O Primeiro Texto Controvertido (Romanos 10:2-4)
A habitual apostasia grassando na seara religiosa impede os cristãos comungarem com Deus culminando em ganância, avareza e cegueira espiritual. Amam o pecado e por amor ao pecado recusam conhecer o Senhor e sua doutrina. Em assim sendo, deturpam as Escrituras para firmar teses infundadas escoradas em narrativas espúrias. Destarte, colidem com as Escrituras removendo contextos do devido lugar para pecarem de consciência leve, a exemplo do texto em comento Romanos 10:2-4, contudo, trata-se de engano fatal, o fato de transgredirem as Escrituras sob alegação de agir com sinceridade não exclui o peso do pecado, muito menos da penalidade aplicada para o caso.
Nesse viés, Cristo aponta o cumprimento profético esculpido no livro do profeta Isaías destacando a hipocrisia religiosa do seu tempo, com propriedade ele disse: Mateus 15:7-9. Fazendo um paralelo aos dias atuais é forçoso apontar a doutrina da prosperidade, imortalidade da alma e êxtase pentecostal como exemplos do cumprimento profético em andamento nos últimos dias, muita profissão de fé, pouca espiritualidade e nenhuma obediência a sã doutrina, os religiosos honram Jesus apenas de lábios nutrindo corações pecaminosos dominados pela cobiça, amam prazeres, lucro fácil e ganância, distanciando-se da verdade. E o mais grave, não medem esforços para inocular mentiras, narrativas, mandamentos de homens, suplantando a verdade, tornando-a impopular, odiada e considerada entrave na satisfação de desejos pecaminosos dos corações avarentos. Vislumbra-se suposto reavivamento, desnudo de eficácia, trata-se de profissão de fé famélica, carente de espiritualidade, fadada a morte por inanição espiritual.
Paulo, por sua vez, advertiu a igreja dizendo: Atos 20:29-30. A profecia do festejado apóstolo se confirma nos últimos dias, pastores macabros desviam almas dos retos caminhos do Senhor, abarrotando suas denominações religiosas, oferecem palha e feno como alimento (prazeres e entretenimento seculares, disfarçados de religiosidade), a supracitada profecia encontra-se em pleno cumprimento, exatamente como anunciou o apóstolo.
É imperioso relatar o propósito dos pastores arrivistas ou lobos devoradores, com certeza, não é preparar almas para Cristo, mas destruir as almas em busca de lucros, através da famigerada doutrina da prosperidade, são lobos disfarçados de ovelhas: Ezequiel 22:27. Eis o real motivo de pastores evangélicos denegrirem a doutrina da igreja primitiva, blasfemar contra a Lei e as regras virtuosas da moral, o lucro vil, enchem as igrejas de pecadores envoltos em seus pecados, não pretendem leva-los aos pés de Cristo para limpar as impurezas pecaminosas, pelo contrário, alimentam iniquidades, reforçam natureza pecaminosa com secularismo, prometem salvação em pecados, sem cruz, para abrir o bolso dos incautos, amantes dos prazeres espúrios.
Com efeito, lobos devoradores infiltraram-se na igreja de Deus, todavia, não permanecerão, hão de se manifestar com doutrinas satânicas arremessando pedras contra a sã doutrina, segundo João, saíram porque não são dos nossos: I João 2:19. Centralizam seus alvos, focando apenas em coisas terrenas, lucro fácil, dízimos e ofertas, são inimigos de Cristo: Filipenses 3:18-19. São mestres em torcer as Escrituras, mudar a verdade em mentira e enganar corações remissos, honram a criatura (Papa) em detrimento do Criador (Deus), a título ilustrativo, vislumbra-se o alegado quando veneram o domingo negando o dia do Senhor o santo Sábado: Romanos 1:25. Entrementes, os guias enganadores não ficarão impunes, serão devorados pelo dragão juntamente com seus seguidores, rejeitaram a luz oriunda da cruz, transgredindo os mandamentos do Senhor: Isaías 9:16. Observe-se a malsinada promessa de salvação, sem cruz, consumida nas chamas da perdição. Estes falsos guias, insistem ensinar rebelião contra a lei de Deus, desviam o povo do caminho reto, fazendo-os tropeçar nas veredas do secularismo, por isso receberão a visitação do Senhor: Malaquias 2:8-9. Embora se intitulem povo de Deus, arautos da fé e lavados no sangue do Cordeiro, às sagradas Escrituras rotulam de povo rebelde, mentiroso, transgressores da Lei do Senhor: Isaías 30:9. Tecem planos divorciados da sã doutrina, uma vez por todas entregue aos santos: Judas 3. Odeiam a sã doutrina recebida, ensinada e obedecida pelos santos. Rebeldes contra o Senhor e sua Lei, multiplicam pecado sobre pecado em suas denominações: Isaías 30:1. Interessante notar a malsinada postura de pastores evangélicos, elaboram planos visando arruinar almas, alegando inspiração divina sob o efeito do êxtase do espiritismo, sacrificam almas sob altar de Satanás, como oferta, fomentando pecado sobre pecado em suas denominações.
Como se percebe, é impossível negar a existência de textos das Escrituras difíceis de entender, máxime, para os pervertidos amantes dos prazeres, rebeldes contra a doutrina apostólica e a lei de Deus, torcem as Escrituras ensinando seus adeptos transgredirem a lei para sua própria perdição: II Pedro 3:16-17. O supracitado texto lavrado por Pedro adverte a igreja de Deus, seu objetivo é preservar os crentes protegidos dos enganos satânicos, manifesto através de seus agentes revestidos de anjo de luz. Existem alguns textos nas Escrituras referentes à Lei, a qual os agentes do inimigo torcem, em sua ótica, foram cravados na cruz por Cristo. Todavia, Paulo afirmou acreditar nos escritos dos profetas obedecendo fielmente a lei: Atos 24:14. Os Fariseus legalistas acusaram Paulo de transgredir a Lei, neste episódio, foi-lhe ofertado preciosa oportunidade de anular a Lei, cravado na cruz, todavia, ele ratifica obediência a Lei e aos escritos dos profetas. Quando aconteceu este evento Jesus havia falecido há muitos anos, Paulo continuava ensinando e guardando fielmente os Dez Mandamentos, juntamente com a igreja primitiva, negando a narrativa de cravar a lei na cruz.
Ainda no mesmo contexto, diga-se, se Paulo ensinou transgredir a lei, no elencado texto desperdiçou bela oportunidade de demonstrar repudio a Lei. Em verdade, o festejado apóstolo se manifesta de modo contrário, afirmando acreditar na vigência da lei e nos profetas. Sabendo disto, Satanás não mediu esforços para perverter está axiomática verdade. Em assim sendo, se faz necessário analisar o primeiro texto controvertido cunhado no livro de Romanos. Na visão evangélica, Cristo cravou a lei na cruz, porque está escrito: o fim da Lei é Cristo: Romanos 10:2-4. No aludido texto, se faz necessário perceber Paulo chamando atenção dos judeus para o zelo por Deus, contudo, sem entendimento, desconhecimento da justiça de Deus, estabelecimento da própria justiça para obedecer a Lei, por fim, objetivo da Lei, imputação da justiça de Cristo sobre quem crer e obedece.
Como cediço, os judeus trilharam a vereda do legalismo, ancorados em sua justiça desprezaram a graça auxiliadora forçando Paulo exorta-los. Segundo o renomado apóstolo, ignoraram a necessidade de absorver a justiça de Cristo para obedecer, procuraram estabelecer padrão de obediência formalista fincados em sua justiça, trapo de imundice para Deus, completamente alheios a necessidade da absorver a justiça de Cristo para obedecerem a Lei, Com efeito, os religiosos isolam fragmentos do texto Oséias 4:6. Como exposto, alicerçado no professo zelo por Deus, Israel caiu na armadilha da autossatisfação legalista. Segundo o profeta: Oséias 10:1. Alheios a justiça de Deus, naufragaram no legalismo buscando vigorosamente alcançar justiça pelas obras da lei. Consideraram sacrifícios, ordenanças e cerimônias meio de justiça, rejeitando a sólida fragrância da justiça Messiânica. Destarte, sua religião degenerou em mero formalismo de autoglorificação e autossuficiência, acreditando se justificarem pela obediência da Lei. Nos últimos dias, religiosos negacionistas ignoram a função da Lei (apontar o pecado), desse modo, rejeitam o conhecimento da justiça de Cristo esculpida na sã doutrina. Em assim sendo, trilham o caminho legalista dos judeus, diferindo da ênfase, o judaísmo fincado na lei e os evangélicos ancorados na presunção com verniz de fé, contudo, participam do mesmo fim, a morte.
