior indignidade atribuída aos judeus era arrancar sua barba. Diante do exposto, é perfeitamente compreensível a severa humilhação suportada por Jesus Cristo narrada pelo profeta quando o Senhor substituiu o pecador penitente sofrendo em seu lugar: "Eu entreguei o meu corpo aos que me arrancavam os cabelos da barba; não virei a minha face aos que me afrontavam e cuspiam em mim." Isaías 50:6. Arrancar a barba, era considerado grande insulto, o elucidativo texto exibe a humilhação suportada por Jesus por amor a humanidade e comprova obediência de Jesus ao Preceito da barba.

Por fim, ao analisar o último texto da série, vislumbra-se, diante do pecado voluntário do povo eleito e persistente recusa de arrependimento, Deus usar a indignidade suprema da barba raspada, simbolizando o iminente julgamento divino prestes a cair sobre o povo. No presente texto, o profeta Isaías ilustrou a campanha dos assírios conquistando o reino de Israel: "Naquele dia, rapar-te-á o Senhor com uma navalha alugada doutro lado do rio, a saber, por meio do rei da Assíria, a cabeça e os cabelos das vergonhas e tirará também a barba." Isaías 7:20. A metáfora, navalha alugada para raspar a barba, representa desgraça vindoura sobre o povo. A Assíria foi utilizada como espada do Senhor para punir Israel, o país foi invadido, devastado e desolado impiedosamente. Como visto alhures, o profeta Ezequiel usou um quadro similar para ilustrar a destruição de Jerusalém pelos babilônios.

Com efeito, a navalha alugada, simbolizava o rei dos Assírios Senaqueribe, dias de trevas, perigo e desolação pairavam sobre os apostatados Hebreus. O rei da Assíria invadiu Israel e conquistou Judá como uma navalha alugada na mão do Senhor. O profeta comparou Israel a um homem sujeito a indignidade de ter a barba raspada, leia-se, os judeus consideravam raspar ou mutilar cabeça e barba uma desgraça, afronta ao Preceito divino. Como restou explícito, os textos apresentados são simbólicos, raspar a barba e os cabelos nos aludidos textos elencados, não significa ordem divina autorizando raspar ou mutilar barba nos prostrando sobre o altar da deusa moda ou da sociedade cultuando suposta beleza, pelo contrário, foram ilustrados como reprovação da apostasia de Israel curvando os joelhos a ídolos pagãos. Raspar barba e cabeça em Israel, era sinal de aflição, castigo e pranto, infringindo o amado Preceito da barba, impedindo o transgressor apresentar-se diante do Altíssimo ou entrar na cidade de Jerusalém.



O uso da barba na Igreja Patrística



Tratando-se da igreja primitiva, é de bom tom espelhar-se no fundador do cristianismo, Jesus Cristo. O modelo dos cristãos e originador da doutrina apostólica usava o preceito da barba? Em resposta a indagação, se faz mister avocar uma profecia esculpida no livro da Lei, segundo o profeta Isaías: "Ofereci as costas àqueles que me batiam, meu rosto àqueles que arrancavam minha barba; não escondi a face da zombaria e dos cuspes." Isaías 50:6. O aludido texto comprova nitidamente Jesus, como todo judeu, usando preceito da barba literalmente. Recorrendo ao Testemunho (Isaías 8:20), se lê:

A multidão clamava pelo sangue de Jesus. Cruelmente O açoitaram e puseram sobre Ele uma velha veste real de púrpura, cingindo-Lhe a sagrada cabeça com uma coroa de espinhos. Puseram-Lhe na mão uma cana, prostravam-se diante dEle e escarnecedoramente O saudavam: "Salve, Rei dos judeus!" Mateus 27:29. Tiraram-Lhe então da mão a cana, e com ela O feriram na cabeça, fazendo com que os espinhos penetrassem em Sua fronte e o sangue Lhe escorresse pelo rosto e barba.
WHITE, Ellen Golden. História da Redenção. 11. ed. Ed. Casa publicadora Brasileira, 2005. pág. 214

O Preceito da barda, instituido por Deus a Israel, foi deveras, respaldado por Jesus, os apóstolos, Igreja de Antioquia, Igreja no deserto, Reformadores, Pioneios Adventistas e Igreja Remanescente. O nobre Preceito foi mutilado pela igreja Católica (Babilônia) seguida por sua filhas (igrejas evangélicas apostatadas), curvando-se sobre o altar da deusa moda, cultuando a beleza, satisfazendo a sociedade corrompida.

Não restam dúvidas, Jesus e os discípulos usavam o Preceito da barba, todavia, teólogos e pastores montam teses despidas de endosso bíblico, admitindo uso da barba na igreja primitiva como mera tradição. Assim sendo, caso a inusitada tese padecesse de veracidade, não eximiria o uso da barba alicerçado no supracitado argumento, considerando os ensinamentos de Paulo no Novo Testamento, quando diz: "Sede meus imitadores como também eu o sou de Cristo. De fato, eu vos louvo porque, em tudo, vos lembrais de mim e retendes as tradições assim como vo-las entreguei." I Coríntios 11:1-2. O renomado apóstolo ordena aos cristãos imitarem Cristo e ele próprio, ambos usavam barba, e reterem as demais tradições tal como ensinada por epístolas e exemplo, destarte, exorta a igreja permanecer constante na obediência, no caso em comento, se a barba é uma tradição da igreja primitiva, Paulo, o discípulo de Cristo ordena usar a barba e não retroceder da senda do dever levado por vento de doutrina alicerçado em comparação, ilação ou suposições, ele exorta: "Permanecei, pois, constantes, irmãos, e guardai as tradições que vos foram ensinadas, seja por palavra, seja por epistola nossa." II Tessalonicenses 2:15. A palavra inspirada exorta com precisão, nenhum preceito de Deus é outorgado em vão, portanto, os discípulos não ensinavam sofismas. Seus escritos lustrando as Escrituras são mandamentos do Senhor e deve ser cumprido, como se pode notar: "Se alguém se considera profeta ou espiritual, reconheça ser mandamento do Senhor o que vos escrevo." I Coríntios 14:37. Portanto, "O que aprendeste e recebeste e ouvistes, e viste em mim, isto praticai, e o Deus da paz será convosco." Filipenses 4:9. A Igreja Remanescente vincula-se a Mensagem do Terceiro Anjo, embora vivendo no período de Laodiceia, o Senhor ordena voltar à pureza da doutrina de Éfeso (cavalo branco), para receber a natureza divina de Cristo em porção dobrada (justiça eterna) na chuva serôdia unindo-se ao Terceiro Anjo. Cumprindo augusta ordem, a igreja Remanescente compele-se imitar a igreja primitiva em tudo, conforme o modelo deixado por Jesus a sua igreja: "Sede meus imitadores irmãos, e ponde os olhos naqueles que andam conforme o modelo que tendes em vós." Filipenses 3:17. Compete a Igreja Remanescente árdua missão de unir-se ao Terceiro Anjo proclamando a última mensagem de misericórdia ao mundo condenado, portanto, é forçoso a igreja obedecer a doutrina apostólica conforme o modelo entregue aos santos e pregar por palavra e exemplo, condenando as dilapidações, distorções e flexibilização da doutrina na vã tentativa de suavizar o peso da cruz.