para adulterar o contexto. Analisando o texto em seu legítimo contexto. Vislumbra-se Paulo asseverando: Os judeus têm zelo por Deus e sua lei, todavia, sem entendimento é um zelo cego, sem a verdade do Messias. Desprezando a justiça, ou natureza divina de Cristo reinando em seus corações, trilharam o caminho do legalismo, estabeleceram sua própria justiça, trapo de imundícia para Deus, tentaram o impossível, guardar a lei revestidos de natureza pecaminosa, por mero esforço humano, sem Cristo. O impudico esforço resultou em rejeição do Messias e perdição da nação judaica, o povo pereceu por falta do conhecimento da justiça de Cristo:No texto em comento, Paulo traz a lume desconhecimento da justiça de Cristo pelos Hebreus e estabelecimento da própria justiça para obedecer a Lei e finaliza, o fim, objetivo da Lei é Cristo auxiliar o penitente imputando sua justiça para santificar o pecador e capacitá-lo obedecer a Lei. Por fim, relata zelo cego, sem entendimento dos judeus e o completo desconhecimento da justiça de Cristo, destarte, mediante os motivos ventilados afirmou,
, na ótica evangélica o fim da lei é Cristo, significa, Cristo pôs fim a lei, cravando-a na cruz, permitindo o homem matar, roubar, adulterar, adorar ídolos, cobiçar, transgredir o Sábado etc. No entanto, é forçoso compreender o significado da palavra no verdadeiro contexto.Em verdade, a palavra Romanos 10:4. Não olvidando, o escopo (alvo, objetivo) da Lei não visa salvação, a lei não tem esse condão, vejam: Gálatas 3:21. A finalidade da Lei não é justificar, mas, aproximar o pecador de Cristo para ser justificado, revestido com seu manto de justiça. Em assim sendo, como a lei aproxima o pecador de Cristo? Certamente, mostrando o pecado para evitá-lo. Embora, por si só, nenhum homem tem força para abandonar o pecado, é possível conhecer o pecado e repudia-lo com auxílio de Cristo, tomando emprestado sua justiça (natureza divina), habilitando o penitente pecador obedecer a Lei por amor reconciliando-o com Deus. Em suma, o objetivo da lei é Cristo, aponta o Messias, único capaz de restaurar o pecador cobrindo com sua justiça para obedecer a Lei, segundo afirmou Paulo no final do versículo . O pecador justificado, foi perdoado, necessita da lei apontar o pecado para não reincidir e da justiça de Cristo para continuar obedecendo.
no aludido texto vem do grego “telos” significa alvo, objetivo. Nesse contexto, a correta tradução do texto em comento, reza:Noutro giro, vislumbra-se os judeus perecerem por não acreditarem no fim do ministério de Moisés, ou fim da lei Cerimonial, com seus tipos e sombras apontando para Cristo, o único capaz de revesti-los com sua justiça. Sem Cristo é impossível obedecer a Lei Moral, sem a justiça de Cristo (natureza divina) temperando, aperfeiçoando o esforço humano, resta apenas zelo cego, sem entendimento e coração vazio de justiça, carente de amor, portanto incapazes de obedecer a Lei: Romanos 7:12. Eis a impossibilidade de guardar o Decálogo em virtude da sua santidade, a Lei é santa, justa e boa exigindo justiça do homem para respeitá-la, amá-la e obedecê-la. O problema dormita na humanidade, os herdeiros de Adão perderam a justiça no evento do pecado, carecendo tomarem emprestada de Cristo para obedecer a Lei: Romanos 7:14. O supracitado texto expõe contradição cavalar ente pecador e Lei. A Lei é espiritual, o pecador carnal, a lei é santa, o pecador inclinado ao mal, nesse viés, vislumbra-se o desespero de Paulo visando alcançar pureza, perfeição e justiça, contudo, por si só, era impotente para alcança-la, foçando o festejado apóstolo clamar ao Senhor: Romanos 7:24. É-nos impossível, por nós mesmos, escapar do pecado. O festejado apóstolo conhecia o Plano de Redenção, sabia da potencial impiedade reinante no coração natural, sem Cristo, é impossível transformar o coração, amar ou obedecer a santa Lei de Deus. Segundo as Escrituras: Jó 14:4. Enquanto o coração permanecer impuro, contaminado pela natureza pecaminosa, o pecador se torna inimigo de Deus, inclinado a satisfação da carne, sujeito a morte: Romanos 8:7. A inclinação da carne separa o pecador do Criador, todavia, não há motivo para desespero, existe um escape, Cristo. A princípio, compete distinguir o esforço humano alicerçado na educação, cultura, exercício de vontade, conduta humana, todos empunham esfera de ação colhendo resultados embora impotente para purificar o coração, obra destinada ao Espírito Santo, único capaz de restaurar o pecador. O aludido esforço humano pode conduzir procedimento superficialmente correto, contudo, não pode mudar o coração, é incapaz de purificar os mananciais da vida imputando justiça:
É preciso um poder que opere interiormente, uma nova vida que proceda do alto, antes que o homem possa substituir o pecado pela santidade. Esse poder é Cristo. Sua graça, unicamente, é que pode avivar as amortecidas faculdades da alma, e atraí-la a Deus, à santidade. Disse o Salvador: Aquele que não nascer de novo – não receber um novo coração, novos desejos, propósitos e motivos, que conduzem a uma nova vida – não pode ver o reino de Deus. A ideia de que basta desenvolver o bem que por natureza existe no homem, é um erro fatal.
WHITE, Ellen Golden. Caminho a Cristo, 27.ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 1989. pág. 18
Graça é obra de Deus em favor do homem por intermédio do Filho. A saber, Cristo restaura a semelhança divina imputando sua justiça para o pecador obedecer a lei santificado. leia-se, o pecador toma a justiça de Cristo emprestada visando a santificação, equiparando-se a santidade da lei, nesse sentido, Cristo é o alvo, objetivo ou fim da lei, para suprir a falta de justiça no pecador, habilitando-o guardar a lei, ou seja, o homem só pode guardar a lei com auxílio de Cristo, revestido de sua justiça.
Segundo o apóstolo Paulo, os judeus cobriram o rosto com um véu, encharcados de justiça própria e formalismo recusaram reconhecer sua dependência do Messias. Somente Cristo pode retirar o véu do coração, isto, quando aceito pela fé, restitui a semelhança divina, cunhando seu caráter no pecador: II Coríntios 3:15-16;18. O pecado original ou natureza pecaminosa precisa ser despojado, substituído pelo manto de justiça de Cristo para santificar e habilitar o pecador obedecer a Santa Lei de Deus. Os judeus não compreenderam esta axiomática verdade, confiaram em sua capacidade ou justiça própria para obedecerem caindo em perdição, obstruindo o caminho da salvação.
Como visto, os judeus rejeitaram o conhecimento, o véu não pode ser removido, destarte, tentaram obedecer a Deus e sua Lei por auto justificação, tentaram se santificar e obedecer aos mandamentos alicerçados em comportamento, justiça própria, esforço humano, trapo de imundície fadado ao fracasso. Neste sentido relata a irmã White:
Os judeus por seus pecados, estavam-se separando de Deus. Eram incapazes de discernir o profundo significado espiritual do seu serviço simbólico. Em sua justiça própria confiavam em suas próprias obras, nos sacrifícios e ordenanças em si, em vez de descansar nos méritos d’Aquele a quem todas essas coisas apontavam. Assim, procurando estabelecer a sua própria justiça (Rom 10:3), edificaram-se sobre um formalismo autossuficiente. Faltando-lhes o Espírito e a graça de Deus, procuraram ressarcir a falta mediante rigorosa observância das cerimônias e ritos religiosos. Não contentes com as ordenanças que o próprio Deus havia designado, obstruíram os mandamentos divinos com incontáveis exações por si mesmos urdidas. Quanto mais se distanciavam de Deus, mais rigorosos eram na observância dessas formas.
Com todas essas minuciosas e opressoras exigências, tornou-se uma impossibilidade prática para o povo a guarda da lei. Os grandes princípios de justiça expostos no decálogo, e as gloriosas verdades delineadas no serviço simbólico, foram igualmente obscurecidas, sepultadas sob uma massa de tradições e preceitos humanos.
WHITE, Ellen Golden. Patriarcas e Profetas, 9. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 1989. pág. 671
Faltando a graça de Deus, a justiça de Cristo não é imputada, a semelhança divina não é recuperada e o homem não é santificado impossibilitando o pecador obedecer a Lei, naufraga no mar de cerimônias, ritos e tradições humanas. Guardar a Lei, transcende aparente piedade religiosa, supera formalismo, a obediência precisa vir de dentro para fora, motivada graça, a saber, a justiça de Cristo imputada no coração.
É forçoso relatar, os hebreus perverteram o objetivo da lei, afogaram-se no formalismo. Em verdade, a lei serviu de tutor aos judeus, conduzindo-os à Cristo para receberem sua justiça alcançando a santidade da lei, assim sendo, seriam declarados justos, com base na fé no Messias, capacitados a amar e obedecer à lei, essa era a confiança (fé) revelada: Gálatas 3:23-24. A lei foi comparada ao tutor, aio, ou seja, comparada à direção e disciplina de um pedagogo, a Lei não somente aponta o pecado e condenação, mas apresenta solução, o caminho da salvação, leia-se, graça, imputação da natureza divina de Cristo no coração do pecador penitente, restaura a semelhança divina perdida por Adão, habilita obedecer a Lei e reconcilia com Deus. Neste sentido ensina o festejado pioneiro Jones:
Mediante sua morte, pagou a penalidade de todos os pecados cometidos, podendo assim atribuir sua justiça a todos aqueles que escolham recebe-la. E por haver condenado o pecado na carne, abolindo em sua carne a inimizade, nos livra do poder da lei da herança; e pode assim, na justiça, comunicar seu poder e natureza divina a fim de elevar-nos sobre essa lei, mantendo por cima dela toda alma que o receba.