Nessa senda, a igreja de Cristo, portadora das credenciais divinas se unirá ao Terceiro Anjo, proclamando a última mensagem de misericórdia, o alto clamor, suplicando ao povo da terra: "Retirai-vos dela, povo meu, para não serdes cúmplices em seus pecados e para não participar de suas pragas." Apocalipse 18:4. Revestida da natureza divina de Cristo, zelando pela doutrina da Igreja primitiva e ensinando por palavra e exemplo, a Igreja Remanescente será reconhecida por sinceros cristãos escravizados em Roma (igreja católica) e suas filhas (igrejas evangélicas), não errarão o caminho da vereda antiga: "A sua posteridade será conhecida entre as nações, e a sua descendência no meio dos povos; todos os que os virem, os conhecerão logo por serem a linhagem que o Senhor abençoou." Isaías 61:9. O zelo da igreja Remanescente, amor a doutrina e obediência aos Mandamentos, Estatutos e Preceitos inclusive a barba, despertará a ira de Satanás, lançando-se com fúria contra a Igreja (mulher): "Irou-se o dragão contra a mulher e foi pelejar com os restantes da sua descendência, os que guardam os mandamentos de Deus e tem o testemunho de Jesus." Apocalipse 12:17. A descendência (Igreja Remanescente) mencionada pelo profeta Isaías, no alto clamor, será conhecida pelos sinceros acorrentados nas igrejas apostatadas, quebrarão os grilhões do pecado e sairão das igrejas apostatadas filiando-se a verdadeira igreja de Deus revestida com natureza divina de Cristo, guardarão os Mandamentos, Estatutos e Preceitos por amor, mormente a barba, atraindo a ira do diabo sofrerão ferrenha perseguição através de instrumentos humanos, tanto religiosos como governos civis.


É de bom tom assinalar, em tempos pretéritos, a igreja Patrística honrou o preceito da barba, defendendo com afinco. Entre os cristãos primitivos, destaca-se, Clemente bispo de Alexandria, cujo nome é Tito Flávio Clemente, nascido em Atenas por volta de 150 d.C. Em seu livro "O Pedagogo" condenou o uso de brincos, roupas coloridas, maquiagem, joias, pintura dos olhos e depilar sobrancelhas, provavelmente superou todos os cristãos primitivos quando escreveu acerca dos males de remover a barba. Como os judeus, Clemente chamava a barba de "adorno natural do homem" e dizia "nunca era permissível" raspá-la. (The Fathers of the Church, 218). "Os fios da barba estão contados", Clemente adverte seus leitores: "Procurar beleza na face lisa e sem pelos é pura efeminação, se feito por um homem." (The Fathers of the Church, 215). Continua o festejado Patrístico: "Deus planejou que a mulher tenha a pele suave e lisa, orgulhando-se nas mechas naturais de seus cabelos, como um cavalo com sua crista", escreveu Clemente. "Mas ao homem, Ele adornou como o leão, com uma barba..." (The Fathers of the Church, 214). Nos calamitosos dias de Clemente, a igreja latina iniciou sua escalada rumo a apostasia, contudo, o preceito da barba ainda era conservado intacto e bravamente defendido.

Nesse diapasão, os zelosos cristãos primitivos acreditavam, obedeciam e ensinavam sabiamente a sã doutrina. Deus fez o homem com barba distinguindo-o da mulher, desse modo era proibido o cristão raspar ou aparar a barba sem ofender Deus, conforme ensina Clemente:

Esta, então, é a marca do homem, a barba. Por ela, ele é reconhecido como um homem. Ela é mais antiga do que Eva. É o símbolo da natureza superior.... Portanto, é uma atitude ímpia profanar o símbolo da masculinidade, os pelos.
Clemente de Alexandria, vol. 2, pág. 276

Quando Clemente taxa de atitude ímpia profanar a barba, leia-se, a barba não deve ser danificada, tosquiada ou aparada. Em ato contínuo o Patrístico exorta:

Sem dúvidas, este distintivo do homem, que é a barba, é mais antigo do que Eva. E é símbolo de uma natureza superior. Deus julgou oportuno que conviesse ao homem o cabelo, e semeou todo o seu corpo com pelos; e tirou de sua costela, quanto do liso e delicado havia, formando - fisicamente receptiva – a Eva, uma mulher, sua colaboradora na procriação da prole e no governo do lar". Então é um tipo de impiedade, e um crime contra a natureza, destruir esse sinal de masculinidade (a barba). Tais coisas, portanto, não convêm aos cristãos. Diz o Senhor: Até os cabelos de vossa cabeça estão contados. Também estão os pelos da barba e de todo o corpo.
Então, de nenhum modo se deve arrancá-los, contra a vontade de Deus, que os tem contado. Acaso não reconheceis, exclama o apóstolo, que Cristo Jesus está em vós?
Clemente de Alexandria, O Pedagogo, 1. ed. Ed. Ecclesiae, 2013. pág. 242

Segundo os sábios ensinamentos de Clemente de Alexandria, quem raspa a barba, age contra a vontade de Deus, Jesus conta todos os nossos cabelos, inclusive os da barba, e vai cobrar no dia do ajuste de contas. Prossegue Clemente:

Raspar-se e depilar-se, adornar os cabelos: tratando-se de um homem, como não conclui que se trata de uma ação degenerada?
Clemente de Alexandria, O Pedagogo, 1. ed. Ed. Ecclesiae, 2013. pág. 240

Raspar a barba era proibido na igreja primitiva, por tratar-se de ação degenerada, regra seguida pelos cristãos primitivos. Nos dias de hoje, com certeza Clemente seria chamado de homofóbico e inflamaria a comunidade homossexual ao escrever:

Mas os homens que se penteiam com esmero, que fazem depilação, raspam a barba e, diante do espelho, pintam as bochechas, não são efeminados?
Clemente de Alexandria, O Pedagogo, 1. ed. Ed. Ecclesiae, 2013. pág. 240

Na Igreja Patrística, o preceito da barba gozava augusta relevância, era considerado afeminado quem danificava o preceito raspando a barba, conforme se comprova nos belos escritos da lavra de Clemente Bispo de Alexandria:

Que afeminado é para o homem barbear-se, pentear-se com fineza e arrumar-se adiante do espelho barbeando-se e rapando-se a barba para que sejam lisas suas bochechas! Porque Deus quis que sejam finas as mulheres e lhe agrada seu cabelo longo como o dos cavalos. Mas enfeitou ao homem com a barba bem como a melena dos leões, e pôs belos em seu peito como um atributo do homem e sinal de sua força e domínio.
Clemente de Alexandria, O Pedagogo, 1. ed. Ed. Ecclesiae, 2013. pág. 195

Os cristãos primitivos usavam barba como norma, diferenciando-se dos povos pagãos, estes, mutilavam as barbas conforme exigia a adoração de suas divindades. A Israel o Senhor ordenou: "É para fazer diferença entre o santo e o profano e entre o imundo e o limpo." Levítico 10:10. Assemelhando-se aos primogênitos, separados para o Senhor, o uso da barba significava submissão a Deus. Um homem sem barba ou de face barbeada e lisa indicava um escravo em submissão a outro homem. Dito de outra forma, a privação de uma barba era, e ainda é em alguns lugares no Oriente, um distintivo de servidão, uma marca de infâmia, degradando o indivíduo no meio dos outros homens, para o nível dos escravos e das mulheres.

Por esta razão, Clemente de Alexandria ensinava com vigor, é dever do cristão usar a barba como preceito, e a retratava como um sinal de virilidade, de força e poder:

Já os homens, assim como os leões, foram ornados com a barba e lhes outorgou virilidade como sinal de força e de poder. Assim também ornou os galos que combatem em defesa das galinhas com suas cristas, como se fosse elmos. Mas tão alto é o apreço que Deus professa por esses pelos que nascem no rosto dos homens, que os faz nascer junto com a prudência, e comprazendo-se em sua majestosa sabedoria, honrou a gravidade do aspecto com o cinza senil.
Clemente de Alexandria, O Pedagogo, 1. ed. Ed. Ecclesiae, 2013. pág. 241

Eis um ornamento natural de inspiração divina rejeitado por pseudos cristãos e ímpios, insultando o Senhor pelo apreço ao aludido preceito. Entrementes, o supracitado preceito era zelosamente acolhido por cristão Patrísticos, a igreja primitiva não tolerava membros rasparem a barba:

Não é lícito barbear a barba, que é beleza natural, beleza nobre, "quem originariamente é barbudo e cuja puberdade está cheia de encanto"… É preciso que quem tenha recebido uma correta educação e em quem resida a paz, deixe calma sua própria barba.
Clemente de Alexandria, O Pedagogo, 1. ed. Ed. Ecclesiae, 2013. pág. 195

Na doutrina da igreja primitiva era proibido, ílicito tirar a barba. A correta educação deixando crescer a barba são frutos dos ensinamentos doutrinários oriundos da igreja cristã primitiva.

Em ato continuo, Clemente de Alexandria enriquece a literatura eclesiástica, ratificando o Preceito da barba oriundo dos ensinamentos apostólicos. Contemporâneo de renomados Patrísticos, defende com autoridade o uso da barba, Preceito adicionado ao acervo doutrinário entregue aos santos, herança apostólica conferida a Igreja Remanescente. Nos calamitosos dias apostólicos o Preceito da barba foi mantido inalterado, segundo Clemente:

Não é licito raspar-se; a beleza natural de quem começa a ter bigode está graciosamente na flor da juventude. E já avançado em idade, unge radiante a barba, sobre a que desceu o perfume profético do venerável Arão.
Clemente de Alexandria, O Pedagogo, 1. ed. Ed. Ecclesiae, 2013. pág. 245

Infere-se no supracitado texto, uma exortação, proibindo raspar a barba e o bigode.

Tertuliano, por sua vez, segue a linha de ensinamento dos Pais da igreja primitiva, segundo seu entendimento os homens cortam a barba por vaidade, assim como a danificam em forma de cavanhaque, cortando-a em redor da boca::

Os homens têm suas próprias vaidades e enganos assim como o cortar a barba muito direito, recortando umas partes e barbeando ao redor da boca.
Tertuliano (197 d.C.)

Ainda no mesmo contexto, convém citar Cipriano, outro Patrístico, atribuía o costume de raspar barba aos pagãos, logo, os cristãos não tinham esse famigerado costume:

Entre seus costumes (dos pagãos) não tinha disciplina. Entre os homens se rapavam a barba.
Cipriano (250 d.C.)

Quanto aos cristãos, ordenou conservar o preceito de Deus inalterado, usando a barba sem danificar, como se vê:

A barba não deve ser rapada. "Não recortem sua barba."
Cipriano (250 d.C.)

Quando ele diz: não recortem suas barbas, claramente ordena não aparar a barba, contrariando a tese de alguns, insistindo em danificar a barba alegando asseio do corpo, exalando imundice no coração. Neste viés, no coração asseado reside a natureza divina, varrendo a imunda vaidade inibindo o cristão aparar sua barba.

Por fim, Clemente de Alexandria ensina aparar o bigode e justifica:

Também o bigode, por motivos de limpeza ao comer, recorta-se as pontas com tesoura, mas sem barbeá-lo o qual seria indecoroso. E sem tocar a barba das maxilas.
Clemente de Alexandria, O Pedagogo, 1. ed. Ed. Ecclesiae, 2013. pág. 195

Clemente proíbe rigorosamente cortar os pelos das maxilas, contudo, alguns religiosos exalando vaidade, defendem uma tese esdrúxula, segundo eles, pelos das maxilas não é barba, reconhecem a proibição de cortar as madeixas laterais, mas, os pelos das maxilas, podem raspar ou aparar não se trata de barba, como exposto, Clemente ensinou com autoridade, as maxilas são barbas como todos os pelos da face e não podem ser tosquiados ou raspados, lembrem-se, Jesus contou todos eles e exige obediência.