JONES, Alonzo T. O Caminho Consagrado à Perfeição Cristã. 1. ed. Ed. Adventistas Históricos, 2011. pág. 33
Somente a justiça de Cristo tem o condão de elevar o pecador a altura da santidade da lei, capacitando-o amar e obedecer, rompendo com os desejos da velha natureza, segundo os ensinos de Paulo: Romanos 8:1-9. Restou límpida a finalidade ou fim da lei, é Cristo imputar sua justiça no coração restaurando a semelhança divina, capacitando o pecador aceita-lo pela fé e obedecer à lei, pois, quem não tem o Espírito (justiça, ou natureza divina) de Cristo, não pertence a Ele, a natureza pecaminosa o pecado original é abominável sob a ótica divina.
No texto em comento, Paulo ensinou seus compatriotas a verdadeira finalidade da lei, entrementes, falharam ao buscar santificação e salvação pelas obras mortas do legalismo ou justiça própria, conforme relata o profeta: Oséias 10:1. Israel obedeceu à lei, porém sem entendimento, desperdiçaram a justiça do Messias, o antidoto contra o formalismo, não conheceram a justiça de Deus. Como sabiamente prenota a irmã White:
Os judeus não podiam atingir a justiça por seus próprios esforços para guardar a lei. Em seu filho, Deus lhe oferecia a perfeita justiça da lei. Caso abrissem plenamente o coração para receber a Cristo, a própria vida de Deus. Seu amor, habitaria então neles, transformando-os à sua própria semelhança; e assim, mediante o dom gratuito de Deus, haviam de possuir a justiça exigida pela lei. Mas os fariseus rejeitaram a Cristo; não conhecendo a justiça de Deus, e procurando estabelecer sua própria justiça (Romanos 10:3), não se submeteram à justiça de Deus.
WHITE, Ellen Golden. O Maior Discurso de Cristo. 16. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 2014. pág. 55
O erro cometido por Israel é repetido hoje. Os religiosos hodiernos, também rejeitam a graça, imputação da justiça de Cristo, consequentemente recusam obedecer à lei separando-se de Cristo, segundo confirma da irmã White
Justiça própria é o perigo desta época; ela separa a alma de Cristo. Os que confiam em sua própria justiça não podem compreender como a salvação advém por meio de Cristo. Chamam o pecado de justiça, e a justiça de pecado.
WHITE, Ellen Golden. Fé e Obras, Ed. Casa Publicadora Brasileira, pág. 86
Por fim, é forçoso concluir. A lei é santa, justa e boa, noutro giro, o pecador sem Cristo, não tem justiça. Cristo é a justiça da Lei, o fim da lei, ou objetivo da Lei, leia-se, é Cristo quem empresta sua justiça para recuperar a semelhança divina capacitando o homem obedecer a lei. Contudo, os evangélicos, sufocados em pecados recusam receber justiça de Cristo para amar e obedecer a Lei. Separados de Cristo, recusam a graça, desprezam a justiça pela fé e enaltecem o pecado se condenando a perdição eterna.
O Segundo Texto Controvertido (Efésios 2:14-15)
Apesar de emergir argumentos entrincheirando suposta abolição da Lei por Cristo, não existe, deveras, qualquer evidência sólida nesse sentido. A obra de Jesus é o cerne da questão, com inequívoca linguagem ele revela sua atitude para com os estatutos divinos, asseverando exatamente o contrário:
. Tecendo algumas considerações neste sentido, a irmã White relata:Cristo veio para demolir toda parede de separação e abrir todos os compartimentos do templo a fim de que toda alma possa ter livre acesso a Deus.
WHITE, Ellen Golden. Parábolas de Jesus. 8. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 1987. pág. 386
Vê-se, portanto, Jesus quebrar a barreira de separação entre judeus e gentios, com esse propósito ele veio ao mundo, e não para destruir a Lei ou os profetas. Ademais, de acordo com o profeta Isaías ele veio engrandecer a lei, assunto estudado alhures, e concertar distorções, uma das distorções, Paulo descreveu: Efésios 2:14-15. A barreira de separação, impedindo a salvação dos gentios, inegavelmente tratava-se do nacionalismo exarcebado dos judeus, não se comunicavam com gentios, sob pena de contaminação. Outra barreira quebrada foi a lei cerimonial, com seus tipos e sombras configurava exclusivismo do judaísmo, por fim, a barreira mais recrudescida, impeditiva da salvação de gentios e judeus era a justiça própria, obediência pelas obras da lei, sem a justiça messiânica, sem a cobertura da justiça de Cristo, obtida pela fé, ninguém pode obedecer a Lei, doutrina, em suma, ao Senhor. Negacionistas obstinados, defensores da abolição da Lei torcem o aludido texto fugindo do contexto, em sua ótica, Jesus derrubou a parede de separação cravando o Decálogo na cruz do Calvário. A supracitada tese merece acurada análise, se a lei dos Dez Mandamentos é a parede de separação impedindo a salvação dos gentios, conclui-se, os gentios estão autorizados matar, roubar, adulterar, cobiçar, idolatrar para alcançar a salvação. Leia-se, no teor da tese em comento, os Mandamentos apontando pecados afasta os gentios da salvação, destarte, riscando ou cancelando a cédula, Jesus quebrou a barreira de separação permitindo os gentios conversos matar, idolatrar, furtar, adulterar, cobiçar isentos de pecados e dignos da salvação. Como visto, é absurda a tese levantada, em verdade, os evangélicos ignoram completamente o detalhe escrito por Paulo, meticulosamente o apóstolo relata qual é a parede de separação entre judeus e gentios, , com tipos e sombras apontando para Cristo, cujo benefício favorecia unicamente os judeus, criando um muro de separação em desfavor dos gentios, assim como o nacionalismo e justiça própria, tentando ser justo pelas obras da lei.
No texto em comento, Paulo descreve a forma como Cristo derrubou a barreira de separação entre judeus e gentios, pacificando ambas as partes. O destemido apóstolo não autorizou o pecador penitente transgredir o Decálogo. Lembre-se, Israel era o povo eleito, uma nação santa e peculiar, unicamente os Hebreus tinham a promessa de salvação como nação: Atos 13:17, os gentios não gozavam desta benesse. Alicerçado na aludida promessa Israel criou uma barreira de separação, alimentada por justiça própria, orgulho, egoísmo, nacionalismo e preconceito, taxando de indignos os gentios e samaritanos, excluindo-os inteiramente da salvação. No bojo do Testemunho da irmã White, ela descreve a situação dos israelitas no tempo de Cristo:
Nos dias de Cristo, o egoísmo, o orgulho e o preconceito haviam construído um alto muro de separação entre os indicados guardiões dos sagrados oráculos e qualquer outra nação do globo. Mas o Salvador viera mudar tudo isto. As palavras que o povo Lhe estava ouvindo dos lábios eram diversas de tudo quanto sempre tinham ouvido dos sacerdotes e rabis. Cristo derriba a parede de separação, o amor-próprio, o separatista preconceito de nacionalidade, e ensina amor a toda a família humana.
WHITE, Ellen Golden. O Maior Discurso de Cristo. 16. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 2014. pág. 42
Os ensinamentos de Jesus divergiam do nacionalismo judeu, preconceitos e formalismo religioso atraindo a atenção do povo, encantados com sua doutrina: Mateus 7:28-29. A pregação de Jesus acendeu ódio ardente dos judeus, este, cresceu progressivamente motivado pela inveja frente aos irrefutáveis ensinamentos de Cristo, denunciando o nacionalismo judaico e hipocrisia acobertada com o manto do cerimonialismo e formalismo patológico. Esta barreira carecia de demolição.
Jesus desejava ensinar essa verdade a seus discípulos por palavras e obras. Os discípulos eram judeus, contaminados pelos ensinamentos pátrios, Jesus precisava quebrar a barreira de separação, os judeus deixariam de ser a nação santa:
Durante seu ministério terrestre Cristo deu início à obra de derribar o muro de separação entre judeus e gentios e apregoar a salvação a toda a humanidade. O Salvador ansiava por desdobrar aos discípulos a verdade referente à demolição da parede de separação entre Israel e as outras nações __ a verdade de que os gentios são co-herdeiros, membros do mesmo corpo co-participantes da promessa de Cristo Jesus por meio do evangelho. Efésios 3:6. Esta verdade foi revelada em parte quando Ele recompensou a fé do centurião de Cafarnaum, e quando pregou o evangelho aos habitantes de Sicar. Estas experiências ajudaram os discípulos a compreender que entre aqueles a quem muitos consideravam como indignos da salvação havia almas famintas pela luz da verdade.