Em assim sendo, visando aniquilar qualquer resquício de dúvida, quanto ao uso da barba pela igreja primitiva como norma, convém invocar o Concílio de Cartago, promovido pela igreja primitiva, aproximadamente 200 anos d.C, o famigerado Concílio foi convocado para discutir e tentar solucionar ingentes problemas doutrinários na igreja primitiva, entre eles figuravam o vestuário e a barba, conforme vislumbra-se na citação do Concílio de Cartago:

Qualquer homem que vier à igreja com cabelos longos e a face barbeada e lisa, será excluído da comunhão, pois esse homem está vestido de forma imodesta.
Crocker & Brewster, Nova York, 1832 pág. 154

Na igreja primitiva, usar cabelos longos, fora da norma e barba raspada ou aparada era motivo de exclusão da comunhão da igreja, destarte, a igreja Remanescente, prolongamento da igreja apostólica segue o modelo impondo a mesma regra.

Com esse importe, convém enaltecer o 4º Concílio de Cartago, promovido em 398 d.C, com arrimo nas Escrituras, decretou: "O clérigo não deixará seu cabelo crescer, nem removerá sua barba." A supracitada norma oriunda do 4º Concílio de Cartago, é similar ao Preceito esculpido em Levítico: "Não cortareis o cabelo em redondo, nem danificareis as extremidades da barba." Levítico 19:27. Os cristãos primitivos usavam cabelos tosquiados e barbas longas. Como visto o uso da barba pelos cristãos da igreja primitiva era norma, a decisão do quarto concílio de Cartago configura prova irrefutável desta verdade, em sintonia com as Escrituras.



Uso da barba na Reforma protestante do século XVI e Reavivamento do Século XVIII e XIX



Seguindo o curso das profecias, a igreja fugiu para o deserto, conservando a doutrina apostólica incólume por 1.260 anos. Após os calamitosos dias de provação, a doutrina recebida dos santos finalmente foi entregue aos destemidos servos de Deus da Reforma Protestante do século XVI e do Reavivamento espiritual do século XVIII e XIX. Lutero abriu um precedente deixando a barba crescer, os reformadores europeus deliberadamente descobriram o preceito da barba garimpando a doutrina da igreja primitiva, em ato contínuo rejeitaram o catolicismo e seus nefastos ensinamentos de raspar a barba, reconhecendo a barba clerical como norma obrigatória na Inglaterra e por toda a Reforma.

Nesse diapasão, o glorioso século XVI foi iluminado pelo Grande Despertar ulteriormente conhecido como Reforma Protestante, rompendo com as trevas do catolicismo da Idade Média. No ano de 1517, Martinho Lutero fixou suas 95 teses na porta da igreja do castelo de Wittemberg, na Alemanha, encetou seu ministério condenando a doutrina Católica da salvação pelas obras ancorada na doutrina da satisfação e criticou a vendas de indulgências, elevando a voz de trombeta exaltou a doutrina da justificação, pregando vigorosamente: Visto que a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé, como está escrito "o justo viverá pela fé" Romanos 1:17. O Espirito Santo utilizou os cristãos de Antioquia formando a igreja do deserto, uma fagulha de luz capaz de iluminar a Reforma. Cativos da palavra de Deus, os Reformadores romperam com a supremacia papal, acreditando na salvação unicamente pela fé em Cristo, munidos da verdadeira doutrina iluminaram o mundo com os princípios da igreja primitiva, destarte, na Reforma Protestante os homens passaram a usar cabelos tosquiados e barbas longas, adotaram a igreja primitiva como espelho e norte doutrinário segundo os ensinamentos apostólicos.

Com efeito, a doutrina apostólica fincada nas Escrituras marcou profundamente a Reforma Protestante. Toma-se, por exemplo, um contemporâneo de Lutero, o Reformador inglês Rowland Taylor, pastor da cidade de Hadley, alimentou o rebanho com a verdadeira doutrina. Segundo Foxe:

Taylor havia mantido em sua comunidade o piedoso serviço religioso e a reforma do rei Eduardo VI, com máxima fidelidade e zelo pregava contra a corrupção papista, que havia infectado todo o território a seu redor.
FOXE, John, O Livro dos mártires. 1.ed. Ed. Mundo Cristão, 2006. pág. 191

Após a morte do rei Eduardo VI, Taylor foi perseguido e condenado como herege pelo bispo papista manipulador da sanguinária rainha Católica Mary, substituta do saudoso rei Reformista Eduardo VI, seu irmão.

O intrépido Reformador Rowland Taylor, cativo ao costume apostólico usava barba, orava de joelhos e mãos levantadas, como se vê:

Então o bispo chamou seus subalternos e disse: _ Retirem este sujeito daqui e levem-no para o tribunal do Rei. Digam ao carcereiro para vigiá-lo com rigor.
Então, caindo de joelhos e erguendo as mãos, disse o Dr. Taylor: _ Santo Deus, eu vos agradeço. Da tirania do Bispo de Roma e de todos os seus detestáveis erros, idolatrias e abominações, livrai-nos, bom Senhor.
FOXE, John, O Livro dos mártires. 1.ed. Ed. Mundo Cristão, 2006. pág. 196

As doutrinas da igreja primitiva eram amadas e zelosamente obedecidas na Reforma inglesa, raiz da igreja de Antioquia, conforme vislumbra-se no elucidativo exemplo protagonizado pela esposa de Taylor orando de joelhos e mãos levantadas, semelhante ao Reformador:

A esposa do Dr. Taylor, que entrara no recinto seguindo o marido, ao vê-lo violentamente atirado para fora da igreja, ajoelhou-se, ergueu as mãos e disse em voz alta: - Eu vos imploro, ó Deus, Juiz justo, para vingar o insulto que o idólatra papista está cometendo contra o sangue de Cristo.
FOXE, John, O Livro dos mártires. 1.ed. Ed. Mundo Cristão, 2006. pág. 196

O renomado Reformador, foi surpreendido ao adentrar na igreja, viu um sacrificante papista em seus paramentos, com uma enorme tonsura recém raspada:

Disse então o Dr. Taylor: - Quem lhe deu essa coragem de entrar nesta igreja de Cristo e profaná-la e conspurcá-la com essa abominável idolatria?
FOXE, John, O Livro dos mártires. 1.ed. Ed. Mundo Cristão, 2006. pág. 192

Tonsura, é o nome atribuído a prática idólatra dos monges Católicos de raspar o meio da cabeça em forma de círculo. O Reformador condenou a famigerada prática, era fiel seguidor da doutrina da igreja primitiva de Antioquia, acreditava no preceito da barba e do cabelo tosquiado, não suportando a provocação, resistiu a idolatria papista usando a palavra de Deus, em resposta foi considerado herege, preso e submetido a julgamento inquisitivo.

Como era de se esperar, os cruéis e diabólicos bispos papistas o condenaram a morte no ano de nosso Senhor de 1555 por apontar os erros e idolatrias do papa. O Reformador Rowland Taylor usava barba como norma, tal como a Reforma de Lutero lhes inspirava:

Quando as pessoas viram seu rosto reverendo, de barba branca e comprida, não contiveram as lágrimas e gritavam: _ Deus te salve, bom Dr. Taylor! Que Jesus Cristo te dê forças e te ajude e o Espirito Santo te conforte.
FOXE, John, O Livro dos mártires. 1.ed. Ed. Mundo Cristão, 2006. pág. 205

A fecunda raiz oriunda de Antioquia floresceu e frutificou, os Reformadores adotaram os preceitos cultivados na igreja primitiva, oração de joelhos, mãos levantadas, uso da barba e cabelos tosquiados. Quando a fogueira foi acesa Taylor levantou as duas mãos ao céu e disse: Pai, recebe em tuas mãos a minha alma, permaneceu sem gritar, recebendo um golpe fatal na cabeça faleceu.

Insta tecer alguns comentários acerca do nobre reformador escocês George Wishart, professor da universidade de Cambridge, Inglaterra, geralmente chamado de mestre George da Faculdade de Benet. Comungou dos ensinos de Lutero com arrimo na doutrina de Antioquia, enquanto viveu impediu as trevas Romanas infectar a Escócia. Foi traído por um membro de seu rebanho chamado de John Lander, falsamente acusado diante do bispo romano, como era de esperar, mestre George defendeu a verdade até o último suspiro. No momento do seu martírio ele perdoou e beijou o carrasco responsável por sua execução.

Este imponente reformador, como os demais, também usava barba longa, eles não tinham o hábito de danificar a ponta de suas barbas, John Foxe, assim descreve o mestre George:

Era considerado um tipo melancólico por sua fisionomia, cabelos pretos, barba longa e personalidade agradável. Era bem falante, como são os escoceses, cortês, humilde, amável, ensinava com prazer, aprendia com avidez e viajava muito.
FOXE, John, O Livro dos mártires. 1.ed. Ed. Mundo Cristão, 2006. pág. 218

Mestre George era um reformador modesto, temperante e temente a Deus, jejuava um dia em cada quatro, incansável defensor da verdade foi traído, julgado na inquisição e condenado. Segundo relatos esculpidos no livro dos Mártires:

O Mestre George Wishart, homem abençoado por Deus, foi levado à morte por David Beaton, o cruel arcebispo e cardeal da Escócia, no dia primeiro de março de 1546, d.C.
FOXE, John, O Livro dos mártires. 1.ed. Ed. Mundo Cristão, 2006. pág. 222

No momento da execução, provou sua fidelidade aos preceitos divinos orando de joelhos.

Com efeito, outro ícone e modesto reformador surgiu em 1528, William Tyndale, pregou aos cristãos a importância do preceito da barba. Semelhante a Clemente e Cipriano, condenou a prática do cristão se barbear, asseverando: "foi copiada dos pagãos" e proclamava "a nação barbeada coloca Cristo para fora da sala" (Oxford English Dictionary XV). Destarte, as denominações religiosas ao ensinarem seus membros se barbearem, expulsam Cristo de suas igrejas, segundo as Escrituras: "E, quanto a vós outros, até os cabelos de vossas cabeças estão contados." Mateus 10:30. Quem se levanta contra a doutrina de Cristo, enfrenta o próprio Cristo. William Tyndale, era poliglota, falava fluentemente seis idiomas, traduziu a Bíblia para o idioma Inglês utilizando o "textus receptus", cópia do Novo Testamento da lavra de Luciano de Antioquia, servindo de base para a Bíblia inglesa King James.

Merece destacar outro festejado campeão da Reforma, incansável defensor da verdade, covardemente silenciado pela fogueira romana, trata-se do mestre John Bradford. Nasceu na cidade de Manchester, em Lanashire. Foi sentenciado no reinado da sanguinária rainha Mary, condenado a morte na fogueira em Smithfield no ano de 1535, também usava barba como os demais reformadores, Foxe o descreve como um homem de porte físico:

Bastante alto e esguio, magro de cor avermelhada com barba castanho-clara. Geralmente não dormia mais que quatro horas por noite. Na cama, enquanto o sono não chegasse, seu livro não lhe saia das mãos.
FOXE, John, O Livro dos mártires. 1.ed. Ed. Mundo Cristão, 2006. pág. 295

Chegando em Smithfield acompanhado de guardas, Bradford estirou-se sobre o chão orando ao Senhor fervorosamente pediu forças para suportar as chamas. Em seguida caminhou para a fogueira bravamente, selando seu destino. Vislumbra-se no momento da execução dos Reformadores, prostrar-se humildemente em oração entregando a Deus seus espíritos.

O próximo reformador em destaque chama-se Thomas Crammer, nasceu na aldeia de Aslacton, no condado de Nottingham Inglaterra, foi chanceler do rei e Arcebispo de Cantuária. Crammer solucionou um grave incidente envolvendo o rei Henrique VIII, recém-casado com a mulher de seu irmão. Sob orientação de Crammer, Herique VIII renegou o juízo papal divorciando-se de sua esposa espanhola, pupila do Papa. Crammer, ganhou os favores do rei, todavia, despertou a fúria de Mary filha da rainha espanhola rejeitada, posteriormente Mary tornou-se rainha da Inglaterra e não deixou barato a interferência de Dr. Crammer no episódio supracitado, perseguindo-o ferozmente.