WHITE, Ellen Golden. Atos dos Apóstolos. 3.ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 1976. pág. 19
A salvação foi destinada somente aos judeus, até o fim do período de arrependimento com duração de setenta semanas prefigurada pelo profeta Daniel, a aludida barreira de separação foi quebrada no ano 34 com o martírio de Estevão e rejeição dos judeus como nação eleita.
Com a morte do Messias, os tipos e sombras cessaram junto com o aparato cerimonial, estas ordenanças perderam o vigor, a lei de ordenanças foi cravada na cruz, no entanto, a igreja apostólica continuou a obra de Cristo, evangelizaram Antioquia abrindo portas aos gentios: Atos 14:27. A barreira de separação foi quebrada. Com a morte de Estevão os judeus selaram sua rejeição como nação, endureceram seus corações negando o sacrifício do Messias, rejeitando sua doutrina: Atos 13:46. Os judeus teceram rede de perseguições aos discípulos passando a hostiliza-los com açoites, prisões e perseguições. A fúria medrou quando perceberam a quebra da barreira com aceitação da fé cristã pelos gentios.
A salvação estendeu-se a judeus e gentios pela fé mediante aceitação do sacrifício expiatório de Cristo, desta forma, de ambos os povos (judeus e gentios), Cristo fez um, demolindo a barreira de separação, ou lei de ordenanças (tipos e sombras), trazendo o evangelho da paz. É notório como os judeus desprezavam gentios e samaritanos, era proibido um judeu aproximar-se dos gentios, contudo, Deus derrubou a barreira de separação ao revelar o evangelho da paz: Atos 10:28. A título de ilustração, diga-se, Pedro, foi repreendido por Paulo quando simulou não comer com os gentios, contaminado por preconceito pátrio.
Em sua infinita sabedoria, o Senhor deu uma visão a Pedro, culminado com a mudança de concepção do festejado apóstolo em ralação aos gentios, Atos 10:11-15. O aludido texto sofre interpretações deturpadas motivadas por pastores e teólogos inescrupulosos, acreditam tratar-se de liberdade para degustar qualquer alimento sem nenhuma restrição, quando na verdade o Senhor iluminou o apóstolo Pedro acerca da quebra do muro de separação, doravante não existia separação entre judeus e gentios, o Senhor recolhia todos os penitentes debruçados aos pés de Cristo, confessando seus pecados almejando justificação pela fé e salvação.
Após esta visão, Pedro aprendeu a lição, os gentios também receberam a luz do evangelho, selando a paz entre os dois povos: Atos 10:34-36. Vê-se, portanto, Pedro e os apóstolos voltarem-se para os gentios, estendendo a rede do Evangelho em busca de almas, arrebanhando discípulos para constituir um povo dentre os gentios: Atos 15:14. Em assim sendo, Pedro se tornou apóstolo dos judeus e Paulo dos gentios. Não encontramos nos relatos bíblicos os apóstolos eximindo-se de obedecer ao Decálogo ou ensinar aos novos conversos rebelião contra a Lei.
Nesse viés, a lei dos dez mandamentos não pode ser incluída no contexto dos tipos e sombras cravados na cruz. Com efeito, o decálogo não é tipo nem sombra, foi instituído antes do pecado de Adão, assertiva endossada pela irmã White, verbis:
A lei moral jamais foi um tipo ou sobra. Existiu antes da criação do homem, e vigorará enquanto permanecer o trono de Deus.
WHITE, Ellen Golden. Mensagens Escolhidas, V.1. 2. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 1985. pág. 239
Tão diferente da lei escrita pelo dedo de Deus é a lei de ordenanças recheada de cerimonialismo, esta lei era transitória, promulgada depois da concepção do pecado. Entrementes, pseudos cristãos defendem não haver diferenças de leis, ao seu viso, todas as leis foram cravadas na cruz, no entanto, as Escrituras expõe diferenças. A lei cunhada em tábuas de pedra, escrita com o dedo de Deus, não podia dar vida por si mesma, todavia, ela aponta o pecado e a necessidade da justiça de Cristo no coração do pecador para ser obedecida, verdade claramente ensinada por Paulo, escrevendo aos Coríntios: II Coríntios 3:7-9. Como exposto, Paulo chamou o sistema religioso judaico de ministério da morte, totalmente corroído e pervertido, não conseguia transmitir virtude aos praticantes, eivado de formalismo e justiça própria. Ele finaliza enaltecendo o ministério do Espírito, ou seja, Cristo imputando sua justiça no coração do pecador, florescendo vida espiritual nutrida pela fé, semelhante aos ramos ligados em uma videira.
No texto em comento, Paulo se refere à lei dos dez mandamentos iluminado o rosto de Moisés, prefigurando o reflexo da justiça de Cristo no ministério do Espírito habilitando o pecador obedecer a Lei. Assim sendo, após a morte de Cristo, como oferta pelo pecado, a lei cerimonial perdeu sua vigência. Nessa esteira, a irmã White contribui com explicações salutares acerca do tema:
A glória que resplandecia da face de Moisés era um reflexo da justiça de Cristo na lei. A lei em si não possuía glória, mas nela se acha incorporado Cristo. Não tem poder para salvar. É sem brilho, mas nela é representado Cristo, cheio de justiça e verdade.
A Moisés foi desdobrado o sentido dos tipos e sombras que apontavam a Cristo. Ele viu o fim daquilo que era transitório, quando, por ocasião da morte de Cristo, o tipo encontrou o antítipo. Viu ele que unicamente por Cristo pode o homem guardar a lei mora.
WHITE, Ellen Golden. Mensagens Escolhidas. V. 1. 2. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 1985. pág. 237
Moisés conhecia o Plano de Redenção e seu cumprimento, a luz gloriosa iluminando seu rosto quando desceu do Sinai com as tábuas de pedra do Decálogo, simbolizava a necessidade do brilho da justiça de Cristo no coração humano para amar e obedecer aos Dez Mandamentos.
Meditando no texto em comento, se faz necessário indagar. O que era transitório? Com efeito, não foi à lei dos dez Mandamentos, como defendem alguns, mas, os símbolos de Cristo esculpidos nos tipos e sombras da lei cerimonial, estes eram transitórios, cujo cumprimento revela a verdade de Cristo, leia-se, sua justiça cobrindo o pecador em busca de perdão, por isso é chamado de ministério de morte, porque sem Cristo, o pecador encontrava-se condenado à morte sob o manto da maldição. Não olvidando, o rosto de Moisés foi iluminado representando a justiça de Cristo cobrindo o pecador para habilita-lo obedecer aos Mandamentos e liberta-lo da condenação da lei, esta exigia a morte do pecador ao ser quebrada. Neste sentido, a irmã White de forma gloriosa aduz:
Foi o ver o objetivo daquilo que era transitório, o ver Cristo tal como é revelado na lei, que iluminou a face de Moisés. O ministério da lei, escrita e gravada em pedra, era um ministério de morte. Sem Cristo, o transgressor era deixado sob sua maldição, sem nenhuma esperança de perdão. O ministério nenhuma glória possuía em si mesmo, mas o Salvador prometido, revelado nos símbolos e sombras da lei cerimonial, tornou gloriosa a lei moral.
WHITE, Ellen Golden. Mensagens Escolhidas, V. 1. 2. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 1985. pág. 237
Como visto, uma luz gloriosa iluminou o rosto de Moisés quando desceu com a Lei, este evento é indicativo da iluminação do coração de Moisés da transição dos tipos e sombras juntamente com a lei cerimonial, conforme preconizava o Plano de Redenção.
Com certeza o homem estava condenado à morte, Jesus substituiu o pecador pagando a penalidade por todos, não somente pelos judeus. Atribuindo também sua justiça a todos os justificados pela fé. Destarte nos esclarece Alonzo:
Mediante sua morte, pagou a penalidade de todos os pecados cometidos, podendo assim atribuir sua justiça a todos aqueles que escolham recebe-la. E por haver condenado o pecado na carne, abolindo em sua carne a inimizade, nos livra do poder da lei da herança; e pode assim, na justiça, comunicar seu poder e natureza Divina a fim de elevar-nos sobre essa lei, mantendo por cima dela toda alma que o receba.
JONES, Alonzo T. O Caminho Consagrado à Perfeição Cristã. 1. ed. Ed. Adventistas Históricos, 2011. pág. 33
Como Jesus pode elevar o pecador à altura da santidade da Lei? Com certeza imputando sua justiça no coração humano, justificando e santificando-o, assim com a lei é justa e santa. Simplificando, Jesus remove a natureza decaída, pecaminosa inerente ao homem e o aperfeiçoa com sua natureza divina emprestada, santificando-o, tornando-o justo, elevando-o a altura da santidade da Lei escrita pelo dedo de Deus.
Em assim sendo, lemos: Gálatas 4:4. Em outro texto, o apóstolo Paulo relata: Romanos 8:3-4. Cristo nasceu de mulher, assumiu a natureza pós-lapsariana, para quebrar a barreira de separação entre judeu e gentios: Efésios 2:14-15. Este controvertido texto de Efésios 2:14-15, relata a obra de Jesus, Ele trouxe paz harmonizando duas grandes inimizades. No primeiro momento, estudamos a inimizade entre judeus e gentios, esculpidos no elencado texto: Efésios 2:17. Cristo pôs fim a hostilidade, animosidade e preconceito promovida pelos judeus. Expondo o evangelho da paz mediante seu Espírito aproximou os judeus carentes de reconciliação, embora abastecidos de conhecimento do Criador, separaram-se, consumidos por tradições e formalismo, necessitando da justiça do Mediador, tanto quanto os gentios.
A última parte do texto Efésios 2:15 relata o objetivo de Cristo, criar em si mesmo, dos dois, um novo homem fazendo a paz. Aqui conclui-se, Cristo veio reconciliar o pecador com Deus, haja vista, o pecado separar Deus dos homens (Isaías 59:2), ou seja, a natureza pecaminosa criou uma barreira de separação, somente Cristo imputando sua justiça pode quebrar a barreira de separação, tornando o homem capaz de obedecer por amor, estando acima da lei e reconciliado com o Criador. Como bem frisou, Jones: e pode assim, na justiça, comunicar seu poder e natureza divina a fim de elevar-nos sobre a lei, mantendo por cima dela toda alma que o receba. Sem resquício de dúvidas, o pecador sem justiça é incapaz de obedecer a Lei, encontra-se abaixo da Lei, com efeito será atingido por ela. Noutro giro, o pecador sob o manto da justiça de Cristo, com efeito, é santificado, capaz de obedecer a Lei por amor, ficando acima da Lei, sem transgredi-la.
Leia-se, estar acima da lei significa receber justiça (natureza divina), santificado na justiça de Cristo, portanto perfeitamente capaz de obedecer a santa lei de Deus, logo, a lei não foi feita para o justo, mas para os transgressores: I Timóteo 1:9. Em assim sendo, o pecador despido da justiça de Cristo está abaixo da lei, sujeito as penalidades normativas.
Por fim, é necessário expor outro texto merecedor de atenção, segundo narra às Escrituras: Gálatas 4:4. Cristo veio em forma humana, sujeito as mesmas tentações dos homens, por isso nasceu de mulher contraindo natureza pecaminosa:
Trajado com as vestes da humanidade, o Filho de Deus desceu ao nível daqueles que desejava salvar. Não havia nele culpa ou pecaminosidade; foi sempre puro e incontaminado; todavia tomou sobre si nossa natureza pecaminosa. Revestindo sua divindade com a humanidade, a fim de que Ele pudesse associar-se com a humanidade caída, Ele buscou resgatar para o homem aquilo que, pela desobediência, Adão tinha perdido.
Reviw and Herald, 22 de agosto de 1907
Jesus quebra investidas satânicas acerca da impossibilidade do pecador obedecer a Lei, por não satisfazer a exigência da sua santidade. Tomando natureza humana, Cristo prova a possibilidade de repor a perdida justiça divina, santificando o homem e habilitando-o a obedecer a Lei. Com efeito, Cristo não se beneficiou de sua natureza divina, embora contraindo natureza pecaminosa conservou a divina natureza. Necessitava temperar a natureza humana com sua natureza divina assemelhando-se a seus irmãos: Hebreus 2:17-18, trata-se da única forma de resgatar os pecadores. Cristo precisava ser igual aos homens, sentir as mesmas coisas para comprovar a possibilidade de vencer a natureza perversa, herança do pecado. Segundo relatos de Gálatas 4:4-5, Deus enviou seu filho nascido de mulher, nascido debaixo da lei, para redimir quem estava debaixo da lei. Vindo como o fez, trouxe redenção a toda alma enlameada com o pecado.
Tudo isto, Jesus assumiu, ele foi feito súdito da lei; foi condenado pela lei e culpado como o é todo homem debaixo da lei, debaixo da condenação, tão plenamente como o é todo homem neste mundo: Deuteronômio 21:23. Jesus foi exposto debaixo da lei, não porque houvesse pecado, mas, por assumir os pecados dos descendentes de Adão, sob o jugo da lei ou debaixo da lei, inundados em transgressões. Embora feito debaixo da lei pelos pecados dos homens, Jesus viveu uma vida de justiça neste mundo, assim, transmitiu aos homens a única forma de salvação, através da justificação pela fé (apagamento de pecados passados) e imputação de sua natureza divina (santificação) libertando da sentença de morte.
Nos evidentes escritos da lavra de Jones, o festejado pioneiro relata:
Levando a culpa, estando debaixo da condenação, e desta forma, debaixo do peso da maldição, Jesus, durante toda uma vida neste mundo de culpa, condenação e maldição, viveu a perfeita vida da justiça de Deus, sem pecar absolutamente jamais. E todo homem conhecedor da culpa, condenação e maldição do pecado, sabendo que Jesus realmente sentiu em sua experiência a benção da perfeita vida de justiça de Deus em sua vida, redimindo-o da culpa, da condenação e da maldição, manifestando-se ao longo de sua vida e guardando-o absolutamente de pecar.
Cristo foi feito debaixo da lei, para redimir pecadores debaixo da lei. Cristo nos redimiu da maldição da lei, sendo feito por nós maldição, esta é a finalidade do Plano de Redenção, segundo Jones:
Não é em vão que se fez maldição, já que justamente nisso consiste a consecução do fim almejado, em benefício de tudo o que se receba. Tudo isto se fez 'para que a benção de Abraão fosse sobre os gentios em Cristo Jesus; para que por meio da fé recebamos a promessa do Espírito'. Gálatas 3:14.
Na cruz Jesus cumpriu os tipos referentes ao primeiro advento escrito na Lei e profetas, quebrou o exclusivismo de Israel, concedendo salvação a todos os homens reconciliando-os com Deus, aperfeiçoando o pecador com a gloria de sua justiça para obedecer a Lei escrita por seu Pai. O objetivo do Plano de Redenção foi atingido, todos adquiriram acesso ao Pai pelo Espírito (natureza divina de Cristo) e não pelo legalismo alicerçado pela natureza pecaminosa: Efésios 2:18-20. Restou claro, Cristo quebrou a barreira separando gentios de judeus, a cédula de ordenança, exclusivismo de Israel e preconceitos nacionalista e não a lei dos Dez Mandamentos, como alguns advogam.
O Terceiro Texto Controvertido (Colossenses 2:13-14)
Adão foi formado a imagem e semelhança do Criador, revestido com a natureza divina de Deus, quando pecou perdeu a natureza divina contraindo natureza pecaminosa, ou pecado original. Segundo relatos bíblicos, houve separação ente Deus e homem por conta da natureza pecaminosa,Isaías 59:2. Nesta condição, Adão e seus descendentes encontravam-se separados de Deus mortos em pecados, a lei foi violada, a humanidade perdeu a justiça tornando-se incapaz de obedecer a Lei, toda tentativa em obedecer, se justificar, santificar por esforço próprio, sem Cristo, é considerada por Deus como trapo de imundícia: Isaías 64:6. Desprovido de justiça ou natureza divina, o pecador torna-se incapaz de amar e obedecer, em assim sendo, o Senhor proveu justiça emprestada do Messias, suprindo a deficiência humana reconciliando o pecador com o Pai: Jeremias 23:6. O festejado profeta expõe a deficiência humana, sem justiça, inclinada ao mal, dotada de natureza pecaminosa, egoísta, rebelde contra Deus e sua Lei. Portanto, é impossível o pecador observar a lei de Deus, a qual é santa, justa e boa: Romanos 7:12. O pecador depende da justiça de Cristo para amar e obedecer. Nossa natureza é má, rebelde e insaciável, precisa ser subjugada por Cristo, domada e substituída por sua divina natureza.
Como se viu, a graça de Deus foi estendida ao homem, com a real possibilidade de restaurar o pecador imputando a justiça de Cristo à alma arrependida e justificada. O sacrifício expiatório de Cristo em favor do pecador penitente pagou a dívida de morte, Cristo tem o condão de efetivamente imputar a natureza divina no coração do pecador para restaura-lo e santifica-lo, satisfazendo as reivindicações da lei. Portanto, Jesus é nossa justiça, somente através do Messias prometido a natureza humana pode ser mudada, tornando o pecador santo, justo e bom, como é a lei de Deus. Estávamos em dívida, separados de Deus, por esta razão Paulo escreveu o aludido texto, maliciosamente deturpado por muitos: Colossenses 2:13-14. De acordo com o texto elencado, estávamos mortos em nossas transgressões, escravos dos pecados, sem Cristo e sua justiça. Um escrito de dívida ou sentença de morte era contra nós: Romanos 6:20;23. A supracitada nota de débito consistia em ordenanças, apontava o Messias, único capaz de doar vida e restaurar a natureza divina, cravando na cruz a lei de ordenanças com ritos e cerimonialismos, tipos direcionados a sua obra redentora. Dito isso, Paulo traz lume ao tema: Efésios 2:8-9. Vislumbra-se nos escritos de Paulo, Cristo cravando na cruz as ordenanças, pagando o escrito de dívida levantada contra nós, e não a Lei de Deus. Somos salvos pela graça, mediante o recebimento da justiça de Cristo e não por obras meritórias e formalistas, fruto da natureza pecaminosa. O homem não é salvo por obras fruto de seu esforço, mas, pela graça de Deus em lhe conceder a justiça de seu amado Filho, morto em uma cruz para pagar o preço do pecado.