Se faz necessário trazer à baila o fato da reforma inglesa sofrer forte influência de Martinho Lutero lustrada pela doutrina de Antioquia, Crammer era um fiel seguidor da doutrina Católica até conhecer os iluminados escritos de Lutero:

Crammer ia aos poucos eliminando seu velho ranço, usando-os qual pedra de amolar até que no fim, quando Martinho Lutero se insurgiu, dias mais iluminados e felizes para o conhecimento de Deus despertaram as mentes humanas para a luz da verdade Nessa época, aproximadamente aos trinta anos de idade, Crammer abandonou todos os antigos estudos e empregou toda a sua capacidade mental no debate de questões de religião.
FOXE, John, O Livro dos mártires. 1.ed. Ed. Mundo Cristão, 2006. pág. 307

Antes de receber luz dos escritos de Lutero, Crammer estudava os livros de Faber e Erasmo. Após conhecer a verdade Crammer passou a imitar Lutero, adotando as Escrituras, rebateu as heresias, idolatrias e apostasia católica:

Naquele momento, imitando o exemplo de Lutero, ele tirou da manga esquerda uma apelação que no ato lhes entregou dizendo: Eu apelo para o próximo concílio geral.
FOXE, John, O Livro dos mártires. 1.ed. Ed. Mundo Cristão, 2006. pág. 328

Crammer defendeu bravamente a sã doutrina, semelhante a Lutero conservava e pregava o uso da barba, Crammer adotou o nobre preceito inspirado na igreja primitiva:

Crammer era um homem de estatura média, de pele sem manchas e um tanto avermelhado. À época de sua morte, tinha a cabeça calva mas exibia uma longa barba branca espessa. Tinha sessenta e seis anos de idade quando o queimaram.
FOXE, John, O Livro dos mártires. 1.ed. Ed. Mundo Cristão, 2006. pág. 325

Sua condenação foi lavrada no dia 12 de setembro de 1555, dezoito dias antes da condenação do Bispo Ridley e do mestre Latimer. Após três longos anos de prisão e privação, Crammer fraquejou assinando um documento renegando sua fé reconhecendo os ensinamentos do papa, no entanto, no dia de sua morte decretado pela cruel rainha Mary, saciando sua sede de vingança, quando todos esperavam sua retratação em público, ele asseverou:

Agora e aqui eu renuncio a elas e as rejeito como algo escrito pela minha mão, mas que é contrário à verdade em que sempre acreditei no meu coração. Escrevi aquilo por medo da morte e, se fosse possível, para salvar minha vida. Estou falando de todos aqueles bilhetes e textos que escrevi ou assinei de meu próprio punho desde a minha degradação. Ali escrevi muitas coisas falsas. E pelo fato de que minha mão direita pecou ao escrever contra o meu coração, ela será a primeira a chegar ao fogo, a primeira a ser queimada.
Quanto ao Papa, eu o rejeito, como inimigo de Cristo, como anticristo, com todas suas falsas doutrinas.
FOXE, John, O Livro dos mártires. 1.ed. Ed. Mundo Cristão, 2006. pág. 333

Como era de se esperar, depois de denunciar o Papa e seus sequazes como anticristo publicamente opondo-se a doutrina da transubstanciação, leia-se, nos ensinos papista a hóstia e o vinho da missa eram o corpo e o sangue literal de Cristo, doutrina questionada pelos reformadores, muitos selaram a rejeição dessa famigerada doutrina com sangue. Crammer foi conduzido para a praça onde os mártires eram queimados, Smithfield:

Chegando ao local onde os santos bispos e mártires de Deus, Hugo Latimer e Nicholas Ridley, haviam sido queimados antes dele, ajoelhou-se e orou a Deus. Sem prolongar-se muito em sua oração, despediu-se de suas vestes ficando apenas de camisa, e preparou-se para a morte. Sua camisa era longa, caindo-lhe sobre os pés. Estava descalço e tinha a cabeça descoberta. A barba, longa e espessa, deixava-lhe o rosto maravilhosamente grave.
FOXE, John, O Livro dos mártires. 1.ed. Ed. Mundo Cristão, 2006. pág. 334

Crammer não aparava a barba, assim como os outros reformadores usava este preceito por puro amor a sã doutrina, quando foi queimado cumpriu sua promessa:

Quando a lenha foi acesa e o fogo começou a queimar perto dele, estendendo o braço, pôs a mão direita no meio das chamas e ali a segurou firme, imóvel(exceto quando a recolheu para passa-la sobre o rosto). Ele queria que todos pudesse ver a mão queimando antes que seu corpo fosse tocado pelas chamas.
FOXE, John, O Livro dos mártires. 1.ed. Ed. Mundo Cristão, 2006. pág. 335

Fiel as Escrituras, Martinho Lutero conservava barba longa ensinando os membros de sua igreja usa-la como preceito, sem aparar, dessume-se, Lutero trouxe a luz não só para Crammer, mas para toda a reforma inglesa e mundial, resgatando os pormenores da doutrina da Igreja primitiva, inclusive o uso da barba.

Por fim, destaca-se o renomado pregador Carlos H. Spurgeon, figura expressiva do reavivamento do século XIII na Inglaterra, ficou conhecido como o príncipe dos pregadores, quando jovem foi ardente estudioso da Bíblia e da literatura sobre os mártires, como se vê:

Carlos, quando ainda criança, interessava-se pela leitura de O Peregrino, pela história dos mártires e por diversas obras de teologia. É impossível calcular a influência dessas obras em sua vida.
BOYER, Orlando. Heróis da Fé. 55.ed. Ed. Casa publicadora das Assembleia de Deus, 2016. pág. 188

Carlos Spurgeon agonizava com sede de conhecimento, dedicou-se ao estudo da Igreja primitiva descobrindo o Preceito da barba espelhado nos cristãos primitivos. Os Patrísticos usavam barba como doutrina, Spurgeon se encantou com a verdade doutrinária, não somente ostentava uma barba luxuriante, mas pregava arduamente para os membros da sua igreja deixarem crescer a barba, segundo o eloquente pregador: "é um hábito muito natural, bíblico, masculino e benéfico". E acima de tudo, conclui-se, o Preceito da Barba foi ordenado por Deus, usada por Jesus, os apóstolos, Igreja de Antioquia, Igreja do deserto, Reforma Protestante, pioneiros adventista e Igreja Remanescente.


OS PIONEIROS ADVENTISTAS

É pertinente tecer comentários seguros acerca da formação da doutrina adventista. De fato, os Pioneiros Adventistas usavam barbas, contudo, a construção doutrinária foi lenta, paulatina, justificando alguns irmãos usarem barba outros não usarem de inopino. De igual modo, seguiu as demais doutrinas, toma-se por exemplo, o regime alimentar, Haskell pregava ao povo abster-se do consumo de carne de porco, no primeiro momento Ellen White reprovou, fundamentando esperar os esclarecimentos divinos aprovando ou rejeitando, segundo Ellen White, o Senhor iluminaria acerca da questão a seu tempo. Assim sendo, ao estudarem a igreja primitiva em seus pormenores incluíram na incipiente doutrina as luzes colhidas, como ósculo santo, lava pés na Santa Ceia e o uso da barba.