Com efeito, o pecador não pode confiar em sua capacidade de amar e obedecer. Toda nossa vida religiosa é sustentada pelos méritos de Cristo. Nos esclarecedores ensinos da irmã WHITE, ela chama atenção para dois erros fatais cometidos pelos cristãos, o primeiro busca a salvação por suas obras, tentam o impossível, guardar a lei sem Cristo, o outro é confiar na salvação alicerçada unicamente na graça e fé, acreditam na salvação sem obediência a lei de Deus:
Há dois erros contra os quais os filhos de Deus — particularmente os que só há pouco vieram a confiar em Sua graça — devem, especialmente, precaver-se. O primeiro, do qual já tratamos, é o de tomar em consideração as suas próprias obras, confiando em qualquer coisa que possam fazer, a fim de pôr-se em harmonia com Deus. Aquele que procura tornar-se santo por suas próprias obras, guardando a lei, tenta o impossível. Tudo que o homem possa fazer sem Cristo, está poluído de egoísmo e pecado. É unicamente a graça de Cristo, pela fé, que nos pode tornar santos.
O erro oposto e não menos perigoso é o de que a crença em Cristo isente o homem da observância da lei de Deus; que, visto como só pela fé é que nos tornamos participantes da graça de Cristo, nossas obras nada têm que ver com nossa redenção.
Mas notai aqui que a obediência não é mera aquiescência externa, mas sim o serviço de amor. A lei de Deus é uma expressão de Sua própria natureza.
WHITE, Ellen Golden. Caminho a Cristo, 27. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 1989, pág. 59-60
Obediência aos Mandamentos de Deus é a única forma do homem provar sua fé. Leia-se, obedecer a Lei exige revestimento da justiça de Cristo, santificando o pecador elevando-o a altura da santidade da Lei.
Segundo o Tratado de Teologia Adventista, pág. 2011. A graça de Deus estendida a todos os homens, por si só, não pode resolver o problema do pecado. Cristo morreu no lugar do pecador, atendendo a exigência da lei. A oportunidade de salvação estendida ao pecador, forçou Cristo se tornar maldito da lei, pendurado num madeiro (Deut. 21:22-23). Deus o fez pecado por nós, II Coríntios 5:21. Ele morreu na cruz, foi amaldiçoado em nosso lugar, para recebermos, pela fé o Espirito prometido (sua natureza divina): Gálatas 3:13-14. Na cruz, Cristo satisfez a sentença, morrendo em nosso lugar, e Deus demonstrou seu amor para conosco, Romanos 5:8. Em contrapartida, coberto pelo manto da justiça de Cristo, provamos nosso amor a Deus, obedecendo à sã doutrina e sua Lei.
Por fim, é forçoso destacar, a graça de Deus e de Cristo eliminou a dívida, a sentença de morte, a condenação na cruz com suas ordenanças, e não a lei dos Dez Mandamentos: Romanos 5:20-21. Quando o cristão, pela fé em Cristo aceita a graça de Deus, justificado pela fé recebe a justiça de Cristo, santificado, obedece incondicionalmente Estatutos, Preceitos e Leis, regados pelo amor e gratidão, caminhando, outrossim, em novidade de vida, Romanos 6:4, experimentando pela fé, o misericordioso perdão de Deus.
O Quarto Texto Controvertido (Gálatas 5:4)
À guisa de introdução, diga-se, Israel buscou a salvação pelas obras e não pela fé no Messias, confiaram em seus sacrifícios, rituais e cerimônias como forma de purificação e santificação, buscaram a justiça pelas obras da lei, em sendo assim, tropeçaram na pedra de tropeça, Cristo, único ser capaz de outorgar a justiça almejada: Romanos 9:31-32. Por esta razão Jesus disse: Mateus 5:20. Escribas e Fariseus exaltavam sua forma de religião alicerçada na justiça própria, no legalismo e na piedade superficial. Servir ao Criador transcende aparência de religiosidade, exige recuperar a natureza divina perdida. Cristo é o único ser capaz de restaurar o pecador e levantá-lo pela imputação da sua justiça no coração, capacitando-o a amar a sã doutrina e obedecer a Lei.
Alheio a exigência da Lei, Israel cometeu erro fatal, confiou em suas obras, na justificação meritória, observando a lei ancorados em práticas legalistas, rituais e cerimônias, em verdade, esse comportamento nega a obra expiatória de Cristo, porque, se a justiça é alcançada por méritos humanos o sacrifício de Cristo perde objeto, esse fato, obrigou o apóstolo Paulo escrever: Gálatas 5:4. No teor do texto em comento, não cai da graça quem guarda a lei, mas, decai da graça quem tenta se justificar pelo legalismo da lei, tornando a morte de Cristo inútil: Gálatas 2:21. Decai da graça separando-se de Cristo quem busca justificação por esforço meritório, legalista, obedecer a lei formalmente, a única forma de obedecer a Lei legitimamente é pela imputação da justiça de Cristo no coração.
Para melhor fixar os conceitos; justificação é perdão de pecados passados. Justiça de Cristo é a imputação da natureza divina perdida por Adão, tornando o homem justo, santo, diante de Deus, como se ele não houvesse pecado. É o perdão da sentença de morte causada pelo pecado de Adão. A lei não pode perdoar pecados, a finalidade da lei é mostrar o pecado auxiliando o pecador justificado não voltar a pecar. Jesus se fez pecador, emprestou sua justiça para restaurar o caráter humano semelhante ao seu, tornando-o aceitável diante do Senhor. Neste sentido ensina a irmã White:
O caráter de Cristo substituirá o vosso caráter e sereis aceitos diante de Deus como se não houvésseis pecado.
WHITE, Ellen Golden. Caminho a Cristo. 27. ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 1989 pág. 54
Como já exposto, a lei não pode apagar pecados nem justificar o pecador, sua função é revelar o pecado, para o penitente pecador, revestido da natureza divina afaste-se do pecado como lepra perniciosa: Romanos 3:20. Sob a ótica das Escrituras, somente Cristo alicerçado na graça e pela fé, pode justificar o pecador, removendo a justiça própria (natureza pecaminosa) cobrindo-o com sua justiça, assim o homem nasce de novo como nova criatura: Romanos 3:24. A justificação vem pela fé nos méritos de Cristo e não pela Lei, dízimos, ofertas ou prosperidade.
Nesse viés, Paulo confirma exaustivamente em diversos textos: a lei não justifica: Gálatas 3:21. Destarte, existe abissal diferença entre justificação e justiça, contudo, ambas são obras de Cristo e não da Lei nem da profissão de fé.
A Bíblia não deixa dúvidas, a justificação (perdão de pecados passado) é unicamente través dos méritos de Cristo pela fé e não por intermédio da obediência legalista da lei: Atos 13:39. Nos esclarecedores escritos da irmã White, ela confirma, a justificação não advém da lei, mas da fé, assim como, a santificação vem da justiça de Cristo imputada no coração do crente. De fato, a justiça de Cristo torna o pecador penitente aceitável a Deus, santificando e puro. Não importa o quanto sua vida passada seja pecaminosa, se crê em Jesus como seu Salvador, será justificado permanecendo diante de Deus nas imaculadas vestes da justiça de Cristo. Insta deixar claro, debaixo de maldição está, quem ignorar esta esclarecedora verdade, confiando em seus méritos de obediência legalista da lei e cumprimento de dever para se justificar: Gálatas 3:10-11. Obras da Lei, qual o significado? Trata-se de buscar justificação, santificação e justiça por seus méritos, obediência legalista da Lei. O apostolo repreende severamente quem acredita obedecer a lei e a doutrina ancorado em seu esforço formalista, segurando-se nas obras, justiça e santificação alicerçados em suas práticas religiosas, na aparência de sua fé, os tais, caíram da graça. Aos olhos humanos parecem perfeitos, contudo não passam de sepulturas caiadas, belas por fora, podres por dentro.
Nesta senda, negam a obra expiatória de Cristo rejeitando sua graça. Paulo endossa esta assertiva: Gálatas 2:16. Cristo se fez maldição por nós, nos livrou da condenação do pecado, não temos justiça para pagar o preço exigido pelo quebrantamento da lei de Deus, então ele pagou o preço, tomou nosso lugar e emprestou sua justiça, assim: Gálatas 3:13. Ao outorgar sua justiça, concede sua natureza divina, assim nos habilita amar e obedecer a lei de Deus. A única forma do pecador obedecer todos os Mandamentos por amor é santificado pela justifica de Cristo. Segundo o festejado apóstolo, justificados são os obedientes ao Decálogo e não simples ouvidores: Romanos 2:13. Embora o apóstolo Paulo relate: , na verdade só podemos obedecer a Lei depois de justificados, revestidos da justiça de Cristo. Se Cristo houvesse cravado a Lei na cruz, Paulo não exaltaria a lei dizendo: Só os justos obedecem a Lei, leia-se, o justo está no mesmo patamar de santidade, revestidos com o manto da justiça de Cristo, Justificados por Cristo independente da Lei: Romanos 3:28. Por outro lado, os injustos transgridem a Lei, motivados pela natureza pecaminosa, estão sob o jugo da Lei. Outros se apegam as obras da lei, criam doutrinas formalista em nome da santidade, separando-se de Cristo e da graça, encontram-se em perene maldição. Outra classe nega vigência da Lei fugindo da guarda do Sábado, exaltando dia espúrio, o domingo pagão.
O texto elencado ensina claramente, justificados, são aqueles obedientes à lei, em verdade, só obedecem porque foram justificados, noutro giro, os transgressores da lei, estão na condição de desobediência porque não foram justificados por Cristo, acreditam na salvação somente pela graça confiados nos méritos de sua fé, trata-se de legalismo negacionista, autoconfiança, são cegos guiando cegos, trilhando o caminho de morte. Porque, Provérbios 14:12. A fé sem obras é morta, como um corpo sem espírito. Quem alimenta sua vida religiosa alicerçada unicamente na fé, caminha em vereda escorregadia. A fé é confirmada pelas obras.
A ingente maioria dos evangélicos torcem os contextos bíblicos, na vã tentativa de forçar Cristo abolir a lei, visando eximir-se de carregar a cruz, destarte, municiados de vários argumentos atacam a vigência da Lei alvejando inutiliza-la, um dos argumentos repousa sob o manto da doutrina dispensacionalista. Qual o significado da aludida doutrina? Na linha de colisão com as Escrituras, os defensores da supracitada tese, alegam, a dispensação da Lei (é o Velho Testamento), a dispensação da graça (é o Novo Testamento), com arrimo nos escritos do apóstolo João: João 1:17. . Na ótica dispensacionalista, com a morte de Cristo na cruz, a graça aboliu a Lei. Esqueceram de um detalhe singelo, no Velho Testamento já existia graça, ela não surgiu com a morte de Cristo, ou então, a salvação era pelas obras, em assim sendo, cometeram o cumulo do absurdo ressuscitando a doutrina da satisfação, anulando o sacrifício expiatório do Cordeiro de Deus.
Ademais, as Escrituras comprovam de forma cristalina, os homens de Deus no Velho Testamento foram salvos pela graça e não pela obediência formalista da lei, nesse sentido converge os escritos da lavra de Paulo. Romanos 4:13-14. Diante do exposto, restou comprovado existência da graça no Velho Testamento, destarte, a graça não anulou a Lei. A genuína obediência da Lei só é possível pela natureza divina de Cristo alcançada pela graça, neste sentido confirma a irmã White:
Sem a graça de Cristo é impossível dar um só passo na obediência à Lei de Deus.
WHITE, Ellen Golden. Mensagens Escolhidas, V.1. 2.ed. Ed. Casa Publicadora Brasileira, 1985. pág. 371-372
Tanto no Velho como no Novo Testamento, a graça exerce sua função, independente da Lei. A doutrina dispensacionalista não passa de engodo satânico, visando aprisionar o pecador até findar o tempo da graça, perdendo oportunidade do livramento.
Nesse diapasão, nos dias do Apóstolo Paulo, Satanás levantou erros doutrinários acerca da lei, os aludidos sofismas, se estenderam aos dias atuais, entre eles destacam-se, legalismo e antinomismo.
Legalismo é o famigerado ensino da salvação ancorado nas obras, mérito humano, cerimônias e rituais formalistas despido da justiça de Cristo. Fincados em comportamento humano, separam-se de Cristo e sua justiça, caindo da graça desperdiçam as benesses da salvação.
Ainda no mesmo contexto, diga-se, Legalismo é o mau uso da Lei. É luta inglória, visando merecer salvação por seus próprios méritos na observância da Lei. É ato de procurar obter a salvação através do próprio esforço. Paulo combateu veementemente o legalismo, ele disse: Gálatas 5:4. Segundo os escritos de Paulo, decai da graça quem busca a justificação pela lei, noutro giro, os revestidos da justiça de Cristo obedecem a lei, salvos pela graça mediante a fé nos méritos de Cristo, habilitados a amar e obedecer: Efésios 2:8-9. Sem resquício de dúvidas, a salvação é pela graça de Deus, não por mérito humano, implica dizer, a salvação não é pela obediência legalista da Lei, nem mediante exaltados méritos de fé.
Com efeito, o religioso legalista chega ao desplante de considerar-se nobre, santo, justo, perfeito e amoroso, superando a justiça do próprio Deus. Não sente necessidade da imputação da justiça divina, ao seu viso, sua justiça própria supera a justiça de Cristo. O legalismo é tão nefasto como o Antinomismo.
O Antinomismo, por seu turno, levanta tese alicerçada na salvação pela graça e fé somente, divorciada da Lei; para os defensores desta tese, não faz diferença alguma a forma do pecador viver e se conduzir. Os adeptos do antinomismo apoiam-se em textos paulinos, removendo contextos, dá-se, por exemplo: Romanos 7:4-6. Ancorados no supracitado texto, marginalizam a Lei ignorando o verdadeiro sentido, no texto elencado o renomado apóstolo repreende legalismo, confiança nas obras humanas, sem os méritos de Cristo e não obediência da Lei revestido de justiça divina. Na mesma toada o apóstolo se expressa, no texto seguinte: Gálatas 2:19. O contexto permanece, Paulo morreu para as obras da Lei, como fariseu o renomado apóstolo era legalista, no entanto, aprendeu a confiar em Cristo e no poder de sua justiça para amar e obedecer a Lei, contudo, os antinomistas, cegos por Satanás, não conseguem vislumbrar o verdadeiro contexto.
Como cediço, os antinomistas pregam a salvação unicamente pela fé, exaltam sua fé baseada em prosperidade secular, elevado número de membros pertencentes ao caminho largo e nos favores do Estado. Enaltecem fé interesseira e a capacidade de devolver dízimos e ofertas, barganhando prosperidade temporal. Em assim sendo, não demonstram nenhuma diferença para o legalista. O legalista acredita na santificação, obediência e salvação por sua capacidade de obedecer à lei. Os antinomistas, por seu turno, acreditam na santificação, obediência e salvação pelo poder de sua fé, de receber o Espirito Santo, falar suposta língua estranha, alcançar o êxtase e obedecer a lei dos dízimos, divorciados de Cristo. Qual a diferença do legalista para o antinomista? Nenhuma. O legalista enche o coração de presunção dizendo: Senhor estou salvo porque obedeço a Lei, noutro giro, se levanta o antinomista inchado de soberba, Senhor estou salvo porque tenho fé, aborreço a Lei, falo glossolalia, estou salvo no sangue de Jesus. Os dois acreditam se salvar apoiados nos méritos humanos, um por guardar a lei, outro por suposta fé, Em verdade, quem salva é Jesus, mediante graça, justificando o pecador pela fé, imputando sua justiça santificando-o. Os dois são condenados por tornar o sacrifício de Cristo inútil. O legalista anula o sacrifício de Cristo obedecendo à lei por esforço humano. Os antinomistas anulam o sacrifício expiatório de Cristo, ancorados na fé sem obras, sustentados em sua justiça própria, sem Cristo. Na verdade, os antinomistas são de certa forma legalistas, ambos, apoiam-se em sua capacidade. A diferença consiste nos legalistas se apoiarem na obediência à lei, por seus méritos, enquanto os antinomistas, se apoiam em seus méritos de fé, pagar dízimos e ofertas, sem os méritos de Cristo e imputação de sua justiça, ambos estão no mesmo barco da perdição. Destarte, o mundo está divido em três classes: Os Legalistas, Antinomistas e Remanescentes, estes últimos não confiam em seus méritos, portanto, buscam a justiça de Cristo para se cobrir.
No texto em comento, Paulo condena justiça pelas obras da lei, méritos humanos. Morrer para a lei, não significa ignorar, desobrigar obediência da lei, mas sim morrer para a lei como meio de justificação, ou seja, um reconhecimento, o pecador não pode ser justificado pelo legalismo da lei, ou pelo antinomismo da fé.
Acerca do tema, vislumbra-se pseudos evangélicos enaltecerem a expressão: “Não estamos debaixo da lei”, defendem com rigor a abolição da lei moral. Quando na verdade, estar debaixo da lei, significa atingido pela condenação imposta na lei por pecar (transgredir a lei). Nesse sentido, se manifesta o apóstolo exortando Timóteo, ele disse, a Lei não é feita para o justo (revestido da justiça de Cristo), este obedece, mas para os injustos, obstinados, ímpio, pecadores, irreligiosos matricidas e para todo transgressor da Lei, pecado é a transgressão da Lei. A lei não alcança o justo, revestido da justiça de Cristo, encontra-se acima da Lei. Quem não for agraciado pela justiça de Cristo, não pode ser justo, nem santo, incapaz de obedecer a Lei. De outro giro, a Lei põe debaixo de condenação, os transgressores dos Mandamentos de Deus tanto legalistas como antinomistas, religiosos ou ímpios.