Como é cediço, Tiago White e outros pioneiros usavam longas barbas, como se vê em suas fotos. Doutrinariamente, é óbvio, eles não eram contra, seria incoerência ensinar os irmãos rasparem a barba, negando com as obras, usando longas barbas, ademais, os Pioneiros Adventistas não permitiam a introdução de modas seculares no seio da igreja, portanto, inferimos, os Pioneiros jamais usariam longas barbas, por mero amor as modas seculares, tradição humana ou costumes sociais.

Nesta senda, para espancar qualquer resquício de dúvidas, merece destacar escritos da lavra dos próprios Pioneiros referendando o uso da barba doutrinariamente, reprovando rigorosamente raspar a barba:

... não temos objeções a um crescimento de barba em todas as partes do rosto, como a natureza o projetou, mas onde qualquer parte da barba é removida, nós pensamos que os irmãos erram muito com a sobriedade do cristão.
Advent Review, and Sabbath Herald, vol. 27 may 8, 1866, pág. 180

No supracitado texto, ficou claro, a recomendação dos Pioneiros remete os irmãos deixarem suas barbas crescerem, diziam eles, quem raspa sua barba erra ao removê-la, e erra como cristão, o Preceito da barba foi adotado por Cristo, Igreja primitiva, Igreja do deserto, Reforma, Pioneiros Adventistas e Igreja Remanescente.

Em outro elucidativo episódio, uma irmã inconformada, reclama a Ellen White repudiando a prática pecaminosa do irmão Loughborough, raspando a barba seguindo as modas do dia, a irmã White replicou no sentido de condenar a prática pecaminosa exortando-o deixar a barba crescer na medida concedida por Deus. Merece destacar, a reclamação da aludida irmã pesarosa e sobrecarregada de temores pelo comportamento indevido de Loughborough, ela disse:

Eu gosto da pregação de Loughborough, mas lamento vê-lo seguindo as modas do dia.
Em que sentido? Perguntou a irmã White.
"Porque," disse a mulher, "na forma de raspar a barba. Ele deixa um bigode sobre os lábios superior, e um cavanhaque em seu queixo"
A senhora White respondeu: "Se esse é todo o seu problema com ele, eu posso aliviar sua mente ao mesmo tempo. Ele não raspar em tudo. Ele permite toda a barba crescer que Deus lhe deu, e suponho que quando o Senhor lhe dá mais, ele vai deixar isso crescer, também."
J.N Loughborough – Milagres na Minha Vida, pág. 51

No presente episódio vislumbra-se amadurecimento do Preceito da barba no adventismo, os Pioneiros recebiam luz paulatinamente, confirmando-as no crivo das Escrituras, praticando em seguida. Nota-se na fotografia, o irmão Loughborough atender os ensinamentos da irmã White, no sentido de conservar sua barba isenta de mutilações obedecendo o preceito divino.

Nesse compasso, convém frisar, pastores e teólogos pregam doutrinas populares, agradáveis, estimulando apostasia e secularismo na igreja. Empenhados em auferir lucro, desprezam a doutrina primitiva maculando o Preceito da barba, contudo, a verdade sempre triunfa rompendo as densas trevas, os detentores dos depositários White somam esforços na vã tentativa de esconder a verdade, contudo, não lograrão êxito, o lampejo de luz alimentado pelo óleo da verdade iluminará os sedentos de conhecimento, desejosos de seguir a sã doutrina entregue aos santos, deleitando-se em defendê-la. Os textos elencados comprovam, sem dúvida, os Pioneiros Adventistas usavam barbas por preceito, contrariando os Adventistas nominais empenhados em denegrir e encobrir esta impopular verdade axiomática, pagando alto preço por sua transgressão, o Senhor se retirou da igreja Adventista nominal para não mais andar com ela por recusar a sã doutrina.

Signs of the Time 25/05/1882. "muitos, por descuido, se atrasam esperando até o começo do Sábado para então engraxarem as botas e rasparem a barba, não deve ser assim, se por negligência, desrespeito suficiente pelo tempo sagrado de Deus, deixando a barba por fazer e as botas por engraxar até que o Sábado tenha passado".
Observador da verdade, maio-junho de 1986, pág.25). (FREITAS, Olmício N. Ide e Ensinai. 1.ed. Ed. Missionário a Verdade Presente, 2000. pág.211-212

Com efeito, o conjunto probatório ratificando a veracidade axiomática do Preceito da barba é robusto, incontestável, contudo, líderes religiosos, ignorando o acervo comprobatório apresentado, tentam macular o supracitado preceito fincados em texto isolado carente de veracidade. Explico, não se vislumbra o suposto texto em nenhum livro de Ellen White, os Adventistas são ferrenhos opositores do Preceito da barba, se o aludido texto existisse no formato apresentado, com certeza lustraria os livros de Ellen White dizimando a doutrina da barba com um único texto isolado.

Nesse compasso, diga-se, o supracitado texto encontra-se na revista Observador da Verdade, propriedade da Igreja Adventista do Sétimo Dia Movimento de Reforma, popularmente conhecidos como 2% (dois por cento), antigamente apresentavam o aludido texto com a expressão "esperando até o começo do sábado para então engraxarem as botas e fazerem a barba", por fim, ampliaram a expressão rasparem a barba. Haja vista, o contexto de fazer a barba se traduz em arrumar a barba, não raspar. Em nenhum livro de Ellen White encontra-se o aludido texto no formato apresentado, unicamente nas publicações da igreja Movimento de Reforma, a exemplo da revista Observador da Verdade e no livro Ide e Ensinai encontra-se o suposto texto falsamente atribuído a Ellen White, forçando duvidar do texto elencado por falta de comprovação nos livros da irmã White. Considerando a oposição dos Adventistas do sétimo Dia ao Preceito da Barba, se o referido texto existisse nos depositários White com certeza seria publicado, no entanto não existe o referido texto em nenhum livro da irmã White da forma apresentada.