Ainda no mesmo contexto, diga-se, estar acima da lei, não quer dizer desobrigado de cumpri-la, mas sim não ser culpado de sua transgressão. Não está debaixo da lei, quem obedece a lei. Quando transgredimos lei civil ou penal, incorremos em multa, prisão, ou outra punição cível. Se cumprirmos, obedecemos à lei, nada disso pesa sobre nós. De igual modo ocorre com a lei de Deus. Quando usada legitimamente: I Timóteo 1:8-10. I João 3:4. Romanos 6:1-2. Romanos 3:31. É forçoso concluir, os textos bíblicos interpretados no legítimo contexto, não deixam margem para dúvidas, enaltecem obediência da Lei. O problema dormita na forma de obedecer a Lei ou negar obediência. A justiça é alcançada pela fé, o pecador não tem justiça, não pode ser justo por esforço humano, carece de Cristo imputar sua justiça no coração para obedecer a Lei, após a justificação pela fé: Filipenses 3:9. A Lei não tem justiça para fornecer ao homem, a justiça vem de Cristo, nos ditos de Jeremias: O Senhor justiça Nossa, o pecador perdeu a justiça na concepção do pecado de Adão, carecendo tomar emprestada do Salvador para obedecer a Lei, santa, justa e boa.
O Quinto Texto Controvertido (Lucas 16:16)
Generosa gama de religiosos diz possuir a verdade, contudo, continuam escravos da mentira, sofismas e enganos, defendendo erros fatais, outros reconhecem a existência de erros, contudo cultivam amizades na igreja com força suficiente para impedi-los de abraçar a verdadeira doutrina. Em assim sendo, desprezam conselhos divinos, segundo as Escrituras: João 8:32. Para esses irmãos, a verdade ainda não os libertou dos vícios, vaidades, prazeres, relíquias e amizades terrenas contraídas em suas denominações religiosas. Não olvidando, o próprio Pilatos em João 18:38 perguntou para Jesus Ele estava diante da maior verdade conhecida no mundo, e não fez caso dela. Alguns evangélicos seculares defendem exaustivamente a permanência da lei até Cristo, outros alegam, a lei e os profetas duraram até João, observem, eles não se harmonizam porque não conhecem e não querem conhecer a verdade com profundidade. Assim reza o supracitado texto, palco de controvérsias: Lucas 16:16. Na concepção deturpada, a lei vigorou até Cristo, no entanto, convém indagar, e os profetas? Também foram cravados na cruz seus escritos?
Este é primeiro ponto a ser analisado, existiu profeta após João Batista? Com certeza sim, mentes atrofiadas isolam o versículo torcendo o verdadeiro sentido auxiliando o pai da mentira espalhar mentiras, negam vigência da lei, eximindo-se da obediência. Analisando os textos seguintes, observa-se existência de profetas depois de João Batista: Atos 19:6. O aludido evento aconteceu no derramamento da chuva Temporã, depois do martírio de João. Em outro texto vislumbra-se a existência de quatro profetisas: Atos 21:8-10. Com o derramamento da chuva Temporã, a existência de profetas tornou-se comum. A título de exemplo, as quatro filhas do cristão Ágabo.
Sem resquício de dúvidas, existiram profetas após João Batista. Em sendo assim, importa analisar se a obediência da lei foi exigida depois da morte de João Batista. Como é cediço, Jesus iniciou seu ministério depois de João Batista. Deixando a Galileia, Jesus instalou-se na Judéia, além do Jordão, cercado pelas multidões um jovem indagou: Mateus 19:16-17. Jesus respondeu à pergunta, na linha de colisão com entendimento evangélico, ele não desobrigou o pecador penitente da obediência à Lei, nem antes nem depois de João. Ao contrário senso, ele disse: Se queres ser salvo guarda os Mandamentos.
Para espancar qualquer resquício de dúvida levantada por maliciosos, se faz necessário perguntar. Quais mandamentos Jesus ordenou guardar? Era lei escrita por Moisés, posta em livro ou a lei escrita pelo dedo de Deus, codificada no Sinai? Mateus 19:18-19. No supracitado texto, Jesus cita os mandamentos cunhado no Decálogo, os mesmos mandamentos da Lei, odiados por pseudos evangélicos alegando durar até João Batista. Logo, descortina-se os enganos, Satanás, o deus das igrejas apostatadas, como serpente rastejante inocula veneno da incredulidade, estimulando transgressão da Lei, gerando rebelião contra Deus, abatendo a fé dos fracos. Outro gélido argumento suscitado pelos opositores, consiste no fato de Jesus não citar os outros mandamentos ao jovem rico. Entrementes, tal alegação comprova abolição da Lei? Com certeza não. Os agentes de Satanás não perdem tempo, aproveitam qualquer oportunidade para semear dúvidas. Em verdade a resistência dos opositores não se centraliza na Lei, seu foco é o Sábado, para eles o santo dia do Senhor foi abolido porque Jesus não o mencionou no texto supracitado. Outrossim, Jesus não mencionou os mandamentos referentes à idolatria, não chamar seu nome em vão, não cobiçar, dos dízimos, por quê? Aquele jovem era judeu, e fiel guardador não só do Sábado como dos demais mandamentos referentes ao Criador, esse foi o real motivo de Jesus não os citar. Jesus mencionou apenas os mandamentos alusivo ao próximo, exatamente os mandamentos violados pelo jovem, carente de amor ao próximo. Quando Jesus ordenou-lhes vender os bens e repartir com pobres, ele não atendeu, não amava ao próximo como alegara, recusou-se seguir Jesus porque não amava nem a si mesmo. Caso a obediência exigida por Jesus, recaísse apenas sobre os mandamentos citados, suscitaria tremenda contradição: Tiago 2:10. Adentramos em ouro ponto polêmico, é possível guardar toda a Lei sem tropeçar? A resposta é depende! Ao cristão movido pela natureza pecaminosa, formalista, é impossível guardar qualquer um dos mandamentos. Mesmo apresentando aparência de piedade, sob a ótica humana parece perfeito, todavia o coração é vazio e pecaminoso. Por outro lado, o cristão alimentado da natureza divina de Cristo, se torna justo, guarda todos os mandamentos e os defende até a morte. Dá-se, por exemplo, os primitivos cristãos martirizados e Reformadores do século XVI, sob o fogo da inquisição.
O destemido apóstolo Paulo, deixou vasto legado do dever de obedecer a Lei. Ingressou no cristianismo aproximadamente vinte anos após a morte de Cristo e escreveu suas epístolas trinta anos após a morte do Messias. Em sua epístolas exalta a santidade da lei com veemência, afirmando acreditar na lei: Atos 24:14. João vai além, de forma contundente, chama de mentiroso quem diz conhecer e não guarda os mandamentos: I João 2:4.
Cuidado, não vos deixais iludir com a voz da serpente. A transgressão da lei de Deus é pecado, de acordo com ensinamento do apóstolo João: I João 3:4. Nesta senda, como entender o controvertido texto de Lucas 16:16 afirmando, a lei e os profetas duraram somente até João Batista?
No livro de Mateus, Jesus explica de forma cristalina o verdadeiro sentido de seu ensinamento: Mateus 11:13. A lei e os profetas profetizaram acerca da obra redentora de Cristo até João Batista. Quando João Batista pregava no deserto, não se exaltou, encaminhou as almas para o Messias, dizendo: Marcos 1:7. Quando Cristo iniciou seu ministério, findou a obra de João: João 3:30. Então Jesus começa seu ministério na proclamação do evangelho, após sua ressurreição, ele explica aos discípulos o cumprimento profético a seu respeito até o tempo de João, leia-se, os tipos de primeiro advento: Lucas 24:44-45. Jesus, não pôs fim a Lei, muito menos sua vigência se estendeu somente até João. Findou as profecias, os tipos do primeiro advento referentes ao Messias, ele explicou o cumprimento profético a seus respeito na Lei e escritos dos profetas, anunciando o cumprimento dos tipos e sombras.
A lei e os profetas eram as Escrituras existentes em matéria de salvação no Antigo Testamento. Em assim sendo, a lei e os profetas, profetizaram do messias até a sua chegada, surgindo os Evangelhos, Lucas 3:18, Ele veio complementar o Antigo Testamento, e não abolir a lei Moral dos Dez Mandamentos. Portanto, no legitimo contexto, Jesus disse: João Batista, todas as Escrituras dos profetas, e a lei se referiram à sua primeira vinda, para mostrar o que dele deveria cumprir como tipo do primeiro advento, todos contidos nos livros do Antigo Testamento: João 1:45. Até João Batista, a lei e os profetas do antigo testamento, apontava símbolos e sistema sacrifical (sombras de Jesus). Indicando em qual tempo o reino de Deus seria anunciado. Jesus mesmo pregou: Marcos 1:15. Jesus cumpriu copiosamente tudo o que dele estava escrito na Lei, nos Salmos e nos Profetas. Mateus 5:18. Sem faltar nenhum tipo ou sombra referente ao primeiro advento.