É de bom tom iluminar os sinceros trazendo à baila a veracidade dos fatos. O verdadeiro texto encontrado nos Testemunhos sinaliza:

Na sexta-feira deverá ficar terminada a preparação para o sábado. Tende o cuidado de pôr toda a roupa em ordem e deixar cozido o que houver para cozer. Escovai os sapatos e tomai vosso banho.
Em muitas famílias (no sábado) as botas e os sapatos são engraxados e polidos, e fazem-se pequenos consertos, e tudo isso por que essas minúcias não foram feitas na sexta-feira. Esqueceram-se da ordem: Lembra-te do dia do sábado para santificar ...
WHITE, Ellen Golden. Orientação da Criança. 4. ed. Ed. Casa publicadora Brasileira, 1988. pág. 528

Quiçá, aproveitaram o verdadeiro texto da lavra da irmã White, vastamente encontrado em seus livros, desfigurando, adulterando e ampliando-o, encontrado somente nas publicações da Igreja Adventista Movimento de Reforma especialmente na revista Observador da verdade e citado no livro Ide e Ensinai.

Causaria estranheza a irmã White exortar o pastor Loughborough usar a barba, impedindo apará-la, e escrever o suposto texto apontado ordenando raspar a barba toda sexta-feira. O presente estudo alicerçado em provas contundente, comprova o uso doutrinário da barba na igreja apostólica, igreja no deserto, Reforma Protestante e adventismo com robusto acervo comprobatório na linha de colisão com o texto isolado. Ademais, se o adventismo foi prolongamento da igreja apostólica, com certeza o preceito da barba integra o acervo doutrinário.

Por fim, é forçoso, concluir, conforme apresentado, o irmão Loughborough raspava a barba, depois da igreja consolidar o entendimento favorável ao Preceito da barba, o aludido irmão deixou a barba crescer conforme exigência do Preceito, endossado por Ellen White, portanto, antes de consolidar o entendimento do Preceito da barba, alguns irmãos raspavam ou mutilavam suas barbas, depois da igreja recepcionar o Preceito da barba os irmãos a usaram sem danificar, conforme doutrina da Igreja primitiva.



Quem removeu o preceito da barba da igreja?



Galgando os livros de História antiga, conclui-se. Entre as nações pagã da antiguidade, o Egito se destaca no quesito repudio da barba, as leis egípcias proibiam o uso da barba, forçavam seus escravos rasparem a barba, inclusive José. Como cediço, o Egito, em sentido bíblico, representa o mundo e suas vaidades, luxurias e corrupções.

Posteriormente e por outros motivos, Alexandre, o Grande, introduziu na Europa o costume de barbear os soldados por motivo bélico. Documentos antigos exibem ordem de Alexandre obrigando os soldados do exército rasparem as barbas, temendo os inimigos segurarem a barba degolando-os. Esse costume foi introduzido no império romano pelo grande general Scipio Africanus (Públio Cornélio Cipião) no terceiro século antes de Cristo. Continuou até o princípio do segundo século depois de Cristo, quando o imperador Adriano liderou a volta ao uso da barba. Mas o imperador Constantino o reintroduziu, e ao fazer-se "sumo pontífice" da igreja em Roma e das outras igrejas subjugadas, a moda pegou entre os "cristianizados" do seu império.

Em momentos diferentes da sua história atendendo circunstâncias diversas, a Igreja Católica autorizou ou proibiu o pelo facial chamado ("barbae nutritio"). A grande maioria do clero romano ou igreja latina raspa a barba.

Nesta senda, como a igreja Católica conseguiu eliminar este preceito? Na Enciclopédia e dicionário Internacional, letra B, p. 1196/97 diz: O primeiro a raspar a barba na igreja foi o papa Leão III, eleito entre os anos 772 a 795 a.D. O clero do Ocidente seguiu o mesmo exemplo de Leão III. Eis o decreto:

A barba deve-se fazer a miúdo, quando tivermos de falar com pessoas de respeito. Devemo-nos apresentar de barba feita no mesmo dia.
Nova Cartilha de doutrina cristã pág. 286 – 6° parágrafo

O aludido decreto, ordena raspar a barba em consideração aos ilustres governantes seculares e deita por terra o preceito da barba ordenado pelo Soberano do Universo em total desrespeito ao Deus único e verdadeiro.

Observa-se a igreja Católica romana, através de Leão III, pulverizar arbitrariamente o preceito da barba, seguido por seus sequazes, de outro lado, a igreja do Oriente, rejeitou a malsinada medida, resultando no cisma entre a igreja do Ocidente e igreja Oriental, posteriormente a divisão foi mitigada, contudo, ocorreu outro incidente no ano de 1054 acerca da trindade, desencadeando o cisma (divisão) definitivo entre a igreja do Oriente (Igreja grega) e Igreja do Ocidente (Igreja latina), as duas igrejas apostataram envolvidas com poder secular, Roma com os Francos e Constantinopla com Constantino, Imperador Romano. Vale lembra, os ensinos apostólicos oriundos da Igreja Síria (Antioquia) defendidos por Luciano permaneceu firme, não foi contaminado pela política secular, desenvolveu-se independente de Roma e Constantinopla frutificando na Irlanda (Patrick), Escócia (Columba), Inglaterra (Aidan), País de Gales (Dinoto) e França, Alemanha e Itália com Columbano, fincando raízes até o advento da Reforma Protestante.

É digno de nota, o fato dos padres Católicos rasparem as barbas. Durante a Idade Média, a barba sinalizou a separação ocorrida na Igreja Cristã com a realização do Cisma do Oriente. Muitos dos clérigos católicos eram aconselhados rasparem a barba distinguindo-se dos integrantes da igreja Ortodoxa Grega. Eles os fazem desde 1054 d.C para diferenciarem-se da Igreja Ortodoxa Grega, cujos sacerdotes conservam o Preceito da barba ostentando suas longas barbas.

Nessa senda, nos últimos dias, as igrejas evangélicas, filhas de babilônia seguem os mesmos ensinamentos da mãe, bebem do vinho de sua doutrina diabólica e deletéria. Criticam a sã doutrina e zombam de Deus e seus servos. Contudo, a igreja de Cristo, é perseverante: "os que guardam os mandamentos de Deus e tem o testemunho de Jesus." Apocalipse 14:12..

Reitera-se por fim, a igreja Católica liderada pelo papa Leão III ordenou seus membros rasparem a barba, entrementes, a igreja Remanescente escolheu o Senhor, defendendo vigorosamente a sã doutrina, amando e obedecendo os Mandamentos Estatutos e Preceitos. Rejeitando com todas as forças os dogmas papais, vaidades e secularismo, AMÉM.



Autor: Walber Rodrigues Belo